Era início de maio,
A um mês do fim de outono,
Tão logo que a lua acordou,
Entre as dez da noite,
De um dia de domingo,
Pude aproveitar mais uma vez seu corpo despido,
Calados, entre beijos e suspiros,
Sua respiração ofegante penetrava em meus ouvidos,
E mexia com meus sentidos,
Nada mais restava além do nosso desejo,
E nos seus olhos, o mais terno dos lampejos,
Com seu hálito quente em meu rosto,
Entregue aos seus beijos ardentes em meu pescoço,
Sentindo o cheiro suave de seus cabelos,
Sua maciez sob meus dedos,
Que sorrateiros percorriam seu corpo,
Nada mais restava,
Além do amor de dois seres que se
consumava,
Em um abraço de urso,
Daqueles que eu rezaria para durar para sempre,
E me moldei a você,
Em uma só carne,
Nossa noite de amor se
alongou e alcançou o alvorecer,
alongou e alcançou o alvorecer,
Dormimos juntos, abraçados,
Fazendo do seu corpo meu templo,
No abrigo de um sono tranquilo.