- boa tarde, Karito.
Indaga Pedrito entrando
No bar.
Karito olha bem o casaco
De Pedrito e nota penas
De suas galinhas sobre ele.
As galinhas que ainda de manhã,
Sumiram,
E que foram buscadas
Por toda parte.
- Boa tarde, Pedrito,
Soube das minhas galinhas?
Karito indagou seguro,
Já no segundo litro de catuaba.
Pedrito sem modéstia,
Pega um copo e serve-se
Da catuaba de Karito.
- O que é isso Pedrito?
Não me leve a mal,
Estou bebendo minhas dores,
Não tenho dinheiro,
Prefiro que cada um
Pague sua bebida.
Falou Karito,
Seguro de que suas dívidas
Tomavam valor
E os produtos do qual sobrevivia
Decaiam o preço.
- que é isso vizinho,
Eu bebo da sua
Depois pago a minha
E bebemos no mesmo litro.
Respondeu Pedrito
Rindo,
Sem importa-se que sua chapa
Da boca estava deslocada.
- amigo, prefiro que não,
Sempre que isso acontece
Você marca na conta
Pra pagar depois
E o Seu Alceu me cobra
Porquê você não paga
E eu tava junto.
Disse Karito.
Pedrito pegou sua cadeira
Puxou para trás com força,
Levantando ela pro alto
E batendo no braço de Karito
Sem importa-se,
Levando junto,
Na outra mão o copo da bebida
Como disfarce.
Karito, estava embriagado,
Mas, não tanto.
Contudo, seu Alceu fez sinal
Que não houvesse briga ali,
Levantando a mão
E baixando em frente a Karito.
Nisto chega Juvêncio,
Um vizinho de ambos.
- e aí, Pedrito,
Mas galinhas boas
Aquelas que comemos
Ontem, heim?
Carne da melhor!
Ele falou,
Cumprimentando Pedrito
Com duas batidas
De mão aberta
Em seu ombro,
Seguro e feliz.
-Ora, Juvêncio,
Quando você quiser tem,
Você sabe que lá em casa
Comida não falta!
Respondeu,
Levantando-se
E abraçando o amigo.
- Olha Pedrito,
Se você diz isso porquê
Cada vez que some as galinhas
eu me importo,
Saiba que buscaram estás nos ninhos
Deixando os ovos no relento.
Agora, os pintinhos não irão nascer,
E as crianças gostavam
Dos bichinhos...
Respondeu Karito.
Depois referindo-se a Juvêncio:
- o senhor sabe
A gente que tem os bichinhos
Escolhe os favoritos
Pra manter a qualidade da espécie,
Você tem suas galinhas também.
Pedrito nunca riu mais.
- Juvêncio, tem galinhas?
Ele nunca comprou uma!
Ele odeia esses bichos,
Ele mesmo confidenciou
Que prefere não ter este tipo
De carne a comprar tais animais!
Hahaha.
Pedrito falou alegre,
E voltou a servir-se
Do litro de catuaba de Karito.
- como é que é Pedrito?
Vocês dois tem ido buscar
Sem pedir minhas galinhas
E ainda levam veneno
Pro meu quintal
Pra matar os cães que cuidam
Os ninhos?
Meus dois cães de guarda
Amanheceram caídos e
Salivando espuma?!
Karito irritou-se.
Levantou-se de sua cadeira
E pegou Pedrito pelo pescoço.
- ladrões,
Ladrões assassinos,
Quem tem coragem
De não comprar
E ir buscar sem pedir
É um assassino,
Minha família é pobre
Precisa dos bichinhos.
Por quê fazer isso?
Todavia, Pedrito
Não se apiedou
Ergueu a mão com ódio
E acertou um soco
Em cheio na cara de Karito,
Que caiu para trás
Batendo a cabeça
Contra a mesa do bar.
Sangue começou a jorrar
De sua cabeça,
Escorrendo pelos cabelos,
Ele, então, juntou uma cadeira,
Um tanto as cegas
E jogou com toda a força
Contra aquele que ria sem parar,
Ele não via direito,
Tinha sangue e suor
Escorrendo por sua testa
E olhos,
Então, acertou Alceu,
O dono do bar.
Alceu caiu sobre as garrafas
De bebida,
Uma garrafa quebrou-se
E cortou sua jugular.
Alceu jorrou metros de sangue
Pra cima,
Morreu tremendo.
Karito, juntou seu casaco
E foi embora.
Pedrito e Juvêncio continuaram
Bebendo até acabar o estoque
De bebidas.
Depois disso,
Karito colocou
Uma placa em frente
As suas terras
Escrito:
“ Vende-se.”