sábado, 3 de dezembro de 2022

Eu te amo, Cara!

 


As palavras “Eu te Amo, cara!”

Nunca tiveram tanto sentido,

Olhei-o, vi-o, chamei-o,

Não diria que ainda teriam,


Porém, no instante do beijo,

Não pude negar que meus lábios tremeram,

Instantes de vacilo,

E o eu te amo veio,


Ainda não entendo bem os motivos,

Estava frágil num momento inoportuno,

Só pode ser isso,

Não há outro motivo,


Apaixonar-me?

Amá-lo?

Bem, não entendo muito disso,

Desacompanhada de qualquer raciocínio,


Eu disse: Eu te amo,

Ele “e...”

Eu encerrei: “pronto!”,

Não há demasias ao amor,


E eu posso dizer que queria beijá-lo,

Desprovida de lógica...

Apegada ao sentimento,

Hoje penso, que não disse tanto.


Durante este tempo em que estamos separados,

Eu ainda preciso do seu beijo,

Quando estou contigo,

Bem, preciso mais e mais... você sabe,


Confesso meus erros,

Ignoro tudo que houve,

Confesso com poucos sussurros,

Embora sinceros,


Eu sou um errante confesso,

-“então agi errado quando disse eu te amo?”

Não sei bem porquê mas eu penso em nós,

Ainda hoje,


Os beijos não são os mesmos,

Penso nos seus como foram,

Como foi para você beijar outra boca...

Não penso tanto sobre isso e você sabe.


Um dia, as coisas se encaixam,

Você lembra quando eu te disse?

E eu também, bem, deve ser isso.

A morte de costumes antigos,


Beijos não vencem desejos e promessas,

Mas são o bastante para quebrar correntes,

-Eu te amei antes!”

Antes do beijo só isso,


Sobre você ter franzido o cenho,

Eu não entendi muito,

Você gostou de mim em fotos,

Penso que preferia uma imagem,


Não, meu bem, ninguém me falou sobre isso,

Que bom,

Espero que você esteja bem,

Sobre meus erros?


O que você quer saber?

Eles não te pertencem.

Fecho o noot,

Não falo mais,


Também não desligo,

Não consigo ter forças o bastante,

Penso que o que você ouviu a seguir,

Talvez, quem sabe,


Você não desejasse saber,

Mas, sabe? Nem eu, nem você...


sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Ele Pediu Sua Mão em Casamento, Antes

 


Diga-se de passagem

Que ele não fazia o tipo: perfeito cavalheiro,

Porém, como era um grande homem!

Sim, e muito belo.


O fato é que garotas más não temem,

Se apaixonam e isto bata!

Quando acrescento que ela o amava,

Considere que não era pouco...


Ela aproximou-se, antes do beijo

Ofereceu a mão em apreço,

Bonito cumprimento,

Ainda lhe veem as lágrimas sempre que lembra,


Ele buscou sua mão,

Beijou-a enternecido e roucamente,

O coração ficou irreparavelmente debilitado,

Apaixonou-se de longe a agora de perto,


Queria-o, de alguma forma queria-o e muito,

Não houveram tantos abraços,

Ou talvez sim,

Houve o suficiente,


Disso ninguém duvidaria,

Havia rumores de casamento e felicidade pena,

Haviam apostas de tudo dar certo,

E de fato, não tardou a se concretizar,


Sorrisos, beijos e promessas foi o bastante,

Uma bela festa e muitos convidados,

Os melhores votos e mais sinceros,

Já lhe contei tudo o que soube sobre o passado,


No presente, certa vez,

Acordo-me atemorizado,

Confiro na janela e ouço gritos e com os gritos,

Uma beça moça que se colocava a correr pela rua,


Atrás dela o seu belo moço,

Parecia arrependido do casamento,

Não haveria outro rumor na rua com certeza,

Eu não disse nada,


Demorei a abrir a janela,

Mas abri-a e me pus para fora,

O rapaz se distanciou e deixou-a a chorar pela rua,

Descabelada, despida, descalça e indefesa...


Sórdido fim a um amor tão perfeito,

Noto que ela escondia uma mão,

Talvez, onde um dia esteve a aliança,

Vi ao longe a aliança brilhar com ele – as duas,


Ela chorava e soluçava,

De repente, me olha com olhar assustado,

Então, simplesmente me conta sem que eu diga nada:

- moço, ele tocou minha mão,


Eu recusei a entrega-la,

Ele puxou-a de mim como se não me pertencesse,

Tinha na mão uma faca,

Me pedia pela aliança,


Eu não conseguia entrega-la,

Sei lá, não podia pensar,

Não conseguia entender, estava tremula,

Então ele segura-a,


Empurra a faca e a tira,

Assim, com um pequeno corte apenas,

Já nem está visível,

Mas, me coração parece sangrar,


Estou sofrendo,

Meu Deus – eu sofro!

Agora, sinto como se não pudesse vê-la,

Eu a tenho, não a tenho?


(Eu continuo a olhar embasbacado,

Como não falei antes,

Nem agora conseguia o fazer)

-A mão moço, eu tenho não tenho?

Você vê se minha mão está comigo?


-Sim, sim. Sua mão?

Sua mão lhe pertence!

Mão e aliança, eu acho,

Bem, bem, bem... (me calo!).


quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Passam-se os Dias

 


Jogada no sofá,

E não podia sair,

Também não podia entrar...

Sem espaço algum para caber em si,


Sentia que iria explodir,

Mas, como o nada pode barulhar?

Se um coração palpita está vivo,

Mas, não, não sentia estar.


Fazia um esforço para não contar as horas,

Mas, caía a noite e subia o dia,

E elas pareciam passar,

Permita coração que as horas corram,


E percorram aquele espaço onde ele está,

Longe, muito longe em outro lugar,

Não dentro, dentro não mais,

Palavras não descrevem o horror e a surpresa,


Nem ao menos as lágrimas,

Já são insuficientes embora escassas...

Quando se viu com ele,

Viu que não era jovem,


E não poderia acompanhar,

Há coisas mais rápidas,

Estas coisas podem chamar-se anos,

Em ocasiões normais pedia para não falar sobre isso,


Mas, nessa estou sozinha,

Também não há o que comentar,

Ouviu as palavras de uma a uma,

Não entendia agora por que não as entendeu antes,


Calmo são os corações que amam,

Inquietos os que se perdem no que sentem,

Franzia o cenho e passava o dedo,

Tinha medo de envelhecer,


Não, não era bem isso:

Tinha medo que as linhas contassem,

Elas pareciam escrever cada pensamento,

Denunciavam tudo,


Acho que são pensamentos repetidos,

Pensava consigo mesma...

Pensando bem, penso comigo mesma!

Comprimo meus lábios,


Desejava não os tê-lo,

Por vezes eles falam demais e alto demais,

Prometeu amar? Não,

Mas falou sobre esta coisa toda de amar,


Assumo o que sinto com emoção,

Em três ocasiões fez o que não devia,

Principalmente na última,

Um enjoo repentino retorna do estômago,


Um vômito incontido...

-Nojo do que fiz e de mim mesma.

Fortaleço-me de tudo que me faz segura,

Pego a almofada passo por trás da cabeça,


Vejo mais uma tarde partir no horizonte,

Imune agora ao ridículo do abuso...

Talvez fossem duas tardes,

Sem rumo: pare, se retire pensamento,


Foram os gritos daquela que era feia para o feio,

Da que não prestava para o nível do que não a merecia.

Lágrimas e lágrimas,

Sim, feias choram.


-Sem fechar meus olhos,

O vejo a chamando pelo nome,

A que era melhor,

A que não o quis para nada,


Mas era a melhor...

Não o desejo o bem,

Me desculpe,

Não lhe desejo o bem.


segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Moça na Janela

 

E muito tempo depois de tudo ter acontecido,

Uma brisa fresca brincou com seus cabelos,

A janela que estava meia aberta,

Foi totalmente aberta e ela pôs o rosto para fora,


Lembrou-se, então, do beijo- o grande beijo,

Agora já esquecido,

Se é que alguém esquece um beijo assim,

Não por questões de romantismo,


Mas, por intensidade, pressão e amor...

Seguiu-se uma série de pensamentos

Que a teriam feito rever tudo que fez,

Tudo que viveu até aquele segundo,


Mas, estava certa com razão a tudo que houve,

Não lhe daria outra chance,

Acontecesse o que fosse,

Não decidiria voltar atrás,


É certo que nem sabia se essa decisão lhe pertencia,

Mas, não o faria o tanto quanto estivesse ao seu alcance,

As vezes, os homens amam e se entregam,

Mas normalmente eles se entregam de antemão,


O quê?

Todo o tempo de espera e buscas?

Acreditar sem uma única jura...

Isso é coisa de principiantes!


Cinco ou seis encontros e mil beijos,

E daí?

Com o tempo isso cairia em (des)importância,

Sabia que sim,


Mas, o vento, ele era insistente,

O vento e suas lembranças...

Um suspiro contido no peito,

Um desabafo que ninguém ouviria...


-Sim, amo!

E não posso ir vê-lo,

Mas, também não consigo com esta distância,

Já tentou ir busca-lo,


Parar na calçada só para vê-lo passar,

Tentar a todo custo um olhar,

Sabia o preço do seu apreço,

Mas, insistir fere e cansa,


Nem um espaço para ela,

Por mais que insistisse,

Nem um lugar...

Jogada sobre a janela,


Não fazia esforço para contar as horas,

Mas, sabia que poucos minutos os separavam,

Logo ele passaria pela calçada,

Só que do outro lado...


Permitiria as horas passarem sem ele,

Que Deus concedesse:

Permitiria-se o esquecimento!

-Será que ele me ama?


Infelizmente, quem é que contém o pensamento?

-Ama?

Ouviu-se falar em voz alta,

Viu-o olhar,

Mais nada.


terça-feira, 22 de novembro de 2022

O Vento, A Chuva e Você

 


Me recosto na janela,

Um veto sopra contra meus cabelos,

Me jogo com meio corpo para fora,

Desejo sentir mais do que posso,


Talvez, estar em algum outro lugar,

Bem, creio que você saiba onde iria,

-Te amo, digo sem pensar nas palavras,

Minhas mãos tremulam,


Desejo tocá-lo com muita força,

Quase fecho meus olhos,

E sinto que posso vê-lo aqui comigo,

Em cada sopro de vento que desce a rua,


Imagino se poderá trazer você,

Vejo um sopro de chuva que bate em cada janela,

E vem sorrateiro e solto em minha direção,

Sorrio, e peço a Deus que o traga,


Pego um balão que tenho ao meu lado,

Um tanto a esmo eu o encho,

Imagino que coloco dentro os meus beijos,

Após isso o amarro e o solto,


Mando nele além de beijos algumas palavras,

Mil juras de amor e algumas de nossas promessas,

Minha intenção é que as ouça e possa senti-las,

Que elas o toquem como eu o faria,


Mas peço e sofro por não poder fazer –não agora,

-Você mora no meu coração meu amor,

É como se eu ouvisse isso de sua fala,

O sorriso que sorri antes ainda não desfiz,


Mas agora ele toma todo o rosto – feliz,

-Sim, me vejo dizendo, obrigada.

Abraço o balão antes de soltar,

Desejo estar em seu coração,


Fazer parte de você,

De modo que nosso amor não se desfaça,

Que eu me integra e o entenda,

-Sim, me vejo dizer, quero tanto permanecer.


Desfaço o nó do balão e o digo,

Há razões autoexplicativas em tudo isso,

O beijo que ele tem, nenhum outro tem,

O jeito, a fala, o corpo másculo e bem torneado...


Deixo que o balão siga para algum lugar,

Seguro o queixo com uma das mãos,

Sinto a água molhar minha face,

Tento me sentar à janela,


Coloco um pé para fora,

Depois sobre ela,

Deixo ali até me sinta marcar pelas horas,

A chuva quase para,


As nuvens se dissipam e o balão segue,

Eu posso ver,

- Saudade, me vejo acenar e dizer,

Sei que logo ali está você,


Tenho uma miragem e pareço ver você,

O sorriso nunca desfeito toma vida,

Sinto um tumulto forte no peito,

Meu coração palpita e o chama,


O ouço descompassado quase em desespero,

Eu sei que você sabe sobre tudo que sinto,

Algo dentro de mim me atordoa,

Horas de admiração depois,


Vejo que era apenas a fome,

Aceno de longe,

Tomo um gole de chuva e coragem,

Então, grito:

-Você tem pão?


sábado, 19 de novembro de 2022

Noite de Tormenta


Do alto do deck,

Ela olhava tudo de cima,

Era como se estivesse no ponto máximo,

Porém, buscava as estrelas,


Lá do alto de onde estava procurava,

Buscava no horizonte ver alguém,

Mas, por maior o esforço não encontrava,

Existem máximas maiores que um ponto,


Algo que até poderia definir-se desta forma,

Contudo, seria reconhecido como ponto de apoio,

Ali onde estava era seguro,

Bonito como o véu de um luar apaixonado,


Mas, de onde estava até o fim do horizonte,

Ele, simplesmente não estava,

E isso a entristecia e muito,

A chuva fria começava a cair e molhava,


Ganhava do cabelo ao rosto até sua roupa,

Sem entender o porquê,

Ela retirou-as de peça a peça –desnuda,

Uma lágrima molhada percorreu a face- macia,


Era uma vista que valia a pena estar,

Certamente- certamente que não tanto,

Se o preço era estar sozinha,

Então, já não contentava a paixão,


Aquela que faz o acelerar do coração,

Que agora batia forte e descompassado,

Pelo frio e a saudade sem razão,

Ela sabia, e com isso sentia as pernas fraquejar,


Que não trazia o contentamento do final do beijo,

A satisfação tórrida da paixão,

Teria que se contentar com isso,

E até então era tudo que queria,


Por que agora, simplesmente, não preenchia?

Ele, talvez agora seguisse um outro caminho,

Um que por mais que procurasse,

Ela não iria encontra-lo,


Ela como uma louca errante,

Fadada a espera-lo ou procurar para sempre?

Mil trovoes povoavam os céus escuros,

Nem um pensamento lhe ocorria que servisse,


O vento, uivava e arquejava de forma desconhecida,

Era como se tudo ao redor dançasse de alegria,

Ele soprava baixo, quente e afiado,

Penetrava-a, ela gemia e se contorcia,


Uma garoa fina passou a tocá-la,

Tudo então, tomava outra forma,

Embora sem tanta expressão a frase “um ponto”

Tinha um sentido descomunal,


Todo um auge ao alcance,

Menos o ponto – o ponto inicial,

Lá onde tudo foi essencial para o desenlace,

Lá ela escolheu deixar dele,


E ali, ela escolhia vê-lo, ao menos vê-lo,

Na terceira vez em que o vento soprou forte,

Ela sentiu como se ele disse o seu nome,

É costuma daquele que ama ouvir o nome do amante...


Então, ela não disse nada,

Ficou imóvel como se petrificada,

Ai de mim, usar aqui outra palavra – morta!

A situação beirava agora,


Em termos simples em algo como horror e agonia,

Mãos firmes a tocam pela cintura,

A erguem junto ao peito,

Um sujeito masculino a leva embora...


Do amor que teve e perdeu ela nunca mais quis falar,

Diz-se que nem ao menos teve notícias,

Dizem, ainda que depois daquele dia,

Ela também, não desejou tê-las.


 

terça-feira, 15 de novembro de 2022

Entre Seus Cabelos

Nada é mais perigoso que seus cabelos,

Logo que os vejo,

Anseio por dentro um único desejo,

Estar por entre eles – seu cheiro,


Oh, doce cheiro que tanto quero,

Início uma carícia no seu pescoço,

Percorro com meus dedos até eles,

Então retiro o seu grampo,


Você sabe eu não gosto disso,

Os adereços neles parecem incertos,

Entendo que eles são o que é de mais importante,

Traço meus dedos por entre,


Envolvo cada fio e os puxo,

Com força e segurança,

Inclino sua cabeça para trás,

Deixo a mostra o seu pescoço,


Desejo beijá-lo,

Percorre-lo por inteiro,

Mas permaneço a sentir o cheiro,

Até que sou levado aos seus cabelos,


Ali permaneço até esquecer de tudo,

Sinto uma paz profunda

Que eu não acho em outro lugar,

Meu coração acelera até se acalmar,


Quase que prefiro deixar seu beijo por último,

Embora se estou na sua boca,

Não esqueço por único segundo de beijar-lhe-

A nuca, o cabelo, por cada fio,


Encorpado em você me sinto único,

Me irrita estes pilares que você tenta usar,

Maquiagem, brincos etc,

Gosto de você pura,


Gosto de você desnuda e minha,

Mas, entendo que eles são minha ponte,

Percorre por eles e através lhe encontro,

Hoje, demolidos,


Logo após sobrepostos a demonstra-la,

A esconder-te,

Me afasta por poucos instantes,

Permaneço a olhá-la,


A amo como a nenhuma outra,

Nem hei de amar,

Mas não consigo,

Me perdoa,


Não há como me afastar por muito tempo,

Retorno para o lugar que é meu,

Seu cheiro me envolve,

Não consigo me dissociar,


Um brinco agora obstrui meu caminho até sua orelha,

O retiro,

Um adorno menor que agora se torna maior,

Algo? O quê?


Há algo entre eu e você?

O pequeno brinco,

Era este o peso que me distanciava de você,

Agora não há outro,


Somos dois amantes e este amor não desconcerta,

Apenas faz bem,

Me faz feliz amar você,

Beijá-la é sentir o amor invadir minha alma,


Doce admiração de um coração abatido,

Me vejo cair sobre o seu corpo,

E não desejo sair,

Espero que entenda que não quero nenhum outro.


 

A colina

Sentadas. Lado a lado. Mãe e filha. O sol partia na coluna Em frente aonde Estavam sentadas, Ambas abraçadas. Pensativas....