terça-feira, 11 de julho de 2017

Para Nunca Mais Voltar

Com a simplicidade de uma carta,
Mil vezes amassada,
Outras milhares de vezes relida,
Decidiu encerrar o namoro,
Sem nem ao menos enfrentar meu choro,

Usou de uma caligrafia linda,
Como se fosse ensaiada,
Para esconder por trás da letra aveludada,
O veneno de uma espécie de espada,

Que em pequenas doses,
Camufladas em cada palavra,
Me feria com tal intensidade,
Que cortava do peito a alma,

Não aceitei o triste fim,
E decidi lutar por algo que tinha tanto valor para mim,
Vesti meu melhor vestido,
E como adorno: o colar de pérolas que havia me presenteado,
E parti ao seu encontro,

Tão logo o avistei, lhe pedi explicação,
Mas em seus olhos encontrei, um frio que partia o coração,
Em prantos, apenas indaguei o motivo de me ferir tanto,
Pois nos passos que dei ao construir meu caminho,
Nunca escolhi ferir como preço do meu êxito,

Com ódio nos olhos e jeito de quem era superior,
Se aproximou com feitio ameaçador,
E com os dedos arrancou o meu colar,
Fazendo as pérolas caírem ao solo,
Como as lágrimas que rolavam dos meus olhos,
E com um passo para trás,
Escolhi partir para nunca mais voltar.

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