Conta a história que certa família religiosa,
Cultuava a prata e o ouro,
Corrompida pelo pecado da inveja e ganância,
Não demorou muito para que o próprio solo,
Já não os sustentasse sobre a mesma terra,
Por ser insuficiente para alimentar seus objetivos,
Assim, irmãos de sangue se separaram,
Ergueram os olhos ao firmamento,
E estrelas diferentes os guiaram,
E a raça humana mais uma vez padeceu,
Por se recusar a viver no amor de Deus,
Preferiram fazer distinção entre seus semelhantes,
Por acreditar que cada coração é diferente,
Mas houve aquele que acreditou no poder dos sonhos,
E ao percorrer a areia do deserto,
Encontrou água para saciar a sede,
E na luz que iluminava o azul celeste,
Encontrou forças para acreditar na vida,
E lutar pela raça humana,
Lá vem aquele sonhador,
Diziam uns aos outros,
Mas como um amuleto dos anjos,
Avistou ao longe a face do amor,
E viu seus erros e pecados consumirem-se pelo vento,
E nunca seus sonhos foram tão intensos,
Quanto o instante em que encontrou valor
Naquele coração humano,
E nos olhos da mulher amada,
Viu seu futuro se materializar
No desejo de constituir família.
Sua fala rouca e macia,
Pronunciava em cada palavra,
Pequenas doses de alegria,
Foi como se a cura para a alma
Se encontrasse em seus lábios,
Nunca sua garganta ficou tão árida,
Quanto o instante em que desejou seu beijo,
Foi como avistar o luar na noite escura,
Dançar ao som da música mais linda,
O sussurro que precede o arrepio,
O afago que antecede o suspiro,
O sorriso que acompanha o beijo,
O calor que irradia do abraço,
O para sempre escondido no eu te amo,
E quando seus dedos afagaram seu rosto,
Viu em seus olhos a face dos seus sonhos
E juntos acreditaram em um futuro mais humano.