Com toda a certeza a valsa dançada,
Naquela fatídica noite de domingo,
Com direito a luzes ofuscantes, fumaça
E um som tão único quanto perfeito,
Vai ficar gravada na história daquela vila,
Talvez até do mundo todo,
Aquilo pareceu estar escrito nas estrelas,
Até a lua decidiu marcar presença,
Não foi por acaso o apagão do salão,
Sobressalto aos corações desavisados,
Bom, caso alguém não tenha notado
Que vexame foram os únicos,
A valsa definitivamente foi o assunto mais comentado,
E até hoje há quem não a tenha esquecido,
Sobre o amor descrito nos olhos daquele casal,
Isso sim, ninguém nunca foi capaz de negar,
Há quem diga que saiam faíscas dos seus olhares,
Mesmo antes de dançarem e cá entre nós: se tocarem,
É certo que não passou de um aperto de mão,
Coisa muito ingênua, ritmo do show,
Não há como deixar de comentar,
Que aqueles dois haviam sido convidados para dançar,
Quase que a noite toda,
E recusaram um por um dos convites,
Será que estavam esperando um ao outro
Desde o início do baile?
Hum, isso seria muito bom sabermos...
O certo é que quando se juntaram,
Lá mesmo no meio daquele salão,
Todos pararam para contempla-los,
Parecia até mesmo um jogo ensaiado,
Pois, como é que um adivinharia os passos do outro?
É claro que aqueles murmúrios ao pé do ouvido,
Não passaram despercebidos,
Seriam juras de amor ou promessas apaixonadas?
Talvez, até, algo mais íntimo...
Foi perceptível que a moça reagiu de forma desconcertada,
Mas creiamos que pela investida dela até o fim da dança,
Não foi nada indesejada,
De forma despretensiosa, ela abriu até mesmo um sorriso
Com uma mordidinha no lábio, jeito misterioso,
E ele gostou daquilo...
Porém, como todo homem sorriu um tanto enigmático,
Oh, este jeito dominador que a todos encanta,
Sorte teve a moça em ser a privilegiada,
É certo que as investidas dele tiveram toda a aprovação,
Ninguém os viu saindo juntos,
Mas quem é que negaria a existência de um possível reencontro?
Assim, as escondidas, as escuras dos nossos olhares
curiosos,
Aquele casal era fogo, inteligência e beleza,
Bom, quem é que conseguiria competir com eles?
Ali mesmo, naquele salão era perceptível seus toques
ardentes,
Espero não estar fazendo mal juízo,
Mas como é sabido, quando esta autora vos afirma,
O fato é dado por concreto,
Sobre o rapaz, pouco se sabe, exceto o fato de que ele
Sorria curvando os lábios e levando uma chama ao seu olhar,
Dizem as más línguas, que fique claro:
Isso não é esta autora quem vos afirma,
Mas as pessoas que são atraídas a ele se veem queimar,
E pior, desejam isso de forma desmedida,
Seus pensamentos são como sussurros a almas inquietas,
As escolhidas possuem sentença imediata,
Não há quem resista,
Ele tende a ofuscar qualquer um que esteja em sua presença,
Mas ela, sempre tão cortejada,
Com certeza saberia lidar com ele,
Dizem que todo e qualquer alguém que tenha se aproximado de
ambos,
Eram tidos por indignos, sei lá, insuficientes,
Tenho que admitir com um pingo de audácia a estremecer-me,
Mas aquilo que senti entre eles,
Sim, porque eu fui capaz de esbarrar neles,
Tenham sido considerados sonhos de dividirem um café da
manhã juntos,
Acredito eu que, em um futuro próximo.
Eles formam um casal exigente,
Percebi, ainda, que falavam bem próximos,
Era como se as palavras dele beijassem seus lábios,
Acreditei haver amor naquilo,
Algo muito distante da malicia tão comum na sociedade,
Foi perceptível que as pernas dela ficaram tremulas,
Sorte a dela que estava sendo conduzida,
O fato foi que os olhos dele não se desviavam dela,
De nenhuma maneira, aqueles olhos verdes faiscantes,
A queimando, derretendo, fazendo-a repousar suavemente
Amparada em seus braços acolhedores...
Ah, não seria considerado um exagero desejar saber o final
desta história...
É certo que tenham se encontrado em algum lugar,
Todo mundo notou o modo como se desejavam,
Como reagiam, se é possível um beijo as escondidas,
É certo que não deixaram de beijarem-se, com toda a certeza.
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