A moça passou em frente a sua casa,
Andando de foice no ombro,
- Olá vizinho,
Estou voltando da roça,
O trabalho rendeu,
Mas o esforço foi grande.
Ela falou em voz alta,
Cumprimentando-o com um aceno.
- Olá vizinha,
Parabéns,
Você se esforça
E consegue!
Ele riu tirando o chapéu de palha
Da cabeça em sinal cordial
De respeito.
- obrigada,
Preciso tirar um cacho de banana,
Mas a bananeira é alta,
E tenho medo que ela caia
Sobre o pessegueiro,
Ou estrague o cacho ao ser cortada.
Ele correu na sua direção
De botas de borracha preta,
- deixe que te ajudo!
Assim, seguiram caminho
Entre conversas e mãos dadas.
Ao chegar porém,
A moça errou o corte de facão,
E cortou duas bananeiras
De única vez,
Com único golpe,
Então, uma veio sobre ela,
Derrubando- a contra um chão
E sobre uma pedra,
Ela fraturou a perna,
E gritou de dor:
- aí, que dor, estou ferida!
O rapaz soltou a bandeira
De jeito correto no chão,
E abraçou a moça,
Juntando ela e carregando no colo,
Depois de retirar o cacho de banana
Da bananeira caída,
Ele voltou até ela e fez chá,
Então, passou a noite toda
Cuidando dela.
Ao alvorecer beijou sua face,
- querida chegou o dia,
Chegou a claridade,
Como eu a amo,
E não quero perde-la,
Me dá um beijo de boas-vindas
A sua vida!
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