quarta-feira, 14 de maio de 2025

Nosso Enlace

Pego nosso filho
Nos braços,
Embalo seus sonhos,
Falo baixinho
Com ele,
Sussurro aos seus ouvidos
Até ele pegar no sono.
Você dorme em nosso quarto,
Eu não consigo dormir,
Gosto de olhar nosso menino
De olhos fechados,
Cheio de carinho,
Tão terno e sensível,
Vulnerável em meu colo.
Eu sinto que nosso mundo
Se juntou neste menino,
E agora vive lá em seus sonhos,
Eu, por vezes,
Gostaria de penetrar
Seu inconsciente
E protegê-lo,
Até mesmo lá onde os sonhos vivem.
Nosso menino ressona
Tranquilo e quietinho,
Confia nas coisas que digo,
Confia que podemos protegê-lo,
Eu saio da cozinha,
Vou até o quarto
E te vejo em nosso travesseiro,
Sensível,
De olhos fechados,
Tão imóvel
Que parece estar acordado,
Eu penso,
Meu Deus estamos tão seguros!
Me abaixo com o menino
No colo,
Aperto ele com carinho,
Me agacho até encontrar
Seu rosto,
Beijar sua bochecha,
Sentir o gosto da sua pele,
O calor que você exala,
Meu coração se enternece
Ao ver seus olhos fechados,
Eu agradeço a Deus,
Nos quero seguros
Pra sempre!
Eu embalo nosso menino
Mais um pouco,
Meus braços doem,
Mas, eu estou feliz,
Eu preciso de nós juntos,
Desculpa, se antes
Eu não pude dizer,
Sob vigia constante,
Eu imaginei que desgostassem
De mim,
Mas não o tanto que eu soube,
Só depois,
Quando quase o perdi...
Mas Deus nos
Deu segunda chance,
Não chegamos ao fim,
Pudemos comungar
Nosso enlace.

Sonhe

Sonhei,
Você pode sonhar
Com nosso fim,
Imaginar o que quiser,
Inventar motivos
Nos quais se agarrar,
Você pode fingir
Que nunca existi,
Sonhe,
Sonhe que apagará
O que senti.
Eu amei você,
Você foi meu herói,
Eu sonhei alto,
Chamei seu nome,
Precisei de você,
Então, agora sonhe,
Sonhe que irá apagar,
Acabar com tudo que houve,
Sonhe que nunca
Fomos felizes,
Que nossos sonhos
Não foram bons,
Sonhe que não fui suficiente.
Se embriague
Nesta rua lucidez
De sonhar
Com o que nunca foi,
Nem seria entre eu e você.
Se embriague do que imaginou,
Durma nas nuvens
Que você desenhou
Porquê aqui
Onde tudo é real,
Eu amei você,
Fiz o melhor que pude,
Fraquejei,
Mas amo você.
Minhas alucinações
Mexeram com meu cérebro,
Atordoaram minha cabeça,
Burlaram meus atos,
Escravizaram minhas palavras,
Mas, enquanto eu fui
Dona de mim,
Eu amei você,
Desde sempre
E até ouvindo Heart
“All wanna do is make love to you”.

Vamos trocar Saliva?

Pois é,
Querido homem,
Garoto com quem
Eu estava trocando saliva,
Jogando beijos de longe,
Hoje eu o vi com outra,
Ótimo, fique sabendo
Que nisto
Eu também me adiantei
Pois dos seus três amigos,
Eu já tentei seduzir a todos,
E não disfarcei com nenhum,
A cada beijo que te joguei
Sempre desviei algum.
Relacionamentos
Que duram tanto tempo
São assim mesmo,
Troca-se saliva,
Joga-se beijos,
Troca olhares
E desvia-se sentimentos.
Mas, cara,
Eu chorei,
Eu sofri,
Porquê não achei
Que ela lhe foi melhor que eu,
E bem...
Pausa para encontrar a frase:
“Caso você precise de alguém”?
Eu gosto de ouvir Gleen Medeiros,
Feito antes
E até imagino
Que sejamos parentes,
Exatamente, igual...
Então, caso você queira
Um novo caso,
Veja qual é o caso...
Um alguém
Com quem sentar
Para ouvir música
E trocar saliva,
Eu me disponibilizo.
Podemos falar sobre
O passado,
Trocar sonhos,
E quem sabe
Um longo beijo,
Depois de muitas horas juntos,
Porquê cara?
Te ver com outra
Não foi como me imaginar
Com seus amigos,
Mas eu me esforço,
E tento não buscar
Por beijos
Como buscava estar perto
E você,
E imaginar que estava
Tudo muito correto.
Ok?
Ah. Ela é feia,
Tá bom?
Mas, será que seus amigos
Tem um tempo pra eu?
Você podia chegar lá
E tecer elogios a meu respeito.
Salivas pra você, baby.
"Eu levo um baldinho",
Caso a gente for pescar juntos.
Você leva a vara,
Tá bom?

A Pequena

E amei por dez anos,
Não foi menos,
Aturei suas cãibras,
Não lhe fiz mal,
Ao menos não tanto,
Me esforcei pra ficar gatinha,
Ser a sua pequena.
Mas, você vem e bem...
Bem...
Cara, você engasgou duas vezes,
Eu nem quis ouvir a terceira,
Não podia falar tudo de única vez,
Tinha que enrolar
E estagnar no tal bem.
Bem,
Lhe digo numa vez,
Meu bem foi meu apelido,
A forma carinhosa
Como nos víamos,
Agora virou pausa
Para o adeus,
Foragido de desculpa,
Moita onde você se esconde
Em cada vez que me faz cair,
Eu não suporto isto de bem...
Falei!
Deixei de ser tão baixinha,
Ver tudo a partir do seu peito,
Aceitar o ângulo
De sua visão,
Ergui meu rosto,
Encarei seu olhar,
Busquei seu pensamento
E desta vez decidi contraria-lo,
Você se vai,
Eu espero,
Você volta,
Eu aceito,
Chega de bem,
Eu não gosto mais
Destas pausas,
Eu nunca disse
Que iria preferir o fim,
Mas você vai
Eu espero,
Você volta,
Eu aceito...
Bem,
Se você for
E lá pelas tantas
Querer retornar,
Talvez,
Não me veja
Tão tolerante.

Pedido de Casamento

A chamei para passear,
Peguei sua mão,
Fazia calor,
Tirei meu boné,
Olhei para o seu rosto
De boneca,
Toquei com o dedo
O seu lábio,
Num deslizar de cima
Para baixo,
Sorri alto,
Repouso meu boné
Sobre seus cabelos,
Seguimos juntos
Por aquela estrada de terra
E pedras
Ladeada por árvores,
Fui sempre tocando meu bolso,
Eu lhe trazia um anel,
A pediria em casamento.
Seguimos suados,
O calor foi ficando mais intenso,
Porém, nuvens densas se aproximaram
Muito rápidas,
Uma rajada de vento soprou,
Quando percebemos
Iniciou a chuva,
Intensa e grossa.
Eu me virei de frente para ela
Sorrindo,
Feliz como nunca,
Sua camisa amarela
Colocou aos seus seios nus,
Eu me abaixei
E os beijei,
Depois subi meu olhar
Até seus lábios trêmulos,
Retirei o anel do bolso,
Me levantei até sua boca,
Enquanto a chuva caia,
Se derramava sobre nós,
Eu a pedi em casamento.
A ergui em meus braços,
Me virei para o lado oposto,
Lá naquela lado onde antes
Brilhava um sol intenso,
A mostrei para Deus,
Com ela segura em meus braços,
Mostrei a ela o anjo que ganhei,
A esposa que seria minha,
A mulher que eu amava,
A quem eu entregava meus sentimentos,
Ergui ela para cima
Usei de toda a minha força,
A chuva caía,
Voava sobre mim
Depois de bater nela,
Eu Disse Deus,
“Veja, é está que amo!”
Então, a puxei para o meu peito
Quente e pulsante
Por ela.
Depois, retirei meu boné
De sua cabeça
Com meu contato,
E a beijei intensa
Para que Deus nos presenciasse,
Nos visse,
Aprovasse,
Protegesse nós dois,
Nos mantivesse juntos...
Eu devo ter feito mil pedidos,
Mas, nada se iguala a tê-la,
Isto basta!

Cadê Minha Garota

Eu a procura-la,
Feito uma experiência religiosa,
Nunca rezei,
Mas neste instante,
Dentro da minha própria casa,
Eu olhei para o alto
E pedi,
Oh Deus devolva ela.
Eu retirei a mesa do lugar,
Eu olhei embaixo da cama,
Eu a busquei no banheiro,
Eu liguei todas as luzes juntas,
Eu me sentei no chão
Escorado na cama.
Por Deus,
Por quê usei tanta sogra
E a deixei sozinha,
Desamparada outra vez,
Ela só me pediu
Que no dia do seu aniversário
Eu não chegasse tarde.
Chorei sem perceber,
Sentado com os joelhos dobrados,
Mãos sobre os ouvidos,
Caramba a droga
Gritava dentro de mim,
A maldita droga me separou dela,
E agora eu a queria,
Perdidamente a desejava,
Mais que a droga,
Ou era efeito desta,
Mas, eu a queria.
Coloquei uma mão no chão,
Me empurrei,
Fiquei em pé,
A busquei,
Fui até a geladeira,
Faltavam duas garrafas de vodca,
Algumas cervejas estavam vazias
No canto da geladeira,
No chão,
Uma estava caída,
Derramando líquido,
Poxa,
Ela se entristeceria quando visse,
Ela que gosta de ver tudo limpo,
Fui a cozinha
Encontrei o tapete
De frente da pia,
Limpei o chão,
Joguei ele para o lado
Do banheiro,
Minha garota,
Cadê?
Voltei a geladeira
Que deixei aberta,
Faltava bebida,
Havia uma pizza assada,
Iniciada,
Porém, abandonada
Na primeira mordida.
Que droga,
Ela não se alimentou
Já eram quase três da manhã
O que eu fiz até tão tarde
Fora de casa,
Por quê, fui atrás de maldita droga?
Agora minha cabeça doía,
Cadê minha garota?
Retornei ao quarto,
A encontrei ao lado da cama,
Caída, escorada na parede
Ao lado da cômoda de roupas íntimas,
Ela estava de calcinha
E sutiã e linda.
Eu disse amor, acorda.
Acorda, acorda...
Um litro de vodca
Estava caído ao seu lado,
Meu Deus,
Acho que ela bebeu muito,
Por Deus,
Estaria morta,
A minha garota, morta?
Por quê me droguei tanto?
Juntei ela pelos braços,
A trouxe ao meu peito,
A abracei e acariciei
Seus cabelos,
Ela abriu os olhos,
Estava viva,
Viva a minha garota,
Eu só a mantive comigo,
Chorei sem poder controlar,
Minhas lágrimas
Desciam sobre seus cabelos...
Feliz aniversário, meu amor.
Eu sussurrei atrasado
Aos seus ouvidos,
Mas falei acima da droga,
Acima do álcool,
Ao alcance do que sentíamos,
Do amor que nos salvava
E unia.
Feliz aniversário, minha garota.

Meu Esposo Doente

 -Não aguento mais.
Eu falei,
Assim que ele entrou
Empurrando a pequena mesa
De madeira amarela
Contra suas pernas.
- vai embora!
Eu gritei mais alto,
Olhando séria
Contra seu olhar.
- o quê?
Ele falou ríspido
Em sua voz masculina,
Eu bebi de suas palavras,
Não tolerei seus atos.
- some!
Então,
Ele nem fechou a porta,
Saiu por ela,
Depois bateu com toda força,
- ah, como eu odeio
Suas demonstrações
De superioridade!
Eu gritei ainda,
Levando as mãos
Aos cabelos
Descendo até às minhas
Orelhas.
- adeus!
Falei com toda força,
Retornei e soquei a mesa,
Me segurei nela
Para não cair,
Bati até sentir dor.
- eu odeio suas demoras,
Odeio não saber onde está,
Odeio não ter respostas.
Gritei mais alto,
Como se minha voz
Fosse encontra-lo,
E eu tivesse um mínimo
De domínio sobre nós,
Alguma segurança
Neste casamento
Que não anda.
Contudo,
Ele acendeu um cigarro,
Encontrou uns moleques
No caminho,
Adquiriu maconha,
E fumou baseado.
Depois, cheirou suas roupas,
Cheirou os ombros
E viu que eu notaria os cheiros,
Parou em frente a um puteiro,
Preferia cheiro de vagabunda
Porquê então,
Lhe pareceria que a briga
Seria menor,
No entanto,
Riu alto
Lembrando de eu
O pondo pra fora,
Comprou pó,
Passou sobre os dedos,
Por Deus,
Os dedos que usa para ne tocar,
E cheirou uma carreira,
Duas, três e na quarta
Ele teve um orgasmo,
Seu corpo tremia convulsionado,
Isto chamou a atenção da polícia.
- o que faz, rapaz?
O policial disse,
Ao encostar a viatura
Ao lado dele
Na calçada,
Pondo a sua grande mão
No seu ombro.
- cara?
Ele disse,
E virou o rosto em sua direção.
- você está se drogando,
Vagabundo?
Isto é contra a lei.
O policial desceu do carro,
Juntou um cacetete de madeira
Próprio para agressão
E bateu nele até vê-lo caído,
Escoiceou e depois o jogou
Depois da calçada,
Num mato logo a frente,
Feito um indigente.
Com as agressões
Sua carteira de perdeu
Do bolso,
Ele sangrou,
Eu pude sentir dor,
Eu juro vivi sua dor,
Meu peito inflamou
Eu tive certeza de que
Iria morrer,
Eu juntei minha jaqueta
De cima da mesa,
Sai pela porta correndo,
Busquei-o,
Busquei ele por toda parte,
Então, imaginei que estaria lá
Na casa daquelas vagabundas
Comprando sexo,
E pagando diversão,
Eu a passadas largas e raivosas
Só pensei em soca-lo
Com toda força,
Mas logo que me aproximava
Só desejei encontra-lo vivo,
Depois, baixinho pedi a Deus
Que não estivesse apaixonado,
Não me deixasse,
Não me trocasse...
Oh, Deus?!
Então, o vi caído sangrando
Próximo a calçada,
Corri,
Toquei seu ombro,
Estava inconsciente,
Eu chamei um táxi,
Ninguém parava,
Ninguém ajudava,
Ninguém se importava.
Por Deus, que dor,
Corri até aquela maldita
Casa de mulheres a venda,
Implorei ajoelhada por ajuda,
Uma moça seminua
Pegou as chaves de um carro,
Encontrou-o,
Me ouviu e nos ajudou...
- meu esposo,
Meu esposo está doente.
Eu a disse,
Da parte de trás do carro
Eu estava com ele deitado
Sobre meu colo,
Eu olhei para aqueles lábios dela,
Vermelhos e pequenos,
A maquiagem tão perfeita,
Então, me abaixei sobre ele,
O beijei.

Casada por Acaso

O término do namoro Levou Ana ao dezenove Pote de dez litros de sorvete, Já conhecia todos os sabores, Brincava com as cores...