terça-feira, 8 de julho de 2025

Meu Patinho

Maldita é a porta,
Que fecha sem pedir,
Abre sem demora,
E deixa meu bem de fora.
Maldita é a porta
Que esconde o sorriso
Do lindo neném,
Me mantém aquecida,
Mas deixa ele lá fora.
Maldita é a porta
Que esconde o patinho,
Fecha contra aquele biquinho,
E se ela está ligeira
Tenta imprensar seu pescocinho.
Maldita é a porta,
Que não entende aquele biquinho
Que pede pra ficar
Nem que esteja todo sujinho.
Maldita é a porta
Que se fecha pra’quele patinho,
Sem saber que embora
Seja meu saco de merda,
É também meu bichinho.
Corre na primeira oportunidade,
Se coloca onde deseja,
Faz todo o cocô do mundo,
Mas ama meu colinho.
Oh maldita porta
Você não entende meu patinho
Se ele entra em casa
É pra ficar só um pouquinho
Dar uma volta
Vir no meu colo ganhar carinho
E no caminho deixar seu cocozinho.
Mas a porta bate forte,
Faz barulho no seu ouvidinho,
Assista meu lindo patinho,
Deixa ele lá fora
Sem ter meu abracinho,
Oh porta,
Por quê você faz assim
Com o menininho,
Não vê aqueles olhinhos,
E aquele biquinho que parece sorrir,
É só um cocozinho,
Vê se deixa o menino entrar
Sempre que quiser,
Assim eu fico mais feliz,
O que é um cocozinho
Quando se ganha tanto carinho?

segunda-feira, 7 de julho de 2025

Final: Amante do Próprio Esposo

- como eu lhe dizia...
Me preocupo com seu filho.
Ana falou para a sogra,
Enquanto tomava sorvete,
Na área da casa dela.
- Antônio, tem atitudes grosseiras,
Me chamou de desvairada,
Foi ameaçador.
Foi tudo que ela conseguiu falar,
A sogra a olhava séria,
Calada.
- eu fiz ele se casar,
Por causa disso,
Evitava me ajudar,
Se desviava do trabalho.
Foi tudo que ela disse.
Ana ficou estagnada,
Antônio não prestava?
Agora que ela casou-se,
Descobria tal fato,
Então, deveria por fim em tudo?
Tão cedo,
Sem tentar ter um filho
Ou buscar reaproximar-se?
- nosso casamento
Se baseia em brigar
E reaproximar-se,
Sinto medo
Dessa rotina se perpetuar.
Ela falou num sussurro,
Quase que para si própria.
Depois, pegou o carro
E tentou retornar para casa,
Ligou o rádio,
Pôs velocidade baixa
E contínua,
Antônio entrou numa encruzilhada
E empreitou o carro dele
Contra o dela.
Com força total,
Por um instante
Que não a mata.
- é o fim.
Ela gritou gesticulando.
- quem você pensa que é
Para fuxicar de mim
Para minha mãe?
Você é uma controladora.
Ele gritou.
Ela saiu do carro arrebentado,
E correu.
Foi até o vizinho,
Correu se esconder dentro
De sua casa.
Lá a esposa dele
Relatou que Antônio
Já tinha outra família,
E com a outra dois filhos.
- mas a casa onde moramos
Foi presente da minha família,
Como ele mora, também,
Em outro lugar,
Com outra pessoa...
Ela insistiu enquanto
Tomava uma xícara de chá
Calmante.
Não tardou,
Antônio apareceu por lá,
Com um revólver em mãos,
Atirando para o alto,
Em gritos e desassossegos.
- você não irá
Se livrar de mim
Ou eu te mato
E elimino sua família.
Ele gritou.
Ana se agachou no chão,
Continuou tomando o chá
E chorou,
Agora estava em risco,
E colocou em risco sua família.
- eu não tenho condições
De te sustentar Antônio.
Gritou única vez.
Antônio atirou para o céu
Três vezes,
- ou você volta
E controla sua raiva
Ou eu a mato,
Não haverá fim de casamento!
Ele disse.
Depois, cansou-se e saiu.

Matéria Escolar: Cocaína

Joel saiu no cair da noite,
Com direção ao país vizinho
Do Brasil,
A Argentina.
Preparou o carro,
Convidou um amigo
E seguiram viagem
Fingiram trazer alimentos
E outros objetos para venda.
Mas, não foi isto que ocorreu,
Chegaram lá e carregaram
O carro com cocaína,
Substituíram os pneus de câmeras,
Por outros sem,
Cujos quais, eram feitos
Da própria cocaína sólida
Enrustida em borracha.
O tanque de combustível
Também foi substituído,
Agora ele usava combustível a gás,
E no tanque pôs toda cocaína
Que pode.
- abençoado pó branco!
Joel disse,
Dando tapinhas na lataria
Do carro,
Enquanto se referia a Tiago.
- vamos nos dar bem,
Porém, vamos reformar a lataria.
Do início ao fim do carro,
Reconstruíram através da droga.
A droga era apreciada
No país todo,
A cidade estava ansiosa
Pelo produto,
Fariam bons lucros.
A partir dali,
Com o carro abarrotado,
Seguiram de volta.
No entanto, Raissa
Não gostou da ideia,
Quando viu seu filho
De quatorze anos
Pegá-la pela nuca,
E ameaça-la usando uma faca,
E colando ao seu pescoço
Para pedir-lhe outra vez dinheiro.
Não foi difícil descobrir
Com sua sobrinha,
Aonde o filho gastaria
E em quê.
A ansiedade do garoto
Foi enorme,
A coragem quase lhe custou
A vida.
Ela o trancou no quarto,
Escondeu as chaves
Para que Romildo não fosse pego
Usando droga por seu pai,
O esposo Jomilson o mataria.
Embora, sempre calmo,
Ele era um homem feroz
Pela saúde do filho,
E agora mais que sua saúde,
A vida da esposa e também dele
Estavam em risco.
O menino, apenas um garoto
Não reconhecia os fatores
Negativos aos quais estava exposto,
Crianças não conhecem a dor da perda,
A dor da morte é para os mais velhos,
Nenhum pai merece perder
O filho,
Não desta maneira tão prematura
E definitiva.
Ao meio dia foi até o quarto,
Bateu na porta para ver
Se o garoto queria almoçar,
Raissa levou um prato cheio
Para ele se alimentar,
Mas, ele não respondeu,
Na ausência de resposta,
Raissa abriu a porta
E percebeu que ele fugiu,
Pulou a janela de sete metros.
- meu Deus.
Ela disse.
Soltando o prato no soalho,
Levando a mão ao peito.
- o que é esta tal cocaína
Que nos toma um filho deste jeito?
Ela falou em voz alta.
Indo até o colégio do menino,
Soube que Romildo
Levava droga escondido
Na mochila,
Faltava as aulas,
E as dividia com amigos
Para usarem no pátio da escola.
Lá, ela soube que o professor
De matemática vendia,
Cobrava pouco
E não exigia comparecimento
As aulas.
Indignada, ela correu para a cozinha,
Pegou uma faca de carne,
Entrou na sala onde estava
O professor,
O retirou da carteira onde estava sentado,
E o esfaqueou.
Em frente a todos os alunos.
- vocês são crianças,
Não mereciam ver isto,
E seus pais menos mereciam
Saber que vocês se drogam.
Ela falou histérica.
Enrolando a língua de medo,
Buscando pelo filho
Que não estava lá.
- se vocês relatarem,
Eu conto aos pais
De cada um sobre
O que vocês usam,
Para se divertir.
Ela falou arfante,
Cuspindo as palavras,
Depois correu para fora,
Olhando nas margens
Do colégio,
Encontrou o filho e mais
Nove amigos deitados no gramado,
Aspirando pó branco
De sobre um papel branco.
- maldito, assassino!
Ela gritou.
Levou ambas as mãos
Para a frente e correu para ele.
O pegou pelo pescoço,
Jogou para o lado,
E chutou seu corpo,
Então, retirou seu tamanco,
E bateu nele por muito tempo.
- vamos embora Romildo.
Gritou.
Viu ali entre os garotos,
O filho do prefeito,
Do delegado e de outros
Políticos e cargos importantes
Da cidade.
Quando ela ameaçou
Ir para cima dos garotos
Com o tamanco em mãos,
Eles correram.
Pularam o portão alto
Do colégio e fugiram.
Raissa ficou muito irritada,
Foi até a casa de Joel,
Jogou combustível ao redor
E ateou fogo na propriedade,
Havia sua mãe dentro,
Uma senhora idosa
De setenta anos,
Ela não se importou.
Iria mata-lo,
Não iria ficar passiva
Ao ver o filho morrer
E junto dele,
Outras crianças indefesas.
Joel voltou com seu carro
A tempo de ver o fogo
Se alastrar,
Alcançou apenas as chamas altas,
Não ouviu os gritos
De socorro de sua mãe.
Nem mesmo ouviu os de Raissa
Naquele colégio,
No instante em que viu o filho
Jogado no chão
Feito um mendigo a usar pó.

domingo, 6 de julho de 2025

Império da Narcóticos

Jorge era padrinho
Do casamento do melhor amigo,
Era um sonho comum
A realização do ato,
E não poderia ter sido mais lindo.
A celebração ocorreu
Numa chácara em terra distante,
Lá haviam cabanas
Onde os convidados dormiriam,
Um padre a deriva para o ato,
E flores,
Muitas flores.
Árvores circundavam a estrada
Com seus troncos repletos
De orquídeas variadas
Do início até o alto.
Lindas roseiras se espalhavam
Pela grama cortada,
Bancos de madeira
Com grandes mesas
Estavam espalhados pelo local,
Uma mesa central guardava
O bolo enorme,
Bombons e outros doces,
Uma ao lado mantinha-se
Com bebidas variadas.
A celebração ocorreu a noite,
Com luzes de velas,
E de postes artificiais,
Célia estava vestida de verde,
Amaro vestiu um terno rosa e preto.
Jorge esperou até o brinde,
Pegou um pedaço do bolo
Que foi oferecido
E se dirigiu para a cabana três
Onde passaria a noite.
Transcorrida a noite,
No outro dia não viu o casal,
Estranhou o fato,
Mas ficou calada,
Todo o bife foi servido normalmente,
Porém, passaram-se três dias
E o casal não apareceu.
No quarto dia,
Todos os convidados se despediram,
E deixaram suas cabanas,
Jorge procurou os pais de Amaro,
Encontrando-os indagou:
- eu não vi Amaro
Depois da celebração...
Houve algo errado?
Diogo deu um passo
Para trás,
Engoliu em seco e respondeu:
- me preocupo com este fato.
- não seria ofensivo
Se entrássemos na cabana
Deles e o procurássemos?
Pediu Jorge intransigente.
Não passava muito tempo
Sem ver Amaro,
Eram amigos de infância,
Quando escolheram onde morar,
Compraram teremos vizinhos,
Quando estavam indecisos
Entre um carro ou uma moto,
Foram juntos a concessionaria
Escolher o modelo, cor e etc.
Agora Jorge era padrinho
De casamento de Amaro,
Tinham idades parecidas,
Ele sentia falta do amigo.
- vamos Jorge,
Você é um filho para eu,
Também quero ver meu filho Amaro.
Chegando lá,
Amaro bateu três vezes
Na porta de madeira
Que não se abriu,
Pediu resposta
E não houve nenhuma.
- eu vou buscar a chave.
Disse Diogo.
- deixe comigo!
Respondeu Jorge
E se empenhou contra a porta
Com um salto e a derrubou.
Encontrou Amaro
Deitado de camisa rosa aberta
Ao lado de Rosangela,
O rosto esculpido de branco,
Os olhos abertos e vítreos.
O vestido de Rosangela
Ensopado de suor,
E uma cobertura branca
Sobre ele,
Ela estava com os seios
A mostra,
Olhos fechados.
Jorge correu para Amaro,
O pegou pelos ombros
E chacoalhou,
Não obteve resposta,
O amigo estava duro
E imóvel, não tinha pulsação.
Então, Diogo pegou Rosangela
Pelos ombros e chacoalhou,
Desferiu-lhe tapas contra o rosto:
- acorde,
Acorde,
O que houve?
Ela também estava gelada.
- Por Deus, Diogo,
Eles morreram de overdose?
Jorge gritou assustado,
Levou as mãos nas orelhas,
Como se não quisesse ouvir,
Sentou no chão desesperado,
De costas para o amigo morto:
- me recuso a ver!
Ele gritou
E esmurrou o chão.
Diogo o abraçou
No rosto,
Apertando o rosto de Jorge
Contra o seu e chorou:
- meu filho,
Meu filho morreu.
A droga,
A maldita droga o matou.
Havia um saco transparente
Ao lado de Amaro,
Ele estava rasgado
E continha pó branco.
Jorge se empertinhou,
E buscou nos bolsos
De Amaro por respostas,
Qualquer coisa que o ajudasse,
Queria aplacar a dor,
Queria descobrir o que houve.
Encontrou uma pistola,
Ambos não andavam desarmados,
Não soaria estranho pensar
Que Amaro se casou com
Uma arma na cintura,
Jorge também fez o mesmo.
Sacando a arma do amigo,
Jorge se levantou,
Foi até a saída,
Subiu na porta caída
E a beijou contra a luz do dia.
- eu irei vinga-lo.
Eu vi farei sua morte, Amaro.
Então, saiu desesperado.
Pegou o carro e dirigiu até
O beco de um bairro distante
Onde ouviu boatos de que
Existia droga em abundância.
Chegando lá,
Invadiu a tiros,
Não era esperado,
Matou dez naquela casa,
Quatro crianças, duas mulheres
E homens.
Lá havia um papel
Colado na parede
Que constava nomes
E quantidades de droga
Que possuíam,
Então, tinha, acima de todos
O chefe da narcóticos.
Um bilionário do ramo têxtil,
Um sujeito que ninguém
Diria que tinha envolvimento
Neste ramo clandestino,
Chefe internacional da narcóticos,
Líder de vendas.
Jorge pegou o telefone
Do vendedor de seu estado,
Este que acabou de matar,
Raspou o cabelo,
Desferiu um golpe com a arma
Contra o rosto,
Criou um ferimento
Onde o chefe tinha uma cicatriz
E agendou encontro
Para receber a droga.
Informou ter vendido tudo,
O chefe internacional
Chegaria no mesmo dia
De helicóptero branco.
Quatro horas após a ligação,
Jorge ouviu o barulho do helicóptero
Chegando,
Empunhou as duas armas,
Uma em cada mão,
Antes que a hélice parasse
De se mover ele começou a atirar.
O homem robusto e forte
Que chegava
Não teve tempo de retornar,
Caiu perfurado por mais
De cinquenta tiros
Entre o rosto, membros
E o corpo.
Ele caiu de joelhos,
Com um pacote de pó
Branco em saco transparente
Em cada mão,
O pó voou para o céu,
E o homem ajoelhou-se no chão.
Jorge também se ajoelhou
Chorando.
Depois reuniu sua força,
Se aproximou do grande
Chefe da narcóticos,
Ele era o presidente do país
Vizinho ao Brasil.
Juntou o corpo do homem
Já sem vida
E desferiu ponta pés
E golpes com as mãos fechadas
Contra ele,
Então, reuniu gasolina
Do próprio carro,
E pôs fogo no homem
E nos outros seis capangas
Que chegaram com ele.
Amaro estava morto,
Nada o traria de volta,
Porém, Josué o chefe
Da narcóticos
Partia com ele
E não levava outros.
Adentrando na residência
De onde fez a emboscada
Contra Josué,
Encontrou uma mansão
Sem fim,
Com cinquenta cômodos,
Ao final dela,
Encontrou uma porta
Com alçapão,
Puxando-a
Se deparou com milhões
De corpos abandonados,
Haviam ali apenas os ossos.
Deveria ser este, então,
O famoso homem
Que se apresentava como
Sendo tão bom sujeito,
Oferecia trabalho,
Viciava a pessoa
E não a pagava,
Nem lhe permitia retornar
Para suas casas.
Então, o enorme império
Foi construído sobre drogas
E sujeitos escravizados viciados,
Que perdiam sua razão,
E meios de retornar a uma vida normal?
Jorge estremeceu de medo,
Há três meses ele entrou
Neste vício de usar droga,
Recebeu o convite de Amaro,
E não rejeitou,
Ele trabalhava com vendas
De carros,
Ao lado do amigo,
Então, era isto?
Eles estavam sendo enganados,
E o dono da concessionária
Era este que ele acabou de matar?
E que, anteriormente, matou Amaro
No dia de seu casamento?
Porém, o corpo de Amaro
Não foi removido para
Até este alçapão,
Ele não pertencia a está coleção,
Ele encaixava-se a outra espécie
De descarte.
De que se tratava todo este
Ramo de narcóticos?
Jorge não quis descobrir mais,
Ou não soube como,
Simplesmente, fugiu.
Foi até o velório,
Chegou a tempo de jogar
Um último maço de terra
Sobre o caixão do amigo,
Que não retornaria,
Jogou uma flor para Rosangela.
Rosangela, em que trabalhava?
Ele apenas sabia
Que ela desenhava nas horas
Vagas coisas que ela definia vestidos,
Ele nunca entendeu os desenhos
Mas Amaro os admirava.

O Amor Quando Inflama

Janaina iniciou faculdade,
Conheceu Romiro no bar,
Ele jogava sinuca,
Ela frequentava o lugar
Nas horas vagas.
Janaina dividia apartamento
Com uma amiga,
Mas, para ficar mais barato,
E assim, custear os gastos,
Iniciado o namoro com Romiro,
Soube que ele tinha apartamento
Próximo ao bairro da faculdade,
Para ir passar uns dias com ele
Foi decisão simples,
Pra sair lhe custou um pouco.
Romiro se enciumou
Com suas amizades,
Na primeira semana
Escondeu algumas roupas,
Contudo, já não segunda
Houve o que ela jamais
Imaginaria...
Na saída do banheiro,
Enquanto ela estava de toalha,
Molhada e indo para o quarto
Para pôr a roupa.
Ele surgiu
Num vulto,
A pegou pelos cabelos,
E lhe deu três socos
Contra o rosto,
Janaina gritou,
Olhou para Romiro,
Não o reconheceu,
Sentiu medo.
Ele estava com os olhos
Esbugalhados e vermelhos,
Enrolou os cabelos dela
Contra seus dedos
E a puxou até a sacada,
Lá puxou sua toalha:
- aqui esta está vaca!
Então, a empurrou contra
A murada de vidro,
E lhe deu outro golpe
Contra a coluna
A derrubando nua no chão.
Depois disso,
Ele foi até a churrasqueira
Onde assava carne,
Pegou uma madeira
Que queimava em fogo,
E veio para sua direção:
- eu sei,
Você acha que eu
Não te mereço!
Romiro gritou,
Enquanto Janice estava
Ajoelhada com as mãos
No azulejo da varanda,
Olhando o chão e cuspindo
De dor.
Não notou o que Romiro fez
Até que ele encostou
A madeira em brasa e fogo
Contra seu ombro
A fazendo se retorcer dor,
O cabelo de Janice
Ficou em chamas,
Seu rosto começou a foguear.
Ela gritou,
Levou uma mão até
O cabelo e o apagou,
Depois se rolou contra o vidro
Da murada
Tentando ficar calma
E se livrar das chamas.
- Romiro, por favor,
Você está deformando
Meu corpo!
Ela gritou.
- maldita!
Romiro disse,
E levou a madeira,
Agora em brasa
Contra o rosto dela.
Empurrando até o chão.
Janice chorou,
O empurrou com os braços,
Tentou chuta-lo
Para se afastar,
O fogo ardia dentro da pele,
Cicatrizava seu rosto
Para sempre.
Num golpe,
Conseguiu jogar
As duas pernas contra o braço
Dele que segurava a madeira,
Quando a madeira
Caiu longe
Próximo a churrasqueira
E Romiro se virou para buscá-la,
Janice conseguiu fugir,
Nua para o quarto.
Trancou a porta.
Ramiro logo chegou.
- abra a maldita porta!
Ela não se moveu.
Se enrolou no cobertor,
Escondeu o corpo
E o rosto que ardiam.
Romiro sentiu ódio.
Puxou o sofá para a frente
Da porta,
Buscou mais madeira
Com fogo e fez a labareda
Sem pensar no que haveria,
O sofá ficou em chamas,
E as chamas se estenderam
Para a porta,
Depois para dentro do quarto,
Tudo foi muito rápido,
Janice não teve tempo
Para fugir,
Romiro sim.

Entre o Amor: a dor

- já falei pra você
Parar de reclamar!
Jonas gritou entre dentes,
Pegando Janice pelos
Cabelos loiros,
Quando ela saia do quarto
E passava em frente a mesa
Da cozinha onde Jonas estava,
Em pé a espera-la.
Ele puxou uma faca
No mesmo instante
De trás de suas costas
E encostou no pescoço
De Janice.
Ela arregalou os olhos,
Fechou a boca,
Cerou os lábios
Feito uma criança
Fazendo uma promessa.
Ele levou a faca
Até sua boca
E a fez beijar.
- vou matar você
Sua vaca!
Jonas continuou
Em sussurros ao seu ouvido,
Puxando seus cabelos
Para trás,
Então, a soltou.
Janice tropeçou no azulejo
Em falso da cozinha,
E andou para frente,
Depois levou um soco
Contra suas costas
Das duas mais unidas
De Jonas e o cabo da faca
Entre o meio.
-arg.
Ela gritou,
Ele levou a faca
Por seu quadril,
E subiu até seu braço,
Cortando sua pele
Até sair sangue.
Janice se jogou
Contra o chão,
E rolou na tentativa
De encontrar a porta,
De costas para o chão,
Seu corpo parou de rolar
Quando Jonas levou
O pé contra sua barriga,
Fazendo-a esmorecer de dor.
Depois disso,
Ele se agachou
E soqueou ela nos lábios,
Que se cortaram
E jorraram sangue.
- você quer me proibir
De sair?
Jonas gritou,
E levou a mão com toda
Força contra o rosto de Janice,
Batendo em sua cara
Com a frente da mão
E o lado,
Indo e voltando.
- você acha que pode
Meeee controlaaar?
Ele gritou.
Pegando ela pelo pescoço.
Janice chorou feito criança.
- por favor,
Eu prometo,
Por favor...
Ela balbuciou.
Jonas encostou a ponta
Da faca na barriga
De Janice.
- eu atoro você sua puta!
Ele falou entre dentes,
A raiva voando contra a cara
De Janice.
- por favor, Jonas,
Por fa...
Jonas levou outra vez
A mão espalmada
Contra o rosto de Janice
Deixando-a desmaiada
Sobre o azulejo da sala,
Então, saiu para fora
De casa.

Mão Armada

Denir sentiu um chute
Entre as costelas
E cambaleou de dor,
Enquanto uma mão,
Dura feito o aço,
O manteve ereto
Tateando por sua roupa.
Num ímpeto de medo,
Ele não soube
O que a mão gélida queria,
Tentou olhar para trás,
Ver quem era a pessoa,
Porém, levou um golpe
Contra as costas.
Se retorceu de dor,
Cuspiu longe algo,
Que poderia até mesmo
Ser um dente,
A dor tomou conta
De seu corpo .
Depois disso,
Um braço de ferro
Atingiu seu ombro
Com força aterradora,
Deixando Denir de joelhos.
Ele se jogou contra
A calçada,
Se levantou com um salto,
E virou-se rapidamente
Para se defender,
Levando um braço ereto
Para a frente
Buscando reprimir o golpe
E o outro deixou
Pronto para o ataque.
Levou outro golpe
De alguém
Que estava ao seu lado
Sobre a cabeça,
Era forte demais,
Quem quer que fosse,
Estava preparado
E não iria desistir de feri-lo.
- o que você quer?
Ele gritou entre cuspos.
Um revólver encostou
Em sua cintura,
Colou sobre sua roupa
E fez click,
O estalo sinalizou
Que o gatilho foi puxado,
Nada informou
Quando foi solto
E o tiro cortou fora a fora
O corpo de Denir
Que gritou ao ser rasgado
Por uma bala.
Foi um movimento errado,
Um passo em falso
Ter se localizado ali
Onde estava,
Não soube o motivo
Mas acarretaria sua morte.
- o que você quer?
Ele gritou de novo.
Um homem magro
Saltou na sua frente,
Rápido a ponto
De não ser reconhecido,
Antes de seu corpo
Repousar no chão
Ele levou um chute
Contra a barriga de Denir
Que arfou.
- me dá seu dinheiro!
Disse o homem.
Então, sua mão percorreu
A roupa de Denir
Encontrou sua carteira
No bolso da calça,
A removeu sem aviso,
Denir projetou seu pé
Para o alto
E conseguiu chutar o revólver
Para longe,
Mas a dor o impediu
De ser mais rápido.
E o rapaz magro,
A passos largos
Cruzou sua frente,
Sacou a arma da calçada,
Virou o braço contra o rosto
De Denir e atirou sem virar-se.
Desferiu três tiros,
No quarto tiro virou-se
E o encarou nos olhos,
Denir que estava agachado
Com uma mão na calçada
E a outra contra as balas,
O olhou com medo,
Conseguiu olhar dentro
Dos olhos daquele que não
Sentia medo
Ou vontade de parar.
O homem veio contra ele
Com três passadas
Levantou o pé com toda força
E atingiu Denir no queixo,
Fez saltar sangue,
Depois com uma joelhada
Acertou seu peito,
Então, baixou a arma,
Com a mão dobrada o atingiu,
Desta vez,
Gastou seus últimos dois tiros.
O corpo de Denir
Se moveu de um lado
Para o outro de dor
E medo,
Sangue voou por sua camiseta,
Depois, ele caiu sobre a calçada,
Imóvel.
O homem pegou sua carteira,
Com prazer e segurança,
A colocou no bolso e saiu
Por trás do prédio de esquina
Onde houve o incidente fatal.
Denir tinha uma carteira grossa,
Do tipo barata,
Com pouco dinheiro,
Mas, lhe custou a vida.

Te Amo Pra Sempre

Pelos céus da meia noite, Não é cedo, Nem parece tarde, Até vislumbro um céu azul, Baby, prefiro dizer Que vejo você, De v...