sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Em Frente ao Seu Prédio

Ela estacionou a beira da estrada para pensar um minuto,

Haviam 200 quilômetros a separa-la de quem era seu amor,

Destino traiçoeiro quis apaixoná-la, apenas para tirar depois,

Aproximou-o do seu peito com uma das suas mãos,

A mais encantadora de todas, enquanto usava a outra

Para leva-lo para longe dos seus abraços, a mais detestável,

 

Lançando-a nas garras da solidão, com a alma manchada pela saudade,

Onde antes pulsava a paixão agora apenas bombeia o sangue...

Fosse impossível este amor, ela não se dirigiria até ele,

Fosse assim tão importante, por que se colocara tão distante?

Prostrado em algum lugar para longe de onde a vista alcança,

Neste mesmo lugar em que ela desejava tanto estar,

 

Encheu o tanque de gasolina, tragou um cigarro no frescor da brisa,

Com a janela aberta, permitiu ao vento acariciar seu rosto,

Ele aproveitou e roçou em seus cabelos, embaraçando-os,

Até que suas pontas tocassem seus olhos, ofuscando seu caminho,

Ela apagou o cigarro no cinzeiro, arrumou seu reflexo no espelho,

Do lado de fora do carro a brisa estava contra a sua partida,

 

Do lado de dentro, ela passou os olhos no calendário,

Esboçou um sorriso de soslaio, sim, sabia que dia era...

Algumas poucas horas os separavam, o pegaria desprevenido,

Seria uma boa deixa para ficar por alguns dias a mais que o planejado,

Havia comprado uma caixa de bombons, um vinho bom,

Nada atrapalharia, a decisão dependia somente dela,

 

A foto dele estava pendurada no para-brisa, ele parecia encantador,

Daquela mesma forma que a fez apaixonar-se perdida e sôfrega,

Melhor não pensar muito, isso costumava deixa-la bamba,

Precisava estar tranquila para percorrer a estrada tantas vezes sonhada,

Mil outras vezes, mais, evitada: o caminho que os separava,

Até aquele momento, tudo parecia uma mera questão de tempo,

 

Mas, a partir do instante em que chegasse a ele, as coisas mudariam,

Ela acreditava nisso, esperava que fosse como esperava,

Da forma com que ele a fez acreditar desde o primeiro beijo,

Para sugestão da alma, sentia o pulsar descompassar o coração,

Ela sofria uma emoção silenciosa que a deixava em sofreguidão,

Queria que as horas se adiantassem e o caminho fosse deixado para trás,

 

Tão rápido quanto o piscar de olhos em que o beijo se acabava;

Envolvida pela saudade que a consumia e a levava para longe,

Ligou a chave na ignição e aceitou o destino que estava a sua frente,

Fez questão de trancar a porta para que nada a impedisse,

Já havia perdido muito tempo pesando as chances, precisava dele,

Por que o faria esperar quando poderia estar ao seu lado?

 

Não houvera nenhum outro homem em seu caminho,

Ela sabia que ele também a amava da mesma forma,

Deveria estar esperando-a com a mesma urgência,

Duas horas depois, estacionava em sua calçada,

Com ansiedade controlada e um sorriso de orelha a orelha,

Aquele que ela nunca conseguiu disfarçar ou apagar diante dele,

 

Aquele cujo qual ele era a razão principal da existência,

O resultado de todo o charme e encanto com que lhe dedicava,

Estava sem saída, o amava e agora ele teria certeza sobre o quanto,

O sentimento que o telefone denunciava agora seria certificado,

Pigarreou um pouco, tentando conter a felicidade estampada no rosto,

Dessa vez, superara as expectativas e empreitava para atitude mais ousada:

 

Vencer a si mesma, entregar tudo que sentia sem esconder-se em aparências,

Estar ali parada diante da imponência do prédio dele parecia mentira,

Cada detalhe nele parecia ter sido feito a sua espera,

- Você deveria ter visto como corri, parecia que estavam atirando em mim;

Disse ela, assim que o porteiro tocara o interfone,

- Imagino, deve ter sido difícil – disse ele, sem conter o sorriso,

 

Deve ter conseguido fugir dos quarenta por hora...- ele continuara;

- Ufa, andei muito mais rápido que isso, estou superando a mim mesma. –

Ela sorria com lágrimas no olhar, incapaz de conter a felicidade,

- Não sei como te explicar, mas parecia que eu fugia do sol, naquela hora,

Não sei se foi impressão, mas ultrapassei até mesmo a velocidade do vento –

Ela dizia, com um muxoxo, - apesar de não contar com uma arma engatilhada

 

Em minha direção, o vento se aproveitou de mim, um pouco –

Ela dizia e sorria ao mesmo tempo,  - isso só pode ser coisa sua mesmo – ele continuara,

- Mas não se preocupe amor, eu fugi jurando vingança, mostrei toda a minha força –

Ela dizia, - até tirei uma foto minha no reflexo do espelho para você conferir... –

Ela cortou a fala ao identificar uma sólida porta de aço que abria-se para ela,

Ela olhou-a assustada, era o elevador, ela correu para ele ansiosa,

 

Deixando o fone suspenso, ao entrar e procurar o botão para subir,

- Surpresa! Que dia é hoje? – Ele, gritou para ela, puxando-a pela cintura com o braço direito,

- Querido, eu olhei no calendário, sei bem que dia é – Ela respondeu envolvendo-o

Pelo pescoço com um beijo apaixonado e sedento, um outro braço envolveu-a por inteira,

Era o braço esquerdo dele que continha um buque de rosas vermelhas...


 

Um Estranho no Caminho

 

Ele era alto, lindo, inteligente e inexplicavelmente gentil,

Não eram as qualidades que ela esperava,

Era muito melhor do que desejava e acreditou ser capaz de encontrar,

Não fosse sua voz suave e aveludada, com aquele toque de prepotência,

Como se estivesse sempre descontente com o seu redor,

Ela não o teria encontrado naquela hora,

 

Poderia ter sido antes ou depois, mas fora na hora exata em que precisava,

Sabe aquela sonhada questão proveniente do destino?

Então, foi muito melhor do que isso, algo que apenas os olhos dele poderiam descrever,

Algo sobre o qual ela preferia deixar que as atitudes mostrassem,

Ela confiara nele de uma forma que poderia ser definida como cega,

Porém, ela abriu os olhos da alma, assim que o viu - é certo,

 

E olhou para dentro de si mesma, de repente, algo a fez mudar o foco,

Foram suas pulsações aceleradas pela proximidade dele,

Mais forte que o olhar desperto em sua alma fora seguir o que o coração dizia,

Bem, que estranho a imagem de um filme passara pela cabeça dela,

Mas naquela hora, ela já não conseguia mais pensar,

Algo a despertava para fora, algo ao qual ela não resistiria, não seria capaz,

 

Naquele instante, parou tudo que fazia, ficou estagnada na rua,

Admirar aquele homem com seu olhar, voz, gestos e tudo o mais,

Fez com que ela não precisasse de mais nada, admirá-lo parecia bastar,

Até que ele decidira cruzar por ela, sem desviar, olhando-a,

Porém, resistindo a aproximação, naquela hora algo chamara suas atenções,

Para ele, poderiam ser as batidas intensas do coração dela,

 

Algo audível, que gritava de dentro dela o que a voz não falava,

Mas para ela, fora o medo de perde-lo, o medo de ver-se distante,

Como se já não houvesse uma posição em que se colocar na vida,

Como se tudo o mais pelo que havia passado tivesse perdido a coerência,

Ela sentira necessidade de estar ao seu lado,

De seguir o que o destino parecera ter reservado a ela, ao colocá-lo em seu caminho,

 

Cruzando seus passos, unindo seus destinos,

Talvez tivera sido isso o que sempre desejara,

Pensando bem, se é que lhe fosse possível pensar naquela hora,

Ela parecera reconhecer a voz dele, de algum lugar, como se ressoasse nela,

Não na esfera de um sino, em que precisa esvaziar-se para ressoar,

Sem aquele efeito do badalo a ecoar em seus vazios para ser ouvido,

 

Não que ela se recusasse totalmente a ideia de estar vazia,

Sentira-se preenchida, assim que o vira passar na rua, e caminhara ao encontro do destino,

Mas diante dele, seus braços se abriram de forma estranha,

Sua mão sentira-se pequena, sua voz soava trêmula, algo a desconcertava,

Sentira que suas crenças, valores e tudo o mais vira-se incompleto,

E a resposta parecia estar passando por seus olhos,

 

Ela não poderia permitir que se afastasse não depois de tudo que parecera dizer,

Será que ele ouviria suas necessidades gritantes através dela?

De tudo que ele era, ela não se definiria como um mero reflexo,

Sabia seu valor, acreditava no que pensara ter interpretado nele,

Mas sentira que havia um lugar maior do que havia imaginado para ela,

E este lugar era em seu abraço, em seu encalço se fosse preciso,

 

Desejou cuidá-lo, abrigar-se a ele: abriga-lo, então, colocou-se à sua frente,

Ele, apesar de seguro, deixou seus olhos nublarem-se um pouco,

Os olhos dela brilharam mais ainda, pareciam querer iluminá-los,

Queria que todos vissem tudo que ela enxergava por meio dele,

Era início de janeiro, um novo ano havia recém dado início,

Para ser mais exata, era dia cinco, talvez fosse outono, sei lá,

 

Ela não desejava pensar muito, só desejara ser rápida para ser vista,

Sabe aquele instante em que tudo que você acredita fica a esmo?

Então, foi exatamente dessa forma com ela, temera o pior: perde-lo...

Seu coração estava aberto, sua alma pulsava entre os seus dedos,

Um carinho implorou para ser entregue, um abraço surgiu em seu instinto,

Um único desejo tomou-a por inteira de si mesma: pertence-lo,

 

Apesar de o sol já ter nascido há algumas horas, ela sentia-se tremula,

Bem, mas isso é uma história antiga que não precisa ser repetida nessas linhas,

As quais são deveras escassas para dar vazão a tudo que sentira,

Algo maior parecera brilhar naquela hora, e agora, a olhava,

A brisa fresca soprara uma folha seca contra seu rosto,

Mas isso não a ferira, ao contrário, fez com que ele se aproximasse dela,

 

A visse de uma forma que ela ousaria definir como, mais humana?!

Não tinha certeza, pois a palavra humana era frágil para descrevê-lo,

Mas parecia ser a palavra ideal, ao menos para aquele momento,

A folha seca caiu ao chão e fora levada pelo vento,

Agora pertenceria a uma outra história, definiria algum outro momento,

Que diferença faria quando tudo que queria estava a sua frente sorrindo?

 

Seu peito arfara sôfrego, ela desejara que ele falasse algo,

Ele parecia saber que atitude tomar naquele instante, tão... precipitado?

Peculiar demais para ser descrito com exatidão, suas buscas dela pareciam ter começado,

Aquelas buscas pelas quais ela acreditava nunca antes ter sonhado,

O destino, com sua sabedoria misteriosa, parecia estar conduzindo-os,

Guiando a ela e seus sonhos, as horas voavam para outra direção,

 

Desatentas demais para tudo que aconteciam naquele lugar,

Fossem definidas por aqueles dois pares de olhos famintos, expressariam segundos,

Para onde vai?-, ele a perguntou com voz rouca e desconsolada,

Os lábios dela estremeceram antes de falar, ele estaria inseguro?

Bom sinal, admitira a si mesma, então ela havia mexido com seus sentimentos?

Desta feita, ela poderia admitir ser tomada por uma sensação de segurança,

 

Um homem como ele, cruzando seu caminho: despertando-a, sendo desperto?!

A ideia era demasiada tentadora para que pudesse resistir ao fato,

Com um ar de graça, ela respondeu entre um sorriso tímido e um olhar atento,

Bem, estava pensando em ir comer alguma coisa, fazer um lanchinho:

Na loja logo ali na frente ou talvez no mercado, não sei ao certo,

O que você acha?, bem, aproveitando a deixa, gostaria de ir comigo?

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Amor à Distância da Lua

 

Quando o sol se posicionou em um céu iluminado,

Marcando na lua quatro horas da madrugada,

As estrelas sorriram animadas, logo adormeceriam,

Os suspiros dos amantes se tornaram mais agitados,

Teriam pouco tempo para acobertarem seus medos no véu da noite,

Entrelaçaram seus dedos, de um jeito meio desapercebido,

 

Ficaram abraçados recostados um no outro,

Desejavam afagar a madrugada gelada,

Torná-la um pouco mais humana para o que sentiam,

Caso alguém queira duvidar sobre a frieza em que a lua se encontra,

Sugiro que dê uma olhada para o céu da noite,

E verifique se não é ela quem está sozinha, lá no alto,

 

Onde até mesmo a vista tem hora para encontrá-la,

Em um lugar distante escondida até mesmo das estrelas,

Onde apenas, em suas horas mais singelas, o sol pode tocá-la,

Se estar posicionada lá no alto a fez melhor que alguém ou algo,

Ela nunca tomou conhecimento sobre o fato,

Se estar sozinha presa em sua redoma intocável, a fez mística,

 

Bom, de alguma forma ela desejou abraçar a terra,

Acolher nela os medos dos namorados, devolvendo-lhes em sonhos,

Cada um dá de si mesmo somente o que tem,

Como poderia dar o que nem ao menos lhe pertence?

Mas a lua nunca desejou ser fria como aparenta,

Mesmo sendo feita de pedra acobertada por um gelo desforme,

 

Ela aceita se derreter sempre que o sol a acaricia,

Por mais que, às vezes, precise se esconder, ela sempre se rende,

Porém, para os que ambicionam se apossar dela,

Seria conveniente saber que ela gosta de estar onde está,

E talvez, não por mero acaso do destino, ela esteja no lugar certo agora,

Abrigada em sua aparente distância, escondida em sua frieza forçada,

 

A sugerir que cada qual deve saber escolher seu lugar e se posicionar,

Sendo ela margeada de pedras, talvez não tenha nada a esconder,

Mas nem por isso precise deixar de estar onde está,

O símbolo do romantismo pode ter se colocado distante,

Mas não significa que esteja desamparada,

As coisas são como são por algum motivo maior,

 

Sempre existem os que queiram se enganar pondo o amor longe,

Em algum lugar que imaginam nunca poderem tocar,

É certo que a lua está a sorrir deles, em deboche por seus medos infundados,

O que seria dela se não houvesse seus momentos de distância?

Tolos são os que empreitam em fuga estando o amor do seu lado,

Babacas, sãos os que duvidam de si mesmos,

 

Abraçando-se nos medos que deveriam entregar a ela,

Não percebem que assim ficam em débito com seus sonhos,

Qual é o motivo de colocar o amor distante de si mesmo?

Impedir o acesso a si próprio, se imaginando em outro lugar,

Querer que te encontrem como se você fosse um objeto ao invés de ser pessoa,

Se é tão curto o tempo para que desperdiçar com desalentos?

 

Desejar tocar a lua, quando deveria tocar a quem ama,

Achar que ela seria a única capaz de afastar a solidão da noite fria,

Quando o segredo se encontra nos dedos da sua mão em carícia,

Imaginar-se distante para distanciar-se não há nada mais errôneo,

Querer se colocar em um pedestal onde ninguém poderá te alcançar,

É ver o amor dissociar-se pelos vãos dos dedos sem nunca o tocar,

 

Elevar o amor a lonjura da lua é procurar em vão,

E não se reconhecer, nem compreender as batidas do próprio coração,

Tente imaginar sua próxima fuga, mas não esqueça do fator tempo,

A lua soube se posicionar da maneira como está por que contou com cada movimento,

E mesmo se colocando em uma distância segura,

Não caiu em lacunas de onde não poderia escapar,

 

Se ela decidiu amar o sol foi porque soube conquistar o seu amor,

Se estivesse a ignorá-lo, nem mesmo a terra teria onde se abrigar,

Seu aviso, ao que parece não está sendo levado a sério,

Há sempre aqueles amantes apaixonados que se prendem ao desnecessário,

Ignoram os detalhes expostos em seus destinos,

Os passos em que a própria vida os encaminha a seguirem,

Se a lua conseguiu se abrigar na noite para brilhar quando quisesse,

 

Pense que talvez, você possa se colocar tão distante que não tenha retorno,

Não importa se for pego ou não, não importa o quanto planeje,

A lua conta com fatores dos quais você não dispõe,

Não queira se colocar tão distante, você não é a lua não,

Nem queira procurar o amor nela, lá tudo congela e pode cair no vão...

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Eu Te Amo Minha Vida

Eu o amo para todo o sempre e uma vida além,

Porque mesmo a eternidade seria pouco para ama-lo,

Me esforcei para demonstrar desde o primeiro instante,

No entanto, só não fiz mais porque senti medo,

O inseguro parecia pairar entre nós dois, pelo segundo que fosse,

Mas era o suficiente para eu ficar com receio,

 

Quando se ama com toda a alma e mais um pouco,

Creio que seja normal este tipo de insegurança,

Amar uma pessoa em meio à multidão, já deveria ser complicado,

Imagine quando se encontra aquele alguém com quem sempre sonhara,

Aquela pessoa que nem mesmo em seus sonhos você acreditara que existiria,

De repente, ela se faz palpável na sua frente, como você reagiria?

 

Bem, eu creio não ter sido diferente, estremeci, fiquei de pernas bambas,

Queixo caído, lábios trêmulos, o grande amor da minha vida, me olhava...

E mais que isso, dizia me admirar ainda, então ele não sabia o quanto eu sentia?

Ele se fazia de bobo, para me deixar mais estonteada? Aquela voz perfeita,

Cabelos fartos, rosto matreiro, gestos ligeiros, alto, corpo másculo...

Sabe aquela pessoa que tem completo domínio sobre si mesmo?

Então, ele era a perfeição em pessoa, e eu ali, inerte a admira-lo,

 

Me sentia uma tola, mas a perfeita tola, pois naquele momento seria sua,

Esta era a minha chance única, encontrar o amor da minha vida,

E ainda, ter a oportunidade de ser amada por inteira, não são todas que são,

E puxa, eu sabia que todas as mulheres se colocavam aos seus pés,

Mas, de todas elas, eu havia sido a escolhida, soubesse demonstrar a emoção,

Poderia, quem sabe, conquistar o seu carinho ao menos naquele instante,

 

Diante de uma pessoa a quem vemos tão perfeito, tão sublime,

Um leve toque dos seus lábios já seria o suficiente,

Guardaria comigo para toda a vida dentro do meu coração,

Onde ninguém poderia removê-lo, nunca, não importaria a forma,

Eu manteria este momento consagrado na minha alma,

Em qualquer parte minha, onde ninguém o tocaria, nem o tiraria,

Não que eu o quisesse com sentimentos possessivos, não era isso,

Apenas o amei sobremaneira sem que pudesse resistir ao sentimento,

Queria protege-lo, estaria errada em amar tanto deste jeito?

 

Quando se trata de amar muito, quando se alcança as estrelas,

Como poder pesar tudo que se sente e desejar controlar ainda?

Existe uma medida para amar sem medida?

Há uma forma de esquecer o gosto do beijo de quem se ama?

Só o que sei é que em cada telefonema eu esperava a sua voz,

Em cada olhar, eu desejei encontra-lo, mesmo que ao acaso,

 

Meu caminho foi árduo antes de alcança-lo,

Por onde andei sempre me perguntei aonde estaria,

O que estaria fazendo, se existiria alguém em seus sonhos,

Desejei fazer contato, me esforcei de todas as formas,

A verdade é que o amei muito antes de conhece-lo,

Mesmo que tentasse mentir sobre isso, não conseguiria,

 

Quando o sentimento é intenso demais em seu peito,

Ele transborda de alguma forma, não tem jeito,

Havia algo místico entre o meu destino e o dele,

Só precisávamos de um esbarrão, coisa de pele,

Sei que as palavras aqui estão injustas para o que eu sinto,

Eu o amo muito mais do que consigo expressar neste verso,

 

Até mesmo meus atos são incertos para este amor,

Afinal, nunca amei tanto assim, nem achei ser capaz,

A vontade que sinto é de gritar em alta voz

Para que todos ouçam o quanto sua ausência me fez mal,

Acerca da qual, nunca foi culpa sua, pois nem nos conhecíamos,

Como poderia ter sido, mas ainda assim, eu o amava feito uma louca,

 

Da mesma forma que o amo agora, bem, se fosse possível amar mais,

Eu o amaria com toda a certeza, mas eu já nem pertencia a mim mesma,

Era dele, toda e unicamente dele, espero não ser mal interpretada,

Quando se trata de palavras, nem sempre é possível dominá-las,

E frente a ele, eu podia admitir com clareza, eu não possuía o domínio de nada,

Quanto mais eu o conhecia, mais queria estar perto, fazer parte da sua vida,

E o amor que não cabia em mim, se divagava de todas as formas,

 

Queira Deus que em uma das minhas carícias eu pudesse demonstrar,

Sentia-me tão nula diante de tanto amor que em mim se derramava,

Se debruçava e dominava-me por inteira, ele foi e será a minha vida,

Como eu faço para trazer todo este sentimento para as palavras?

Admirava ele em todos os tempos e formas que a fala pudesse expressar,

Ele era perfeito na medida exata para se amar para sempre,

Sabe aquele tipo do qual já falei, o impossível de esquecer?

 

Pois bem, eu o encontrei e agora seria meu, se eu me sinto feliz?

Feliz demais, de um jeito que não haveria como traduzir,

Sei que fui repetitiva, mas em cada linha só me vinha a cabeça:

“Eu Te Amo, eu te amo, eu te amo para sempre minha vida”,

Ao considerar as palavras na linha, percebi caber mais um “eu te amo”,

Ao considerar o amor em minha alma, eu não conseguiria expô-lo.

À Espera De Um Encontro

 
Nunca se sabe o quanto de tempo o destino encarrega aos que amam,

Todos pedem e esperam por uma vida inteira, mas isso pode durar apenas segundos,

Afinal quando é que se pode precisar a hora exata de partir para outro lugar?

Sabendo a hora da partida, quando é que se saberá a hora da chegada?

Por mais que se prepare, que busque um resultado diferente,

Nem sempre o resultado alcançado era o que se tinha em mente,

 

Por isso a importância de amar cada segundo,

Se entregar por completo em cada afago,

Sem tempo para distorções, conversas errôneas,

Apresentar vazão ao sentimento para que possa falar,

Abrir a razão da alma para que possa dar-lhe ouvido,

Se abrigar a fuga do sentir é traição para consigo mesmo,

 

Deste modo, imperdoável; quem se apegaria ao medo por receio da falha

Já não estaria falhando de antemão? Existem muitas perdas no caminho,

Para quê, então, decidir percorre-lo sozinho, inerte aos sentimentos?

A fuga nunca seria sua opção, nunca abandonar-se-ia a solidão,

Não enquanto dentro dela pulsasse alto seu coração,

Não enquanto ela tivesse ao seu lado quem merecesse sua atenção,

 

Se tentasse escapar, nunca seria bem-sucedida, o amou à primeira vista,

Como, agora, depois de ter provado a sua boca resistiria as suas carícias?

Poderiam haver perguntas dentro dela, mas não haviam dúvidas,

Há coisas que se clareiam a sua frente mesmo sem que se tenha respostas,

Mesmo que caísse na tentação de enfrentar os três problemas deste caso:

A roupa que usaria, o local em que iriam e como se comportar aos seus olhos,

 

Enquanto não empreitasse na fuga que havia dentro dela,

Não teria o que perder, bastava não procurar pelo que pudesse evitar,

Seus olhos eram vorazes, seu extinto era predador, manteria a distância exata,

Com aproximação suficiente para ir até o ponto que desejasse provar,

Nunca se sabe a importância de manter a cabeça no lugar,

Mesmo quando seu coração grita pela urgência de ser amado e amar,

 

Ela procurava a segurança de um ombro amigo, com os olhos abertos,

O abraço dele seria o bastante para abriga-la com o carinho necessário,

Algum tempo antes, quando se sentiu frágil e pediu sua proteção,

Ele soube como abriga-la junto aos carinhos do seu coração,

Quando ele precisasse de ajuda, ela retornaria o favor,

Nada mais que isso, não hesitaria em se colocar ao seu dispor,

 

Os afagos viriam com o tempo, na hora exata,

Eles saberiam como precisar este momento,

Mas, sempre que se encontrava abrigada ao seu olhar,

Ela se sentia estranhamente sólida, segura como nunca sonharia,

Sua mente a deixava zonza, não havia como evitar o que sentia,

Depois de reconhecer o amor, não há como voltar atrás,

 

Quando saíram a primeira vez juntos, ela desejou seu beijo,

Mas nada aconteceu, o silêncio foi quebrado por suas falas,

Conversas desenrolaram as horas por um instante mágico,

O qual ela guardava na lembrança com carinho e desejava repeti-lo,

Não houveram aquelas carícias para que fossem impedidas,

Nada que a prendesse ou os obrigasse a ir além do que queriam,

 

Nada a deixou tremula sem saber como reagir depois,

Nem a fez acordar com dor de cabeça arrependida do que fez,

Muito menos inquieta ante a tentativa de lembrar-se da noite anterior,

Tudo estava claro em sua alma como o brilho dos seus olhos lindos,

Sem pairar sombra de dúvida para ferir ou aprisiona-los ao inseguro,

Se havia algum vazio entre eles, estava sendo contido pelo diálogo,

 

Ela mantinha as lembranças seguras dentro de si mesma,

Nada faria com que as perdesse ou iriam reduzi-las,

Mas agora, que se olhava no espelho curvilínea e segura,

Desejou repetir a noite, sua alma estava com ela,

Porém, o coração já havia se colocado do lado de fora,

Estava a procura-lo, sem chances para fuga de si própria,

 

O vestido que usava era de caimento perfeito,

Ela o ligaria, marcaria um encontro, ele aceitaria,

Assim esperava, optara por usar um salto baixo,

Desejava que ele a visse baixinha e assim a carregasse em seus braços,

Na sua frente não sentia toda a segurança de agora,

Então, precisaria ser minuciosa para que ele a conduzisse,

 

Gostava da forma como ele direcionava as coisas,

Adorava o jeito como ele a admirava e parecia saber sobre ela,

Acreditava que ele entenderia o olhar dela e reagiria, a seu modo,

O que ele fizesse seria o bastante porque sempre foi,

Obviamente, ele estava longe demais para que ela batesse na sua porta,

Então, o ligaria, queria que ele viesse até ela, será que ele entenderia?

 

Bem, o fato de vir, é certo que entenderia, mas sobre os detalhes,

Será que ele perceberia? A timidez que se acentuava sobre a pele,

Gritava outra coisa, pedia por seu toque, ele iria negar?

Então, suas dúvidas estavam respondidas, ele merecia a confiança dela,

Talvez, este fosse um caminho que ele não desejava pegar,

Porém, nada atrapalharia ela de ter uma noite divertida para contar.

Amor de Uma Vida

Podiam se apaixonar à primeira vista,

Com direito a tão sonhada prisão domiciliar,

De condenar-se a ficar no abraço de quem se ama,

Sem tempo para acabar, prisão perpetua, para a vida toda,

Mas, este amor mesmo sendo tão especial para ela,

Talvez não durasse até o sol chegar, afinal,

 

Estavam acabando de se conhecer, ainda,

Sobre ele, ela não sabia nada, nem ao menos se a queria,

Consciente de que querer era pouco para tudo o que sentia,

Ela entregara-se ao beijo, as carícias do momento, silenciosa,

Nada escapara dos seus lábios, exceto os gemidos incontidos,

Os quais, ela fez questão que marcassem sua alma,

 

Para que quando se afastassem algo ainda a pudesse lembrar,

Por isso, se entregou da melhor forma que podia,

Morrer em vida era triste, então, por que não amar sem medida?

Procurava algo em que acreditar e se agarrava nisso,

Não acreditava estar errada por permitir ao amor guiar seu caminho,

Ela desejava deixar para trás os problemas de outrora,

 

Entregar-se tão profundamente ao beijo até esquecer de tudo,

Por que só vive intensamente quem ama por completo,

Disso ela entendia bem, então desejou ganhar dele ao menos a lembrança,

Marcar suas carícias em sua alma, com direito a nunca ser esquecida,

O que mais pode querer uma mulher quando se entrega a outra pessoa?

Para ela, os dois tinham a mesma ideia em mente, então se arriscaria...

 

Ela murmurava carícias em seus ouvidos e ele retribuía em seu corpo,

Ela roçava os dedos por cada detalhe dele, registrando-o em sua alma,

Uma entrega sedenta de quem ama e urge por ser correspondido,

Eles entreolhavam-se em meio aos carinhos e se compreendiam,

Era como se uma música fosse escrita por seus afagos,

E assinada dentro dos seus corações, em um lugar onde não pudesse ser tirada,

 

Situação esta, que nunca poderia ser negado o direito de ser lembrada,

Cuja qual chega sem avisar e se demora pelo tempo que queira ficar,

Sem que se possa afugentar, nos pega pela mão e conduz até outrora,

Mesmo que se queria guardá-la lá no fundo da memória,

Mesmo que se deseje fugir dela, esquecê-la, ela sempre retorna,

Chega se disfarçando de uma coisa ou outra, mas ela sabe o que deseja,

 

Sem regalias, sem meios que se possa evitar, quando o amor chama,

Ele vem buscar e não há quem resista, era apenas isso que ela queria,

Ser mais que uma noite nos braços de quem decidira amar,

Apesar daquele encontro ter sido inesperado, do tipo casual,

Ela apostava todas as suas fichas naquele rapaz,

Carícias propostas de modo a tocá-lo da forma mais profunda,

 

Beijos que confirmariam o encontro no dia seguinte,

Cada vez que ele olhasse para o próprio corpo, sentiria seu calor,

Ela apostava nisso, não se entregaria dessa forma para apenas uma noite,

Ele merecia sua entrega, ela podia sentir isso em seus olhos,

Seus sentidos guiavam as carícias quebrando o silêncio de suas almas,

Não houve relutância entre os dois, havia apenas a entrega...

 

Sem precisarem se acudir em bebidas para camuflar os afagos,

É certo que, também, não houvera tantos gestos românticos,

Mas o que estava havendo dentro deles dois bastaria para mantê-los,

Amavam-se de uma forma tão profunda que a sensação se prolongaria,

Por dias, semanas o que fosse, mas ao final, ela sabia: ele o procuraria,

Talvez se afastar por um tempo fosse importante para ele, ela entenderia,

 

Amar para uma vida inteira era uma decisão impetuosa,

A qual ela pagava o preço, não se esquivaria, mas quanto a ele, não sabia,

Seus corações batiam acelerados um nos braços do outro,

Em um ritmo sem precisão sobre o que estar fazendo,

Onde você apenas sente e liberta-se conforme o desejo ordene,

Não que se possa resistir ao amor, nada disso, mas o sente-se,

 

E mesmo que se recuse a se viver um relacionamento sério,

O tempo se encarrega de ditar o que fica e o que nunca deveria ter chegado,

O amor não desaparecia simplesmente porque era indesejado,

Ao contrário, não importa o quanto se queira fugir, ainda restam as lembranças,

Quem poderia apaga-las de dentro da própria alma?

Seria uma decisão imprecisa, melhor então, nunca ter se arriscado,

 

Com o coração carente de razão não há em que amparar a fuga,

Mesmo que sua atitude se apresentasse falha ao seu olhar,

Ela não iria desistir, assim fazem os que amam de verdade,

Ela aprendera isso, desde o primeiro instante em que o viu,

Apesar do seu coração ter se colocado em guarda,

Já não havia o que perder, só havia o que ganhar e tudo o que queria,

 

Agora, estava abraçando-a entregue as suas carícias,

Desnudo de erros, segredos, passado ou o que fosse,

Ali, entre aquelas quatro paredes, haviam apenas os dois amantes,

E nada mais que isso, seria o suficiente para mantê-los unidos,

Então, quando ele estivesse distante e a saudade o procurasse,

Ele lembraria dela, com certeza, não iria esquecê-la...

 

"Mas não fique bravo se eu não telefonar", ela parecia ouvir isso de sua boca,

Estremecera, tremula, sôfrega, ele parecera compreende-la,

Abraçando-a mais ainda, ela sentira medo de falar, não pela pergunta,

Pois era de todo sensata, mas temia pela resposta que ouviria,

Sentia-se fraca para enfrentar de quem estava amando a voz da indiferença,

Mesmo que apenas em palavras, isso iria feri-la sobremaneira,

 

Ela não resistiria, sabia disso em cada carícia na qual se entregava...

Como ninguém consegue ficar acordado por uma noite inteira,

Certa hora da madrugada, ela dormira, como seria o esperado,

A certa hora da manhã fora acordada com um beijo molhado,

Ele havia tocado a sua testa de leve, com carinho para não assustar,

Antes que ela o abraçasse e pudesse dizer algo romântico,

 

Ou qualquer outra coisa que lhe viesse à cabeça,

Ele se posicionou, ficando ereto, em suas mãos estava um buque de rosas,

Elas eram vermelhas, como o efeito deixado pelos beijos em sua boca,

Eram recém colhidas, como se desejassem marcar àquela hora,

Continham pingos de sereno, por terem contemplado a madrugada,

Eram, ao todo, seis lindas rosas, como o exato tempo em que haviam se conhecido...

domingo, 31 de janeiro de 2021

Sabor do Beijo

 


Inveterado no fundo do meu peito apaixonado,

Arraigado dentro de tudo que sinto,

Seu beijo ficou no doce dos meus lábios,

O calor do seu abraço no espaço entre os meus braços,

Grande parte de tudo que vivi antes de conhece-lo,

Pode ser descrito como sentimento passageiro,

 

Algo que nunca me passou pela cabeça definir como amor,

Mas, no entanto, aquele dia em que eu estava do outro lado da rua,

E, não por acaso, meu olhar cruzou com o seu,

Fez com que todo o passado perdesse o sentido,

Desencadeou em mim, o desejo de planejar um futuro a dois,

Algo antes nunca imaginado, algumas vezes sonhado,

 

Mas coisa passageira, que nunca permiti ter vazão,

Meu pulsar ficou intenso, não consegui controlar o coração,

Parti ao seu encontro, atravessando a rua, por entre os carros,

Percorri a faixa de pedestre, esperei-o na esquina,

Foi naquele lugar casual que tudo aconteceu,

Incluindo o beijo que jamais seria esquecido,

O abraço e tudo mais de que falo com tanto sentimento,

 

Percebi que todos os meus objetivos ganharam uma lacuna,

Pareceram vazios e incertos sem tê-lo como testemunha,

Sua cumplicidade em conquistar os sonhos já alcançados,

Porque foi isso que vi brilhar no azul dos seus olhos,

Foi o que senti mesmo antes de chegar perto,

 

Detestava ficar inerte as coisas que aconteciam ao meu redor,

Mas naquele momento mesmo abraçada a audácia,

Senti que a tarde de 15 de janeiro de 2009 seria misteriosa,

Com aquele quê de incerteza ao qual eu me recusava,

Aquele mesmo que eu procurei afastar-me a vida inteira,

Nunca tive o que reclamar com relação ao meu destino,

 

Sempre me pareceu o melhor, o mais convidativo,

Claro que sempre me esforcei para tanto,

Mas, no instante em que nos afastamos um do outro,

Pouco antes de eu abrir meus olhos para olha-lo,

Ao final do beijo, quando estava abrigada em seu abraço,

Antes ainda de ele erguer a cabeça, ficando ereto,

 

Percebi que tudo ganharia um novo sentido,

Que as coisas que eu havia vivido até aquele segundo,

Já não tinham a consistência de outrora,

Não havia margens para erro, ou para oferecer resistência,

Amava-o, desde antes de conhece-lo,

E o amaria por toda a vida, não havia como negar isso,

 

Era como se o beijo tivesse criado um laço entre nós,

Com uma espécie de dependência, da qual não poderia me soltar

E sair ilesa, sendo de conhecimento geral que

Ter o coração partido pelo amor não é um final a se desejar para si mesma,

Eu não tive outra saída, ainda abraçados naquela esquina,

Poderíamos nos agarrar a mil expectativas,

 

Mas nada nos pareceu tão belo quanto nos agarrar um ao outro,

A aquele sentimento que nos aquecia por inteiro,

Nos afastava de todo o resto, em destinos cruzados,

- Eu te amo, consegui sussurrar sôfrega pela emoção do beijo,

Ele apenas sorriu, me senti tremula, de pernas bambas,

 

O abracei ainda mais, desejava-o como nunca desejei outro,

Amei-o, mesmo antes de formar em mim a palavra amor,

Ou qualquer vestígio de sentimento, antes de vê-lo, amei-o,

Então, ergui a cabeça decidida sobre o que sentia,

E o confrontei com o olhar erguendo uma sobrancelha...

 

Mesmo agora, anos após tudo ter acontecido,

Ainda recordo de cada momento, cada palavra da sua boca,

Sua fala macia, a urgência que sentíamos em nossos corpos,

Lembro que, naquela hora o obscuro pareceu se clarear,

Minha razão dizia: pense um pouco, meu coração se recusava,

Lembro ainda, de ele se abaixar até tocar, de novo, os meus lábios,

Senti uma espécie de alivio imediato, sentia medo de perde-lo,

Disfarcei e beijei-o até alcançar o seu ouvido,

 

Com um sussurro repeti apaixonada: eu te amo,

Ele era o homem mais encantador que alguém poderia desejar,

Eu não me arriscaria a perder a oportunidade de ser sua,

A única em sua vida, aquela que o amaria para sempre,

Mesmo hoje, não consigo expressar com precisão os detalhes,

Embora, cada instante tenha valido a pena,

 

Em abril de 2012 eu entrava vestida de branco na igreja,

Deixava toda a incerteza de outrora para trás,

Acolhida em cada sonho, em cada fantasia inventada,

Pois, agora tudo estava posto a minha frente a me esperar,

Meu futuro, meus sonhos, minha família, meu marido,

O grande amor que nem ousei sonhar me aguardava,

 

Seria meu, para sempre, em minha boca, eu ainda guardava o gosto,

Daquele beijo ganhado a muitos anos atrás,

A marca dele ressoava sob meu batom vermelho,

A minha frente, alto e decidido, estava o homem que conheci outrora.

A Cobra Rosa

Houve invasão na chácara, De repente, Todos os bichinhos Correram assustados. Masharey subiu na pedra Mais alta, Que há a...