sábado, 31 de outubro de 2020

Seu Abraço

Um segundo em seus braços,

E não precisaria mais que isso,

Porém, ali recostada em seu peito,

Segura em seu abraço,


Foi retirada dos seus sonhos,

Ou jogada neles de uma vez por todas,

Ao ouvi-lo pronunciar em um sussurro:

- Eu te amo, docemente em seus ouvidos,


- Eu também o amo,

Foi tudo que conseguiu pronunciar,

O olhar ainda fixo em seus meigos olhos,

E a respiração entrecortada,


Sonhara tanto em estar naquele abraço,

E agora que ali se encontrava

Não sabia o que falar ou fazer,

Sentia-se trêmula, e estranhamente segura,


Ele lhe murmurou algo que não conseguiu decifrar,

Mas parecia pouco sensato lhe pedir para repetir,

- Eu o amo, sussurrou ela,

- Está me pedindo para ficar?


Ele respondeu a encará-la,

Incerta, sua voz calou-se na garganta,

Por Deus, será que ele estava desistindo?

Afinal, não bastava tê-la em seus braços?


Mil perguntas lhe vinham a cabeça,

Porém, nenhuma parecia apropriada,

Então, contentou-se em sentir o calor do seu corpo,

Seu cheiro que invadia a alma...


Como se soubesse o domínio que exercia sobre ela,

Ele sorriu de forma convicta,

- Para te provar que você pode se sentir segura,

Vou privar-me do beijo de despedida.


Ele respondeu com um sorriso enigmático

Seguro do poder que exercia,

Sem entender se deveria entrar naquele jogo,

Ou tentar esquivar-se da delícia que era seu corpo,


Ela arriscou um último olhar,

Aproveitando o calor que invadia sua pele,

E lhe percorria todo o seu ser,

Ouvindo o palpitar do seu coração,


Decidiu escolher a primeira opção,

É claro que jamais admitiria

Que a proximidade dos seus lábios estava a influenciá-la,

- Não foi o que eu quis dizer,


Foi tudo que conseguiu balbuciar,

Vez que sua proximidade, seu toque,

Nada lhe era favorável,

Pois já não sabia se conseguiria


Ou se, de fato, gostaria de resistir ao seu charme,

- Estou começando a acreditar que gosta de mim,

Ele respondeu em um tom grave e rouco,

Ela já sabia que não teria resposta,


Então, entregou-se ao prazer que era a sua boca,

Em um beijo suave e exigente,

Com gosto, talvez, do para sempre?

Ânsia por seu Beijo

 

Eis que naquele instante

Tudo pareceu fugir do controle,

Com um olhar de soslaio,

Encontrou aqueles doces olhos,


E, em seu íntimo, teve a certeza,

Jamais poderia desviar,

Ele viera atrás dela,

Quando nenhum outro o fizera,


Naquele momento, outro alguém esbarrou em braço,

Pegando-a desprevenida, de forma abrupta,

Fazendo-a desequilibrar-se,

Teria ela ido ao chão e lá permanecido,


Não fosse outras mãos fortes e macias que a seguraram,

Tremula pelo toque, ela ergueu o olhar

Até poder encontrar o rosto dele,

Porém, o que encontrou a deixou trêmula, insegura,


Seu semblante era carregado,

Seu sorriso era cruel,

Com um gesto decidido ele afastou o outro rapaz,

Não permitiria que ninguém a ferisse,


Com um grunhido cruel ele afastou-a do outrem,

Virando-a para si, e a envolvendo em seus braços fortes,

- O senhor está bem?

Perguntou ela, afastando-se do seu peito para olhá-lo,


Naquele instante as palavras lhe falharam,

Ele apenas desejava que ela parasse de se retorcer junto ao seu corpo,

- Obrigada, conseguiu dizer ela ofegante,

Um sorriso calmo surgiu nos olhos dele,


Sem conseguir resistir, ela apoiou-se ainda mais em seu peito,

Primeiro com uma das mãos,

Ao primeiro toque já havia se juntado o segundo,

Fazendo-a perceber que havia perdido o controle,


- O que acharia se eu te desse um beijo?

Sugeriu ele, ofegante em seu ouvido,

Ela não conseguia responder aos seus calorosos olhos azulados,

- Ninguém é dono do meu coração,


Foi tudo que conseguiu dizer então,

Ele se endireitou, apertando-a com mãos macias,

- Já aceitei este desafio.

Um leve sorriso curvou sua boca sensual,


Os olhos cintilantes de prazer ou talvez algo além?

- A senhorita gosta de discutir ou é só comigo?

- Não estou entendendo, revidou

Sem conseguir encará-lo direito,


Pois ele era, de longe, o homem mais lindo que já havia contemplado,

E convenhamos, que toda aquela proximidade não lhe era favorável,

Suas forças esvaiam-se do seu corpo,

Sorte a dela poder encontra-se abrigada junto a ele,


Por um momento, ela acreditou que ele fosse beija-la,

E, por Deus, era tudo que ela mais desejava,

Ao invés disso ele a afastou,

Sem nenhum esforço,


Confusão foi a palavra que a definiu naquela hora,

Interrompida por um inesperado desejo pelo toque,

O carinho, do homem que jurou jamais amar,

Necessidade, era o que a definiria,


No entanto, mesmo demonstrando certa frieza

Com relação a ela, com aqueles movimentos calculados,

Por Deus: como ele a atraia!

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Sorte

 


Aquele amor parecia proibido,

Mas, talvez, quisesse Deus enganar o destino,

E quem é que se oporia aquele olhar estonteante?

E aquele sorriso que ecoava no ambiente,


Fazia sobressaltar qualquer coração,

Mesmo que o mais imponente gelo o cobrisse,

Porém, nada daquilo parecia certo,

Ela precisava de um tempo para refletir,


Ficar sozinha, pensar, talvez permitir-se sentir?

Com um dar de ombros,

Sentiu algo quente percorrer seu rosto,

Sorte sua conseguir desviar o olhar,


Pois uma lágrima quente emergiu de sua alma,

Seria seu coração derretendo sua armadura?

Santo Deus, e agora: como resistiria?

Sentia-se fraca, tola, talvez, poderia ousar dizer: apaixonada?


Ele levantou o rosto e tentou se aproximar,

Mesmo sem vê-lo, podia sentir seu olhar,

Munindo-se de todas as suas forças,

Ela voltou-se e por um breve instante


Seus olhares se cruzaram,

Em seu íntimo ela jurou a si mesma:

Não se apaixonaria!

Por mais belo, gentil ou amoroso que parecesse ser,


Como ele poderia conter tantos sonhos em um mero olhar?

Por mais que os seus beijos pudessem ser provocantes,

Afinal, assim ela imaginava,

Uma certeza ela tinha: o sofrimento a esperava na esquina,


Assim que ela se permitisse repousar em seu ombro,

Sentir-se protegida, confiante, amada,

Só então, aqueles braços fortes a soltariam,

Era assim em todas as histórias que conhecia,


Por que agora seria diferente?

Respirando fundo, ela virou-se na direção oposta,

Com passadas largas ele a deteve,

Segurando sua mão com um toque suave,


Ignorando seus pensamentos ela se virou surpresa,

E, agora, frente a frente como poderia evitar,

Aliás seria possível fugir dali?

E se o fosse, será que ela teria forças para fazê-lo?


Com uma única palavra ela sabia que o reprimiria,

Mas como poderia conter seu desejo?

Por Deus: precisava parar, mas será que queria?

Então, dando voz a vazão de sentimentos que a tomava


Pôs-se na ponta dos pés,

E o beijou como nunca acreditou ser capaz,

E com os olhos fechados,

Apenas cruzou os dedos para dar sorte.

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Beijo Apaixonado

 


Em um instante inesperado

Ele beijou suavemente seus lábios,

Ela, então, fechou seus olhos,

Era o que parecia certo


Fazer naquele momento,

Porém, em seu peito um nome palpitava

Insistente, tímido e, talvez, apaixonado?

Com uma mão em seu peito


Ela o afastou, um pouco sem jeito,

Não, por favor: não aceito!

Peço, por favor, que se afaste,

Não aceito sua permanência ao meu lado.


Desejoso, ele saiu

E as horas se arrastaram no relógio que batia na parede,

De repente, alguém bate a porta,

- Oh, por Deus: entre,


- Bom dia linda amada,

Disse aquele alguém que ela tão bem conhecia,

- Bom dia, que imenso prazer ter sua companhia,

Com um sorriso que coloria dos lábios aos olhos,


Ela se pôs em pé a espera-lo,

Ele caminhou com um sorriso seguro,

Tocou sua mão delicada e levou-a aos lábios

Em um doce beijo que apenas aos apaixonados é permitido,


Em seguida a repousou em seu peito,

Para que pudesse ouvir as batidas do seu coração,

Antes mesmo que pudesse falar algo,

Ele reclinou levemente a cabeça,


Deslizando sua mão da sua orelha até seu queixo,

E repousou seus lábios nos dela,

Abrindo-os com a língua, apenas o suficiente

Para que pudesse absorver com toda alma seu beijo,


Após isso, se afastou,

Ela lhe sorriu seu melhor sorriso,

Aquele mesmo que entrega a alma,

- Tenho que lhe contar algo,


- Sim, diga, estou a ouvidos.

- Há alguns instantes atrás entrou outro homem neste ressinto,

- Como pode? E ele lhe fez algo?

Diga-me, bem sabes o quanto a amo!


- Bom, ele beijou-me, mas lhe juro:

Não o retribui de nenhum modo.

Ele serrou os punhos,

Seus olhos pareciam aço,


Feito duas balas previamente direcionadas,

Seu corpo inteiro parecia mecanizado,

Ela baixou os olhos, sentiu medo de perde-lo

Bem sabia que não convinha contrariá-lo,


Naquele pequeno instante percebeu o quanto o amava

Então, com toda a coragem e amor que sentia,

Levantou os olhos para fita-lo

Mesmo que fosse por uma última vez,


Tocou levemente seu rosto,

Com um carinho incontido,

Desenhando o contorno dos seus lábios,

- Bom dia meu amor, sussurrou de novo.


Ele sorriu de modo afetado,

- A senhorita já disse isso,

- Já? Perdão havia me esquecido,

- Então, também, talvez você tenha esquecido


Do adocicado sabor do nosso beijo,

Acho que é a hora perfeita para recordá-la.

Então ele a envolveu em seus braços de aço,

E a beijou de modo delicado,

Como quem absorve todos os seus medos,

E preenche seus vazios de sonhos.

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Breve, Macio e Suave

 


Não sei se poderia chamar a isto destino,

Mas uma voz lhe chamou a atenção a alguns passos,

Com duas passadas largas ele se pôs a sua frente,

Encontrando seu olhar, usando, ainda, seu tom grave,


Ali ela permaneceu, a contempla-lo,

O calor dos seus olhos e o sorriso que iluminava seu rosto

A deixou tonta, sem resposta, sem ação,

Sentiu o ar lhe faltar, seus lábios tremeram,


Então sorriu contagiada por aquela estranha sensação,

Já esperava que fosse belo,

Mas, por Deus, como resistiria ao desejo de toca-lo?

Levantou a mão, sentindo-se insegura,


Quis fugir, mas o sorriso meigo que avistou,

Fez com que desejasse provar o calor do seu corpo,

Sentir-se segura entre seus fortes braços,

Com um sorriso largo, ele dissipou seu medo,


Estendendo a mão em sua direção,

Ela acreditou que não resistiria ao desejo

E a inquietante necessidade de toca-lo,

Ela parecia estar desenvolvendo uma curiosa fraqueza


Por olhos azuis e sorrisos bonitos,

Então o fitou com o olhar tremulo,

Seus lábios ligeiramente abertos,

Denunciaram o desejo de serem tocados,


Como se entendesse o recado,

Ele a tomou para si em um ímpeto

De coragem, encanto e altivez,

Ajeitando uma mexa de seu cabelo,


O cheiro de sua pele ao toca-la,

A inebriou, e ela soube naquele mesmo instante

Que não desejaria ser de mais ninguém,

- Algo me diz que você nasceu para ser minha,

E eu pretendo tê-la.


Ela sentiu-se tonta,

E com um leve rubor na face, lhe permitiu beija-la,

Breve, macio e suave,

E da mesma forma, cheio de promessas,


Sentiu medo de que ao abrir seus olhos,

Ele já não estivesse ao seu alcance,

Então o abraçou como nunca havia feito antes,

Repousando sua cabeça em seu pescoço,

Inebriada naquela sensação que proporcionava o contato,

A segurança que sentiu no calor do peito dele,

Estava certa: nunca poderia descrever!

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Doce Olhar


Seria mais um dia normal,

Lá fora, em algum lugar,

Sei que a lua estava a brilhar,

Mas nada me faria imaginar,


Que naquele instante e lugar,

Reconheceria o seu olhar,

Doces e meigos olhos azuis,

Fossem eles feito de luz,


Iluminariam por mil vidas

O caminho que sonhei trilhar,

Porém, de que eram feitos?

Amor? Talvez algo mais,


De sonhos reinventados,

Seria você um anjo caído?

Mesmo que feito de sonhos,

Pela própria mão do Senhor,


Como poderia, eu, traduzir seu abraço?

A segurança que é estar no seu corpo,

De acordar com você me fitando,

E sorrir ao doce sabor dos seus lábios...


Fecho meus dedos nos seus,

Em uma jura silenciosa de ser para sempre sua,

Beijo sua mão com toda doçura da minha alma,

E me sinto completa, unicamente sua,


Que mais eu poderia desejar?

Então, se por um instante, e nada mais,

Eu me perda diante do medo ou algo assim,

Você vem e me oferece sua mão,


E eu a seguro, entre meus dedos, como uma naufraga,

Então o que me prende já não são lágrimas de outrora,

Mas o mergulho que dou em seu olhar,

Tão profundo que encontro sua alma,


E lá escolho ficar,

Então, querido, me responda:

Ai, onde você está...

Eu posso escolher ficar?

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Amor


Sentara-me sob o sol de inverno,
Folheava as páginas de um belo livro,
Eis que uma sombra me chama a atenção,
Levanto os olhos quase sem emoção,

Eis que me deparo com seus lindos olhos,
Quisera Deus que eu nunca os tivesse visto,
Ou tendo os vistos tivesse morrido,
Pois nada mais teve o mesmo sentido,

Foi quando, com um sorriso, ele disse olá,
Doce voz que custou minha alma,
Eu já não me pertencia mais,
Minha razão de viver estava diante de mim,

Me olhava e sorria,
Como se eu tivesse alguma alternativa,
Mas me diga: o que falar para o amor de sua vida?
Calei-me, não disse nada, apenas sorria...

Que aquele breve olhar não tivesse ganhado minha alma,
Que seu sorriso não estivesse gravado em minha memória,
O amor tomava sua forma,
Via-o, distintamente, agora,

Mas nenhuma palavra saia da minha boca,
A voz morreu na garganta,
Estava ali,
Parado diante de mim,

O amor, não restava dúvida,
Como se notasse minha falha,
Ele me estendeu a mão,
Aceitei, ficando ambos frente a frente,

Abracei-o até sentir seu coração,
Que dizer deste amor que veio tão de repente?
Olhei-o mais uma vez,
Que jamais o esqueceria foi a certeza que tive.

A Plantação de Pêra e Maracujá

Os pais de Pitelmario Fizeram uma linda plantação, Araram o campo, Jogaram adubo, Molharam a terra, Então, plantaram pêras...