Tenho uma boa ideia de a quem darei meu primeiro beijo,
Aquele que entre seus espaços se faz juras silenciosas sobre
os lábios,
O mesmo rapaz para o qual prometerei meu amor eterno,
Embora tenha errado outras vezes, dessa vez entregarei a
alma,
Não medirei esforços para agradá-lo, direi a verdade sobre o
que sinto,
O amo e não pretendo fugir disso, disquei seu número no
celular,
Chamei-o até a minha casa, querendo poupar os detalhes,
Troquei a roupa, tentei esconder a ansiedade da primeira
vez,
Me aproximei dele devagar, em frases monótonas falei o que
sentia,
Entre um estalo de beijo e outro, meu coração lhe falava,
Minha respiração não tentou de forma alguma se ocultar,
Disse a ele o quanto eu o amava feito uma carícia sobre a sua
cara,
Em cada gesto em que me entreguei, me confidenciei em
promessas,
Eu não tinha pretensões de competir ou seguir uma rotina,
Todavia sentia receio sobre tomar atitudes erradas,
Mas ainda assim reagia, na busca de demonstrar o quanto o
amava,
Nossos carinhos deslizavam sobre os nossos corpos,
Nossas almas pareciam se corresponder entre os afagos,
Você está me ouvindo? Lembrei de indagar ao seu ouvido,
Embora não tivesse falado nada, queria saber se ele havia
entendido,
Se a forma profunda em que eu me entregava fazia sentido,
Se estava conseguindo demonstrar meu amor mesmo no silêncio,
Se meus atos eram o bastante para trazê-lo para o meu
destino,
Se meus sussurros bastavam para convence-lo do que sinto,
Com um suspiro e um levantar de cabeça num gemido,
O vi consentir com um sorriso que desenhava seu rosto,
Eu te amo, disse-lhe feito um afagar sobre o seu peito,
Me sentia desenhar que o amava em cada um dos meus afagos,
Sobre a indireta de convidá-lo para um amor eterno,
O beijei sôfrega e emocionada, talvez nem tudo tenha saído certo,
Mas consegui demonstra-lo o quanto o amo,
Nossos corpos pareciam não nos responder, mal se moviam,
Agiam de forma precisa ao que sentíamos, sôfregos,
Nossas forças se esvaíam entre os carinhos dispostos,
Mas a intensidade nos exigia que não cedêssemos ao cansaço,
Que o tempo tomasse distância estávamos em outro espaço,
Pretendia tê-lo para sempre em minha vida,
Amava-o demais para aceitar tê-lo apenas em momentos,
Eu vi o momento em que seu olhar cintilou por mim,
Quando sua luz se tornou mais intensa, eu me rendi,
Eu o amo, lembro de ter pronunciado em voz alta,
O amor aconteceu por uma noite inteira, e desejou mais ainda,
Sentimento insaciável que quanto mais se entrega mais
deseja,
Ainda nos acariciávamos, em gestos mais calmos de amor
impaciente,
Agora ele usava mais atitudes do que em outros instantes,
Colocava uma pitada de força em cada carícia de sua mão sedenta,
Deslizava por meu corpo e ficava contido em minha pele,
Eu lhe lancei um olhar indagador, sabe o quanto o amo?
Acho que ele disse que sim, apenas me recordo de ter fechado
os olhos,
Nossas forças se esgotavam, mas o amor pedia mais de nós
dois,
Sim, respondi com um mover de lábios sobre o seu peito,
Eu acompanhei sua tentativa de falar, mas calei seus lábios,
O amor me impelia a beijá-lo, muito mais que ouvir suas
juras,
Todavia, recordo de ele ter sussurrado algo enquanto me
apertava com força,
Suas mãos se desenhavam em meus quadris, tocavam em meus
ossos,
Parece que ele reconhecia cada parte minha com intimidade,
Tentava resistir ao fluxo intenso de beijá-lo sem
intervalos,
Mas minha pele ansiava pela dele, não conseguia impor
resistência,
Nem queria, desejava apenas amá-lo com tudo que sentia,
Esperava que pelo amanhã ele entendesse o quanto eu o amava,
Me dirigi ao afago no seu rosto sem me desviar do seu olhar,
Queria poder encontrar a sua alma com a superfície de um
carinho,
O que eu achei um gesto de muita convalescença,
Quanto mais me entregava mais ansiava para o sentimento se repor,
Sentia minhas forças se esvaírem nas carícias, me via
abatida,
Sujeita sobre ele, me sentia mais recolhida em seu peito,
Apegava-me ao amor que sentia, sem me importar com mais
nada,
Nossos beijos continuavam embora esparsos entre um e
outro...
Hoje, as 14 horas da terceira tarde depois de tê-lo recebido
em minha casa,
Recordo cada instante de tudo o que vivemos, cada beijo em
meus lábios,
Embora não tenha existido mensagem ou ligação em meu
celular,
Eu ainda espero por seu retorno, ouço um bater de palmas na
porta,
Levanto para atender e recebo flores com um cartão de
carinho,
Sem remetente, talvez possa ser de um admirador secreto,
Leio e releio o conteúdo, repouso as flores em um vaso,
No caminho de tudo isso, ouço o toque do celular no quarto,
Termino o que fazia sem me ater, corro os degraus ao seu encontro,
Chego lá e a ligação havia parado e eu, estou sem créditos.
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