Deitada em posição fetal,
Abatida por uma emoção surreal,
Me sentia uma menina,
Pequenina e desprotegida,
E lágrimas quentes percorriam minha face,
Abandonadas a própria sorte,
Enquanto sombras densas rondavam minha cabeça,
E vozes fantasmas tentavam se aproximar,
Em uma busca incansável de me machucar,
Reconhecidas pelo gosto insaciável de sangue no olhar,
Vozes sem face, faces sem vontade,
Vontades sem limite, limites sem caráter,
Com uma mão no rosto e outra no peito,
Sentia uma dor profunda rasgar a alma,
Como se o amor houvesse abandonado o meu corpo,
Deixando apenas um vazio que me consumia,
Ainda com os olhos fechados,
Fui envolvida por um toque macio,
Uma leve carícia que guardou meu cabelo atrás da orelha,
E afagou com um beijo o meu rosto,
Com um sussurrar me perguntou se eu estava assustada,
Sem esperar pela resposta,
Me abraçou envolvendo minha cintura e minhas costas,
Me permitindo repousar desamparada
No espaço entre o ombro e o pescoço,
Como se fosse desenhado para abrigar meu rosto,
Segura em seu abraço metálico,
Que se fechava em escudo para me abrigar,
Senti meu coração tomar a forma da batida do seu pulsar,
E feito uma estrela perdida,
Me encontrei na ternura da sua fala,
E vi todas as sombras se dissiparem
Na delicadeza dos
seus olhos verdes,
Mas feito o cenário de um filme,
Pouco a pouco sua imagem foi sumindo,
A um passo de provar o sabor dos seus lábios,
Acordei e percebi se tratar de um sonho.
Mas feito o cenário de um filme,
Pouco a pouco sua imagem foi sumindo,
A um passo de provar o sabor dos seus lábios,
Acordei e percebi se tratar de um sonho.