1998, era setembro,
Tudo que houve até aquele dia,
Quebrou-se ao meio,
Inclusive a porta ao ser fechada,
Assim, que ele saiu para a rua,
Desistindo de nossas vidas,
Disse ele: da nossa casa!
Depois disso, mais nada.
Metade do progresso,
Nervos de gesso,
Me detive aonde estava,
Quase-direito,
Em nada perfeito!
Ora, a lógica ignora o quase,
Mas, a certeza é algo de difícil alcance,
Porém, quem é que se atreve a dizer?
Melhor é a segurança...
Ao final de um romance,
O quase se permeia ao alcance,
Exatamente como o sol ofusca a vela,
Da mesma forma como se aproxima da lua,
Tudo aquilo foi feito num termo absoluto,
Creio que ele deva ter dito o que queria,
Feito mais do que achei que faria...
De que vale a casa agora?
Bem, é minha!
Quanto as nossas vidas,
Só tenho a dizer que continua.
E aqui há sim a certeza.
O amor que foi absoluto gritou,
O homem que foi seu alcance não o ouviu,
Longe da frase que não tinha voz,
Embora, embebida em vontade de ser pronunciada...
Protesto!
Lembro de ele ter pensado
Assim que a porta foi se abrindo...
As lágrimas vieram em mil e uma,
A visão não via mais nada,
Apenas ele indo...
E vendo-me ficar.
E agora, coisa terrível, chove lá fora,
E a luz se apaga,
Neste instante o sol não ajuda...
Fora de hora.
As tremulações tem braços terríveis,
E quando se apegam não soltam,
Mas, fiquei presa em mim mesma...
Simplesmente não tive o que dizer,
A dor bate com firmeza e se aparenta,
Mas, o amor que embora amor, não se sustenta.
Aqui, incompleta, degenerada e malfadada...
Reduzida ao status de “amei um dia”,
Como em 1999, antes de setembro – um dia,
No coração a lucidez,
Pensando bem, um eclipse faria bem...
Fecho os olhos, não procuro luz alguma.
Nada há de acrescer-se as palavras dele,
Do contrário, não sei se poderia dar ouvidos,
Duas coisas eu pediria a título de último pedido,
Apenas que como fez do início,
Não aprenda com nossa distância a mentir...
Eu não seria forte, então, para o ouvir.