quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Um Olhar

No mesmo instante em que

Um rosto se destacou na multidão

Trazendo um sobressalto ao seu coração,

Quatro lágrimas quentes desceram sobre a sua face,


Traçando um caminho de dor,

E algo que poderia ser definido como lembranças,

Porém, antes mesmo que invadissem o seu coração,

Causando um caminho de algo que não pudesse ter volta,


Elas congelaram ali mesmo,

Do lado da sua boca,

Local onde ele havia depositado tantos beijos

Agora apenas suas marcas restavam,


Nem um beijo de adeus lhe foi permitido,

Ao vê-lo, mesmo ao longe,

Ela sentiu-se ser transportada para um passado distante,

Nunca antes esteve tão perto de quem lhe partiu o coração,


E por mais que acreditasse tê-lo olvidado,

Sua alma lembrou aos sobressaltos,

Ah, como ela desejava tê-lo esquecido,

Porém, bastou provar a suavidade do seu olhar


E tudo dentro de si retornou,

Acrescenta-se que muito mais forte do que antes,

Ela fez o impossível para manter-se calma,

Enquanto dirigia-se em sua direção,


Que outro caminho tomaria,

Queria resistir, ansiava por isso,

Afinal, de que lhe valia seu orgulho?

Neste instante, o sol se afastou de uma nuvem,


Iluminando o seu sorriso encantador,

E uma mecha de cabelos loiros caiu sobre o seu rosto,

Juntou toda a sua força como se fosse forjada

Em fogo ardente,


Agora já não era mais uma mulher mas o mais puro ferro,

Arma engatilhada, o mais puro chumbo,

Contudo sua armadura não resistiu,

Antes mesmo de encerrar o caminho ela se estilhaçou,

Sentiu-se derreter inteira tão logo ele a encarou,


Suas lágrimas derreteram traçando um caminho

De fogo abrasante sobre o seu corpo,

Sem resistir, esboçou um sorriso estilo lua nova,


Sentia-se deslizar sobre o gelo,

A um passo de cair e ser levada ao chão,

Aqueles olhos azuis límpidos derreteriam

Qualquer coisa que houvesse a sua frente,


E agora, ali restava ela, uma presa exposta,

Vítima de tudo que sentia,

Ela não entendia como seus olhos podiam ser tão calorosos,

A ponto de derrete-la em brasa viva,


Teve a ousadia de provar um beijo da sua boca,

E agora pagava com sua alma por ousar amá-lo,

Sentia suas pernas fraquejarem,

Era inegável sua beleza, seu charme,


Mas fazê-la derreter, por Deus, como podia?

Ele o olhava da forma que a nenhum outro era permitida,

Ele era fogo e gelo, solo frágil para se andar,

Seu tom de voz era capaz de congelar o mar,


Como era perigoso seguir em sua direção,

Mas ela acolhia o risco,

O silêncio era ensurdecedor demais para aceitar

Queimar-se sem direito ao eco da sua fala rouca,


Ela precisava bem mais que isso,

Se fosse para consumir-se que fosse por amor,

Mas não de qualquer alguém,

De alguém que ela amou deste o primeiro instante.

terça-feira, 17 de novembro de 2020

06 Verdades de Alguém que se Ama

 

Nada para fazer naquele dia de primavera,

Pegou sua rede e a amarrou em duas árvores,

Folheou seu melhor livro em busca de algo,

Uma folha caiu sobre si, roçando de leve sua pele,


Estava verde ainda, deveria ter sido derrubada

Por algum dos pássaros que ali construíram seu ninho,

Fazendo do entorno de sua casa, sua morada,

Bem, talvez tivesse sido o rubor do vento,


Que diante do calor que fazia tinha um aspecto

Levemente quente, banhado pelo sol das dezessete horas,

Olhou ao redor para senti-lo um pouco melhor,

Constatou que a brisa que a roçava era fresca,


Então o calor deveria estar vindo da terra,

Que provavelmente necessitava de novas folhas,

Para sentir-se um pouco mais viva,

E desta forma poder germinar a vida,


Borboletas voavam felizes, pássaros cantavam,

Até seu cão dormia, agora, ao seu lado,

Ela sentia-se feliz naquele lugar,

Essa era a sua primeira verdade,


A poucos metros do seu alcance

Havia um lindo rio de águas verdes,

Que trazia consigo a sua segunda verdade:

Sentia saudade,


Um rubor tomou levemente sua face,

No mesmo instante em que o rosto dele

Ganhou todo e qualquer pensamento que pudesse ter,

Mas, talvez, pudesse ser a ação do vento norte,


Fechou os olhos e desejou com toda a intensidade,

Poder falar com ele, ouvir sua voz, senti-lo...

Dividir com ele todo aquele encantamento,

Se havia algo mais belo do que a natureza,


Deus deveria ter colocado naquele homem,

Pois, por Deus como ela o amava,

Sentia isso com toda a sua alma,

Esta era sua terceira verdade,


Um sorriso brilhou em seu rosto,

Refletindo um brilho diferente em seus olhos,

Sentiu desanuviar o pensamento,

Deixando escapar um suspiro apaixonado,


Denunciando que pensava em seu beijo,

Por quarta verdade, admitia ela,

Não conseguia pensar em outra coisa

Nos últimos dias,


Desejava com todas as suas forças beijá-lo uma vez mais,

Mas ela preferia esperar por sua iniciativa,

Não queria, de forma alguma, parecer inoportuna,

Por algum motivo as palavras a fizeram sorrir,


Desejava conquista-lo, tê-lo por toda a vida,

Imaginava-se dividindo suas noites com ele,

Sendo acordada a cada manhã com o seu bom dia,

Quem sabe: sonhos dos que amam:


Ter um filho com os olhos dele,

Essa, sem dúvida, era sua quinta verdade,

Sobre a qual ela não ousaria contar a não ser para si mesma,

Na magia do momento, ela chegou a senti-lo,


Por Deus: as flores trouxeram seu cheiro,

Suspirou absorvendo aquele sonho

Para dentro do seu peito,

Do sorriso que irradiava em seu rosto,


Ao brilho dos seus olhos castanhos claros

Ela sorria e isso refletia em sua alma,

Logo o sol se poria, tirando o véu que cobria a lua e as estrelas,

Permitindo-as que brilhassem com intensidade,


Refletido no céu que estaria a contemplar

Ela poderia avistar o brilho do seu olhar;

Permitir-se a mais um beijo trazido pelo luar,

Segundo do dia, uma dose a mais do que desejava


Provar por, não menos, do que toda a vida;

Essa era sua sexta verdade,

Casar-se com ele,

A noite, então, desejaria que a brisa pudesse levar seu beijo,


E repousa-lo, suavemente, sobre os seus lábios,

Quem sabe ele se permitisse contemplar

O mesmo céu que os unia,

E aceitasse ser banhado pelo luar,


Apenas para recordar,

Que em algum lugar, talvez distante do seu olhar,

Mais apaixonada do que nunca,

Ela derramava uma lágrima saudosa,


Com um pedido de que ele pudesse voltar

Para os seus braços onde era o seu lugar,

E que ela sabia do fundo do peito:

De onde nunca deveria ter saído,


Por sétima verdade admitia ela,

De lá ele nunca saiu mesmo.

Beijo Noticiado

 

Pela primeira vez um beijo

Toma as capas das revistas

Mais credenciadas em fofocas,

Mas dessa vez, não tratava-se de famosos,


Mas, simplesmente de o beijo ser perfeito,

Algo que exalava a suavidade de algo bom,

Houve quem apostou ser amor,

Claro que não faltaram olhares incrédulos,


Esperando o desfecho da história

Que parecia ter saído de algum conto de mágica,

Não faltaram boatos sobre os olhares que se trocaram

Desde o início do baile, era muito óbvio que resultaria nisso,


O sorriso encantador e o brilho nos olhos do rapaz,

Estavam distantes demais de serem considerados

Meramente casuais, não pude deixar de escapar

Pelos meus especulativos lábios a palavra desejo,


Não foi mais que um murmúrio,

Mas refletiu em todo o recinto,

Feito o eco do que os demais estavam pensando,

Ao tratar-se da moça de olhos meigos e escuros,


E sendo as intenções do rapaz nobres,

Quem haveria de se opor?

Estariam eles se apaixonando?

Há quem negue que possa haver amor nestes locais,


A maioria prefere acreditar que seja apenas diversão,

Algo que eles gostam de denominar curtição,

Mas, tenho eu cá as minhas dúvidas quanto a isso,

Teve quem apostou também, que o belo rapaz


Passou para a moça um bilhetinho contendo seu telefone,

E um convite para um possível reencontro na próxima sexta a noite,

Em letras simples e rasuradas, havia ainda algumas palavras

Que ele, desleixadamente tentou apagar riscando por cima,


É certo que a moça estava sozinha a bastante tempo,

E como qualquer outra, sonhava com o verdadeiro amor,

Mas se deixaria encantar pelo desleixo

E se entregaria as lábias do primeiro cavalheiro


Que lhe parecera, momentaneamente, diga-se de passagem,

Interessante? É certo que aquilo que ele parecia ter riscado

Poderia muito bem se tratar de um poema,

Ou algum rabisco que um coração apaixonado


Havia ditado para que ele o descrevesse com poucas palavras,

Convenhamos, quem poderia definir o amor assim mesmo;

Tão depressa e de um jeito atravessado?

Então, ele talvez, até tenha agido de forma correta


Ao rasurar o papel, afinal o papel foi feito para a escrita,

Enquanto as marcas deixadas na alma nunca poderiam ser apagadas,

Mas, pelo que vi refletido no olhar atento do povo,

Naquele beijo houve muito mais que mero desejo,


Era de conhecimento geral que assim como ela

Sabia defender-se, ele também sabia respeitá-la,

No instante em que eles pararam de se beijar,

Todos os olhares voltaram-se para eles,


Se é que em algum momento haviam desviado,

Aquela pausa apenas ocorreu para que pudessem

Se olharem no fundo dos olhos,

Como se buscando um a alma do outro,


Trocando um sorriso caloroso,

Corpos colados, respiração ofegante,

Imagino que devido ao ritmo da dança,

Eu não apostaria ter havido mais que isso,


O silêncio deles seguido pela troca de carinho

Durou apenas o suficiente para que tomassem folego,

E foi seguido por outro beijo,

Convenhamos que merecedor mesmo


Das páginas das mais renomadas revistas,

Bem, sabe-se que a muito tempo

O amor tem deixado de ditar as regras da vida,

Mas aquele casal ali, nos levou a refletir:


Será mesmo?

Realmente momentos como esses não devem ser desperdiçados,

Era evidente o desejo de ambos de ficarem perto,

Houveram apostas de que se beijaram sorrindo,


Felicidade estampada no rosto que não tem preço,

Havia ali, entre aquele casal algo novo,

Algo digno de ser apreciado...

domingo, 15 de novembro de 2020

Valsa da Noite

 

Com toda a certeza a valsa dançada,

Naquela fatídica noite de domingo,

Com direito a luzes ofuscantes, fumaça

E um som tão único quanto perfeito,


Vai ficar gravada na história daquela vila,

Talvez até do mundo todo,

Aquilo pareceu estar escrito nas estrelas,

Até a lua decidiu marcar presença,


Não foi por acaso o apagão do salão,

Sobressalto aos corações desavisados,

Bom, caso alguém não tenha notado

Que vexame foram os únicos,


A valsa definitivamente foi o assunto mais comentado,

E até hoje há quem não a tenha esquecido,

Sobre o amor descrito nos olhos daquele casal,

Isso sim, ninguém nunca foi capaz de negar,


Há quem diga que saiam faíscas dos seus olhares,

Mesmo antes de dançarem e cá entre nós: se tocarem,

É certo que não passou de um aperto de mão,

Coisa muito ingênua, ritmo do show,


Não há como deixar de comentar,

Que aqueles dois haviam sido convidados para dançar,

Quase que a noite toda,

E recusaram um por um dos convites,


Será que estavam esperando um ao outro

Desde o início do baile?

Hum, isso seria muito bom sabermos...

O certo é que quando se juntaram,


Lá mesmo no meio daquele salão,

Todos pararam para contempla-los,

Parecia até mesmo um jogo ensaiado,

Pois, como é que um adivinharia os passos do outro?


É claro que aqueles murmúrios ao pé do ouvido,

Não passaram despercebidos,

Seriam juras de amor ou promessas apaixonadas?

Talvez, até, algo mais íntimo...


Foi perceptível que a moça reagiu de forma desconcertada,

Mas creiamos que pela investida dela até o fim da dança,

Não foi nada indesejada,

De forma despretensiosa, ela abriu até mesmo um sorriso


Com uma mordidinha no lábio, jeito misterioso,

E ele gostou daquilo...

Porém, como todo homem sorriu um tanto enigmático,

Oh, este jeito dominador que a todos encanta,


Sorte teve a moça em ser a privilegiada,

É certo que as investidas dele tiveram toda a aprovação,

Ninguém os viu saindo juntos,

Mas quem é que negaria a existência de um possível reencontro?


Assim, as escondidas, as escuras dos nossos olhares curiosos,

Aquele casal era fogo, inteligência e beleza,

Bom, quem é que conseguiria competir com eles?

Ali mesmo, naquele salão era perceptível seus toques ardentes,


Espero não estar fazendo mal juízo,

Mas como é sabido, quando esta autora vos afirma,

O fato é dado por concreto,

Sobre o rapaz, pouco se sabe, exceto o fato de que ele


Sorria curvando os lábios e levando uma chama ao seu olhar,

Dizem as más línguas, que fique claro:

Isso não é esta autora quem vos afirma,

Mas as pessoas que são atraídas a ele se veem queimar,


E pior, desejam isso de forma desmedida,

Seus pensamentos são como sussurros a almas inquietas,

As escolhidas possuem sentença imediata,

Não há quem resista,


Ele tende a ofuscar qualquer um que esteja em sua presença,

Mas ela, sempre tão cortejada,

Com certeza saberia lidar com ele,

Dizem que todo e qualquer alguém que tenha se aproximado de ambos,


Eram tidos por indignos, sei lá, insuficientes,

Tenho que admitir com um pingo de audácia a estremecer-me,

Mas aquilo que senti entre eles,

Sim, porque eu fui capaz de esbarrar neles,


Tenham sido considerados sonhos de dividirem um café da manhã juntos,

Acredito eu que, em um futuro próximo.

Eles formam um casal exigente,

Percebi, ainda, que falavam bem próximos,


Era como se as palavras dele beijassem seus lábios,

Acreditei haver amor naquilo,

Algo muito distante da malicia tão comum na sociedade,

Foi perceptível que as pernas dela ficaram tremulas,


Sorte a dela que estava sendo conduzida,

O fato foi que os olhos dele não se desviavam dela,

De nenhuma maneira, aqueles olhos verdes faiscantes,

A queimando, derretendo, fazendo-a repousar suavemente


Amparada em seus braços acolhedores...

Ah, não seria considerado um exagero desejar saber o final desta história...

É certo que tenham se encontrado em algum lugar,

Todo mundo notou o modo como se desejavam,


Como reagiam, se é possível um beijo as escondidas,

É certo que não deixaram de beijarem-se, com toda a certeza.

sábado, 14 de novembro de 2020

Neblina

Tocou de forma despretensiosa

O corpo de certa moça,

Um frio gélido da manhã de julho,

Era abraçada pelo inverno, presumira,


Aquele arrepio que sentiu em seu corpo

Não era comum se tratando a região

Predominantemente quente em que morava,

Porém, mesmo marcando o relógio 09 da manhã


Ainda havia uma estranha neblina cobrindo a serra,

Só mesmo um bom chocolate quente

Poderia confortar-lhe com algum calor,

Suspirou, soltando o ar quente de dentro de si


Formando nuvenzinhas ao seu redor,

Um sorriso travesso se formando em seu rosto,

Dois pedidos ressoaram em sua mente,

Como se soprados por aquele vento cortante


Que agora lhe envolvia de maneira ingênua,

Primeiramente, desejou escapar de alguma forma

Daquele clima atípico que a machucava,

Não, melhor que isso,


Um rosto se formou na neblina gélida,

E um beijo repousou suavemente em seus lábios trêmulos,

Queria revê-lo, queria abraça-lo, queria se aconchegar

A aquele corpo quente que sempre a protegia de tudo,


Com esta ideia insana na mente, ela fechou os olhos,

E se viu amparada por seus braços em algum outro lugar,

Sem muita surpresa, se pegou sentada em sua sala,

Xícara de chocolate quente entre os dedos,


Absorvendo seu sabor, deixando o calor toma-la por inteira,

Mas aquele rosto permaneceu em seus sonhos,

Ela tinha o direito de sonhar, não tinha?

As pessoas apaixonadas não tinham direito de ficarem


Ao lado de quem amam por aquele tão sonhado todo o sempre?

Ela sempre acreditou nisso, e quando o viu pela primeira vez,

Decidiu que lutaria por aquela possibilidade,

Naquele primeiro encontro não ouve mais que um sorriso


E uma tímida troca de olhar, promessa silenciosa de algo maior,

Pensamentos negados a meras linhas rasuradas em um caderno

Que logo, logo, sabia ela: seria esquecido e jogado em algum canto,

Olhou para sua xícara, mas a lembrança do seu beijo


Permanecia quente sobre seus lábios,

Ela não conseguia lembrar-se de algo tão bom,

Sabia que ele era único, lindo, belo, como qualquer outro,

Porém, algo nele era maior que tudo o que já havia visto,


E olha que ela percorreu o mundo,

Em uma jornada solitária em busca de algo que ela não sabia o que era,

Até encontra-lo. Naquele momento, se dissiparam as dúvidas,

Tal como o sol apagava a neblina lá fora,


1,80m de sol quente atravessava seu caminho,

Destinos entrelaçados, sonhos descritos em algum lugar,

Que, ela teve certeza: jamais seriam apagados,

Nem poderiam ser ignorados,


Seu corpo parecia o lugar ideal para descansar alguns minutos,

Porém, ao sentir a suavidade do seu olhar repousando nela,

Decidiu, dar-se ao direito a um segundo desejo:

Ficar ali, junto a ele por não menos que uma vida inteira,


Seus lábios estremeceram diante do pedido,

Ela deu-se conta que não sabia o seu nome,

Mas leu em seu perfil bem delineado,

Gestos meticulados, e sorriso perfeito


Que era amor aquilo que sentiam um pelo outro,

Claro, permitiria ao tempo que corresse da forma que desejasse,

No entanto, ela voltaria e algum dia ficaria com ele,

Ela amava-o, não precisaria mais que isso,


Não abandonaria seu amor a própria sorte,

Lutaria por ele, se preciso fosse por toda a sua vida,

Sempre soube que reconheceria seu amor

Assim que o visse,


Mesmo que tomassem destinos diferentes,

Seu coração permaneceria ali, junto a ele,

Não foi surpresa quando seus ouvidos

Encontraram um leve murmúrio rouco e apaixonado,


Não podia ser, era uma miragem, ou estava ouvindo a voz dele?

Seu corpo inteiro vibrou diante da possibilidade,

Então, seus olhos buscaram com determinação, novamente,

O olhar dele, e ela viu que o amor que antes apenas sonhava


Já estava lá, desenhado em seus olhos,

Como se estivesse a espera-la,

Feito algo descrito ao luar pelas estrelas,

No mesmo instante, um dirigiu-se ao encontro do outro,


Com passos insertos, mas decididos,

Ela procurou algo bem elaborado para quebrar o silêncio,

Mas ao vê-lo seguindo tão seguro de si ao seu encontro,

Todo o seu autocontrole se dissipou,


Não sentia-se mais dona de si mesma,

Agora apenas o amor encaminharia seus passos,

Em qual direção, é claro que ela sabia,

Aos seus braços, ao seu aconchego, aos seus carinhos,


Amavam-se, quem poderia separa-los?

Havia um impulso irresistível conduzindo-os um ao outro,

Não era algo a que estivesse acostumada,

Ela engoliu em seco: amor a primeira vista?


Havia algo confortante em sua voz,

Algo que a conduzia para ele, fazendo

Com que desejasse ardentemente um contato,

Mais que segurar sua mão entre as suas,


Desejava entrelaçar seus dedos

E sonhar um futuro juntos,

Algo nele era diferente de tudo que havia provado,

De repente, a palavra amor tomou forma,


E era irresistivelmente lindo,

E para sobressalto e sorte do seu coração,

Agora, andava em sua direção...

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Beijo Suave

Daquele sabor suave que pousou sobre a sua boca,

Ela ainda podia sentir inclusive o cheiro,

Tão vívido estava em sua alma,

Claro que daquele momento não havia decorrido tanto tempo,


Mas pela experiência que ela tinha com relação as suas lembranças,

Só mesmo o amor verdadeiro para faze-la perder o controle daquela forma,

Segura, desmedida e determinada,

É certo que de tudo ela lembrava,


Inclusive o vestido rosa que usava

E que pousou de forma tão suave ao chão,

Era de se admitir que ali ficava melhor que nela,

Foi isso que ditou o palpitar do seu coração,


Não foi? Não saberia precisar, porém, naquela noite

Amou como nunca e sentia que duraria para todo o sempre,

Ela sentia-se queimar no leve toque das suas mãos macias,

Grandes, calorosas e exigentes,


Com suas carícias impiedosas,

Despia seu corpo da mesma forma com que despia a alma,

Sentia-se nua sob o efeito da intensidade do seu olhar,

E ao murmúrio rouco, metálico aveludado e úmido

Da sua fala, ela se entregava por inteiro,


Fosse veneno o que ele possuía em sua lábia,

Ela não queria menos que embriagar-se em sua boca,

Provar cada gota até ser completa e profundamente sua,

É certo que seus dedos eram feitos um papel dobrado,


Ela sentia-se curiosa, contudo saberia dominar-se

Caso desvendasse todos os segredos ali contidos?

Ela pensou em falar algo, porem ao deter-se nele

Todas as suas palavras sumiram do nada,


Bem, talvez estivessem contidas nas mãos dele,

Quem sabe se a tocasse com aquela intensidade,

Tão conhecida e desejada como nunca,

Ela poderia desvendar o que era,


Ansiava por repetir aquela chance única de ser sua,

Mas, as palavras calavam-se na garganta,

Obviamente, ela já não era mais dona de si mesma,

Pertencia a ele, completamente apaixonada,


Queria suas carícias como o sol precisa brilhar,

Não caber-lhes-iam mais desculpas,

Precisava admitir seu amor de alguma forma,

De fato, isso levava a uma confissão,


O amor, até então, era algo adormecido em seu coração,

Esperava que ele fosse sensível para compreende-la,

Aliás, sabia dentro de si mesma que ele era,

Pois a cada carícia parecia consumi-la


Dentro daquele amor que quanto mais tinha,

Muito mais precisava,

Sua alma até então intacta, não foi capaz de resistir ao seu olhar,

Muito menos as suas carícias,


O fato era que, ao toca-la ele forjou em brasa viva

Uma conexão entre a pele e a alma,

Suas defesas foram calorosamente danificadas,

Bom, de fato, quem resistiria?


Agora, queria desesperadamente dizer que o amava,

Que ansiava por vê-lo lindo, com seus olhos meigos

Irradiando aquela fagulha de luz sobre ela,

Que a despertavam como nunca,


Lembrou o cheiro, o gosto da sua pele macia,

Então, não resistiu e chegou a boca,

Encontrando-a quente e úmida,

Provou nele gostos, carícias nunca antes imaginadas,


E sabia de todo o seu coração que o queria para a vida inteira,

Sentia-se, guiada pelo vento,

Aquela simples lembrança a reavivava,

Precisava vê-lo, com grande urgência,


Precisava sentir-se segura em seu corpo másculo e imponente,

Olhou para os seus pés descalços,

E apenas desejou que ele pudesse carrega-la,

Guia-la, então, viu-se correndo ao seu encontro,


Da forma que imaginou a tantas semanas,

Sentiu seus braços fortes ao redor dela,

Suas belas mãos acariciando-a,

Amo você, sorriu ao ouvi-lo dizer,


Por Deus que não saberia resistir a sua voz,

Desejava-o ardentemente,

Nem percebeu quando lençóis limpos e macios,

De sua cama, tocaram o seu corpo,


Sozinha ali com ele naquele quarto escuro,

Não sabia corresponder a tudo que sentia,

Demonstrando que sabia interpreta-la,

Ele cobriu a sua boca com a dele,


Ela esqueceu-se completamente o que iria dizer,

Quando se sentiu pressionada por seu corpo,

Ela o amava, sentia isso mesmo sem a influência dos seus olhos,

Embora o toque das suas mãos grandes, macias e fortes,

Naquele momento, não ajudassem muito,


Abraçou-o entregando-se com todo o seu ser

A aquele sentimento que os dominava,

Apenas me beije para sempre,

Ouviu-se pronunciar sem conseguir resistir as suas investidas.

Beijo na Rede

Estava na terceira cuia de chimarrão,

Sentada na varanda da casa de madeira branca,

Algo profundo palpitava em seu coração

A cada momento em que parava


Para permitir-se ver o rio correr para o mar,

Naquele dia em especial,

Fazia um calor acolhedor lá fora,

O orvalho não havia secado ainda,


Uma leve brisa brincava com as folhas

Que caiam, pousando sobre a grama,

Pássaros revoavam e cantarolavam,

Mas, os pensamentos dela estavam longe dali,


Em um lugar incerto, dentro da saudade

Que parecia soprar aos seus ouvidos: sinto sua falta,

E apenas um rosto tomava sua alma,

Por inteiro, nada além lhe despertava,


Afinal, tudo parecia estar no seu lugar,

Mas ela estava incompleta, sozinha,

Precisava senti-lo, toca-lo, beijá-lo...

Doce rosto que não lhe saia da cabeça,


Loiro, forte, alto, ombros largos, perfeito demais para

Passar despercebido, olhar doce de menino,

Atitude de quem sabe o que quer,

Uma única certeza lhe trazia levemente para a sua boca,


Um gosto, doce, molhado e gostoso demais para ser detalhado,

Um beijo, exigente, daqueles que tocam os lábios

Enquanto abraçam suavemente a alma,

Daqueles, que deixam as pernas bambas,


Incapaz de resistir as suas investidas,

Fechou os olhos, se pegou a sonhar,

Sonhos que estavam longe de serem apropriados a escrita,

Sim, acreditava ter razões para derreter a cada carícia sua,


Afinal, como resistiria?

Ela tentou evitar, tinha certeza disso,

Porem quando mais fugia, mais se aproximava,

Acreditava até que o procurava...


O que, de fato, era tudo que sonhava,

Queria pertencer a ele para sempre,

Caso contrário, não poderia dividir com ele a mesma cidade,

Estado, país ou universo, estivesse ele onde estivesse,


Ela sabia, o desejaria e muito mais: o procuraria,

Sentia dentro de si mesma: não poderia evitar

O sentimento tão intenso que a consumia,

De maneira que deixava uma mensagem curta:


Precisava dele, sentia uma urgência desmedida,

Como se dentro de si mesma

Houvesse um gatilho que apenas ele sabia despertar,

E mais, ela sentia que ele a entendia,


E parecia até mesmo adivinhar sua urgência,

Fechou os olhos, deixando-se embalar na rede,

Suas lembranças foram tão fortes,

Que pode sentir sua presença,


Aquele corpo tão familiar a tocava,

Perfeito, com habilidade em cada carícia,

Instintivamente, ela abriu a boca

Para receber o beijo, como se ele não soubesse


Como guia-la... aonde toca-la, sentiu-se tonta

E permitiu-se ser guiada por sua fala macia,

Suave, rouca, melódica, aveludada...

Carícia para sua alma apaixonada,


Apenas um desejo a tomava:

Ser sua, irremediavelmente sua,

Sentia que sem ele não poderia respirar,

Nem existir, apenas ele a conhecia tão bem,


Como se em seus lábios contivesse o néctar da vida,

Ela bebeu-os, sugou-os, desejava cada traço dele,

Desejava-o, dentro dela para sempre,

Seria possível absorver alguém


Tragando-o para si de forma que não se distinguisse

Quem era quem?

Sentia-se vazia e ele a preenchia,

Parecia completa-la como a uma só forma,


Sentia que seu coração batia dentro do dele,

Não, ela não poderia se imaginar sem ele,

Adorava admirá-lo,

Era como se dividissem os mesmos pensamentos,


Sentia-se vívida, acolhida, era capaz de ver-se refletida em seu olhar,

Presságio do destino: caminho certo a se traçar,

Era dentro dele que ela queria morar,

Caminhar ao seu lado ou ficar parada,


Qualquer coisa desde que junto a ele,

Sentir sob os dedos frágeis a sua pele,

Poder provar seus lábios sempre que quisesse,

Ser acordada por sua voz a cada alvorecer,


Ela ansiava que isso pudesse acontecer,

Enquanto isso, mantê-lo presente em sua saudade,

Era o bastante, ali ele estava guardado,

Protegido, abrigado ao seu amor,


Ali permaneceria para sempre em seus braços,

Derretendo-a em cada beijo apaixonado,

De forma que respirassem o mesmo ar,

Tivessem as mesmas ideias,


É claro que amando-o como amava

Ela sabia que não poderia demonstrar nunca

Tudo que sentia, pois ia além das palavras,

Tivesse ela o dom de escrever, lhe escreveria


De mil maneiras possíveis,

Apenas para que ele percebesse

Que sempre o amou e amaria para todo o sempre.

Comida do Leito do Rio

E, Houve fome no rio, Os peixes Que nasceram aos montes, Sentiam fome. Masharey o galo Sofria em ver os peixes sofrerem, ...