Entre o sol e as estrelas,
Ele ajoelhou-se,
Pegou sua mão direita
E disse:
-eu te amo!
Havia exuberância de flores
Que cobriam paredes,
Num céu de estrelas faiscantes,
E um sol,
Por quê não?
Árvores desenhadas,
Tudo tão perfeito
Como se fosse a mão.
Mas não.
Haviam borboletas voando,
Ao lado de vagalumes.
- uau?!!!
Como isso, amor?
Ela indagou,
Perplexa diante de tamanha beleza,
Dentre em pouco a lua!
Justo a lua?
Ambiente perfeito,
O homem amado,
Mas beirava ao surreal,
Vieram então cantar de pássaros.
- uauuu.
Eu não entendo!
Ele levantou-se
E a abraçou apertado,
Ela coube inteira em seu peito,
Quente, cheiroso e forte.
-querida, é artificial.
Nada aqui é verdadeiro.
São luzes, imagens e plástico seco.
Tecnologia avançada,
De tudo é o mais perfeito,
Como o que sinto.
Ela chorou admirada,
Amava-o com toda alma,
E desejou único pedido,
Leva-lo a sua rememorada infância,
A um fechar de cortinas,
Desligar de luzes,
Fechar de portas,
E eles foram para um lugar
Tão distante,
Esquecido e abandonado.
Quilômetros separavam
A pequena cidade para onde iam,
Da grande metrópole que deixaram,
Porém a um abrir de portas,
O sol verdadeiro, íntegro e intenso,
Num céu azul de pássaros e borboletas,
Um mundo reconhecido para ele,
E completamente desconhecido,
- então, nada do que eu tinha era verdadeiro?
Ele indagou,
Segurando sua mão esquerda,
Incapaz de parar de olhar.
Ela se agachou
Colheu uma flor do chão,
Beijou,
E entregou a ele:
- não.
Estava distante demais,
Embora perfeito,
Mas distante.
Então, ele a puxou para si,
Encostando-a em seu peito suado,
Ofegante e assustado:
- nossa!
Eu não imaginava isso!
Ela então o puxou,
Segurando a mão direita,
Caminharam na estrada de terra,
Com poeira se agarrando a sua calça
Branca e cara,
E o levou ao riacho,
Uma cachoeira caia esplendorosa,
O cheiro de peixes exalava,
Flores boiavam na agua,
Peixes pulavam para cima delas,
E pedras contornavam a beirada
De suas águas,
Pedras, grama fresca e matos e flores.
Ela agachou-se e tocou na água,
Então, segurou na palma de sua mão um punhado
E puxou sua mão esquerda para frente
Junto a dele,
E colocou a água ali.
- sinta.
Isto é a água da nascente,
Daqui ela brota,
No mercado você compra.
Ele agachou-se,
Estendeu as pernas na água,
Sentou-se,
Sujou a calça branca de grama.
Uma borboleta sentou
Em sua camisa branca,
Um beija-flor passou
E se aproximou da flor a sua frente.
- isto é lindo!
Ela se aconchegou ao seu ombro.
- lindo feito você.
Seu cheiro,
Suas cores,
Seus tecidos.
Você é como está água,
Fonte de vida
E amor.
Um pato chegou voando de longe,
E repousou na água,
Nadando,
E brincando.
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