Nada para fazer naquele dia de primavera,
Pegou sua rede e a amarrou em duas árvores,
Folheou seu melhor livro em busca de algo,
Uma folha caiu sobre si, roçando de leve sua pele,
Estava verde ainda, deveria ter sido derrubada
Por algum dos pássaros que ali construíram seu ninho,
Fazendo do entorno de sua casa, sua morada,
Bem, talvez tivesse sido o rubor do vento,
Que diante do calor que fazia tinha um aspecto
Levemente quente, banhado pelo sol das dezessete horas,
Olhou ao redor para senti-lo um pouco melhor,
Constatou que a brisa que a roçava era fresca,
Então o calor deveria estar vindo da terra,
Que provavelmente necessitava de novas folhas,
Para sentir-se um pouco mais viva,
E desta forma poder germinar a vida,
Borboletas voavam felizes, pássaros cantavam,
Até seu cão dormia, agora, ao seu lado,
Ela sentia-se feliz naquele lugar,
Essa era a sua primeira verdade,
A poucos metros do seu alcance
Havia um lindo rio de águas verdes,
Que trazia consigo a sua segunda verdade:
Sentia saudade,
Um rubor tomou levemente sua face,
No mesmo instante em que o rosto dele
Ganhou todo e qualquer pensamento que pudesse ter,
Mas, talvez, pudesse ser a ação do vento norte,
Fechou os olhos e desejou com toda a intensidade,
Poder falar com ele, ouvir sua voz, senti-lo...
Dividir com ele todo aquele encantamento,
Se havia algo mais belo do que a natureza,
Deus deveria ter colocado naquele homem,
Pois, por Deus como ela o amava,
Sentia isso com toda a sua alma,
Esta era sua terceira verdade,
Um sorriso brilhou em seu rosto,
Refletindo um brilho diferente em seus olhos,
Sentiu desanuviar o pensamento,
Deixando escapar um suspiro apaixonado,
Denunciando que pensava em seu beijo,
Por quarta verdade, admitia ela,
Não conseguia pensar em outra coisa
Nos últimos dias,
Desejava com todas as suas forças beijá-lo uma vez mais,
Mas ela preferia esperar por sua iniciativa,
Não queria, de forma alguma, parecer inoportuna,
Por algum motivo as palavras a fizeram sorrir,
Desejava conquista-lo, tê-lo por toda a vida,
Imaginava-se dividindo suas noites com ele,
Sendo acordada a cada manhã com o seu bom dia,
Quem sabe: sonhos dos que amam:
Ter um filho com os olhos dele,
Essa, sem dúvida, era sua quinta verdade,
Sobre a qual ela não ousaria contar a não ser para si mesma,
Na magia do momento, ela chegou a senti-lo,
Por Deus: as flores trouxeram seu cheiro,
Suspirou absorvendo aquele sonho
Para dentro do seu peito,
Do sorriso que irradiava em seu rosto,
Ao brilho dos seus olhos castanhos claros
Ela sorria e isso refletia em sua alma,
Logo o sol se poria, tirando o véu que cobria a lua e as
estrelas,
Permitindo-as que brilhassem com intensidade,
Refletido no céu que estaria a contemplar
Ela poderia avistar o brilho do seu olhar;
Permitir-se a mais um beijo trazido pelo luar,
Segundo do dia, uma dose a mais do que desejava
Provar por, não menos, do que toda a vida;
Essa era sua sexta verdade,
Casar-se com ele,
A noite, então, desejaria que a brisa pudesse levar seu
beijo,
E repousa-lo, suavemente, sobre os seus lábios,
Quem sabe ele se permitisse contemplar
O mesmo céu que os unia,
E aceitasse ser banhado pelo luar,
Apenas para recordar,
Que em algum lugar, talvez distante do seu olhar,
Mais apaixonada do que nunca,
Ela derramava uma lágrima saudosa,
Com um pedido de que ele pudesse voltar
Para os seus braços onde era o seu lugar,
E que ela sabia do fundo do peito:
De onde nunca deveria ter saído,
Por sétima verdade admitia ela,
De lá ele nunca saiu mesmo.
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