Coração Descompassado

Com um sorriso gentil,

Ele virou as costas e partiu,

E ela, com os olhos marejados 

E um sorriso trêmulo nos lábios,

Guardou consigo as lembranças,

E trouxe para os olhos o brilho da esperança,

De que o tempo apagaria as feridas,

E tendo o silêncio por companhia

Consentiu que o choro que emudecia sua garganta,

Rolasse descompassado rumo ao vazio

Do seu coração dilacerado,

O espaço antes por ele ocupado em seu peito,

Agora estava profundo e dolorosamente vago,

Aturdida, instantes antes, em sua presença,

Entre lágrimas ela gritava,

Suas palavras soavam como súplicas,

Porém ao se deparar com seu olhar,

Viu o ouro de seus olhos se solidificar,

E ao fitá-la parecia se estilhaçar

Em pequenos filetes a lhe perfurar,

E por mais profundo que pudesse penetrar,

Não conseguia se encontrar em seu olhar,

E mesmo quando suas lágrimas quentes,

Fizeram seus olhos gelados se derreterem,

O ouro líquido jorrou feito ácido em suas veias,

Fazendo-a sentir-se condenada

A vagar por uma noite sem lua,

E saber que como uma estrela cadente

Ele rompeu o escuro do seu horizonte,

E trouxe consigo luz e beleza para sua vida,

E agora tão seguro quanto chegou partiria,

Roubando de seu espaço as estrelas,

Sentenciando-a a viver sem a luz de sua existência.

O Amor em Seus Olhos

Com um sorriso triunfante,

E nos olhos a felicidade,

Em um salto, ela se jogou em seus braços,

Tão logo ele cruzou a porta,

Com o amor a iluminar dos olhos a boca,

Tendo seu grito de alegria abafado por um beijo,

Ela não conseguia controlar a emoção,

Tamanha saudade que assaltava seu coração,

Então deixou-se dominar lenta e profundamente,

Aceitando suas carícias terna e veemente,

E ao afagar seu belo rosto

E contemplar o azul cristalino dos seus olhos,

Envolvendo os dedos em círculos por seus sedosos cabelos loiros,

Pode ouvir sua respiração se agitar,

Em uma sincronia perfeita com o seu pulsar,

E quanto mais se sentia abraçada,

Mais se percebia apaixonada,

A ponto de seus sussurros roucos,

Abafados por seus beijos, tornarem-se melodiosos,

Soarem feito música aos seus ouvidos,

E tal como o sol quente nasceu para iluminar a lua gelada,

Ela o desejava ardentemente,

Como se cada parte dela o pertencesse,

Sentia como se cada parte sua,

Antes incompreendida, agora se juntasse,

E ficasse ao seu dispor,

Para conhecer através dele a face do amor,

Foi como se o céu do seu olhar a convidasse a flutuar,

Como se pudesse provar a maciez das nuvens no doce de sua boca,

E com as faces molhadas por lágrimas apaixonadas,

Ela olhou no fundo de seus olhos,

E mergulhou em um futuro próximo,

Onde pode encontrar a face dos seus filhos,

Brilhando em seu sorriso apaixonado.

Seus Olhos Negros

Compenetrada por seus olhos escuros cor da noite,

Me sentia amordaçada , entregue como em açoite,

Pois inebriada em seu olhar,

Não conseguia pronunciar uma única palavra,

Só me restava contemplar seu corpo másculo,

E me encantar com seu rosto de anjo,

E desejar mais a cada segundo provar o sabor dos seus lábios,

Com a mesma capacidade que a noite tem para cegar,

O seu olhar valente e arrebatador rompia minhas defesas,

E sendo eu uma presa, de você não queria me soltar,

Apaixonada, me restava apenas me entregar ao seu abraço de aço,

Sentir seus lábios quentes roçar minha orelha,

Ouvir seu murmúrio suave ao meu ouvido,

Sem resistir, toquei suavemente sua face,

E senti como se toda luz se apagasse

E só restasse o brilho do seu olhar,

Como uma estrela solitária em um céu escuro me ensinando a amar,

Como se estivesse a demonstrar,

Que, a partir de então,

Eu sempre teria o seu olhar a me iluminar,

E a traçar um caminho seguro para o meu coração,

Por mais escuro que estivesse,

Sempre teria sua luz a minha frente,

Sua boca suave e quente,

Enquanto me beijava pronunciava meu nome de forma sussurrante,

Eu, mais que ouvir, te sentia dentro de mim,

A penetrar cada vez mais profundo em minha alma,

E com a própria alma em meu olhar,

Entreguei minha palavra para selar a promessa de para sempre te amar.

Outro Alguém Não Bastaria

No momento impensado de um atrito,

Viu seu relacionamento ameaçado por um conflito,

Viu o azul sereno de seus olhos profundos,

Tornarem-se gélidos mergulhados no mais puro veneno,

E antes de ouvir sua doce voz rouca e melodiosa

Tornar-se um uivo de raiva a cortar a noite tormentosa,

Incapaz de conter as próprias lágrimas

Que consumiam a fala de sua garganta,

Ela apenas caiu no silêncio,

E pegou-se a pensar se havia um meio

Onde o espaço do seu peito habitado pelo amor,

Pudesse ceder lugar ao ódio,

Se havia uma forma de o calor de seu abraço,

Tronar-se a mais pura raiva,

Percebendo que não, apenas calou-se,

E procurando acalmar seu coração,

Dirigiu-se ao quarto e deitou-se,

E ficou a sua espera,

Pois sabia com toda sua alma,

Que em algum momento,

Entre o primeiro olhar e a primeira carícia,

Eles haviam se apaixonado,

E antes que suas lágrimas se tornassem altas demais para denunciá-la,

Com a rapidez do vento ele entrou no quarto,

A tomou nos braços e lhe jurou seu amor,

Vendo em seus olhos azuis límpidos a verdade,

Protegida em seu peito másculo onde era seu lugar,

Ela aceitou seu abraço, 

Transbordante de calor,

E viu o gelo de seu olhar,

Tão rápido quanto se formou,

Se derreter no mesmo instante 

Em que seus dedos acariciaram seu rosto,

Em uma demonstração do mais puro amor,

E tão logo soube que era a única em sua vida,

Viu também que qualquer outro alguém, não lhe bastaria.

Encontro Entre Dois Corações

Deitado de costas, 

Com você recostada em meu corpo,

A acariciar minha pele e a explorar com a ponta dos 
dedos o contorno dos meus músculos,

Me perdi no brilho profundo dos seus olhos,

Enquanto seu hálito quente roçava minha pele,

A sussurrar no meu ouvido promessas de amor eterno,

Que o silêncio da noite guardaria para sempre,

Com sua voz rouca e terna que tornava minha respiração incerta.

Nesta sedução lenta e delicada fiz do seu coração minha morada,

E quando eu lhe toquei senti como se estivesse nua,

Com a própria alma exposta as minhas carícias,

E quando contornei seus belos lábios com os dedos,

Senti seu peito responder acelerado,

E nossos rostos expressaram as mais diversas emoções,

Neste encontro apaixonado entre dois corações,

Avistar seus lábios, alvos do meu desejo, tremerem de paixão,

Aguçava meus sentidos e dava vida a minha afeição,

Me senti como alguém que desperta de um sonho,

E avista a sua frente o rosto perfeito de um anjo,

E guardei para mim a certeza

De que sua boca seria para sempre minha,

Nem precisei mencionar que te amava,

As carícias demonstraram mesmo sem palavras,

Senti a vontade de tomá-la ainda

Mais forte em meus braços me consumir,

E naquele instante tudo que mais desejei

Era beijá-la até esquecer de mim,

Até contemplar a eternidade nos alcançar,

Desta forma, simplesmente sorri e lhe puxei para mim,

Envolvendo seus lábios nos meus com carinho,

E com o apreço conhecido apenas por aqueles que amam,

Lhe prometi a segurança eterna da minha alma.

Seu Beijo Letal

No doce do seu beijo,

Encontrei muito mais do que desejo,

Tão letal quanto um punhal,

Toca a alma e alcança o ciclo vital,

Tão energizante que parece viciante,

Do tipo que não se satisfaz apenas por prazer,

Pois precisa da eternidade por não viver de amanhecer,

Esperar o sol nascer para poder aproveitar,

É extasiante, mas insuficiente,

Pois na tempestade ou no escuro da noite

Também é possível amar,

Te sentindo em meus braços,

No palpitar do meu peito,

Percebi que para ser amor é preciso

Mais que um momento,

E ao contemplar seu olhar,

Pude sentir até mesmo as palavras

Que não quis pronunciar,

Pode parecer estranho,

Mas lhe conheço

Muito mais que a mim mesmo,

E sempre que falas,

Não sei se é por causa da pronuncia de seus lábios,

Ou devido à doçura de seus olhos,

Mas minha alma se inunda de calma,

Há tanta delicadeza em suas atitudes,

Que uma vida ao seu lado parece insuficiente,

Você faz da eternidade algo palpável,

Tão determinável que é capaz de fazer

Da casualidade algo inimaginável,

E o sabor que encontro em sua boca,

É único, por ser o amor em sua forma mais pura.

Em uma Quarta-feira Ensolarada

Às três horas de uma quarta-feira ensolarada,

Vejo você chegar irradiante em sua moto esportiva,

Com a beleza e a singularidade de uma estrela cadente,

Com a diferença de que a ela entrego meus pedidos

E a você concedo meus sonhos,

E por lhe considerar como um guardião,

Lhe confio meu coração.

Parado a minha frente, a tirar o capacete,

Contemplo seu sorriso mordaz,

Um riso tão expressivo que chega a ser corrosivo,

Pois ao chegar de mansinho, dissolvendo-se em carinho,

Quebra a resistência por fazer a diferença,

Seus olhos profundos na cor azul celeste,

Com salpicados metálicos denunciavam o vigor de um cavalheiro valente,

Que apenas com um olhar formigava a pele,

Sentença de condenação imediata que leva qualquer coração às grades,

Com capacidade letal e profundidade vital,

Pena de fuzilamento devido à irreversibilidade do sentimento,

E ao me aproximar silenciosa,

Perto o suficiente para sentir seu hálito quente e a doçura dos seus lábios,

Vi minhas incertezas se reduzirem as lágrimas,

Tão logo me envolveu em seus braços,

E como um sinal de Deus,

Em seu abraço me sinto tão única quanto um troféu,

Vestido de negro, não há nada mais encantador,

E se você tivesse outro nome,

Não pairaria dúvidas que se chamaria amor,

Magnetizada em seu olhar e seu jeito dominador,

Nada foi mais único quanto o momento

Em que sua boca abriu meus lábios em um beijo sedento,

E me entregou sua doçura em gestos de ternura

Que alcançou e conquistou minha alma.