sábado, 9 de novembro de 2024

Briga de Rua

Este é o tipo de coisa
Onde ninguém sai vivo.
Eu bati,
Bati como se eu fosse
Inteira ossos,
E nunca pudesse quebra-los.
Bati como se não houvesse dor.
Apanhei tanto que cada partícula minha
Foi capaz de gritar,
Senti minha carne dilacerar
Entre socos e unhadas,
Chorei sem querer,
Gritei sem medida,
Até sentir meu sangue.

Após ver a primeira gota
Entre meus dedos,
Eu vi que não adiantaria,
Não haveria um vencedor,
Talvez, eu já estivesse morta.
Ela juntou uma arma,
Uma madeira grossa,
Desferiu contra meu braço,
Havia um prego na ponta,
Ela atirou contra a minha cabeça.
Eu bati,
Me esquivei e bati
De mãos limpas,
Era osso contra madeira,
Madeira contra osso,
Osso contra ferro e madeira,
Osso contra osso.
Eu quis correr,
Eu não soube quem seria mais rápida,
Eu quis me esconder,
Eu percebi que não teria escapatória,
Ela estava por todo o lugar,
Conhecia cada rua,
Até suas pedras,
Ela se agachou para juntar uma...

(Bem).
A moça procurava briga,
Eu percebia,
Eu quis fugir,
Resolver de toda forma,
Ela fez represália,
Usou de artimanhas,
Eu sempre sozinha,
Ela acompanhada,
Eu magra e amedrontada,
Ela treinando movimentos e porrada.
(Porra).
Decidi pôr no papel o meu fim,
Quis contar,
Dar providências
A quem quisesse ler
E saber de quê morri.
Você achou que ela não fosse capaz?
Bem, posso adiantar o final,
Eu saio até a esquina,
Para ir ao supermercado
Ou algo casual,
Ela fecha o asfalto,
Sem tiros pro alto,
Apenas socos e pontapés na cara,
Ela disse:
Odeio seu rosto
E as roupas que você usa!
Ela me retira de dentro do carro,
Me bate e me atropela
Usando ele mesmo.

Final drástico e terrível,
Está sempre com outras garotas,
E até com garotos,
Eu não,
Eu opto por não me rebaixar
A buscar por companhias falsas,
Apenas para fazer número
E arruaça,
Eu gosto de ser sozinha,
Estudar e ter outros meios
Para me divertir,
Agredir não é meu objetivo.
Em outra mão,
Socos, pontapés e madeira,
Não é pra qualquer um
Aguentar não!
Suor a escorrer
E se misturar a sangue,
E então, a pedra,
Sobre nossos pés,
Fácil de ser removida,
Usada e atirada,
Uma única pedra ou tantas,
Na distância de um esquivar,
Ou abaixar-se,
A rapidez do ato,
O intuito do fato.
Você soube antes de chegar
Até aqui
Sobre o que escrevi,
Se você leu com atenção,
Então, você já pode adiantar o fim.

Não houve o carro,
Nem cheguei ao supermercado,
O previsível brigas, socos e madeira.
(Então, a pedra).
Perto dela,
Próxima de mim também.

sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Bruce Wayne- O Partureiro

Bruce Wayne- O Partureiro

Bruce é lindo menininho,
Não tem ainda quatro aninhos,
Tem três,
O menininho.

É de pelinho branquinho
Com pretinho,
As vezes, cor de chocolate,
Olhos castanhos e escuros,
Boquinha que falta um dentinho,
Queixoso o menininho,
Gosta de se expressar pra cãozinho.
Fala e corre o menininho,
Com patinhas preta e branca,
São quatro as perfeitinhas,
Ele beija e beija,
Lambe e morde sem parar,
Não pára com isso menininho.
Então, chegou sua amiga
A galinha sedosa,
Ao invés de pena,
Ela possui umas penugens
Parecidas com pelinhos,
São pretas, branquinhas e cinzas,
Assim é a linda Namadinha.

Fofa, pequena e rechonchuda,
Caminha a rebolar,
Com sua linda coroa de sultão,
Não pediu permissão,
Usa assim suas penugens,
A nossa linda rainha.
Mas um dia,
Nossa rainha casou-se com Masharey,
O galinho bravo do terreiro,
Um menino de penas longas,
Lisas enloirecidas, vermelhas e pretas azuladas,
O Bruce é testemunha do lindo amor,
Deste amor nasceu cinco ovos,
Brancos, pequenos e arredondados.

Um dia,
Piu Piu fez o ovinho,
E dona Namadinha
A espera de seus filhinhos,
Bruce o inteligente menininho,
Pegou o ovo com sua boquinha,
Apertou bem ao meio,
Depois soltou,
E lá de dentro o pintinho gritou:
- piuuuuuuu!
Pôs sua cabecinha pra fora,
E com o próprio biquinho,
Colocou-se a bicar o ovinho,
Queria sair o pintinho,
Nascer, viver.

O pequeno Brucinho
Ajudou com sua mãozinha,
De cachorrinho Shitzu,
Apertou um pouquinho,
E o pintinho criou forças e saiu.
Assim nasceu o primeiro,
Depois o segundo,
Então, o terceiro,
Após o quarto e por fim
O quinto pintinho.

Fez felizes aquele casal
O pequeno Brucinho,
Com um sorriso de orelha a orelha,
Corria no gramado,
Latia e falava:
- mamãe, papai nasceram os pintinhos,
Vamos escolher seus nominhos.

Eu auxiliei o nascimento,
Que lindo.
Que lindo!
E aquele narizinho pretinho
Em formato de bolinha,
Suou sem parar,
Tamanha a corrida do cãozinho,
E o gramadinho pendeu no chão,
De tantas idas e voltas do menino.

Então, o pintinho veio até o Brucinho,
Estendeu suas pequenas asinhas
Amarelas e com pequenos fios de penas,
E abraçou o cãozinho,
Fazendo Piu em seu narizinho.
- obrigada Brucinho.

E os outros se reuniram,
Sorriram e foram para debaixo da
Namadinha se aquecer,
E convidaram o Brucinho.
Que deitou-se no chão
E ficou a olhar os meninos
Sumirem para baixo da galinha.

A colina

Sentadas. Lado a lado. Mãe e filha. O sol partia na coluna Em frente aonde Estavam sentadas, Ambas abraçadas. Pensativas....