sexta-feira, 24 de novembro de 2023

A Moça

A moça, 
Tornada sóbria depois de presenciar o beijo,
Teria caído de joelhos,
Gritado a toda alma,
Não fosse a vergonha 
Ganhar a raiva.

Traída. 
Descaradamente, Traída. 
Efeito roçar a morte de perto,
Tipo ferir a cobra 
E depois perde-la no mato,
Sabendo que precisa permanecer ali,
E que ela não está longe...

Neste momento,
Joelhos não ajudam nada,
Uma coluna de homens no horizonte 
Não é suficiente, 
Cavalos bonitos e fortes, 
Não são mais o bastante. 

A moça se aproxima dele, 
Com as mãos na cintura
Enquanto puxa o cavalo a frente,
Ele busca se recompor,
Fugir do que fez,
Mas o olhar fundo dela vê tudo.

Ele a segurava em seu manto vermelho,
A protegia do frio,
Coisas de homem solteiro,
Esqueceu fácil que tinha uma esposa...
- Cretino, estúpido!
Ele mantém o rosto risonho.

Diverte-se do que se desenrola,
A cela do cavalo se afrouxa, 
Ele fica erriçado.
A moça já não ganha o mesmo tratamento, 
A estranha que surge o toma.

Desejava que uma cobra selvagem
Surpreendesse a ambos,
Desejava fazer um teste entre eles,
Apenas ver se ela cuidaria dele da mesma forma 
O protegeria com todos meios,
Aquele a quem adorava.
Que agora sorria e partia. 

Ela montou no cavalo.
Chacoalhou as rédeas e saiu,
Fugiu de seus medos,
Cobrar, traição e venenos,
Partiu pela noite
Sentindo o vento nos cabelos,
O sereno noturno na pele.
Ouviu gritos e ruídos atrás dela,
Mas não virou-se para olhar.

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