sábado, 22 de fevereiro de 2025

Pilanta

De longe Saranta assobiou
Usando as duas mãos,
Um dedo de cada delas.
Ela olhou para trás,
Estava sentada na areia
Do porto do rio
Próximo a sua casa.

A garota jogou um beijo
De longe,
Ela sorriu e voltou-se.
Saranta chegou e a abraçou.
Palinca deu tapinhas no chao
Indicando a Saranta
Para sentar-se.

- Olá.
Que bom que você veio.
A outra sorrio
Ao se sentar.
Juntou um punhado de pedras
E jogou para o rio.
- bom mesmo.
Vim de bicicleta lá de casa.
Ela falou entusiasmada.
-Uau. São quatorze quilômetros,
É uma grande distância.

Pilanca disse.
- não, vou começar a me exercitar.
Está na moda ter corpo
Mais definido.
Respondeu Saranca.
Pilanta olhou o corpo da garota
Que usava calção colado
E camiseta.

Ela não parecia gorda.
- você é jovem.
Vai construir seu corpo
Muito cedo.
Depois se quiser mudar de ideia,
Vai ter feito músculos.
A outra a abraçou e sorriu.
- não me importo.
Eu só quero ser bonita.
Elas levantaram catar conchinha
E escolher pedras para jogar.

Depois se sentaram.
Jogaram inúmeras pedras
Sem parar.
O sol estava intenso,
Mas nenhuma se importou.
Saranta retirou debaixo da camiseta
Uma revista pornográfica,
Lá havia pessoas nuas
E pessoas fazendo sexo.

- furtei do meu irmão.
Ele fez barulho a noite toda
Roncando ao dormir,
Me fez perder o sono,
Eu invadi o quarto dele
Pela manhã e surrupiei.
Não vou devolver.
Saranta contou sorrindo.
Pilanta ficou admirada
E quis ver.

Ambas avermelharam
Envergonhadas,
As posições eram admiráveis,
Depois se olharam,
Gargalharam da cara
Uma da outra
E jogaram no rio a revista.
- a verdade é que um livro
Romântico é muito melhor
Para passar o tempo.

Pilanca disse
Olhando a revista boiar
E aos poucos afundar rio abaixo.
- mas a revista é mais verdadeira.
Vê as histórias eróticas escritas?
São muito mais reais.
Pilanca sorriu muito.
E empurrou Saranta no ombro
Andando para o lado.

- claro que não.
Ali eles fingem que todos
Sentem o mesmo prazer
Ou querem no mesmo instante
Sexo.
Não consideram pessoas comuns.
É como se tudo virasse erotismo.
Desde um biquíni,
Uma sunga ou prancha de surfe.
E as duas riram.

- como assim?
Indagou Saranta.
- olha. Há pessoas que colocam
Biquíni apenas para bronzear
O corpo.
Roupa curta não é sinônimo
De estou disposta a fazer sexo.
Calor vem da necessidade humana.
Suor não é convite
Para passar a mão.

Então, ficaram vendo a água.
- verdade.
Eu sinto medo de usar biquíni.
Parece que serei obrigada
A transar.
Aí ela retirou a roupa de cima
E ficou de lingerie
Na beira do rio.
Sem constrangimentos.

- sim. Você está certa em temer.
Mas que bom que você se livrou
De um dos paradigmas
De agir como se lingerie
Não fosse legal no rio.
Ambas andaram no porto,
Vendo os peixes,
Colhendo pedras.
- verdade.
Alguns biquíni são minúsculos,
São piores que a transparência
Da roupa íntima.

 Pilanta olhou
E passou o dedo na
Alcinha do sutiã.
- A sua não está transparente.
Contudo, Pilanta continuou
Vestida como estava anteriormente.
Calção e blusinha de verão.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Professor

A menina caiu no chão da escola,
Rasgou a saia,
Cortou o joelho,
Esmagou um dedo.
Um professor correu até ela,
Para ajudar a se limpar,
Ele esfregou sua mão no corpo dela,
E ela teve a impressão de que era
Masturbada.

Ele a acariciava intimamente,
Sem resquício de falsidade.
A professora correu até lá,
Tirou o chinelo
Do próprio pé
E bateu com ele nas mãos dela.
Ela se desesperou e chorou.

Ele empurrou a professora
Até o final da mesa
De fazer lanche,
Retirou do bolso comprimidos
E deu a ela.
Ela não queria-os.

Ele não se importou.
Ela tinha uns vinte e três anos.
Depois disso,
Ela correu ao banheiro e sangrou.
A menina fugiu.
Sentiu medo.

Quis trocar de colégio.
Todos os colégios
Eram distantes da cidade.
Foi forçada a ficar.
Mas ninguém pode
Lhe tirar da cabeça
Que ele a estuprou
E mais,
Que forjou a situação
Do tombo.

E que disto
Resultou o aborto
Da professora,
Sua namorada.

Ele gostava de limpar
A calça dos garotos,
Estava sempre atrás de algum,
E este algum sempre caia,
Se encostava em algum lugar sujo,
Ou sujava a mochila,
Aí ele chegava ajudar
E se esfregava no corpo
Da criança.

Um dia,
Ele entrou pelo portão
Falando alto,
E esfregou o pênis
Na boca de uma menina
Que estava na sua frente,
Ela o sentiu quente
E sujo.

Ele a olhou:
- desculpa te bati com minha calça.
Não pareceu ser a calça.
Ele era obstinado.
A mão dele seguia a frente,
Antes do corpo chegava a mão,
Antes de a criança
Se ver sua suja
Ou desajeitado,
Ele a estava ajudando a ficar bonita.
Todos gostavam dele,
Ele gostava de dar doces.

Casada por Acaso

O término do namoro Levou Ana ao dezenove Pote de dez litros de sorvete, Já conhecia todos os sabores, Brincava com as cores...