sexta-feira, 11 de julho de 2025

Caso: Assassinato da Balconista

Aos vinte e cinco anos
Não se espera a chuva fria
De julho
Quando se sai para o trabalho,
Na calada da noite,
Até altas madrugadas,
Meu trabalho?
Eu sou balconista.
Cheguei no bar,
Coloquei o uniforme,
Passei no banheiro
Lavar o rosto
Cujos maquiagem
Começava a escorrer,
Nesta altura,
Eu já estava quase cega.
Sequei o rosto,
Isto me animou para o trabalho
Que seguiria incansável
Até enquanto houvesse
Um único cliente,
Passei no bar,
Tirei o pó,
Revi todas as bebidas,
Olhei o cardápio de drinks.
- está noite promete!
Comentei com Aroldo.
Ele sorriu secando um copo
Que lavava na pia.
A chuva corria feito um sopro
Sobre o vidro da frente
Do bar.
Pequenas gotas escorriam
Formando uma espécie
De cuspo sobre o sopro,
Como se o ar frio
Lá de fora
Tivesse algo muito sério
A dizer.
Estremeci sob o avental.
Segui até a mesa do bar,
Passei um pano umedecido,
Retornei quando chegou
Nossos dois primeiros clientes,
Pediram uísque,
Bebida simples
Que aquece o corpo,
Foi servido.
Anotei na comanda
O pedido,
Deixei com eles
Para pagamento no caixa
Quando fossem se retirar.
Ambos sorriam simpáticos,
Após pediram dois sanduíches,
Eu os fiz com prazer,
Joguei os ovos na chapa,
Cortei o queijo,
Lavei a salada crespa,
Cortei fatias do nosso
Melhor presunto,
Com algo de calabresa,
Caprichei.
Eles adoraram,
Beberam muito mais,
Os servi,
Deixei tudo anotado.
A chuva não quis calar
O que quer que quisesse dizer,
Num sopro de vento
Empurrou as janelas
Batendo-as com força
Contra a parede
E sussurrou em pingos
Mais intensos.
Me aligeirei,
Fechei o vidro das janelas,
Eram quatro,
Uma ao lado da outra,
Deixei que a rua ficasse visível.
Ouvi os dois homens
Que chegaram na abertura
Do bar comentarem
Um com o outro
Sobre a vida de presidiário,
Não encontrei evidências
De que ambos fossem
Foragidos de algum presídio,
Ou ex-detentos,
Mas os ouvi comentando
Sobre uma grande fuga.
Fui até o balcão,
Fiz uma pesquisa na internet,
E descobri que houve
A dita fuga,
Ocorreu no estado do Paraná,
E não sabiam precisar
O número de foragidos,
Pois atearam fogo
Na sala de arquivos.
Sorri para ambos
Curiosa para obter informações,
Mas, Aroldo me impediu
De me aproximar tanto,
Se tratava de um bar,
E eu não poderia ser inconveniente
No meu local de trabalho.
Chegaram logo mais homens
Ao bar,
Reuniram-se uns dez,
Então, vieram quatro garotas,
Após risos altos,
Chegaram também quatro
Rapazes e sentaram-se
Com elas.
Bebidas a mesa,
Comanda ao lado,
Muitos sanduíches servidos,
Eu me cansei,
Sentei no banco
Próximo a pia,
E me coloquei a escrever
Em meu diário
Buscando passar o tempo.
Eu recolhi alguns
Guardanapos velhos
Que Aroldo queria jogar
No lixo,
E usei-os para diário.
Coloco observações,
Receitas, anotações
E o que mais vier em mente.
Aos poucos o frio uivou,
Havia algo de selvagem no ar,
Isto me causava estremecimento.
Era como se mais
Que os tais presidiários
Estivessem a solta,
Era algo de ruim,
Eu não soube o quê.
Na saída do último cliente,
Que tratou-se exatamente
Dos dois homens que chegaram
Na abertura,
Eu pedi carona para Aroldo,
Tive medo de ir até o ponto
De ônibus as escuras,
Em meio a névoa
E a chuva fria,
Aroldo chegou até seu carro,
E estava com três pneus
Furados.
Simplesmente, o carro
Estava no chão,
Era impossível andar,
Quando ele ligou
O painel apontou pouca gasolina,
Ele ficou estarrecido,
Parecia que foi roubado,
Tudo indicava que se tratava
De um ato de vandalismo.
Ele retornou ao bar irritado,
Na porta os dois homens
Sorriam um para o outro,
Eles estavam de carro.
Aroldo morava nos fundos,
Não corria risco,
Ao menos parecia.
Retornei, anotei no guardanapo,
O incidente irritante da noite.
Estas foram as últimas
Anotações de Aríete,
Depois disso,
Não se obteve novas notícias
Exatas a respeito dela.
A polícia recolheu cada
Um dos guardanapos,
Eles estavam unidos,
Em ordem de escrita,
Foi lida de palavra
A palavra
Tudo que ela escreveu,
Nada identificou
Se paradeiro ou o que
Houve com ela.
Um ano após,
A polícia desistiu de fazer buscas,
E arquivou o caso,
Retirou sua foto da rede social
Da página “procura-se”.
A família recolheu os guardanapos,
Em cada dia lê
E os relê para buscar evidências,
Qualquer pista que seja.
Apenas, quando Arilson
Estava sentado a mesa,
Tomando o café da manhã,
O jornal lhe chamou a atenção
De maneira particular,
Seu coração deu um salto,
E depois quis parar
Para sempre,
Ficou apertado,
E ele chorou
Vendo a página.
Um presidiário foragido
A um ano foi encontrado,
E estava de volta no presídio,
Ele tardou ser alcançado,
Pois fugiu para outro estado,
O estado de Santa Catarina.
De tão irritado
Que ficou por ser encontrado
Relatou no instante da prisão
“que, sequestrou uma garota,
Que ela era morena, alta
E simpática,
Juntou-se a Edivaldo,
Roubaram um carro
E a levaram até uma determinada altura da estrada,
Lá ele parou no acostamento,
Ele, Jean, passou para o banco
De trás e a estuprou,
Liberando toda a sua lascívia,
Depois disso,
Edivaldo se irritou
Com o choro dela
E reclamações de dor,
E a esfaqueou,
Então, se livraram do corpo,
Jogando para fora do carro
Onde quer que estivessem
Porquê não se importaram
Com o lugar,
Depois disso,
Ele cruzou os braços
E exigiu a prisão de Edivaldo,
Ele não entraria sozinho
De volta para a cela,
Pois havia fugido com ele
E se recusava a pagar
Sozinho condena.”
O policial riu na cara dele,
Passou algemas em seus pulsos
E o conduziu até a cela,
Lá enquanto outro abria
A porta feita de grades,
Ele retirou a algema
E o empurrou para dentro
Através de um chute
Na bunda.
Ao final da notícia,
Havia um fotografia do
Rosto dele,
Outra mais pequena de Edivaldo,
E uma observação
Sobre se alguém em entrou
Algum corpo nas mediações,
De onde, não saberiam dizer,
Mas, em caso de informações
Havia um número de telefone
Para que ligassem.

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