Adormecida em um sono profundo,
Envolta pelo manto de um sonho intenso,
Parecia avistar seu vulto no escuro do quarto,
Tamanha a vontade que sentia por sua proximidade,
Sentia seu cheiro adocicado penetrar minha pele,
Fazendo meu sangue esquentar e acelerar meu pulsar,
Ao som da sua voz calorosa que me fazia estremecer,
Como um sussurro a acariciar meu ouvido,
E na ânsia por te tocar, afagava o ar para te alcançar,
Sentindo a voz rouca pela emoção,
Pela saudade que assaltava o coração,
Murmurei seu nome com a pureza de uma prece silenciosa,
E estendi a mão em um gesto de afeto,
Ou uma promessa de amor eterno,
A depender da virtude do seu sentimento,
Com a finalidade de que entendesse,
Que invadir minha noite sem que eu o tocasse,
Alcançava do insensato ao desumano,
Pois apenas aguçava minha afeição,
Mas não trazia segurança quanto a sua paixão,
Então, como se ouvisse as súplicas do meu coração,
Seu vulto se afastou da escuridão,
Que apenas permaneceu no tom escuro do seu cabelo,
E uma luz tênue pareceu irradiar de sua pele,
Enquanto a cor bronze resplandecia em seus olhos
cintilantes,
E refletia na beleza de suas sobrancelhas e face,
E com um olhar meigo, se agachou ao meu lado,
Oferecendo carinho ao tocar meus dedos,
Fazendo-os roçar em seu rosto,
Enquanto sussurrava com a voz rouca: Eu te Amo!