quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

O Manteve


Os lábios dele se entreabriram,

Queria receber o beijo,

Porém, mais que tudo queria falar,

Dizer tudo que sentia,


Falar sobre a espera,

A luta tão tensa para tê-la,

O coração dela bateu forte,

Era quase feito um sonho,


Tê-lo perfeito e parado a sua frente,

Por Deus, que queria mantê-lo,

Não importava o custo,

Queria-o ali e ao seu dispor,


Poder tocá-lo,

Sonhar e viver com seu amor,

Mas, qualquer uma de suas habilidades

Na arte da conquista sumiram,


Muito antes de ele se aproximar,

E mais agora que estava prestes a beijá-la,

Ela sentia em seu íntimo que precisava dele,

Quase ansiava por suas carícias,


Ele aproximou-se e tomou-a,

Beijando-a terna, sôfrega e apaixonado,

Não parecia que o tempo havia corrido,

Nem ao menos que o beijo acabaria,


Cinquenta beijos depois,

E ainda era pouco,

Conta-se os beijos quando se ama?

Sim, ela contou cada um deles,


E absorveu-os como se nunca mais os fosse sentir,

Sugou para si todo o seu doce,

Desejou para mil e um anjos,

Que beijo assim tão doce não se repetisse,


Ah, por Deus, como queria que ele só beijasse a ela,

Que se perdesse na arte do amar,

E se fosse tentar com outra,

Que falhasse,


Por Deus, seria errado amar assim desta forma,

Será que soava egoísta,

Queria-o com toda a sua alma,

Contudo, desejava-o apenas para si mesma,


Lhe soava de todo serva,

Uma escrava de desejos incontidos,

Ele tocava a sua roupa,

E parecia que ela estava nua,


Apertava o tecido por entre os dedos,

Passeava por sua perna como se a visse pela primeira vez,

Parecia que para ele não haveria outra,

Havia curiosidade nele,


Paixão, interesse e respeito,

Sim, ele a amava,

Ela podia sentir isso nele e em cada abraço,

Mas, algo a chamava para a realidade,


O mundo lá fora pedia outra história,

E aí o que acontece?

Precisava sair e deixa-lo sozinho,

Não iria sofrer,


Ou caso sofresse não demonstraria,

Fechou os olhos com toda alma,

Então, pediu apenas uma outra vez:

Que ele não desistisse dela,


E que, passasse o tempo que fosse,

Apenas não a esquecesse,

Então, puxou-o para si e o manteve.


 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Por Entre as Suas Articulações

 

Sempre que você me vem a lembrança,

Confesso que eu choro,

Gostaria de poder voltar atrás,

Mas tudo sempre foi tão difícil para nós dois,


Então, após o choro,

Me vem um alívio e eu posso suspirar,

Por Deus pode-se morrer de amor?

Acreditaria se eu dissesse que te amo!


Sim, amo você desde sempre,

Mas até então tudo que mais senti foi medo,

Você acha que o medo que atemoriza aprisiona?

Querido, por favor, pode me falar


Se estou aprisionada a você,

Ah, meu doce amor,

As suas articulações,

Me vejo presa a sua boca,


As suas mãos, entrelaçada as suas pernas,

Então, você sabe o tanto que eu fiz por você?

Você entende todas as vezes que chorei,

Me perdoe se nem em todas chamei seu nome,


Me desculpa se lhe poupei um sorriso ou outro,

E ainda, me perdoa se contive o suspiro,

Você viu a lágrima que sempre escorreu no rosto,

Querido, foram tão poucas vezes que nos amamos,


Então, me diga porque estou por entre seus dedos?

Mas aqui tão distante?

Sim, eu o vejo com outra,

Sim, antes também e você sabe,


Ah, se eu morrer de amor,

Você recordará a minha face?

Sinto medo de te perder,

Então, por Deus me perdoa se nunca o tive?!


Longe do seu toque,

Por entre as suas garras,

Mesmo que você não queira me perdoe,

Me sinto ligada a você,


Me entenda se eu amo meu nome por entre seus dedos,

Me queira mais se souber que aprecio suas articulações,

Aqui me disseram que irão te proteger,

Você acreditaria nisso?


Então, por quê eu desacredito?

Sua língua quando pronuncia meu nome,

Que sensação lhe trás?

Eu gosto quando seu gosto me vem a boca,


Aliás, eu gostaria muito,

E você?

Me diga o que pensa,

Você esqueceu de nós tão fácil,


Então, querido, porque me sinto presa a você,

Por Deus, passam-se os anos,

Mas você não passa,

Acredite eu te espero,


A cada romper da autora - aurora,

Em cada rosto que passa,

Eu procuro o seu ainda,

Sou obrigada a lhe ver com outra,


E agora? Não sou capaz de aceitar,

Querido, estou agarrada as suas calças,

Você, pode tirá-las?

Eu apreciaria,


Você não imagina o quanto eu gostaria,

Querido, se importa se eu ficar nua?

Não, não me sinto bem com tanta roupa,

Querido, estou sofrendo, você se importa,


Estou presa as suas botas,

Você anda com jeito,

Não me pisa ou machuca,

Quer matar-me sozinha?


Estou presa as suas articulações,

Recordo cada uma sobre meu corpo,

Querido, dispa-se das botas ou segure-as,

Mas, por favor, meu amor,


Retire as calças,

Sabe? Tem uma marca em voga,

Meu anjo,

Por Deus, retire a cueca ou afaste-a,


Preciso sentir seu tecido,

As suas articulações, querido,

As minhas doem agora e as suas,

Preciso estar por entre os seus dedos,


Entenda que eu gosto disso...

Você acha que por muito tempo vivi nisso?

Não, eu acho que soube disfarçar,

Sempre que o vejo,


Eu imagino isso,

Mas, por favor querido,

Dispa-se ou afaste, só um pouco!

Ah, por favor,


Você pode me perdoar por tudo que eu fiz,

Ou melhor, tudo que eu não fiz,

Bem, não disse eu te amo,

Não cuidei de você,


Não passei na sua rua,

Contive meus suspiros a todo custo,

Jurei não sentir saudade,

Espalhei seu nome pela cidade,


Mas disse que você estava solteiro,

Ignorei que pudesse sentir dor,

Passei algumas vezes,

Por você com outro,


Mas entenda ele era um otário,

E você o mais lindo!

Por Deus, me coloque por entre suas articulações,

Eu gostaria de estar por entre os seus dedos,


Você esqueceu de mim assim tão fácil,

E eu aqui lhe jurando, nunca te quis,

Mas se houver um lugar entre seus dedos,

Por favor, por um instante,


Me coloque por entre suas articulações,

Mande ela para escanteio,

Eu acho, que ainda saberia aplacar o gol,

Será que você duvida disso?


Apenas dispa-se ou afaste um pouco a roupa,

Ora querido, não seja tolo,

Encontre para mim um espaço.


terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Amei Você, Você Sabe?


A sensação de que nos conhecíamos de antes,

Não era estranha,

A ideia de querer acariciar sua pele,


De me aconchegar...

Bem, nem mesmo o sentimento de que o amava,

Olhá-lo e desviar não seria possível,

Fingir que não o via passar...


Havia algo de irresistível,

Mas, ficamos parados e nos olhando,

Por apenas alguns instantes,

Mas, foi como se ficasse em mim isto,


O alvorecer descia atrás dele,

E eu sentia que isto não importava,

Imaginar um passado ou ver algo a frente,

Tudo que me importava estava nele e com ele,


Como se ele fosse meu ponto mais alto,

Tudo que imaginei um dia numa pessoa,

Tremula e insegura por dentro,

Tinha uma estranha segurança que me guiava,


E o tinha por objetivo,

Seu eu dissesse que saberia o que fazer ou dizer,

Eu certamente mentiria,

Mas quanto ao que sentia,


Nunca pude ter tanta certeza,

Nem por um instante quis dar um passo para trás,

Por nada eu quis ver tudo que diz um dia,

Refletir sobre meus romances ou vivencias,


Mas agora meu ponto forte passava,

E então, o que havia a frente minha – atrás dele,

Era o que não importava,

Mas, nem por isso eu quis retornar no meu caminho,


Nem para tocar sua boca, ou sentir sua pele,

Talvez, nem por seu abraço,

Encarar tudo que deixei,

Refazer o que estava, talvez, por fazer,


E ele simplesmente passava,

Me olhava, e sorria mas passava,

Acho, tive certeza de que não pararia,

Iria simplesmente seguir como o faria antes,


De repente, o seu ponto mais forte,

É aquele que te vê diferente,

Apenas ele não sente,

Vê, me via, mas amar...


Porém, eu não tinha forças para sair do lugar,

O futuro, o seguir, é que era longínquo,

O vê-lo passar sem dizer nada,

Me era ao extremo difícil,


Adeus ou olá,

Prazer ou indiferença,

Há como ser indiferente com aquele a quem viu em sua cama?

A distância em que estávamos,


Eu poderia dizer que o tive em meus braços,

Com súbita clareza me vi apaixonada,

E talvez, por uma vida inteira eu me vi neste lugar,

Bem no instante em que ele iria para trás,


Para lá, longe onde eu não alcançaria,

E eu então, para o futuro,

Para algo tão distante onde ele também não estaria,

Talvez nunca mais nos víssemos,


Meus passos seriam desfeitos, um dia, seriam,

Os dele também,

Eu estaria onde ele esteve,

Ele onde eu não voltaria...


Estendi minha mão e segurei seu braço,

Com força e resistência o fiz me ver,

Forcei meu olhar sobre seus olhos,

- Sabe, um dia amei você!


 

domingo, 15 de janeiro de 2023

Essa Boca Beija?

 


Um sorrisinho brincava em seus lábios,

Posso dizer que minha relação com M.,

Está distante como não imaginei o ponto,

Queria não ter levado tanto tempo escrevendo,


Ter no coração tantas coisas para dizer,

Entender que o que começou em 83,

Não tardaria para eu desejar de volta,

Ainda agora sinto seus olhos repousarem em mim,


Nestas palavras que escrevo,

Eu não poderia definir suas carícias,

O modo de como tudo aconteceu,

E o que significou tanto para eu não esquecê-lo,


Bem sabes eu me irrito facilmente,

Mas também perdoo do mesmo modo,

Este silêncio me oprime em sua falta,

Seus lábios sobre minha pele morna,


A respiração percorrendo cada parte minha,

Contendo juras de amor ao pé do ouvido,

Sinto um grito se formar no fundo da garganta,

Hoje já não adianta gritar,


Só tenho o vazio e solidão a minha volta,

Inclino minha cabeça para trás,

E o imagino abrindo a porta até chegar a minha boca,

Posso sentir o gosto, o hálito fresco,


O suave de cada detalhe seu,

Sinto prazer em revê-lo,

Mas não me contenho,

Imaginar já não preenche os calafrios,


Já não dão a segurança de um retorno,

Minhas pernas abrem-se tremulas,

Quase desejo estar nua,

De repente tudo em mim vira demasia,


Eis que chega-se ao instante,

Em que adereços não bastam,

Porém, não tê-los não satisfaz,

Ou, no meu caso, não muda nada,


Lembro de tentar secar minhas lágrimas,

Todavia, não as sinto sobre meu rosto,

Inunda-se a dor por dentro,

Emudecem-se tudo o que não foi dito,


Passo a mão em suas cartas para recordar,

Solto a caneta e desisto do que escrevo,

Vejo as cartas com outros olhos,

O papel me fere pelo que diz,


Agora, tão distante parece que mente,

Junto poucas,

Mas, veja quando se fala de amor,

Poucas é o bastante,


Passo sobre minha pele,

O sangue escorre detrás dela,

A dor segue as palavras,

Mas o que foi vivido é silenciado,


De alguma forma,

Cai no vazio que deixa por onde passa,

Enrola estas cartas,

Junto as outras com minhas mãos tremulas,


Passo por meu pescoço,

Embora não saiba bem o porquê,

Ergo-a e alcanço o teto,

Sim, elas sabem me levar para longe,


Com elas me recordo das folhas de antigo jornal,

A data em que o escrevi tão sôfrega e apaixonada,

O instante em que implorei para que voltasse,

Porém, antes de todas estas palavras,


Lhe contei tudo que sua ausência me causou,

Toda a dor e ruína em que caí,

Falei de coisas, que juro, acho que não queria ouvir,

Quando folhei as notícias,


Lá estava: pendurado em tudo que escrevi,

Morto,

Confesso que o laço vermelho de fita que me deu,

Foi de valia,


Bem, penso ainda que foi,

Com estas cartas em mãos,

Agora vendo-as me parecem vazias,

Não fez sentido,


Nada fez sentido,

Nem a foto,

Pareceu-me mais uma imagem...

Não me apego a isso,


Hoje tenho um endereço onde encontra-lo,

Recoloco a carta que escrevia,

Recordo-o,

Lembro de passar por você despercebido,


Chegar até seu ombro,

Bem próximo ao seu ouvido,

Então, disse em tom claro e seguro:

- Essa boca beija


Ou então, pede beijo?

Segura eu fui do que dizia,

Porque falava com a pessoa certa,

Mas, não, eu não era tudo aquilo que você pensou,

Tive medo... mas, acho que você me entendeu.


quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

O Esperaria


Ela levou as mãos aos olhos,

Tentando afastar as lágrimas que ardiam,

Ora, não fazia sentido enganá-lo,

Ignorar ou fingir que não houve amor,


Ela não conseguiria.

Por mais que colocasse esforço,

Jamais conseguiria.

O que sentiu foi muito intenso.


Um cálice servido fresco aos seus lábios,

Alimento para seu ego inflamado,

Provar do gosto de um beijo

E não ser capaz de esquecê-lo...


Não tão completamente.

Mas era assim que aprecia ser.

Presença perturbadoramente irresistível,

Para qualquer uma que quisesse,


E ela sabia,

Desde antes de beijá-lo,

Sabia.

Apenas isso.


Nas palavras que ele disse:

-Bem, querida, vamos viver o hoje.

No que ela ouviu:

-Há uma chance para o que sente,


Aproveita e vamos viver.

Que grande inutilidade!

Agora mais nada faz sentido,

Antes valia o olhar, o querer...


Agora isso pertencia ao passado.

O que uma moça ganha com seu esforço em amar,

Em empregar tudo que for capaz por alguém?

Uma noite insone,


A esperar uma jura de amor que supra?

Amores vêm e amores vão,

Mas, este já era tão antigo,

Vinha do passado e não parecia desapegar,


Não assim, tão fácil,

Não antes muito menos agora.

Bem a terra sob seus pés permanece para sempre,

Mesmo que tenha sentido ganha estremecimento,


Mesmo após tê-la visto se entregar tanto,

O sol que se levanta é o mesmo que se põe,

Porém, ele sempre teima em retornar ao seu lugar,

Talvez, existe um lugar para alguém que ama,


Quem sabe um dia,

Até o homem mais perfeito pense nisso,

E neste dia:

Ela esperaria, não esperaria?


O vento sopra para o sul e vira para o norte,

Um cheiro gostoso lhe vem e parece preencher,

Ela reconheceria este cheiro em qualquer lugar,

Era ele, tão vívido e perfeito,


Parecia tão perto que poderia senti-lo,

Fechou os olhos e aproveitou cada segundo,

Sim, um dia o amor o traria,

É certo que um dia,


Um segundo neste curso,

E um beijo repousa em seus lábios,

Sem que precise olhar reconhecia-o,

Sabia que sim,


Sorriu com toda a alma e entrelaçou-se a ele,

Beijou-o sôfrega e apaixonadamente,

Porém, quando tornou a abrir os olhos,

A quem contempla a sua frente?


Outro.

Sim, outro não mais ele.


 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Quem Dera


Os lábios dele em sua pele,

Seus dedos deslizando suaves,

A respiração dela em seu pescoço,

A dele percorrendo o seu cabelo,


Chegaram na privacidade de tirar a roupa,

Onde uma risada foi afastada,

Através de carícias desejadas e sôfregas,

Suas mãos entrelaçadas,


Passavam despercebidas diante de tantos carinhos,

Os afagos eram os mais intensos,

Mas a noite passou suave e tentadora,

Desejosa sobre durar para sempre,


Porém, a manhã que se fez,

Não foi a mais esperada para aquela que ama,

Acordou sozinha desnuda sobre a cama,

Os lençóis desajustados sobre ela,


O travesseiro molhado de suor,

A boca dela sedenta por água,

O corpo dolorido e desejando um afago,

Mexeu-se e não ouviu barulho,


Buscou alguém e não encontrou,

Pois, bem, sozinha após uma noite delirante,

Como dizer que nisso houve amor?

Como escapar de tudo que sentiu?


Viu uma dor lancinante se formar no fundo da garganta,

Engoliu em seco o choro,

Por que após uma noite tão perfeita,

Deseja-se simplesmente não acordar sozinha?


Isso ela não soube se responder,

Mas sabia que com certeza não queria,

Revestiu-se de força e dignidade,

Levantou-se e foi para um banho demorado,


Pensou e repensou em tudo que houve,

De amá-lo não havia arrependimento,

De, talvez, nunca mais vê-la havia dor,

Sorriu, ainda assim diante do futuro,


Poderia revê-lo, sempre poderia,

Há tantos que se bastam de noites,

Quem sabe de noite a noite o que sentia se preencheria,

O coração tem sabedoria,


Mas a alma busca mais o amor,

Cuida-se do coração e ele abre espaço para abrigar a alma,

O amor que vive de noites,

Um dia se acaba,


Mas aquela que sabe o que sente,

Também a tudo supera,

Os lábios são enganosos,

Até os beijos mais perfeitos são passageiros,


Mas a mulher que permanece em amor será elogiada,

Aquela que ama um dia será reconhecida,

Que ela receba recompensa merecida,

Que seus sentimentos sejam espalhados pela cidade,


Quem ama e busca agradar e se entregar,

É certo que não saberia viver de noites...

Ela saiu debaixo do chuveiro,

Deixou a água escorrer por sua pulsação,


Gostava de senti-la com seu calor,

Trouxe um punhado dela para o coração,

A quem dera, quem dera,

Lavar a alma assim como se lava o corpo,


Esquecer a quem se ama,

Assim como se pensa não ser reconhecida – quem dera.


 

sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

Seu Beijo

Encarando o céu escuro,

Absorvendo o gosto doce na boca,

O gosto era metálico, ácido,

E encantadoramente opaco espesso,


Penso se vale a pena amar para sempre,

Suspiro e olho para o lado,

Vejo o formato do seu rosto,

O brilho dos seus olhos,


A boca entreaberta,

Não resisto e o puxo para eu,

O mantenho seguro em meu peito,

Repouso meus lábios nos seus,


Finalmente, encontro um lugar,

Um instante em que queira aproveitar,

Uma boca a qual desejo,

Levo meus lábios sobre os dele,


Faço movimentos leves e decididos,

Sugo sua espessura e seu sabor,

Me delicio na textura adocicada e bem-feita,

Levo a língua sobre seus dentes,


Dou uma mordida sem querer,

Sorrio para ele embora não o olhe,

Imagino que ele saiba o que sinto,

Desejo que ele saiba que o amo,


Escuto minha voz proferindo juras,

Ela parece distante e bem guardada,

É como se eu não precisasse falar,

Todavia, pela primeira vez desejo me abrir,


Guardo minhas frases lá dentro dele,

Sussurradas nos beijos que o entrego,

Ele, finalmente, me puxa para ele e segura,

Sinto que posso ficar ali para sempre,


E gosto de sentir isso,

Me debruço agora sobre ele,

É como se eu quisesse protege-lo,

Mas, me sinto muito mais protegida,


Então, é como se eu não tivesse tempo,

Ele é autossuficiente e eu gosto,

Sinto seu perfume,

Tão familiar quanto o meu,


Ele acaricia meu rosto com sua mão leve,

Desliza com força meticulosa,

Seu polegar levemente me aperta,

Ele me puxa tão colado


Que é como se tocasse a nós dois,

O vejo homem,

Me vejo completa e deliciada,

Há em mim muito de bom,


Mas há algo nele de que preciso e muito,

Me sinto inteira ao seu lado,

Vejo as coisas com outro olhar,

Percebo, então, que aceito ser protegida,


Vejo que quero isso.

Me asseguro nele,

O puxo muito forte,

Guardo a certeza de que não irei perder,

Por algum motivo me sinto dele.


 

Eu Sou Uma Danada

Sem o troféu “A melhor” Nem a miss mundo, Ou a garota modinha, Simplesmente, Datada “a perfeita” Intitulada “A grande g...