- água da fonte.
Disse a moça,
Ajoelhada a beira do poço,
Tomando a água
De sua própria mão em concha.
Não tardou,
E a água de um
Virou água de todos,
Assim, é a família,
Da fonte da vida bebem os filhos,
A fonte de água dividem os irmãos.
Mas a terra foi dividida,
Manda quem pode
Obedece quem precisa.
Água com hora marcada,
Quantidade definida
Pelo dono,
Com aviso ou não.
Uma manga de borracha
Puxa a água,
Para saciar a sede,
Fazer comida.
Então, um irmão discute com o outro,
E uma madeira é colocada na ponta.
- sem água.
Procure no rio,
Crie sua própria fonte.
Mas aí a verdade foi dita,
Morre os pais,
Sobram os filhos brigando
Pelo que fica.
- por quê o pai não dividiu em vida?
Água brota da terra,
Mas nem toda terra é capaz de gera-la.
13 quilômetros de distância da cidade
Mais próxima,
Não há de onde tirar,
Nem com o que buscar.
As vacas silenciosamente
São soltas ao redor do poço,
Dejetos, xixi e merda
Escorrem até a nascente,
Água impura e suja.
Não é colocada uma cerca,
Nem tomado outra medida.
- merda na água.
Coisas que nunca se viu
Agora são vistas naquele poço sujo,
Lama e sujeira borbulha de lá,
Fedor e desgraça,
E a moça cresceu,
Não vive mais lá.
Ela não teve escolha,
Se enjoou depois de beber tanta merda.
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