Ante as súplicas silenciosas em minha alma,
Lágrimas sanguinárias escorriam pelo meu rosto,
Assustada por me encontrar na penumbra,
Como se houvessem roubado a luz dos meus olhos,
Fazia frio naquele lugar vazio,
Sem conseguir distinguir a realidade do imaginário,
Sentia o peito embriago pelo meu pranto,
Enquanto minha fala emudecia na garganta,
Acuada, feito uma presa entregue a ira do
desconhecido,
Me agarrei a uma força silenciosa,
Venci o pânico e clamei por socorro,
E um uivo metálico respondeu nas sombras,
No mesmo instante em que uma forma indistinta vencia a
névoa,
Movido por uma fúria incontida,
Conforme rompia as trevas com seu ódio letal,
Sua silhueta foi tomando a forma
De um cavalheiro ao estilo medieval,
Um príncipe a moda antiga,
Vencendo a morte pelo amparo de sua amada,
Tão corrosivo quanto o ácido,
E suas mãos, então reconhecidas, sabidamente tão
carinhosas,
Agora fechavam-se em punhos nocivos,
Com a ferocidade de uma fera
Suas garras afiadas envolveram meu corpo em um abraço,
No tempo de duas batidas do coração,
Vi suas garras metálicas estilhaçarem a escuridão,
E avistei o abismo escuro do meu medo,
Tornar-se ínfimo sob a luz dos seus olhos.