Os lábios dele se entreabriram,
Queria receber o beijo,
Porém, mais que tudo queria falar,
Dizer tudo que sentia,
Falar sobre a espera,
A luta tão tensa para tê-la,
O coração dela bateu forte,
Era quase feito um sonho,
Tê-lo perfeito e parado a sua frente,
Por Deus, que queria mantê-lo,
Não importava o custo,
Queria-o ali e ao seu dispor,
Poder tocá-lo,
Sonhar e viver com seu amor,
Mas, qualquer uma de suas habilidades
Na arte da conquista sumiram,
Muito antes de ele se aproximar,
E mais agora que estava prestes a beijá-la,
Ela sentia em seu íntimo que precisava dele,
Quase ansiava por suas carícias,
Ele aproximou-se e tomou-a,
Beijando-a terna, sôfrega e apaixonado,
Não parecia que o tempo havia corrido,
Nem ao menos que o beijo acabaria,
Cinquenta beijos depois,
E ainda era pouco,
Conta-se os beijos quando se ama?
Sim, ela contou cada um deles,
E absorveu-os como se nunca mais os fosse sentir,
Sugou para si todo o seu doce,
Desejou para mil e um anjos,
Que beijo assim tão doce não se repetisse,
Ah, por Deus, como queria que ele só beijasse a ela,
Que se perdesse na arte do amar,
E se fosse tentar com outra,
Que falhasse,
Por Deus, seria errado amar assim desta forma,
Será que soava egoísta,
Queria-o com toda a sua alma,
Contudo, desejava-o apenas para si mesma,
Lhe soava de todo serva,
Uma escrava de desejos incontidos,
Ele tocava a sua roupa,
E parecia que ela estava nua,
Apertava o tecido por entre os dedos,
Passeava por sua perna como se a visse pela primeira vez,
Parecia que para ele não haveria outra,
Havia curiosidade nele,
Paixão, interesse e respeito,
Sim, ele a amava,
Ela podia sentir isso nele e em cada abraço,
Mas, algo a chamava para a realidade,
O mundo lá fora pedia outra história,
E aí o que acontece?
Precisava sair e deixa-lo sozinho,
Não iria sofrer,
Ou caso sofresse não demonstraria,
Fechou os olhos com toda alma,
Então, pediu apenas uma outra vez:
Que ele não desistisse dela,
E que, passasse o tempo que fosse,
Apenas não a esquecesse,
Então, puxou-o para si e o manteve.