Não apenas um defeito em minha face,
É mais que uma linha expressão,
É um sentimento que percorre a minha pele,
E não me permite descansar o coração,
Respondia ela, em frente ao espelho,
Com a sensação de que tudo se perdia,
Feito as lágrimas que percorriam o rosto vermelho,
Vergonha, dor e sentimento de despeito,
Não saberia dizer se estas palavras estavam corretas,
Nem ao menos se o sentimento lhe era bem-vindo,
Mas, quando pensou em algo, não vislumbrou isso,
Uma amante erra ao rir no primeiro beijo,
Deve esperar mais tempo e muitas promessas depois disso,
Talvez, chego a pensar que nunca deva ter certeza,
Sentir segurança não condiz com amar a um homem,
Eles não sabem disso, eles não sentem,
E acreditam no que querem para fazer como lhe convier,
Foi dessa forma seu primeiro amor,
Queira Deus que não seja assim com o último,
Há de haver um ponto final a um coração que ama,
E que não seja com um fechar de olhos desconsolado,
Que nunca mais se abra ou possa ver o rosto amado,
Isso nos anima a tentar enganar,
Ao coração, a alma e a si mesma,
Ver-se alegre afasta um pouco a dor,
Pensar que foi bom e valeu a pena aplaina o distanciar,
Abre possibilidade de fingir que apenas foi bom
E que nunca precisou haver uma maquiagem a pintar uma boca,
Simplesmente para esconder tudo de ruim que ainda há,
Mas, talvez, ver-me triste lhe traga a consciência...
“Enquanto eu viver o bendirei”,
Mas seu nome eu levo em minhas mão,
Não por pouca coisa,
Apenas para lembrar de quem um dia feriu minha paixão,
A este não virarei a face nem a darei a ele,
Carícia no homem que fere, nunca mais,
Com lábios sôfregos a esconder a dor esta boca falará,
Dirá que não fez mal aquele que nunca foi capaz de amar,
De seus pontos fortes esta fala louvará,
A verdade, permanecerá escondida até ser descoberta,
Quando a noite cai eu não adormeço,
Penso em tudo que houve e busco um recomeço,
Se beijos são capazes de salvar eu não duvido,
Mas, da sua capacidade de ferir eu já aprendi muito,
Por quem um dia foi um sorriso em meu rosto,
Não perderei tempo em pensar o quanto fez doer agora,
Nas sombras do seu abraço eu já repousei um dia,
Hoje não resta muito de tudo que sonhei sozinha,
A minha alma se apega ao que houve,
E minha mão de suas carícias lembra bem,
Mas hoje é apenas para que eu não esqueça seu nome,
E que seu rosto não seja confundido com outro que eu possa
querer bem,
Aquele porém que me reconhecer será exaltado,
Se é que o amor ainda é esperado,
Que esta dor que eu sinto possa então ou antes ser
destruída,
Que cada lágrima percorra as marcas do meu rosto,
E se encaixem nas profundezas da terra,
Lá fazendo a sua morada, de onde não nas possa sentir,
Por outra dor dilacerante como esta eu não espero,
As mãos que um dia amaram hoje manuseiam espadas,
Eu não estaria aqui desta forma, se não fosse o que sinto,
Mas a boca de quem jurou em falso será tapada,
Meu bem, não diga eu a amo se não for capaz de amar.
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