O corpo de certa moça,
Um frio gélido da manhã de julho,
Era abraçada pelo inverno, presumira,
Aquele arrepio que sentiu em seu corpo
Não era comum se tratando a região
Predominantemente quente em que morava,
Porém, mesmo marcando o relógio 09 da manhã
Ainda havia uma estranha neblina cobrindo a serra,
Só mesmo um bom chocolate quente
Poderia confortar-lhe com algum calor,
Suspirou, soltando o ar quente de dentro de si
Formando nuvenzinhas ao seu redor,
Um sorriso travesso se formando em seu rosto,
Dois pedidos ressoaram em sua mente,
Como se soprados por aquele vento cortante
Que agora lhe envolvia de maneira ingênua,
Primeiramente, desejou escapar de alguma forma
Daquele clima atípico que a machucava,
Não, melhor que isso,
Um rosto se formou na neblina gélida,
E um beijo repousou suavemente em seus lábios trêmulos,
Queria revê-lo, queria abraça-lo, queria se aconchegar
A aquele corpo quente que sempre a protegia de tudo,
Com esta ideia insana na mente, ela fechou os olhos,
E se viu amparada por seus braços em algum outro lugar,
Sem muita surpresa, se pegou sentada em sua sala,
Xícara de chocolate quente entre os dedos,
Absorvendo seu sabor, deixando o calor toma-la por inteira,
Mas aquele rosto permaneceu em seus sonhos,
Ela tinha o direito de sonhar, não tinha?
As pessoas apaixonadas não tinham direito de ficarem
Ao lado de quem amam por aquele tão sonhado todo o sempre?
Ela sempre acreditou nisso, e quando o viu pela primeira
vez,
Decidiu que lutaria por aquela possibilidade,
Naquele primeiro encontro não ouve mais que um sorriso
E uma tímida troca de olhar, promessa silenciosa de algo
maior,
Pensamentos negados a meras linhas rasuradas em um caderno
Que logo, logo, sabia ela: seria esquecido e jogado em algum
canto,
Olhou para sua xícara, mas a lembrança do seu beijo
Permanecia quente sobre seus lábios,
Ela não conseguia lembrar-se de algo tão bom,
Sabia que ele era único, lindo, belo, como qualquer outro,
Porém, algo nele era maior que tudo o que já havia visto,
E olha que ela percorreu o mundo,
Em uma jornada solitária em busca de algo que ela não sabia
o que era,
Até encontra-lo. Naquele momento, se dissiparam as dúvidas,
Tal como o sol apagava a neblina lá fora,
1,80m de sol quente atravessava seu caminho,
Destinos entrelaçados, sonhos descritos em algum lugar,
Que, ela teve certeza: jamais seriam apagados,
Nem poderiam ser ignorados,
Seu corpo parecia o lugar ideal para descansar alguns
minutos,
Porém, ao sentir a suavidade do seu olhar repousando nela,
Decidiu, dar-se ao direito a um segundo desejo:
Ficar ali, junto a ele por não menos que uma vida inteira,
Seus lábios estremeceram diante do pedido,
Ela deu-se conta que não sabia o seu nome,
Mas leu em seu perfil bem delineado,
Gestos meticulados, e sorriso perfeito
Que era amor aquilo que sentiam um pelo outro,
Claro, permitiria ao tempo que corresse da forma que
desejasse,
No entanto, ela voltaria e algum dia ficaria com ele,
Ela amava-o, não precisaria mais que isso,
Não abandonaria seu amor a própria sorte,
Lutaria por ele, se preciso fosse por toda a sua vida,
Sempre soube que reconheceria seu amor
Assim que o visse,
Mesmo que tomassem destinos diferentes,
Seu coração permaneceria ali, junto a ele,
Não foi surpresa quando seus ouvidos
Encontraram um leve murmúrio rouco e apaixonado,
Não podia ser, era uma miragem, ou estava ouvindo a voz
dele?
Seu corpo inteiro vibrou diante da possibilidade,
Então, seus olhos buscaram com determinação, novamente,
O olhar dele, e ela viu que o amor que antes apenas sonhava
Já estava lá, desenhado em seus olhos,
Como se estivesse a espera-la,
Feito algo descrito ao luar pelas estrelas,
No mesmo instante, um dirigiu-se ao encontro do outro,
Com passos insertos, mas decididos,
Ela procurou algo bem elaborado para quebrar o silêncio,
Mas ao vê-lo seguindo tão seguro de si ao seu encontro,
Todo o seu autocontrole se dissipou,
Não sentia-se mais dona de si mesma,
Agora apenas o amor encaminharia seus passos,
Em qual direção, é claro que ela sabia,
Aos seus braços, ao seu aconchego, aos seus carinhos,
Amavam-se, quem poderia separa-los?
Havia um impulso irresistível conduzindo-os um ao outro,
Não era algo a que estivesse acostumada,
Ela engoliu em seco: amor a primeira vista?
Havia algo confortante em sua voz,
Algo que a conduzia para ele, fazendo
Com que desejasse ardentemente um contato,
Mais que segurar sua mão entre as suas,
Desejava entrelaçar seus dedos
E sonhar um futuro juntos,
Algo nele era diferente de tudo que havia provado,
De repente, a palavra amor tomou forma,
E era irresistivelmente lindo,
E para sobressalto e sorte do seu coração,
Agora, andava em sua direção...
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