Devagar, com passos decididos ela deixava a incerteza para
trás,
Subindo cada degrau da escada, até parar na abertura da
porta,
Olhara para trás, e o avistara, lançando um olhar terno a
ele,
Ele ultrapassara ela, tentara evitar o contato que queimava
a pele,
Com um sobressalto, ela o deixara passar, com um suspiro de
alívio,
Conseguira resistir a jogar-se em seus braços, apesar do
esforço,
Se houvesse algo que impedisse sua entrada, ele o havia
rompido,
Qualquer coisa que a deixasse queixosa, não teria mais
respaldo,
Sentira uma força única e encantadora em seu jeito másculo,
Seus olhos escuros apesar de tentarem omitir os fatos,
amavam muito,
Ela entrara tremula, sua presença mexera demais com ela,
Era algo intenso o suficiente para que não conseguisse
controlar,
Um homem íntegro e seguro de si, parecia conhecer cada
passo,
Certeiro em cada um dos seus atos, a tomara forte em seus
braços,
Quebrando qualquer forma de resistência que pudesse existir
entre os dois,
De uma a uma as roupas foram deixadas de lado, almas e
corpos desnudos,
Ela tentara evitar o momento em que ele abrira o colete,
despedindo-se dele,
Já não haviam barreiras que os mantivessem separados, gestos
fogueados,
Movimentos rápidos e certeiros, o vira sacar a arma, movendo-a
entre os dedos,
Seus dedos perfeitos colavam-se a ela, como se fossem uma única
forma,
Estava municiado, prestes a atirar, e ela amava mais que
nunca ser seu alvo,
Ele andava de forma metálica, como se estivesse sendo
difícil controlar o que sentia,
Posição ereta, porte seguro, estava a postos para agrada-la
e ser servido,
Ela removia a correntes que a prendiam em ideias errôneas e
vazias,
De frente para ele, não sabia precisar o que sentia, tremula
e ansiosa,
Queria o seu toque, queria cada afago dele percorrendo seu
corpo inteiro,
Era como se o cheiro dele a envolvesse e a impedisse de
pensar direito,
Ela apenas desejava ser sua, com uma urgência que queima a
garganta,
Estava a postos para o que ele quisesse dela, ser sua presa,
sua caça,
Segura em seus dedos, feita de objeto aos seus caprichos,
Aproximara-se, com os lábios trêmulos de desejos e passos
seguros,
Corpos nus, nada os impediriam de pertencerem um ao outro,
A centímetros do seu corpo, ela estendeu a mão em um gesto
de carinho,
Antes mesmo de toca-lo, teve seu movimento contido por um
punho de aço,
Vira-se presa, e virada de costas, com um único movimento
brusco estratégico,
Sentiu o braço ser conduzido até a altura da cintura, sentindo a
própria pele nua,
Na outra mão ele portava a arma, municiada, engatilhada
entre seus dedos,
Suas pernas bambearam, teria caído no chão frio, se não
estivesse segura,
Com um único movimento ele aproximara-se do seu corpo, quase
colando-se,
Ela podia sentir o calor dele a percorrendo, seu cheiro
embriagando-a,
O coração saltava até a garganta e implorava pelo nome dele,
mas ela o deteve,
Sentia que a qualquer instante a arma gélida tocaria sua
pele, mas estaria quente,
Era como se o calor que os unia derretesse o aço da
insegurança ao seu redor,
Quase implorando por contato, o sentira soltar seu braço,
mas permanecera inerte,
Sentira que o calor dele subia para o seu cabelo, em gesto
instintivo e ansioso,
Seus braços o acompanharam, fazendo com que ficassem
levantados e separados,
Assim que o sentiu prende-la pelos cabelos, soltara um
grito de susto,
Enquanto abria as pernas para sentir o contato em seu
íntimo, estava presa,
Sentia sua mão forte tocando sua nuca, e puxando-a ao seu
encontro,
Buscando-o e evitando, deixando-a tremula e segura ante o seu
corpo vigoroso,
Sua boca abrira extintiva, queria o beijo, desejava o
contato, mas ele resistira,
Ela não desejava se soltar nunca, a arma, de repente parara
de fazer diferença,
Queria que seu outro braço pudesse sentir seu coração
agitado,
Tocasse-a, invadisse-a com aquele quê meticuloso de vigor
masculino,
As veias dela pulsavam seu nome, em uma vibração que
entregava seus movimentos,
Quando decidira tocá-lo, em uma tentativa frustrada de levar
a mão para trás,
Vira-se jogada sobre a cama, de costas e estagnada em razão
de paixão desenfreada,
Desejava seu toque, gemera seu nome de maneira sôfrega e
tremula,
Um movimento brusco e certeiro, a tirara de sua posição de forçada resistência,
O jogo em que ela era campeã, se invertera, mas naquela
hora, ninguém perdia,
Tudo acontecera rápido demais para conseguir pronunciar
algo,
Só o que fazia sentido, era ser tomada por ele, até ver-se
completa,
Embora, não soubesse mais precisar o significado de
completa, ele era único,
Tudo se inovava aos seus carinhos, se expandiam dentro dela,
Virara o rosto para o lado, com a boca aberta à espera do
beijo,
Sentira a arma ser deixada no chão com um estalo,
Era como se ele quisesse ganhar tempo,
Pensara que ele queria que implorasse, então, implorara por seu
afago,
Sentira seu corpo queimar em movimentos involuntários,
Conforme ele se posicionava tomando seu corpo entre as mãos
gélidas,
Acreditara que ele soltara a arma apenas para sentir o frio
entre os dedos,
E isso em contato ao seu corpo quente, era bom, de um jeito desmedido,
Seu corpo fora coberto pelo dele, sem escapar um único
vestígio,
Paulo, pronunciaram os seus lábios, A..., gemera a sua alma,
Embora soubesse bem o que sentia, não conseguia falar tudo,
Carinhos derramavam-se sobre ela, o calor derretia seus
suspiros no ar,
Investidas potentes, seguras e que ela nunca sentira a
dominavam,
Ela fechara os olhos e apenas desejara que nunca tivessem
final,
Pareciam sido feitos um para o outro, gemidos rompiam o ar
trêmulos,
Nada resistia aos seus carinhos, ele a dominava, com
carinhos que penetravam,
Em cada parte do seu corpo, podia senti-lo, invadindo-a,
tomando-a,
Ele, decididamente, era o tipo de homem que fica para
sempre,
Aquele em que, você o sente e não permite-se mais soltar,
Aquele que toca a pele e ganha a alma por garantia,
Aquele que penetra onde nunca outro alguém fora capaz de
chegar,
Aquele que faz você transpirar o cheiro dele, para guardar,
Para lembrar de cada momento, negando-se a acabar,
Seu jeito másculo, meticuloso e forte sobre ela, a deixava
incontida,
Tomada por um sentimento que duraria a vida inteira,
As horas transcorriam lá fora, e os carinhos percorriam ali
dentro,
Seus beijos sôfregos silenciavam os ponteiros do relógio,
Os afagos que percorriam seus corpos queimavam a ideia do
tempo,
Reconheciam-se um no outro, encontravam-se em um desejo
perfeito,
Em um sinal emudecido de que todo o tempo seria pouco para os dois.
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