sábado, 6 de maio de 2017

Era Início de Maio

Era início de maio,
A um mês do fim de outono,
Tão logo que a lua acordou,
Entre as dez da noite,

De um dia de domingo,
Pude aproveitar mais uma vez seu corpo despido,
Calados, entre beijos e suspiros,
Sua respiração ofegante penetrava em meus ouvidos,

E mexia com meus sentidos,
Nada mais restava além do nosso desejo,
E nos seus olhos, o mais terno dos lampejos,
Com seu hálito quente em meu rosto,

Entregue aos seus beijos ardentes em meu pescoço,
Sentindo o cheiro suave de seus cabelos,
Sua maciez sob meus dedos,
Que sorrateiros percorriam seu corpo,

Nada mais restava,
Além do amor de dois seres que se consumava,
Me perdi em seus braços,
Em um abraço de urso,

Daqueles que eu rezaria para durar para sempre,
E me moldei a você,
Em uma só carne,
Nossa noite de amor se 
alongou e alcançou o alvorecer,

Dormimos juntos, abraçados,
Fazendo do seu corpo meu templo,
No abrigo de um sono tranquilo.

No Rabiscar do meu Coração

Com a caneta na mão,
Busco rabiscar meu coração,
Transferir a beleza de um céu estrelado,
Daqueles pequenos pontos iluminados,

Que parecem juntados de um cristal quebrado,
Afiados e estendidos sobre um céu apagado,
Lhe dando cor, em um pedido mudo 
para que se acredite no amor,
Brilhante, como uma joia preciosa,
Vibrante, como uma oração silenciosa,

Que junto ao luar,
Busca um momento para sonhar,
Marco no diário cada dia que passa,
Sabendo que será um dia a menos a sua espera,

Cuido do seu retrato como se fosse um amuleto,
Para me trazer mais que proteção,
Me oferecer sua afeição,
Observo a lua a sonhar,

Sabendo que é a mesma lua que estás a contemplar,
Assim, os olhos da lua te trazem para perto,
Tão próximo a ponto de sentir seu abraço,
Pois se até a lua se esconde abandonando a noite,

Para se fortalecer e retornar mais brilhante,
Sei que conosco não será diferente.

A Solidão de um Céu Rasgado

Na companhia da solidão,
Que ardia em seu coração,
De uma forma palpável,
Nada lhe parecia ajustável,

Nem mesmo sua casa, 
Lhe trazia a paz de que precisava,
E o silêncio de tão audaz,
Trazia consigo uma insídia mordaz,

Lhe anuviando a percepção,
Para transbordar em lágrimas sua visão,
Mesmo as paredes do seu entorno,
Não lhe ofereciam resguardo,

Lhe deixando tão vulnerável,
Que beiravam ao impalpável,
E seus espaços vazios só lhe traziam calafrios,
Mesmo seu celular limpo e organizado,

Não lhe parecia um aliado,
Pois lhe fazia prever uma ligação que não iria acontecer,
Sentia que seu chão iria se abrir para lhe consumir,
A sós e de olhos fechados,

Nem ousava amenizar o silêncio de sua sofrença, que de tão gritante,
Agia como uma doença na busca por consumir sua mente,
Seu corpo padecia em agonia,
E ao deitar sobre sua cama vazia,

Com, somente, seus pensamentos por companhia,
Um lindo rosto lhe surgia,
E um nome ficava suspenso no ar,
Como um segredo que não se quer revelar,
Ou um momento que não se quer recordar,
E o céu que era perfeito agora está rasgado.

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Na Inocência da Canção

O som da melodia afinada e macia da sua voz,
Cortava o frio do silêncio do inverno,
Chamando minha atenção,
Pelo pulsar acelerado do meu coração,

Foi quando me virei e te contemplei,
Frente a frente com seus cabelos luminosos e cor da noite,
Face a face com seus olhos castanhos e brilhantes,

Que em um lampejo impiedoso,
Era capaz de fuzilar apenas com o olhar,
Dominante, seu olhar cintilante,

Apresentava uma supervisão,
Pois despia a alma e alcançava o coração,
E com a mesma inocência de uma canção,
Seu rosto perfeito refletia o luar em sua feição,

Foi quando o brilho estelar refletiu em meus olhos,
Por contemplar a simetria de seus doces lábios,

Mais rápido que a velocidade da luz,
Desafiava a gravidade ao nos fazer voar,
Tão rápido, que conseguia parar o mundo,
Tão astuto, que permitia voltar no tempo,
Reavivando memórias e reinventando nossa história,
Provocava as trevas com seu olhar entreluz,
Tão superforte quanto sagaz,

Um verdadeiro homem-de-aço,
Que derretia o gelo pelo calor de um abraço,
E eis que, o encanto tomou meu rosto,
Deixando meu sentimento exposto,

Feito pedra Kriptonita surgiu em minha vida,
Encontrando minha fraqueza e partindo em minha defesa.

quinta-feira, 4 de maio de 2017

O Céu de Seus Olhos Castanhos

Sob o vestígio de um sorriso incontido,
Encontrei o brilho secreto 
de seus olhos indecisos,
E um semblante de admiração
estampou em meu rosto,
Por me ver diante da fascinação
sideral de seu vulto,

Que como o reflexo de um espelho,
Revelava um pedaço do céu em seus olhos castanhos,
Senti medo de me aproximar e quebrar o encanto,
Receio, porque nunca vi meu coração gostar tanto,

Sua voz macia entoava no silêncio lúgubre,
E quando sorria, o encanto tomava seu semblante,
Seus olhos intensos possuíam um brilho astuto,
Famoso por ser incisivo, valoroso por ser destemido,

Seus braços fortes formavam um escudo contra a morte,
Tão bom nos punhos quanto nos tiros,
Ao seu lado não se conhecia o inseguro,
Diante de seu valor as palavras se viam inadequadas,

Pequenas como versos inacabados,
Enquanto seu feitio irradiava vivacidade,
Seu corpo detinha uma força vulcânica,
Que se acobertava em sua afetuosa voz eufônica,

Seu conjunto cativava todos os sentidos, olhos, bocas e ouvidos,
Em seu flanco eu me via a salvo do perigo,
Como um anjo se materializou em meu caminho,
Com seu jeito velado, alterou meu destino,
No espaço de um beijo, a um passo do meu desejo.

Mais que Uma Noite de Amor

Sob a serenidade de um sono profundo,
De uma noite de sonhos e encanto,
Um calor adorável invadiu minha pele,
E um sabor admirável em mim se deteve,

Com um cheiro envolvente que inebriava o ar,
Seus lábios ardentes percorriam
meu corpo a me ansiar,
Rasgando a noite para me proteger,
Ascendia minha pele umedecida de prazer,

Com o peito acelerado pelo desejo imoderado,
Senti meu corpo despertar,
E meus olhos nos seus repousar,
Cedi ao apetite de atender ao seu deleite,

E lhe estendi a mão em carinho,
Percebi seu coração pulsar em desalinho,
Então movi seu corpo com firmeza e força sobre o meu,
Aproveitando a volúpia do seu peso,
Me saciando na luxúria dos seus beijos,

Retribuindo as carícias e saboreando sua delícia,
Afastando o friozinho outoniço,
As palavras evaporavam em juras de amor eterno,
Entre orgasmos e gemidos incontidos,

Nossos sentidos se entregavam ao agrado violento,
Para o qual uma noite não bastava,
Apenas aquietava o deleite de quem se ama.

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Nosso Primeiro Beijo

Rompendo o silêncio que pairava no ar,
A porta foi aberta, permitindo sua entrada,
Nesta altura, pisquei admirada,
Enquanto você se destacava,

E quando seus olhos repousaram em mim,
Senti meu rosto ruborizar mais que carmim,
Maculado por meu coração pulsar descoordenado,

De uma forma tão audível,
Que seu palpitar se tornava visível sobre minha roupa,
Beirando ao tateável,

Foi então, que o avistei mover-se em minha direção,
Foi como se o mundo parasse para te contemplar,
Era tão imensa a emoção que tremulava em minhas mãos,
Que me fazia respirar em sofreguidão,

Neste instante, odiei minha fala,
Que emocionada por violenta turbação, soou rouca,
Fragilizada por tamanha simetria,

Porém, nunca as palavras foram tão únicas,
Como as que você pronunciava
De uma forma tão macia e clara,

Seus olhos a me explorar,
Agiam de forma tão profunda que eu me via nua,
Era como se ao me observar pudesse fitar minha alma,

Aceitei a aproximação e alcancei a mão devagar,
Suas mãos envolveram minha cintura com força e gentileza,
E umedecida em sua doçura, sua boca capturou a minha.

Piquenique no Quintal

Restava pouca comida No quintal, A grama estava escassa, E as frutas estavam verdes. Os bichinhos andavam Em alvoroço, Iam...