sábado, 19 de agosto de 2017

Sonhos

Conta a história que certa família religiosa,
Cultuava a prata e o ouro,
Corrompida pelo pecado da inveja e ganância,
Não demorou muito para que o próprio solo,

Já não os sustentasse sobre a mesma terra,
Por ser insuficiente para alimentar seus objetivos,
Assim, irmãos de sangue se separaram,
Ergueram os olhos ao firmamento,
E estrelas diferentes os guiaram,

E a raça humana mais uma vez padeceu,
Por se recusar a viver no amor de Deus,
Preferiram fazer distinção entre seus semelhantes,
Por acreditar que cada coração é diferente,

Mas houve aquele que acreditou no poder dos sonhos,
E ao percorrer a areia do deserto,
Encontrou água para saciar a sede,
E na luz que iluminava o azul celeste,

Encontrou forças para acreditar na vida,
E lutar pela raça humana,
Lá vem aquele sonhador,
Diziam uns aos outros,

Mas como um amuleto dos anjos,
Avistou ao longe a face do amor,
E viu seus erros e pecados consumirem-se pelo vento,
E nunca seus sonhos foram tão intensos,

Quanto o instante em que encontrou valor
Naquele coração humano,
E nos olhos da mulher amada,
Viu seu futuro se materializar

No desejo de constituir família.
Sua fala rouca e macia,
Pronunciava em cada palavra,
Pequenas doses de alegria,

Foi como se a cura para a alma
Se encontrasse em seus lábios,
Nunca sua garganta ficou tão árida,
Quanto o instante em que desejou seu beijo,

Foi como avistar o luar na noite escura,
Dançar ao som da música mais linda,
O sussurro que precede o arrepio,
O afago que antecede o suspiro,
O sorriso que acompanha o beijo,

O calor que irradia do abraço,
O para sempre escondido no eu te amo,
E quando seus dedos afagaram seu rosto,
Viu em seus olhos a face dos seus sonhos
E juntos acreditaram em um futuro mais humano.

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Areia ao Vento

Se espalhou feito areia ao vento,
A história de uma moça honrada,
Que a segundos do ocaso,
Passeava sozinha em certo lugar,

Quando um rapaz a agarrou,
Sob ameaça despiu sua roupa,
E agressivamente a violentou,
Ignorando suas suplicantes lágrimas.

Mas abriu caminho para o inferno,
Quando em um ímpeto olhou em seus olhos,
E forçou seus lábios para provar do seu beijo ácido,
Se sentiu enfeitiçado,
E da moça indefesa decidiu se apossar,
Indo as últimas consequências para se saciar.

Ao voltar para sua casa,
Não bastasse a tristeza da alma,
Havia ainda a maquiagem borrada que denunciava suas lágrimas,
A roupa amassada que delatava a violência sofrida,
E o cabelo despenteado que gritava a recusa,

Mas os olhos, vozes e ouvidos do lugar,
Se recusaram a oferecer ajuda,
Ouve ainda aqueles que aos sussurros,
Procuraram motivos para lhe culpar,
Não bastasse o medo e o desprezo proveniente do próprio ato,

Agora teria que provar a violência psicológica,
Ao ver a violência se tornar pública,
E ser recusada por alguns como vítima,
E por outros, ser novamente violada ante o olhar de cobiça.

Ao tomar conhecimento dos fatos,
Seu pai permaneceu calado,
Bebendo em pequenas doses o cálice do ódio,
Não demorou a chegar aos seus ouvidos,

Que o inimigo que a violentou,
Agora oferecia qualquer preço
Para tê-la em casamento,
Alegando tratar-se de amor,

Não houve como mensurar a ofensa sofrida,
Ao ver a filha digna e honrada,
Ser tratada como prostituta,

Apenas o fio da espada
Bastaria para solucionar o crime,
E assim, passados três dias extraiu a vida
De todos os homens da cidade.

Dizem que daquele lugar até a vizinhança,
Foi tão grande o desprezo do Senhor,
Que o terror se espalhou no solo feito o pó da terra,
Abrindo uma oportunidade para que renascesse o amor.

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

A Voz do Coração

Por sete anos trabalhou naquele chão,
Para conquistar o amor da moça que conquistou seu coração,
O calor lhe consumia de dia,
Mas o meigo olhar da moça o sustentava feito magia,

Não fosse a força do amor que sentia,
Ao frio que o afligia nas noites, não resistiria,
Até mesmo o sono fugia dos seus olhos,
Ante a lembrança do brilho do seu sorriso,

Sua beleza delicada e encantadora,
Transformou anos em segundos pelo tanto que a amava,
Com a força de um tiro certeiro de uma flecha envenenada,
Imensurável feito o pó da terra, ou a areia do mar,

Divino, como se estivesse escrito nas estrelas,
Ou previsto nas linhas da escritura sagrada,
Nobre feito o anjo da salvação,
Suave como cada batida do seu coração,

Até mesmo a chuva que fazia a vida brotar da terra,
Parecia injusta e traiçoeira quando assustava seu olhar,
Ante ao menor temor da sua fala,
Suas mãos se fechavam em garras para protegê-la,

E seus músculos se tornavam um escudo metálico
Para mantê-la no abrigo dos seus braços,
Tendo Deus visto seu sofrimento
E o trabalho das suas mãos,
Se emocionou diante da força deste sentimento
E concedeu seu pedido feito em oração,

Tendo ele conseguido a benção do Divino Salvador,
Alcançou o coração da moça e com ele seu amor,
O tempo passou com o vento
E os anos apenas reforçaram seus sentimentos,


Mas em certo lugar, em hora não sabida,
Um certo alguém próximo da família,
Se embriagou no cálice da intriga,
E veio buscar adenda,

Com olhar compreensivo,
Por ser homem justo e íntegro,
Ele solucionou a intriga através da conversa,
E das pedras que poderiam ter sido usadas como armas,

Fizeram uma coluna para simbolizar a promessa de estima,
A força e o respeito que nutriam em suas afeições,
Por preferirem encontrar a reposta 
Na voz que vinha dos seus corações.

Castelo de Pedras

Conta a lenda, que próximo a algum lugar,
Entre dez e onze horas da manhã,
Um forasteiro teve todos os seus bens saqueados,
E o corpo e alma violados,

Acuado por cinco bandidos,
Que o espancaram com toda força do corpo,
Assustado e inconformado
Ele gritou alto por socorro,

E lágrimas cobriram sua face,
Ao se deparar com a indiferença e ódio dos presentes,
Como se atendessem ao chamado do demônio,
Fecharam olhos e ouvidos ao sofrimento,

O desprezo que sentiu nos olhos daquelas pessoas,
Foi como provar o gosto amargo do beijo de Judas,
Ao longe pode ouvir a palavra de Deus sendo lida,
E um suspiro de esperança alimentou sua alma,

E o fez chorar mais ainda por ver o próprio religioso descumpri-la,
Satisfeitos com as feridas, lucros e sangue derramado,
Os bandidos o abandonaram desacordado,
Já era escuro quando abriu os olhos,
Sob o orvalho frio do firmamento,

Estava vivo, e isto era suficiente para seguir seu caminho,
Andou um pouco adiante, e sentindo-se demasiadamente dolorido,
Encontrou uma pedra e fez dela o travesseiro,
E tendo ele resistido para contemplar o dilúculo,

Acordando com os primeiros raios de sol a afagar seu rosto,
Recordou em seu coração as palavras do Divino,
E decidindo acreditar em seus sonhos,
Arrancou do pescoço o jugo que pretendiam colocar,

E daquela pedra fez o primeiro alicerce da sua casa,
De uma a uma, juntou todas as pedras do lugar,
E nelas trabalhou do chão as colunas da sua morada,

Nisso um amigo, que também havia passado pelo mesmo sofrimento,
Se compadeceu da sua dor,
E juntos, das pedras ergueram um castelo,
Movidos pela força do amor.

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Lutar Pela Vida

Alvo encontrado e não identificado,
Mãos ao alto, de joelhos e cara na chão,
Culpado pelo crime não cometido,
E um tiro seco parte em sua direção,

A uma lágrima de distância,
Sinto uma dor profunda no coração,
Sua imagem vem a minha lembrança,
E o vento traz seu beijo suave como uma oração,

Sinto o sangue queimar em minhas veias,
Ao detectar o gosto da morte em minha boca,
Percebi que o diabo andou ocupado,
Em conduzir seres humanos para sacrifício,

Através de impulsos psicológicos e físicos,
Mas cometeu um erro,
Quando não calculou que eu acreditava em sonhos,
E que alcançaria até os anjos do firmamento,
Pelas pessoas que eu amo,

Com sangue no olhar saí para o salvar,
Sob a mira de armas e guerra nuclear,
Enfrentei a areia movediça aos meus pés,
E uma mina terrestre um pouco mais adiante,

Então gritei ao universo pela redenção,
Convoquei os seres humanos a lutarem pela salvação,
Lutar pela condição humana,
E pelo direito a uma vida digna,

Quebrar as algemas que nos prendem ao sistema,
E nos coisifica feito máquinas programadas,
Quando cheguei ao seu encontro,
O encontrei desacordado,

Fiquei de joelhos e o envolvi em meus braços,
Com um beijo suave toquei em seus lábios,
E roguei a Deus que poupasse sua vida,
Ao limpar com lágrimas o sangue da sua roupa,

Transcorridos alguns minutos de desespero,
O vi abrir os olhos e forçar um sorriso,
Então nos levantamos com a coragem daqueles que acreditam em sonhos,
E vozes ecoaram atrás de nós,

 - Ouvimos seu pedido pela raça humana,
E decidimos nos juntar à luta pela vida,
Escolhemos resistir a opressão,
- Então vocês escolheram acreditar na força do coração,

Lhes falei com um sorriso iluminado,
Escolheram lutar por um destino seguro,
Em que a força do coração humano
Seja o imperativo para a construção do nosso futuro,
Sigam conosco!

Chance Única

O futuro não está escrito nas estrelas,
Nenhuma vida humana nasceu em vão na terra,
Mas eu não me sinto seguro,
Porque apesar de ser dono de mim mesmo,

Por vezes, eu me sinto manipulado,
Como se estivesse sendo computadorizado,
E todo meu passado pudesse ser apagado,
E com ele, bilhões de vidas que desfaleceram sob meus olhos,

Em campos organizados para o extermínio,
Ou em guerras maquiadas em vontades sistematizadas,
E eu aqui a espera de ser salvo pelo homem do futuro,
Um ser humano de aço,

Que acredita na raça humana,
E defende o estandarte da vida,
À custa do próprio sangue luta pela família humana,
Por acreditar na escritura sagrada,

E que todo aquele que chora merece uma oportunidade,
Por ser incapaz de fechar os olhos para a maldade,
A distância de um tiro de flecha,
Ou de um mar de lágrimas,

Por sentir Deus pulsar em seu coração,
Permitiu que lhe conduzisse pela mão,
Prolongando através dos tempos,
O acordo firmado nos primórdios com o Deus Eterno,

Por acreditar na voz do anjo sagrado,
Defendeu a liberdade do corpo e do psicológico,
O direito de saciar-se na fonte da vida
A todo o ser humano, inclusive os animais,

Faltando dois minutos para a meia noite parou o relógio,
E no cair da tarde o mundo conheceu a escuridão,
Um eclipse solar envolveu o firmamento,
Fazendo acelerar em um só pulsar cada coração,

A Lua gelada se colocou entre o Sol e a Terra,
A coroa solar aprimorou os olhar das pessoas,
E o vento solar tocou sereno o campo magnético do Planeta,
Dando mais uma chance única à raça humana.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Batalha Pela Vida

Em algum lugar no passado
Os cavalos foram selados,
A espada empunhada
E a armadura vestida,
O estandarte na mão direita
Marcava o início da batalha sangrenta,

Em um espaço longínquo do futuro,
Máquinas se erguiam das cinzas
E agonia do inferno nuclear,
E seres humanos recrudesciam seus corpos
E intelecto pelo resgate da família humana,
Buscando o reconhecimento do seu valor como pessoa,

Passado e futuro unindo seus homens de aço,
Inconformados em viver as margens da sociedade,
Em pagar com a alma o preço pela liberdade,
Justos e ímpios encaminhados aos campos organizados,
Aprisionando sonhos em corações apavorados,

Mentes dormentes em corpos errantes,
Vendo o cálice do direito esvair-se feito o seu sangue,
Sentenciados a miséria da sede e fome,
Inertes e largados a própria sorte,

A eminência do momento do extermínio,
Dois minutos para a meia-noite marca o relógio,
E a justiça divina se avista no horizonte,
Fazendo o fogo romper o azul celeste,
Até a terra arder feito uma fornalha,
Condenados pelo pecado da ganância e indiferença,

- Mãos ao alto, de joelhos e cara no chão,
Grita o ser endeusado e sem coração,
- Vamos lutar para romper as cercas,
Fala a voz emudecida pelo olhar da injustiça,

- Apostar o sangue se o preço for a alma,
Correr risco de vida,
Quebrar as algemas,
Romper o sistema,
Pelo direito de salvar o pensamento
E o corpo de serem violados.

A Cobra Rosa

Houve invasão na chácara, De repente, Todos os bichinhos Correram assustados. Masharey subiu na pedra Mais alta, Que há a...