E não precisaria mais que isso,
Porém, ali recostada em seu peito,
Segura em seu abraço,
Foi retirada dos seus sonhos,
Ou jogada neles de uma vez por todas,
Ao ouvi-lo pronunciar em um sussurro:
- Eu te amo, docemente em seus ouvidos,
- Eu também o amo,
Foi tudo que conseguiu pronunciar,
O olhar ainda fixo em seus meigos olhos,
E a respiração entrecortada,
Sonhara tanto em estar naquele abraço,
E agora que ali se encontrava
Não sabia o que falar ou fazer,
Sentia-se trêmula, e estranhamente segura,
Ele lhe murmurou algo que não conseguiu decifrar,
Mas parecia pouco sensato lhe pedir para repetir,
- Eu o amo, sussurrou ela,
- Está me pedindo para ficar?
Ele respondeu a encará-la,
Incerta, sua voz calou-se na garganta,
Por Deus, será que ele estava desistindo?
Afinal, não bastava tê-la em seus braços?
Mil perguntas lhe vinham a cabeça,
Porém, nenhuma parecia apropriada,
Então, contentou-se em sentir o calor do seu corpo,
Seu cheiro que invadia a alma...
Como se soubesse o domínio que exercia sobre ela,
Ele sorriu de forma convicta,
- Para te provar que você pode se sentir segura,
Vou privar-me do beijo de despedida.
Ele respondeu com um sorriso enigmático
Seguro do poder que exercia,
Sem entender se deveria entrar naquele jogo,
Ou tentar esquivar-se da delícia que era seu corpo,
Ela arriscou um último olhar,
Aproveitando o calor que invadia sua pele,
E lhe percorria todo o seu ser,
Ouvindo o palpitar do seu coração,
Decidiu escolher a primeira opção,
É claro que jamais admitiria
Que a proximidade dos seus lábios estava a influenciá-la,
- Não foi o que eu quis dizer,
Foi tudo que conseguiu balbuciar,
Vez que sua proximidade, seu toque,
Nada lhe era favorável,
Pois já não sabia se conseguiria
Ou se, de fato, gostaria de resistir ao seu charme,
- Estou começando a acreditar que gosta de mim,
Ele respondeu em um tom grave e rouco,
Ela já sabia que não teria resposta,
Então, entregou-se ao prazer que era a sua boca,
Em um beijo suave e exigente,
Com gosto, talvez, do para sempre?