Um rosto se destacou na multidão
Trazendo um sobressalto ao seu coração,
Quatro lágrimas quentes desceram sobre a sua face,
Traçando um caminho de dor,
E algo que poderia ser definido como lembranças,
Porém, antes mesmo que invadissem o seu coração,
Causando um caminho de algo que não pudesse ter volta,
Elas congelaram ali mesmo,
Do lado da sua boca,
Local onde ele havia depositado tantos beijos
Agora apenas suas marcas restavam,
Nem um beijo de adeus lhe foi permitido,
Ao vê-lo, mesmo ao longe,
Ela sentiu-se ser transportada para um passado distante,
Nunca antes esteve tão perto de quem lhe partiu o coração,
E por mais que acreditasse tê-lo olvidado,
Sua alma lembrou aos sobressaltos,
Ah, como ela desejava tê-lo esquecido,
Porém, bastou provar a suavidade do seu olhar
E tudo dentro de si retornou,
Acrescenta-se que muito mais forte do que antes,
Ela fez o impossível para manter-se calma,
Enquanto dirigia-se em sua direção,
Que outro caminho tomaria,
Queria resistir, ansiava por isso,
Afinal, de que lhe valia seu orgulho?
Neste instante, o sol se afastou de uma nuvem,
Iluminando o seu sorriso encantador,
E uma mecha de cabelos loiros caiu sobre o seu rosto,
Juntou toda a sua força como se fosse forjada
Em fogo ardente,
Agora já não era mais uma mulher mas o mais puro ferro,
Arma engatilhada, o mais puro chumbo,
Contudo sua armadura não resistiu,
Antes mesmo de encerrar o caminho ela se estilhaçou,
Sentiu-se derreter inteira tão logo ele a encarou,
Suas lágrimas derreteram traçando um caminho
De fogo abrasante sobre o seu corpo,
Sem resistir, esboçou um sorriso estilo lua nova,
Sentia-se deslizar sobre o gelo,
A um passo de cair e ser levada ao chão,
Aqueles olhos azuis límpidos derreteriam
Qualquer coisa que houvesse a sua frente,
E agora, ali restava ela, uma presa exposta,
Vítima de tudo que sentia,
Ela não entendia como seus olhos podiam ser tão calorosos,
A ponto de derrete-la em brasa viva,
Teve a ousadia de provar um beijo da sua boca,
E agora pagava com sua alma por ousar amá-lo,
Sentia suas pernas fraquejarem,
Era inegável sua beleza, seu charme,
Mas fazê-la derreter, por Deus, como podia?
Ele o olhava da forma que a nenhum outro era permitida,
Ele era fogo e gelo, solo frágil para se andar,
Seu tom de voz era capaz de congelar o mar,
Como era perigoso seguir em sua direção,
Mas ela acolhia o risco,
O silêncio era ensurdecedor demais para aceitar
Queimar-se sem direito ao eco da sua fala rouca,
Ela precisava bem mais que isso,
Se fosse para consumir-se que fosse por amor,
Mas não de qualquer alguém,
De alguém que ela amou deste o primeiro instante.
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