Mais numerosos que as estrelas do céu,
Porém, tão distantes da voz de Deus,
Desalentados do sopro da vida,
Eram tão vãos quanto os grãos de areia,
Vazios em suas ações,
Não alcançavam a paz em seus corações,
Escravizados pela ignorância,
Acorrentados em suas lágrimas,
Soldados cegos em batalha,
Jorrando sangue pela prata,
Para alimentar o senhor da guerra,
Com suas almas ardendo em chamas,
E a fome batendo a porta,
Com o céu e a terra como testemunhas
Da vida que se esvaia no fio da espada,
Desviados da palavra de Deus,
Soldados errantes em busca do amor que se perdeu,
Forjando no pó do inferno
Um Deus terrífico,
Que educa seus filhos através do medo,
Escravos do pecado, soldados desarmados,
Cadê seus braços fortes,
Agora que marcham de encontro à morte?
Cadê suas vidas
Agora que seu sangue cai em terra feito água?
Seu céu é de bronze,
E seu chão é de ferro,
Face a face com a morte,
Suas vidas são iguais ao pó do solo desértico,
Tateando feito cegos na escuridão,
Presos à segurança que não traz proteção,
Aquele que nunca se atreveu a amar,
E a lua lhe pintava a face em tons de osso e prata,
Corpos errantes em direção às sombras,
Mortos em seus tronos de pedra,
De costas para o exército de sepulcros,
Olhos cegos, vigilantes na escuridão eterna,
Com uma espada de ferro a enfeitar o colo,
Enquanto espíritos vingativos vigiavam as criptas,
Com suas tumbas vazias e por selar,
Buracos escuros e vazios a espera dos seus mortos,
Diante do cheiro de sangue e rosas,
Ele chorava porque sua espada havia falhado.