Ela estava agachada,
De camiseta comprida,
Calça jeans desgastada,
Cheia de picão preso a roupa,
Nada sexy,
Tipo colona perfeita.
Convenhamos:
Nenhuma garota iria querer ser pega
Desta forma,
Com terra na cara,
Terra na boca,
Terra na bota,
Terra por ela inteira.
Mas quando juntou sua primeira batata,
Vermelha de aproximados 2 quilograma,
E jogou para trás
Com força medida,
Sobre a bolsa que trouxera,
Bateu em algo
E ouviu um farfalho.
De pronto juntou um galho
E virou-se para acertar o que fosse,
Pensou que se tratasse de uma cobra,
Mas era um homem,
Lindo de terno limpo,
Medido a dedos,
E sapatos.
Absolutamente lindo.
-Uau. Me desculpa.
Eu quase o acerto.
Ele deu um passo para trás,
Quase caiu entre as vergas da terra frouxa,
Entre assustado
E algo no olhar,
Uma espécie de desejo feroz,
E quando falou foi avassalador:
- caramba, como você é perfeita!
Uma mulher trabalhadora,
Vestida assim,
Me desculpe,
Não consigo resistir.
Ele a puxou para si,
Pulou sobre a próxima verga,
Tocou no botão da sua calça,
Abriu sem mais palavras,
Nunca tinha lhe faltado frases,
Mas desta vez,
A urgência do desejo
Lhe fez economizar palavras
E desmedir os atos.
- diga que não, por favor,
Caso você não queira.
Ele se entregou aquelas mãos macias,
Dedos finos e ágeis.
- Oh, por favor,
Me toque, eu o quero!
Então, ambos abraçaram-se
Intenso, fortes e audaciosos,
Jogaram as roupas sobre os baraços
De batata,
Não se importaram com mais nada,
Apenas estarem um no outro,
Num encontro de sonhos,
Desejos e distâncias.
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