domingo, 20 de julho de 2025

Querida Mamãe

Amada mamãe,
Te agradeço hoje,
Pelos meus primeiros dias
De vida,
Aqueles em que eu era
Tão pequena criança,
E você me abraçava,
Tão faminta criança,
E você me alimentava
Do leite do seu próprio peito,
Tão delicada criança,
E você me banhava e
Trocava minha roupa.
Hoje, crescida criança,
Eu rememoro e entendo
O quanto foi importante
Desde o aleitamento
Até meus primeiros anos
De vida,
Onde obtive o melhor alimento,
Que me sustenta
Até os dias atuais
E irá guiar meu paladar.
Pois não são os sanduíches
Comidos rápidos
Antes de sair correndo
Para o trabalho
Que reforçam a estrutura
E o meu cérebro,
Não, mamãe,
Foi o seu leite
Que formou meus ossos,
E o alimento que você
Escolheu desde o início
Que me faz forte
Para seguir os próximos anos.
Desde a geração
Até a concepção
Você sempre escolheu
A melhor comida
Para me fazer criança forte
E me manter equilibrada,
Me deu o melhor alimento
E hoje sou agradecida
Por entender tão boa
Você é em minha vida.

sexta-feira, 18 de julho de 2025

Depois do Fim

Marta piscou algumas vezes,
Tentou entender
O que houve,
Se viu dentro do carro
Esmagada contra o chão.
Estava imprensada
Contra o volante,
O carro estava tombado.
- um acidente, filho?
Meu filho!
Foi tudo que conseguiu dizer,
Depois veio a dor,
Uma dor terrível e inexplicável,
Algo próximo a morte.
Com custo,
Ela conseguiu remover
O rosto que estava colado
Ao vidro para-brisa do carro,
Empurrou o banco
Que a comprimia e buscou
Com o olhar pelo filho.
O viu imóvel e emudecido,
Sangue escorria do vidro
Onde ele estava colado.
- filho.
Ela interveio.
- filho, o que há?
Ele parecia não respirar,
Isto lhe deu uma força sobre-humana,
Conseguiu se empurrar,
Abrir a porta e caminhar
Recostada na lataria do carro,
Tocando os pneus
Que estavam para o ar,
E chegou na porta ao lado,
Onde estava o filho.
A porta estava imprensada
Contra a terra,
Amassada pelo peso do carro,
Ela notou,
Um tanto arredia
Que sofreu um acidente,
Seu carro foi jogado
Para fora da estrada.
- filho, tenha força
Por mim, eu te amo.
Ela tentou outra vez.
Com o coração aos saltos,
Nem sentiu a dor no rosto
Que sangrava cortado
Pelo vidro.
Nisto olhou para a cocha
E encontrou um pedaço
Enorme de vidro
Penetrando sua pele,
O removeu rápida,
E empreitou contra a porta.
- filho!
Gritou de novo.
Puxou a porta para fora,
E a abriu.
Depois se ajoelhou
E beijou o rosto do filho,
Limpou com as costas da mão
O sangue que escorria.
Depois disso,
Empurrou com toda a força
O banco para trás,
E removeu o filho do carro,
Ele continuou imóvel,
Como se estivesse morto.
Ela o pegou no colo
Foi até a margem da rodovia,
Esperou até alguém ajudá-la
E foram conduzidos ao hospital.
Ela sangrava muito,
O rosto se desprendeu
Em um lado dos ossos,
E os estilhaços do para-brisa
Lhe cortaram, também,
Na região do peito.
O filho não falou
Uma única palavra
Ou se moveu.
Ela o abraçou,
Sentou com ele
No banco de trás do carro
Que lhes deu carona,
O pegou no colo
E clamou por misericórdia,
Implorou a Deus
Que não o levasse,
Rogou para Deus salva-lo,
Usou todas as palavras
E orações que já ouviu
Implorando que Deus poupasse
A vida de seu único filho.
- ele tem dezenove anos.
Ela disse para o estranho
Que conduzia ela até o hospital
Da cidade mais próxima.
-Deus não pode levá-lo.
Ela tornou a dizer,
Tocando no ombro do estranho,
Que dirigindo,
Olhou pelo retrovisor,
Depois se virou para ela
Vendo sua dor
Se transformar em choro
E escorrer por seu rosto,
E roupa.
O estranho fez sinal
Com a cabeça de que não,
Balançando rápido
De um lado para o outro.
Ele trocou a marcha,
Então, viu que já estava
Dirigindo na última,
Mas, tornou a acelerar,
Precisava salvar estes dois,
A mãe parecia que iria morrer
De dor,
Medo e sofrimento.
- seus ferimentos doem?
Ele lembrou de pedir,
Para mudar o assunto
E trocar o pensamento dela.
- eu não posso perder
Meu filho.
Ela disse, simplesmente,
Parou de olhar para o rosto
Do motorista,
Através do reflexo do espelho
Retrovisor e olhou para fora,
Para a paisagem cheia de casas
Que mudava a toda hora,
- Deus, poupe meu filho.
Ela disse.
Como se Deus ao não ouvi-la,
Pudesse ouvir uma das orações
De alguém de dentro daquelas
Casas e confundisse as orações
E apenas desta vez,
A atendesse
E mantivesse seu filho.
Lembrou de avisar o esposo
Sobre o acidente,
Buscou o celular pelo corpo
E não encontrou,
Buscou no bolso do filho
E estava o dele lá.
Encontrou o número do esposo,
Escreveu uma mensagem turva,
Entre lágrimas e dor lancinante,
Como se as palavras rasgassem
Seu peito,
Invadissem por seus ferimentos
E se cravassem nela,
Ela olhou o filho outra vez,
Ele não se movia,
Parecia não respirar.
“sofremos um acidente,
Querido, o carro ficou no caminho
Nos busque no hospital...”
Ela olhou o filho,
Beijou seu rosto,
Tentou secar suas lágrimas
De sua face,
Seu sangue que por ventura
O tocou,
Ele continuou imóvel.
Ela clamou para Deus,
Parar seu peito,
E dar a ele a vida
Que arfava em seu peito,
Rezou que houvesse uma forma
De fazê-lo resistir.
“querido, reze.”
Ela conseguiu escrever
Depois de segurar o delete
Apertado e apagar a frase anterior.
O esposo, neste instante,
Devia estar com suas cervejas
Frescas bebendo sobre o sofá.
Inocente quanto a realidade,
Nem imaginaria a trajetória
Doentia que estava vivenciando.
Ela preferiu ir buscar
O garoto no colégio
Ao invés de Robson ir,
Ele bebia muito,
Ela não bebia nunca,
Mas, agora, ela bateu o carro.
Tentou buscar em sua mente
O que houve,
E tudo que encontrou
Foi um caminhão invadindo
Sua pista e se colocando
Contra o carro dela.
No entanto, tentou lembrar
Se onde acordou havia
Algo, contudo, não encontrou
Nada.
Parecia haver sinais de pneus
Derrapando sobre a pista,
Pneu queimado no chão,
Sinais negros e contínuos
Sobre o asfalto,
No entanto, só havia isso.
- você sabe o que houve?
Indagou ao motorista,
Ele estremeceu
E olhou para ela,
Depois se voltou para
A rodovia sobre a qual dirigia.
- não vi nada,
Apenas você e seu filho,
Você chorava muito
E sangrava por toda a roupa,
Porém, ele parecia estar
Abraçado a você...
Ele respondeu seriamente.
- mais... Nada?
Ela indagou,
Buscando sua imagem
Através do espelho.
- nada!
Ele disse.
- eu dirigia...
Ela falou.
Buscando o rosto do filho,
Acariciando seu ombro.
O homem chegou no hospital,
Buscou ajuda na recepção,
E levou a mulher sobre uma maca,
E o rapaz na outra,
Ela chorava muito,
Ele estava desacordado.
Ela insistiu em pegar sua mão,
Entraram juntos,
Com ela agarrada a ele,
Porém, o médico lhes indicou
Quartos separados,
Ela sofreu fraturas abertas,
A pele caia sobre a face,
Chorava desesperadamente,
No entanto, ele ignorava a vida,
Se está lhe percorria os pulmões
Parecia estar distante de seu coração.
Ele não parecia respirar.
Seu rosto estava com resquícios
De cortes,
Simples escoriações,
Mas, o pulmão estava imóvel,
O peito parecia estagnado.
Cinco horas depois,
Ela abriu os olhos
Dentro daquele quarto branco,
Que parecia um aprisionamento,
- Julho, filho, Deus.
Gritou.
Ele não respondeu.
Ela saiu desesperada para fora.
Ao abrir a porta do quarto,
Se deparou com o esposo,
Cheirando a cerveja,
A esperando.
- Julho morreu.
Ele disse, secamente.
Então, a segurou,
Ela perdeu as forças,
Cambaleou,
E seu rosto virou choro.
- Deus, traga meu filho.
Ela falou,
Se amparando no braço
Do esposo.
O velório iniciou no mesmo dia.
Seguiu até o seguinte,
Quando o filho foi enterrado.
Marta recolheu o carro,
Em homenagem ao filho,
O mandou para a oficina
E o refez na mesma forma,
Cor, placa e demais características,
Esperaria o filho para sempre.
O carro foi guardado na garagem,
E esquecido para manter sua originalidade,
Eventualmente, ela o pegava
E saia pelas ruas a buscá-lo,
Olhando de rosto em rosto,
Chamando seu nome
Em cada casa,
Cada janela por onde passava.
Robson insistiu
Em suas cervejas,
E optou pelo divórcio,
Não foi capaz de perdoa-la.
Na cidade vizinho,
Antônio brigou pela décima vez
Em menos de vinte e quatro horas
Com Marcos e Hugo,
Seus filhos.
- eu quero cerveja,
Me tragam meu uísque.
Marcos lhe trouxe vodca,
Indignado Antônio cuspiu
Contra seu rosto.
- você não presta pra nada,
Maldita a sua mãe
Que te abandonou comigo.
Então, bebeu quase todo
O conteúdo de uma só vez,
E retornou a olhar para o filho
Que o aguardava estagnado
E olhos assustados.
- você trouxe o uísque e a cerveja?
Ela perguntou.
- mas, você não gosta
Que a bebida esquente,
E se for ambas,
Mais a vodca vai esquentar.
O rapaz respondeu.
- maldito!
Ele gritou.
Jogando a garrafa contra
O rapaz,
Ela bateu em seu braço,
Depois na parede.
- eu nunca tive dois filhos,
Pensando bem, nunca!
Antônio gritou.
Hugo, se dirigiu para o quarto,
Pegou o celular e entrou
Em sua rede social,
Lá encontrou uma página
Com a fotografia de um carro,
Modelo antigo,
Cor escura e seu coração
Pareceu se apertar
Contra o peito.
Ele teve certeza
Que conhecia aquele veículo,
Anotou o telefone para contato
E decidiu marcar encontro,
Iria ver,
Quem era tal pessoa
Respectiva ao anúncio.
- Hugo, eu não entendo papai.
Ele bebe e briga,
As vezes, bate em nós,
Mas...
Marcos falou da entrada
Do quarto,
Então, fechou a porta
Atrás de si,
E abraçou o irmão
Sentado na cadeira da escrivaninha.
- digo isso, agora
Que ele está dormindo
E não irá ser violento,
Eu peguei a moto e saí
Da garagem,
Tinha dezesseis anos,
Então, cai e quebrei o braço,
A moto foi apreendida
E eu fui parar no hospital,
Meu pai foi me buscar bêbado,
Mamãe estava no trabalho,
Então, ele o trouxe por engano
E eu voltei de carona
Com um enfermeiro
Que ficou entristecido
Por eu ter sido abandonado.
O rapaz falou.
Hugo se moveu da cadeira,
Se voltou para o irmão
Estarrecido.
- como?
Ele indagou.
- verdade.
Marcos continuou.
-mas, eu não lembro,
Eu não entendo.
Hugo disse.
- eu o amo como a um irmão,
Eu só tenho você e papai,
Mamãe nos abandonou
E não se importa com nós.
Hugo ficou apavorado,
Num vislumbre de lembrança
Lhe pareceu ver o carro capotar,
Rolar pela rodovia,
Então, tudo ficou escuro.
Depois disso,
Ele parecia ouvir a mãe
Lhe chamar,
Também o pai.
Então, baixou os olhos
Para o celular
E o anúncio ficou ali parado
Em sua tela.

O Fim de Adam

Marlise se virou para Adam,
O abraçou com força,
Mesmo imprensada contra
O volante do carro esportivo,
Teve um último ímpeto de força,
Para virar o corpo
E buscar pelo filho
Sentado no banco ao lado,
E abraça -lo.
Seu coração chorou,
Antes de seus olhos confirmarem,
O filho não resistiu,
Sofreu uma pancada na testa
Contra o para-brisa do carro
E não resistiu.
Logo, seu corpo esfriou,
Seu pulmão não se mexeu mais,
Nem seus olhos tiveram tempo
Para buscá-la,
Seus lábios sequer
Pediram ajuda
Ou informaram sobre dor,
Simplesmente, silenciaram-se,
De uma maneira
Que nunca mais se abririam
Ou voltariam a dizer
Qualquer coisa.
Ao ser retirada do carro,
Que ficou de talvez forma
Imprensado contra o caminhão
Que vinha no sentido inverso,
A primeira coisa que fez
Foi buscar o filho
Do outro lado.
Marlise, guiada pelos
Sentidos de mãe,
Rastejou até lá,
Incapaz de colocar-se
Em pé,
Ela sangrava,
Suas costelas perfuraram
O pulmão,
E ela sangrava no joelho,
E peito.
- Senhora, você está sangrando...
Um homem lhe falou,
Aos gritos no seu ouvido
Ao ser seus esforços
Para buscar o filho,
Ela não conseguiu responder,
Mas, continuou a puxar o corpo
Com os antebraços
Até por trás do carro.
Um outro jovem, então,
A juntou do chão e
A carregou até o filho,
Ela chegou a tempo
De vê-lo ser retirado imóvel
Do carro,
Olhos fechados,
Mãos paradas,
Braços moles caídos.
- filho.
Ela conseguiu usar
De todo seu esforço
E amor de mãe
Para chama-lo.
- fi...lho.
Ela disse,
Outra vez.
- Ele se foi.
Respondeu um dos socorristas,
Que observava seus sinais vitais.
Era uma rotatória apenas,
O caminhão seguia o sentido
Oposto ao dela,
Não representaria para quem
Apenas observasse
Que um acidente naquele local
Poderia causar resultados
Tão graves quanto este,
Mas, tomou.
Marlise, se dirigia
Para casa com o filho,
Próximo ao meio dia
Para levá-lo almoçar
Após as aulas colegiais,
O caminhão entrou na rotatória
No mesmo instante,
E se chocaram,
Ele vinha de sua esquerda.
Rotatória é uma espécie
De canteiro de flores
Que separa quatro saídas duplas,
De ruas diferentes,
Sem sinal eletrônico.
No cemitério da cidade,
Marlise preferiu escolher
O local em que sepultar Adam,
Escolheu o lado direito,
Bem ao final,
Próximo de onde haviam
Muitas árvores frondosas
Para que ele descansasse
Na sombra de suas folhas.
O filho amava árvores
De caules grossos,
Escolheu a mais linda,
Lá foi feito um buraco no chão,
Posto uma lápide
Do lado de cima,
E agora desciam seu caixão
Fechado,
Nunca mais seria aberto,
Nem ele seria visto.
Quatorze anos
Foi o tempo que ele viveu,
A dor no corpo de Marlise
Era intensa,
Contudo, a perda foi irreparável,
Era o único filho dela e
Jorge.
- Este é o fim do casamento.
Jorge disse,
Ao colocar a mão
Sobre o ombro de Marlise,
Se aproximando por trás dela.
- depois do acidente,
Eu não o vi.
Ela teve tempo de responder.
Ele já não a ouvia,
Simplesmente se certificou
De providenciar o mortuário,
E não chegou perto dela
Única vez,
- ele tem problema
De alcoolismo.
Ela tentou falar
Para sua cunhada
Que estava em pé ao seu lado,
Mas não teve força
A dor de perder um filho
Cala uma boca,
Emudece um coração,
Fecha os olhos para todo o resto.
Se conteve em apertar
O braço dela,
Como se lhe transmitisse conforto,
Ou buscasse.
Ela não pensava,
Mas, teve certeza
Que era melhor deixa-lo ali
Entre as árvores
Que sob o sol escaldante
Dos outros locais
Ao lado ou mais adiante.
Jorge abriu seu casaco,
Retirou de lá dois vidros
De uísque,
Abriu e bebeu um pouco,
Parado ao lado do buraco
Profundo onde era colocado
O caixão, lentamente.
Depois, abriu outro vidro,
Bebeu também um pouco deste,
Então, ele soltou sobre o caixão,
Derramou o líquido todo.
- ele não conheceu bebida,
Não provou nada da vida,
Foi tão cedo,
Não saberá o que é viver,
Eu preciso mostrar isto a ele,
Faz parte de ser pai.
Então, caiu de joelhos
Fazendo desmoronar terra
Sobre o caixão.
Bebia de um vidro,
Derramava de outro,
Seu pai que ajudava a descer
O caixão segurando uma
Das três cordas,
Virou o rosto para o lado,
Com um grunhido de dor
Que o fez cuspir para frente
E para o lado,
Junto com o choro
Que escorreu em seu rosto.
Marlise tentou pôr a mão
Sobre o ombro de Jorge
Mas ele empurrou:
- vagabunda. Você o matou.
Ele balbuciou entre lágrimas,
Tentando se levantar
Usando uma mão
E a garrafa.
Derrubou mais terra
Sobre o caixão.
- filho.
Ele gritou.
Se jogando para frente.
E resvalou mais,
Teria caído,
Mas, Miguel, seu irmão
O conteve a tempo.
- ela o matou.
Ela o matou.
Jorge disse
Indo parar recostado
No ombro do irmão,
Dando empurrões nele
Com a mão fechada,
E vidro de uísque nela.
Algum tempo se passou,
O caixão repousou no fundo
Da terra úmida,
Algumas palavras de adeus
Foram pronunciadas,
- filho, perdoa a sua mãe, filho.
Filho, como eu posso dizer adeus?
Marlise falou,
Abraçando a si própria,
Com o rosto encharcado de dor,
A roupa escorria lágrimas
E respingava sobre o caixão
Lá no fundo,
Como pingos de chuva
E dor,
Que nunca silenciaria.
Jorge jogou o vidro lá dentro.
- filho, vamos beber?
Vamos nos divertir juntos,
Precisamos viver.
Ele disse.
Seu casaco se encharcou
De lágrimas e dor
Em pouco tempo.
As pas de terra foram erguidas,
Carregadas de terra
E de uma a uma jogadas
Sobre o caixão.
Algumas flores foram deixadas
Organizadas ao redor
Da sepultura,
Junto com velas acesas.
Não tardou,
E a última pa de terra
Selou o enterro,
Mais flores foram soltas
Sobre o local.
Um coelho branco
Surgiu do lado de cima
Daquele cemitério
De grama fresca,
Pulou diversas vezes,
E fugiu dos presentes,
Haviam muitos parentes.
Jorge tomou as chaves do carro
De dentro do bolso de Marlise,
E saiu para fora inconsolável
Bebendo de seu uísque,
O portão do cemitério se fechou
Com Marlise parada do lado
De fora sem poder reagir a dor.
Jorge cruzou por ela
Dirigindo o carro,
Jogou o vidro de uísque
No chão próximo a ela,
E saiu fazendo voar poeira
E brita sobre ela.
Ela o olhou,
Ergueu o rosto para vê-lo
Subindo o moro,
Até esconder-se por entre as árvores,
Ela continuou olhando,
Mesmo quando o tempo
Passou,
Ela se manteve olhando.

terça-feira, 15 de julho de 2025

Casada por Acaso

O término do namoro
Levou Ana ao dezenove
Pote de dez litros de sorvete,
Já conhecia todos os sabores,
Brincava com as cores,
E salgava o final de cada pote
Com suas centenas de lágrimas.
Exatamente, isso.
Roberto a deixou,
Nas vésperas do casamento,
Claro que não havia
Data marcada,
Contudo, ela estava convicta
De que ocorreria,
De que se amavam,
Logo, comprou o vestido
Mais caro,
A sua escolha e perfeição
De detalhes,
Ela até, já fazia suas viagens
Ao redor do país
Com Roberto ao seu lado,
Buscando uma igreja
Na qual ela se adaptasse,
Para realizar a celebração.
Quando chegava
Neste instante da lembrança,
Chorava muito,
Costumava guardar o álbum
De fotos,
E esquecer que acreditou
Que ocorreria na catedral
De Florianópolis.
Decidiu, diante disso,
Fazer outra viajem,
Desta vez,
Levaria o vestido
E jogaria no mar de lá,
Ou faria uma doação
A alguém que cruzasse
Pela linda Praia dos Ingleses.
Talvez, algum casal,
Ou um sorteio,
Juntaria todos os nomes
Dos que desejassem o
Encantador vestido Dior,
E o nome que saísse de
Dentro do chapéu de praia
Ganharia.
No caminho, o pneu furou,
Não podendo parar
Na rodovia,
Seguiu adiante e a roda entortou,
Foi obrigada a parar
Numa loja para adquirir
Uma nova.
Chegando ao local,
Uma moça foi logo
Levando o carro até o lugar
Onde efetuaram a troca.
Trocando algumas palavras,
Soube que ela era mãe,
Adiante na conversa
Duas meninas surgiram
Sentadas na escada de madeira
Com um gatinho cada.
Sabendo da viagem,
As meninas iniciaram a chorar
Para ir junto,
Se abraçaram as pernas mãe
E a fizeram parar o trabalho.
Ela se irritou,
Pegou as crianças pelos ombros
E soltou para o lado,
Próximo a uma corda amarrada
A casa.
O coração de Ana deu um salto
Ante a ideia de ver duas meninas
Amarradas a parede
De uma casa,
Afastou-se de lá,
Com a pretensão de afastar
O pensamento.
As meninas correram até ela
E a abraçaram na altura
Das cochas,
Casa uma pendurada em uma
Delas,
Uma menina de três anos,
Outra de seis.
Choraram com tanto sentimentalismo,
Que chegou a molhar sua calça jeans,
Até escorrer para o chão.
Comovida ela chorou junto,
Abraçou as meninas,
E se agachou até elas.
Neste instante,
Uma senhora gorda
De cabelos brancos saiu
Para fora da loja
Que tinha inúmeras rodas
Penduradas na parede
E disse:
- leve-as,
Você é uma boa garota,
Confio em você.
Ela se voltou para aquela senhora,
Enxugando as lágrimas,
As meninas secaram os olhos
E correram até ela
Com os braços erguidos
Gritando obrigada.
Ana se contentou em sorrir.
A mãe de Claudia e Claudira,
Terminou o trabalho
Ao final da tarde.
- leve as meninas,
Eu pago toda a viagem,
Apenas não posso
Ir com vocês,
Eu trabalho muito.
Ela deixou o pneu concertado
Na roda do carro
E se levantou limpando
Com um pano a sujeira
Das mãos:
- não me afasto de casa,
Eu sou assim.
Lá em Florianópolis mora
O pai delas, chamado Augusto,
Nós nos separamos.
Eu aviso que elas irão para lá
E ele decide ir até vocês
Para vê-las.
Foi tudo tão rápido
Desta forma,
Efetuado o pagamento,
Mãe e filha recusaram o dinheiro,
Ao se encaminhar até a saída,
As meninas correram
Com sua mala de viagem pronta
E dois sorvetes em cada mão,
Para entregar um a ela.
- me desculpa Ana,
Eu não arrumei a mala,
As meninas se organizaram assim.
Interveio a mãe.
- Não tem problema.
Ana respondeu se abaixando
Para pegar o sorvete.
- eu jamais a obrigaria
Desta maneira,
Entendo você querer viajar
Sozinha.
Ana olhou para a mãe
Das meninas,
Uma mulher magra,
De uniforme sujou,
Mãos engraxadas
Que estendeu a mão para ela,
E a segurou com carinho.
- nós vamos juntos Ana,
Por favor.
Claudia pediu,
Com os olhos cheios de lágrimas,
Pegando a mão de Ana
E segurando junto com
As da própria mãe,
Claudira fez igual,
Mesmo com dificuldade de alcançar.
Ana se abaixou
Até às crianças,
Abraçou as duas,
Olhou em seus olhos
E não pode resistir.
- tá bom, lindas.
Respondeu.
Selmira, pegou as filhas
No colo e levou até o carro,
Sua mãe, avó das meninas,
Catiera levou as pequenas malas Dior.
Colocado no porta malas
As malas, Catiera veio até às crianças
E abraçou ambas.
Depois fechou a porta do carro,
Junto com Selmira,
Uma mão sobre a da outra,
Com carinho
E se despediram.
A viagem ocorreu normal,
Um dia de estrada,
E avistaram a ponte de Florianópolis,
Algumas horas de viagem,
E estacionaram na praia.
Roberto se aproximou delas
Com um balde de vinte litros
De sorvete em mãos.
- minhas filhas!
Ele gritou.
As meninas correram para ele.
Ana se aproximou a passos lentos,
Estendeu a mão
E cumprimentou:
- prazer, sou Ana.
Roberto, com Claudira
No colo e Claudia abraçada
A sua perna,
Cumprimentou-a.
Foram até o guarda sol dele,
Ficaram lá comendo espetinho
De carne da Sadia,
E sorvete Nestlé.
O dia correu rápido,
Ele tinha um apartamento
Em frente a praia,
Então, convidou Ana para ficar.
Ana gostou da ideia,
Não queria separar-se
Das meninas,
Por isso, desocupou o lugar
Onde ficaria e optou
Por a frente-mar.
A noite,
Pôs um maiô Dior,
E saiu para ver as ondas,
Chegou perto,
Não resistiu ao choro,
Uma onda estava arrastando-a,
Quando Roberto correu até ela
E a segurou:
- Uai, você não conhece o mar?
Ele te arrasta.
Ele disse,
Pegando em sua cintura.
- me desculpa.
Ana respondeu,
Tentou retornar até a areia,
E tropeçou no pé de Roberto,
Caindo na água
Ao seu lado,
Outra vez,
Ele foi obrigado a ajunta-la,
Desta vez,
A manteve colada ao seu peito.
O peito dele arfava,
Parecia respirar o mesmo sentimento
Que Ana,
O beijo aconteceu ali
Sedento e arredio.
De repente,
Seus carinhos
Se intensificaram
E se tornaram ansiosos,
Então, fizeram sexo sobre a areia.
Logo no primeiro dia,
Todavia nada alterou
A felicidade das crianças
No dia seguinte na praia,
Ambas buscavam conchinhas,
E brincavam de fazer brincos
E colares para Ana,
Que ficou recheada de conchas,
Principalmente no cabelo.
Próximo ao meio dia,
Elas brincaram de fazer
Construção na areia,
Depois disso, Roberto chegou
Com churrasco e salada,
E todos pararam almoçar,
Então, as meninas sentaram
Uma em cada perna esticada
Sobre a areia, dele
E dormiram abraçadas
Ao seu peito.
Ana se sentiu emocionada,
Chegou até Roberto
E sem que pudesse controlar,
Seu coração se acelerou
Tomada por uma emoção
Muito intensa,
Tão intensa que não pode
Controlar ou reconhecer.
Ela abraçou o braço de Roberto,
Ele sorriu,
- eu fui noiva.
Ela mentiu.
- que bom.
Ele respondeu.
- é... Ele não me amou tanto.
Ela mentiu ainda mais,
Na verdade Paulo Carlos,
Nunca a pediu nem ao menos
Em namoro,
Então, tecnicamente,
Eles nunca tiveram nada
Além de sexo
E viagens pagas por ela.
- eu tenho o vestido,
Queria me livrar dele...
Ela continuou chorando
Sobre o ombro de Roberto,
Ele virou-se para ela,
E procurou um beijo,
Então acariciou seus cabelos.
A tarde chegou quente,
As meninas cataram milhares
De conchas e se entreterem
Separando por tamanhos
E outras diferenças
Casa qual.
Roberto abraçou Ana,
Em pé,
Na frente de todos,
Por horas,
Neste dia Ana aguentou
Sem tomar sorvete
E na maioria do tempo
Não chorou.
Agora, suas lágrimas
Escorriam por vergonha
Do que houve entre ela
E Paulo Carlos,
Ela sustentou este homem
Por longos cinco anos,
Sem um anel de compromisso,
Ou mesmo uma palavra.
Ambos fizeram viagens
Para muitos países,
Ela nunca poupou
Em suas bajulações,
E apenas agora percebeu
O quanto ele foi um aproveitador.
No entanto, ao lado de Roberto
Ela se sentia segura,
Ele era masculino,
Seguro e firme de si próprio.
Ele era dono do restaurante
Em frente a praia.
O local estava sempre lotado,
Porém, Ana levou as garotas
Até lá para se sentar
Sob as árvores,
Haviam bancos de madeira
Expostos na areia.
Roberto ficou o tempo todo
Com ela,
Tão próximo,
Está proximidade
Lhe transmitiu a certeza
De que Paulo Carlos
Fugia dela e a evitava.
Ele era um rapaz imaturo,
O contrário de Roberto.
A noite foi escolhida
Para doar o vestido,
Logo, escolheu o local
Do restaurante.
O vestido foi aberto
E teve aprovação imediata,
Feito o sorteio,
Roberto anotou casa nome
E pôs dentro do chapéu,
Balançaram os nomes,
E puxaram um de lá,
A escolhida foi uma moça
Do estado do Amazonas.
Ela adorou.
Chorou e escolheu se casar
Ali mesmo, logo no outro dia,
Há cinco anos ela era casada
Com Marlon,
Casaram em função de gravidez,
E após isso tiveram mais
Dois meninos,
Contudo, ela confidenciou
Que sonhava em celebrar
Usando um vestido apropriado.
Assim ocorreu,
Roberto levou Ana
Andar na praia,
Claudia e Claudira ficaram
Brincando nos brinquedos,
Abraçando suas bonecas.
- Ana, fica morando comigo?
Pediu Roberto.
A meia luz dos postes
Da areia,
Ana sorriu e o abraçou.

segunda-feira, 14 de julho de 2025

Te Amo Pra Sempre

Pelos céus da meia noite,
Não é cedo,
Nem parece tarde,
Até vislumbro um céu azul,
Baby, prefiro dizer
Que vejo você,
De violeta e algo de amor.
Não quer dizer
Que se o dia amanhece azul,
Não teria tudo de sorte,
Se eu ouvisse eu te amo baby,
Daquele jeitinho que você quer,
Porém, de você pra mim,
Porquê baby,
Aqui dói ouvir você
Me violar dizendo a outro
É eterno,
Querida, quando penso em João
É como ouvi-la falar de Pedro.
Por que você não me diz
Eu te amo,
E mudamos o tempo
Para as nove.
Se eu relembro de você,
 Realmente, baby,
A ponto de ouvi-la dizer
É eterno,
Olhando em meus olhos
Como o fez na primeira vez,
Baby, eu sempre a chamei
De querida,
Se o sonhado lar
Eu não fiz,
Nem hoje tenho onde
Repousar a cabeça para descansar,
Querida,
Não foi bonito
Isso que fiz,
Baby, não se tornará melhor
A partir de agora
Que lhe disse...
Eu abusei de nós,
Pisei no que sentíamos,
Nunca fui aquele homem
Tão perfeito e intenso.

sexta-feira, 11 de julho de 2025

Caso: Assassinato da Balconista

Aos vinte e cinco anos
Não se espera a chuva fria
De julho
Quando se sai para o trabalho,
Na calada da noite,
Até altas madrugadas,
Meu trabalho?
Eu sou balconista.
Cheguei no bar,
Coloquei o uniforme,
Passei no banheiro
Lavar o rosto
Cujos maquiagem
Começava a escorrer,
Nesta altura,
Eu já estava quase cega.
Sequei o rosto,
Isto me animou para o trabalho
Que seguiria incansável
Até enquanto houvesse
Um único cliente,
Passei no bar,
Tirei o pó,
Revi todas as bebidas,
Olhei o cardápio de drinks.
- está noite promete!
Comentei com Aroldo.
Ele sorriu secando um copo
Que lavava na pia.
A chuva corria feito um sopro
Sobre o vidro da frente
Do bar.
Pequenas gotas escorriam
Formando uma espécie
De cuspo sobre o sopro,
Como se o ar frio
Lá de fora
Tivesse algo muito sério
A dizer.
Estremeci sob o avental.
Segui até a mesa do bar,
Passei um pano umedecido,
Retornei quando chegou
Nossos dois primeiros clientes,
Pediram uísque,
Bebida simples
Que aquece o corpo,
Foi servido.
Anotei na comanda
O pedido,
Deixei com eles
Para pagamento no caixa
Quando fossem se retirar.
Ambos sorriam simpáticos,
Após pediram dois sanduíches,
Eu os fiz com prazer,
Joguei os ovos na chapa,
Cortei o queijo,
Lavei a salada crespa,
Cortei fatias do nosso
Melhor presunto,
Com algo de calabresa,
Caprichei.
Eles adoraram,
Beberam muito mais,
Os servi,
Deixei tudo anotado.
A chuva não quis calar
O que quer que quisesse dizer,
Num sopro de vento
Empurrou as janelas
Batendo-as com força
Contra a parede
E sussurrou em pingos
Mais intensos.
Me aligeirei,
Fechei o vidro das janelas,
Eram quatro,
Uma ao lado da outra,
Deixei que a rua ficasse visível.
Ouvi os dois homens
Que chegaram na abertura
Do bar comentarem
Um com o outro
Sobre a vida de presidiário,
Não encontrei evidências
De que ambos fossem
Foragidos de algum presídio,
Ou ex-detentos,
Mas os ouvi comentando
Sobre uma grande fuga.
Fui até o balcão,
Fiz uma pesquisa na internet,
E descobri que houve
A dita fuga,
Ocorreu no estado do Paraná,
E não sabiam precisar
O número de foragidos,
Pois atearam fogo
Na sala de arquivos.
Sorri para ambos
Curiosa para obter informações,
Mas, Aroldo me impediu
De me aproximar tanto,
Se tratava de um bar,
E eu não poderia ser inconveniente
No meu local de trabalho.
Chegaram logo mais homens
Ao bar,
Reuniram-se uns dez,
Então, vieram quatro garotas,
Após risos altos,
Chegaram também quatro
Rapazes e sentaram-se
Com elas.
Bebidas a mesa,
Comanda ao lado,
Muitos sanduíches servidos,
Eu me cansei,
Sentei no banco
Próximo a pia,
E me coloquei a escrever
Em meu diário
Buscando passar o tempo.
Eu recolhi alguns
Guardanapos velhos
Que Aroldo queria jogar
No lixo,
E usei-os para diário.
Coloco observações,
Receitas, anotações
E o que mais vier em mente.
Aos poucos o frio uivou,
Havia algo de selvagem no ar,
Isto me causava estremecimento.
Era como se mais
Que os tais presidiários
Estivessem a solta,
Era algo de ruim,
Eu não soube o quê.
Na saída do último cliente,
Que tratou-se exatamente
Dos dois homens que chegaram
Na abertura,
Eu pedi carona para Aroldo,
Tive medo de ir até o ponto
De ônibus as escuras,
Em meio a névoa
E a chuva fria,
Aroldo chegou até seu carro,
E estava com três pneus
Furados.
Simplesmente, o carro
Estava no chão,
Era impossível andar,
Quando ele ligou
O painel apontou pouca gasolina,
Ele ficou estarrecido,
Parecia que foi roubado,
Tudo indicava que se tratava
De um ato de vandalismo.
Ele retornou ao bar irritado,
Na porta os dois homens
Sorriam um para o outro,
Eles estavam de carro.
Aroldo morava nos fundos,
Não corria risco,
Ao menos parecia.
Retornei, anotei no guardanapo,
O incidente irritante da noite.
Estas foram as últimas
Anotações de Aríete,
Depois disso,
Não se obteve novas notícias
Exatas a respeito dela.
A polícia recolheu cada
Um dos guardanapos,
Eles estavam unidos,
Em ordem de escrita,
Foi lida de palavra
A palavra
Tudo que ela escreveu,
Nada identificou
Se paradeiro ou o que
Houve com ela.
Um ano após,
A polícia desistiu de fazer buscas,
E arquivou o caso,
Retirou sua foto da rede social
Da página “procura-se”.
A família recolheu os guardanapos,
Em cada dia lê
E os relê para buscar evidências,
Qualquer pista que seja.
Apenas, quando Arilson
Estava sentado a mesa,
Tomando o café da manhã,
O jornal lhe chamou a atenção
De maneira particular,
Seu coração deu um salto,
E depois quis parar
Para sempre,
Ficou apertado,
E ele chorou
Vendo a página.
Um presidiário foragido
A um ano foi encontrado,
E estava de volta no presídio,
Ele tardou ser alcançado,
Pois fugiu para outro estado,
O estado de Santa Catarina.
De tão irritado
Que ficou por ser encontrado
Relatou no instante da prisão
“que, sequestrou uma garota,
Que ela era morena, alta
E simpática,
Juntou-se a Edivaldo,
Roubaram um carro
E a levaram até uma determinada altura da estrada,
Lá ele parou no acostamento,
Ele, Jean, passou para o banco
De trás e a estuprou,
Liberando toda a sua lascívia,
Depois disso,
Edivaldo se irritou
Com o choro dela
E reclamações de dor,
E a esfaqueou,
Então, se livraram do corpo,
Jogando para fora do carro
Onde quer que estivessem
Porquê não se importaram
Com o lugar,
Depois disso,
Ele cruzou os braços
E exigiu a prisão de Edivaldo,
Ele não entraria sozinho
De volta para a cela,
Pois havia fugido com ele
E se recusava a pagar
Sozinho condena.”
O policial riu na cara dele,
Passou algemas em seus pulsos
E o conduziu até a cela,
Lá enquanto outro abria
A porta feita de grades,
Ele retirou a algema
E o empurrou para dentro
Através de um chute
Na bunda.
Ao final da notícia,
Havia um fotografia do
Rosto dele,
Outra mais pequena de Edivaldo,
E uma observação
Sobre se alguém em entrou
Algum corpo nas mediações,
De onde, não saberiam dizer,
Mas, em caso de informações
Havia um número de telefone
Para que ligassem.

quinta-feira, 10 de julho de 2025

Beijos Desmedidos

Ele segurou o rosto
De Clara entre suas mãos:
- não esqueça,
Eu não sou o homem certo.
Ele falou com um suspiro
Trêmulo sobre os lábios dela,
Traçando seu contorno
Enquanto dizia cada palavra,
Feito uma carícia de vento
E algo passageiro,
Contudo, aterrador.
- okay, aceito o desfecho.
Ela respondeu,
Levando uma mão
Sobre o rosto dele,
E o mantendo fixo,
Com o olhar preso aos seus,
Então, seria isto:
Sexo e pronto!
A boca de Leandro
Capturou a de Clara,
Sugando seus lábios,
A carícia fez ambos
Entretecer de prazer
E desejo profundo.
- você precisa entender
E aceitar o que digo.
Ele continuou,
Enquanto levantava sua roupa
Produzindo uma carícia
Mais íntima.
Havia algo de controle
Em perder os modos,
E afastar os limites,
Desta vez, não era com
Hora marcada,
Mas, havia uma linha
De chegada,
A qual demarcaria a trajetória
Do prazer e da entrega.
Suas respirações
Se misturaram uma na outra,
Seus rostos se tocavam,
As mãos se uniam
Como se houvesse um laço
Mais íntimo
Do que o beijo
Que realmente havia.
A promessa da linha
De chegada soava
Em voz profunda e torturada,
Uma voz que urgia por mais
E tinha,
Tinha tudo que queria,
Até satisfazer-se
E isto não implicava
Ir tão longe.
- mostre-me.
Ela falou
Apertando os lábios
Contra os dele.
- mostre-me até onde ir.
- não além de onde eu for.
Ele respondeu
Sem fúria ou desprezo,
Mas medindo prazer
Em beijos desmoderados.

Saudades Valdez

Meu querido Valdez, Se não conseguiu Dormir noite passada, A culpa é minha, Faz três noites Que não durmo E o chamo. Desc...