Por entre as lágrimas do meu rosto,
A chorar a triste dor do abandono,
Nem mesmo notara o meu apalpar de dedos,
E a exclusão do seu número, não queria apagar o passado,
Mas, desejava com muito custo refazer o meu destino,
A custa de todos os sonhos sonhados ao seu lado,
A custa de todo o amor que derramei em meus beijos,
Ao sabor das lágrimas que sentiam por meu pranto,
A distanciar-me do doce som da sua voz ao meu ouvido,
Tentativa inusitada de esquecer que partira para longe de
nós,
Busca desenfreada de reabastecer a força dos meus passos,
Despencara do alto do seu abraço para lençóis macios,
Em queda livre não o tinha para me assegurar em algo,
Deveria ter tentado resistir, correr para algum lugar,
Me refugiar do meu próprio sentir, sofrer sem ter quem
culpar,
Mas, ao invés disso, do conforto do meu travesseiro molhado,
O vejo sair por aquela porta dizendo adeus com olhos certos,
Eu tentei com muito esforço, busquei justificar o meu
querer,
Com desejo ainda mais intenso, quis entender o seu por quê,
Mas, por mais esforço que fizesse não compreendia a
realidade,
Você disse que me amava para depois se colocar distante?
Minha responsabilidade pelo amor que sinto é maior que isso,
Não consigo dizer que amo e depois virar as costas e pronto,
Existem muitas causas que me fazem me entregar a alguém,
Em nenhuma delas me apego para dizer adeus sem um por quê,
Apenas queria que acabasse toda essa dor de uma vez,
Não, por favor, não quero que retorne, mas me faça esquecer,
Em meu corpo, ainda pesa a sua influência sobre a minha
pele,
Ela te procura e o traz de volta a memória em cada instante,
Embora não desejo lutar contra o que sinto, me vejo
sucumbir,
A saudade me soa em demasia tremula, parece até que ri,
Me parece claro que, mesmo que exclua em mim, os seus
efeitos,
Sem entender ao certo, ainda o teria aqui, dentro do meu
peito,
Mesmo que distante dos meus dedos que agora desejam apaga-lo,
Mesmo que distante do meu abraço que insiste em busca-lo,
Bem, meu coração tende a superar qualquer desconforto,
Com base em índices numéricos, um beijo de despedida,
Um afago em outro corpo, um sorver de vinho sobre os lábios,
Mas você se colocou de soslaio, nem me beijara para ir
embora,
Agora já não tenho mais a rotina de outrora a minha
disposição,
Na alma que ainda sente a sua falta lhe resta o tremular de
mãos,
Milhões de sentimentos transbordam e se colocam distantes,
Mas em nenhum deles poderia considera-lo faltante,
Você se empenhara tanto para me conquistar apenas para ir
embora?
Fez promessas de amor, provara minha boca e depois disso mais
nada?
A razão tenta ferir meu coração, busca elevá-lo desta dor
sentida,
Minha emoção se recusa em precaução, promete que retornará,
Me mantenho aqui caída, mas em posição alerta,
Na dor que assola a minha alma não vejo outra saída,
Embora esteja preparada para perde-lo, ou acreditava nisso,
Minha expressão mudara ao acordar sozinha neste quarto,
Minha expectativa quanto a resistir sozinha está mais baixa,
Isso se deve a lembrança dos seus afagos sobre o meu corpo,
Apenas sexo, nada além disso, por que teria que ser maior
que isso?
É certo que estar amparada em seu abraço me contradiz um
pouco,
Mas veja bem, daquele amparo restaram apenas as lembranças,
E delas você ia embora, sem olhar para trás, sem ao menos me
beijar,
Lembro de você me olhar de uma forma que não entendi
direito,
Seu rosto era algo que eu parecia conhecer muito e ama-lo
ainda mais,
Arrependimento, desejo, o que avistei naqueles olhos
queridos?
De todos os pensamentos nenhum acreditava no final do nosso
amor,
Uma forma de tentar lidar com a questão é desistir de lutar
por nós,
Mas para que isso tenha êxito teria que despir o coração dos
seus beijos,
Bem, veja, você estava certo quanto a não me beijar ao sair
do quarto,
Mas estava errado quanto a acreditar que eu esqueceria, não
consigo,
Eu ainda posso ouvir sua voz calma, segura e bondosa feito
uma carícia,
Querido, a ausência dos seus beijos não surtira o efeito
desejado,
Ainda o amo com a mesma intensidade e com todo o vigor da alma,
Encontrei tanta honestidade em seus olhos que me nego a
isso,
Sim, querido, estou tentando esquecê-lo conforme me pedira,
Mesmo que a custo de mim mesma, mesmo que derrame a alma,
Nessas lágrimas que molham o travesseiro, nessas mãos
tremulas,
Que acreditam que podem mudar tudo que vivemos e apagar,
Apagar algo dentro do meu peito, mas jamais o que vivemos,
Esta pequena desvantagem com relação aos seus planos de se
distanciar,
Possui importância relativa a minha emoção, fosse outra a
sua vontade,
Eu não o esqueceria da mesma forma, como poderia se o amo
como antes?
Querido, pelo contrário, aquela sua saída evasiva embora me
contrariasse,
Só tendeu a aumentar tudo que sentia e serviu para afastar
as dúvidas,
Sim, eu o amo, todavia não soube me declarar com a merecida propriedade,
Mas amor, agora você sabe, o amo com toda a alma e mais
ainda,
Calcular os fatores predominantes sobre o meu sentimento é
invasivo,
Tudo bem, você não me beijara, mas querido, esqueça isso,
Não vejo isso como desvantagem no que tange a tudo que
sinto, ao contrário,
Dada as minhas expectativas de outrora e a lembrança de cada
afago,
Me vejo transportar para outro lugar como se estivesse ao
seu lado,
A questão da ausência do seu beijo sobre a minha boca não é
consistente,
Ela se esquiva da memória em cada vez que o imagina na minha
frente,
Diante disso, qualquer dúvida morre, parte para longe, divergente,
Cai na tangente, em meus lábios sinto todos os efeitos
danosos sobre isso,
Mas em minha alma, ainda grita o sentimento que me afasta
disso,
Evidências consideráveis se derramam sobre o meu corpo - sedentas,
Em termos de desejo, você sabe, não preciso dizer mais nada,
Bem, querido, estou aqui coberta por estes lençóis sobre a nossa
cama,
Posso estar usando a camisola que me presenteara, gostaria
de vê-la?
Como eu poderia confiar em qualquer coisa que me dissera,
Quando seus sussurros ainda me percorrem por inteira, em
carícias,
Quando as marcas da nossa intensidade ainda estão em meu
corpo,
Reacendendo as lembranças, buscando-o em cada espaço,
Eu o ouvi em cada momento, mas entendi também, o silêncio,
Seus olhos, querido, aqueles que conheço bem, me disseram muito.
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