-Não aguento mais.
Eu falei,
Assim que ele entrou
Empurrando a pequena mesa
De madeira amarela
Contra suas pernas.
- vai embora!
Eu gritei mais alto,
Olhando séria
Contra seu olhar.
- o quê?
Ele falou ríspido
Em sua voz masculina,
Eu bebi de suas palavras,
Não tolerei seus atos.
- some!
Então,
Ele nem fechou a porta,
Saiu por ela,
Depois bateu com toda força,
- ah, como eu odeio
Suas demonstrações
De superioridade!
Eu gritei ainda,
Levando as mãos
Aos cabelos
Descendo até às minhas
Orelhas.
- adeus!
Falei com toda força,
Retornei e soquei a mesa,
Me segurei nela
Para não cair,
Bati até sentir dor.
- eu odeio suas demoras,
Odeio não saber onde está,
Odeio não ter respostas.
Gritei mais alto,
Como se minha voz
Fosse encontra-lo,
E eu tivesse um mínimo
De domínio sobre nós,
Alguma segurança
Neste casamento
Que não anda.
Contudo,
Ele acendeu um cigarro,
Encontrou uns moleques
No caminho,
Adquiriu maconha,
E fumou baseado.
Depois, cheirou suas roupas,
Cheirou os ombros
E viu que eu notaria os cheiros,
Parou em frente a um puteiro,
Preferia cheiro de vagabunda
Porquê então,
Lhe pareceria que a briga
Seria menor,
No entanto,
Riu alto
Lembrando de eu
O pondo pra fora,
Comprou pó,
Passou sobre os dedos,
Por Deus,
Os dedos que usa para ne tocar,
E cheirou uma carreira,
Duas, três e na quarta
Ele teve um orgasmo,
Seu corpo tremia convulsionado,
Isto chamou a atenção da polícia.
- o que faz, rapaz?
O policial disse,
Ao encostar a viatura
Ao lado dele
Na calçada,
Pondo a sua grande mão
No seu ombro.
- cara?
Ele disse,
E virou o rosto em sua direção.
- você está se drogando,
Vagabundo?
Isto é contra a lei.
O policial desceu do carro,
Juntou um cacetete de madeira
Próprio para agressão
E bateu nele até vê-lo caído,
Escoiceou e depois o jogou
Depois da calçada,
Num mato logo a frente,
Feito um indigente.
Com as agressões
Sua carteira de perdeu
Do bolso,
Ele sangrou,
Eu pude sentir dor,
Eu juro vivi sua dor,
Meu peito inflamou
Eu tive certeza de que
Iria morrer,
Eu juntei minha jaqueta
De cima da mesa,
Sai pela porta correndo,
Busquei-o,
Busquei ele por toda parte,
Então, imaginei que estaria lá
Na casa daquelas vagabundas
Comprando sexo,
E pagando diversão,
Eu a passadas largas e raivosas
Só pensei em soca-lo
Com toda força,
Mas logo que me aproximava
Só desejei encontra-lo vivo,
Depois, baixinho pedi a Deus
Que não estivesse apaixonado,
Não me deixasse,
Não me trocasse...
Oh, Deus?!
Então, o vi caído sangrando
Próximo a calçada,
Corri,
Toquei seu ombro,
Estava inconsciente,
Eu chamei um táxi,
Ninguém parava,
Ninguém ajudava,
Ninguém se importava.
Por Deus, que dor,
Corri até aquela maldita
Casa de mulheres a venda,
Implorei ajoelhada por ajuda,
Uma moça seminua
Pegou as chaves de um carro,
Encontrou-o,
Me ouviu e nos ajudou...
- meu esposo,
Meu esposo está doente.
Eu a disse,
Da parte de trás do carro
Eu estava com ele deitado
Sobre meu colo,
Eu olhei para aqueles lábios dela,
Vermelhos e pequenos,
A maquiagem tão perfeita,
Então, me abaixei sobre ele,
O beijei.
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