E, posso acrescentar sem um pingo de mágoa,
Mas não, com o rosto seco de lágrimas,
Acrescento este dado para não esquecer de nada,
Com um efeito de brincadeira para não entrar em falta,
Que vi o amor da minha vida passar por mim,
Como se fosse um passe de mágica,
Ou qualquer outra coisa assim,
E ao invés de confessar tudo que senti
Me calei e permaneci estagnada,
Ensurdecida para o mundo que gritava,
E para ele, que simplesmente passava,
Óh coração profano, lhe digo isso: o amo,
Mas não se estimule tanto, apenas isso,
Deixou o amor passar sem fazer nada
E agora, pulsa feito um louco como se já fizesse falta,
E eis que cada sentimento é útil,
Mas sofrer por antecedência não cabe ao sorriso,
Esse sentir é algo importante no que refere-se a voz,
Mas, se você quedou calado porquê agora tenta mudar?
Confesso, que quanto mais o procuro,
Mais me cansa esta sua investida no que não está,
Uma vez este coração calou,
Duas ele fala e quer toda a atenção,
Todas as vezes eu o ouvi,
Mas mudar o passado não pertence a mim,
Se te faltou agir e sobrou em razão,
Porque busca agora se atirar sem precisão?
Contigo, também, coração,
Está a paciência e um pouco de paixão,
Poderia ter amado mais quando o pôde,
É certo que retribui ao tempo conforme o sente,
Mas, e estas lágrimas que agora se derramam,
Penso e sinto que você não se importa,
Reflete no antes busca mudar o agora,
Mas seu alvo é outro que não eu ou nós nesta hora,
Se eu busco amar? É certo que sim,
E busco intensamente,
Se agora correndo em busca dele sofro,
Você sabe que sim, pois nós dois sabemos,
A minha alma tem sede de ser vista,
Quando você age feito um louco eu me sinto aprisionada,
Minha garganta está seca,
Meus lábios estão sedentos e sem água,
Mas a sede que sinto é dos seus lábios,
Queria contemplá-lo em meus braços,
E fazer do seu abraço meu santuário,
Mas, bem sabemos, não o posso,
Está em sonhar todo o sabor da vitória,
Este amor que sinto é maior que toda a vida,
Sei que no caminho em que estou, um dia,
Hei de encontra-lo ainda,
Neste dia meus lábios se exaltarão,
E de sede não morro nem que caia em desatenção.
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