sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

Apago o Pesadelo, Nele a Outra Frase

 


Este é o meu conselho:

-Me dê valor amor,

E lhe juro haverá de tudo um pouco,

Menos o arrependimento.


Você me conhece bem,

Não sou perfeita veja em meu rosto,

Eu não tento negar isto,

Tenho culpa se me apaixono e o busco,


Chego perto, lhe puxo para o meu abraço,

Tenho problemas e lhe peço socorro,

Desculpa se sou rápida demais no que faço,

Não tento esconder nem me omito,


Nisto o busco então, o beijo,

Absorvo seu cheiro,

Mergulho dentro dos seus lábios,

Sinto sua língua, sua doçura – o amo!


Nisto, dentro em pouco,

Sem mais ou menos,

Você se afasta a um ponto dos meus olhos,

Me exalto, meu coração perde o compasso,


Quando o procuro,

Por Deus já não o acho,

Ali está uma criança mas mantem seus olhos,

Sei que é você e não nego,


Então, você se oprime e foge mais um pouco,

Nisso, já não consigo fingir e me altero,

Está a minha frente um bebê e eu me afasto,

Viro rosto me sinto em perigo,


Sinto nisto em todos que amo,

Você me busca e consegue meu colo,

Procura meu beijo,

Eu sinto seu carinho em meu rosto,


Mas por Deus o olho e não é mais que um menino,

Um bebê e seus olhos inocentes e límpidos,

Meu Deus eu não amo um homem – é um menino!

Ele tenta me tocar ainda com seu esforço,


Está em meu joelho,

Já não alcança meu peito,

Põe a mão dentro da boca e cabe tudo,

Eu me esquivo e me assusto,


Tento com minha mão em meus lábios,

E vejo que sou a mesma que ele nisto,

Cabe tanto nele e em mim tanto,

- O que é isto?


Me esquivo e me resguardo,

Em verdade sinto que morro,

-Não Josy, Não Josy, Não Josy eu grito no sonho,

Acordo e o grito paira no alto,


Não você não está comigo,

Foi um pesadelo e pronto.

Abro a rede social encontro quem amo,

Aquele que estou conhecendo


E não nego já me apaixono,

-Meu Anjo (seu nome é pronunciado),

Identifico pela primeira vez depois de mil vezes falado,

Meu anjo (e o nome de quem amo),


Percebo que acho que estou rezando,

Ou fazendo algo como um pedido,

Meu anjo proteja (e digo seu nome),

Eu não posso estar com ele neste segundo,


Mas este anjo poderia e faria por aquele que amo,

Fecho os olhos e ligo para este namorado:

-Meu anjo (digo seu nome) com um sorriso,

Não sei se ele entende mas sinto que está comigo,


Eu não posso cortar ou encurtar caminhos,

Mas este anjo pode então ele o faz e eu acredito.

Apago o pesadelo...

Apago a frase que eu teria dito a este namorado,


Mantenho o que sinto.

-O amo e quero que esteja comigo!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Saudade

Raramente, esta que sou pensa no que acabou,

Volta-se para trás,

Numa espécie de reprise do que vivemos,

Mas, hoje, não é um dia normal,


Remei meu barco,

Estagnei em meio ao rio,

E fiquei parada, apenas vendo a água passar,

Pensei em quantas vezes sonhei em estar ali,


Nas inúmeras que sonhei em dividir isso com você,

Imaginei como ficaríamos,

Até as conversas, brincadeiras e beijos,

Me peguei deitando e olhando para o céu azul,


Sentindo o sol queimar a pele,

Vendo os pássaros voarem e os peixes,

Sim, até eles voavam no meu redor,

Ainda tinha as águias que os predavam,


Como é breve a vida,

Mas, não o que sentimos,

Beijei-o por poucos segundos,

Mas acho que Deus estava ocupado,


Quis repetir isso mil vezes em minha alma,

Até que, talvez, um dia,

Ele nos presenciasse de novo,

Vi ainda árvores crescerem ao sol,


Não com tanta alegria no coração,

Isso pesa bastante no que refere-se ao abrir da flor,

Deus deve rir sobre isso,

Ao que meus olhos desejavam não faltava nada,


Mas, quanto aos meus lábios,

Como eu gostaria de senti-lo!

Mas Deus, agora, não me permite desfrutar de quem amo,

Neste instante ele está distante,


Eu confesso que a brisa fria me faz tremer,

E não é porque o barco está descendo o rio sozinho,

Tomando rumo próprio e curso incerto,

Temo outra desfrutar dele em meu lugar,


Isso não faz tanto sentido mas produz dor terrível,

Ah, querido Deus, antes o tivesse esquecido!

Abro meus olhos e vejo o azul incandescente,

Não, não, mil vezes o tê-lo comigo,


Apagar o que vivemos não me faria bem,

Isso que sinto me percorrer,

É o bastante, mesmo que não o tenha,

O amor não nasce em vão,


Não parte para tão longe,

Nada que eu não possa buscar com paixão,

Se é amor então que não resista,

Seu nome não me passa despercebido,


O que sinto é verdadeiro,

Não há por que deixa-lo escondido,

Embora, jamais tenhamos dormido juntos,

Eu não descanso de amá-lo,


Pois de que me valeria dois mil anos,

Se em nenhum destes eu pudesse o conhecer?

Vivi este amor por pouco tempo,

Mas foi em verdade,


Afinal, o destino para todos não é o mesmo?

Algo toca no barco,

Eu o sinto sacolejar,

Então acordo destes pensamentos indistintos,


Tomada pelo medo de não o ver,

E o risco de que ele queira isto,

Sinto em evidencia,

Que nem um destes dois sentimentos são capazes de ferir,


Mas a solidão fere e sangra,

Sim, esta sim!


 

terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Um Novo Beijo

 


Então, passei a refletir no seu amor,

No beijo e na carícia,

De todas as bocas que beijei,

Refleti que melhor era a sua,


Afastei todos os rostos e suas juras,

Fiquei apenas com ele a me sussurrar,

Recordei mil e milhões de vezes – sua!

Até que passei a dizer o nome dele,


Procurei notícias suas,

Desejei que nunca iria esquecer,

E qualquer outro até aquela hora,

Jamais seria recordado muito menos voltaria,


Abri meus lábios,

Coloquei dois dedos neles,

Apertei-os até sentir aquele beijo,

Nenhum outro me tomaria a pele,


O que fazer quando o amor guarda sucessor?

Quando vive-se tudo com aquele alguém,

Mas de repente dá tudo errado,

O amor acaba e a distância vêm,


Vê-se você endoidecida querendo esquecer,

Até achar-se em outros braços e os querer,

Fecha-se os olhos não se quer recordar o passado,

Mas que triste é quando a solidão se acolhe,


Chama o passado sem que se queira,

Ou se quer?

Não se faz mais a repetir o que já foi feito...

Beija por beijar mas busca o mais que isso,


Abraça, acaricia forte,

Até despertar o cheiro,

Quer-se a todo custo afastar o que se passou,

Absorve cada cheiro em seu íntimo,


Deseja-se absorver o esforço que há no outro,

A entrega que há nele,

Quer-se sim: esquecer!

O homem sábio tem olhos que enxergam,


Mas ele me beija de olhos fechados,

Não beija?

Penso que isso é bom,

Assim, não saberá o que penso,


E o quanto me esforço neste ato de entrega,

Mas e se ele abrir os olhos,

A qualquer momento isso pode e irá acontecer,

Será que irei avermelhar,


Por Deus, penso em tudo que devo dizer!

Se ele souber do quanto me esforço seria melhor?

Eu sim, poderia estar com outro,

Poderia pertencer ao passado e pronto!


Há tantos que mendigam amor e dá certo,

Mas eu o quero, sim o quero,

Me convenço disso e busco a entrega com esforço,

Ah, como é tolo o que anda nas trevas,


Será que se eu me esforçar mais eu choro?

E se for menos?

Penso se ele me acolheria,

Imagino se aceitaria saber que o beijo,


Porém, que em minha mente há outra boca,

Tola boca a que me busca

Sabendo que jamais voltarei a ser sua,

Mas ela busca, insiste e me atrapalha,


Todavia, acho que ambos temos o mesmo destino,

O que beija de olhos fechados prestes a abri-los,

E a que não os fecha de medo de perde-lo,

Sim, o quero manter comigo,


Tenho medo que busque uma alternativa e suma,

Sinto receio de que não me entenda,

Aí fico pensando,

Entre todas as carícias,


Quem é que poderia resistir a isso?

O que acontece ao tolo que nunca descobrirá?

Não, não busco fugir, não mais,

Quero sim que ele saiba,


Então, me esforço como nunca faria,

Entre os sussurros e os beijos lhe conto tudo,

Aproveito a intensidade e o trago para dentro,

Sim, não penso em fugir ou ser frívola,


Se agora for o nunca mais que o seja por inteiro,

Sofrer em pedaços é covardia,

Que proveito tenho em ser o sábio?

Será que o fui ou foi ele quem me ganhou?


Talvez, ele nunca tenha passado despercebido,

Quem sabe sempre mediu cada gesto,

Então, eu disse – isso não faz o menor sentido,

E antes que ele tivesse qualquer reação,


Completei – meu amor, por favor, case-se comigo!

O sábio ou o tolo,

Ambos serão um dia esquecidos,

Mas o amor? Este é o que permanece,

Como pode o amor morrer como o passado morre?


segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Deixo dos Céus

 


Tudo que é feito debaixo do céu,

Que fardo pesado aos desígnios de Deus,

Tudo que é feito debaixo do sol,

Não é inútil, não é corrida contra o vento,


Lutar contra força superior é que é tolo,

Acreditar que amar de chave trancada é bobo,

Chorar debaixo da chuva para não ser visto,

Negar amar de frente aquele que é amado,


Para esconder-se e sofrer em segredo.

Ora, que coisa inútil aos olhos,

O que não é dito então, não pode ser contado?

Pede a Deus e tudo ele fará,


Aguarda por ele e a porta fechada se abrirá,

Então, nesta hora o que você dirá?

É preciso haver preparo para amar,

Mas, também o que se revela pode ser inútil,


Concluí após pensar tudo isso,

Que estava louca que não seria retribuída,

Por que mereceria o amor pelo qual esperei toda a vida?

Penso, me olho no espelho,


Então, procuro o meu diferencial,

Bem, meu diferencial foi individualiza-lo,

Escolher ele quando poderia ter todos,

Esperá-lo a porta trancadas,


Quando ele não era mais que um homem nas ruas,

Manter minhas chaves mas guardar uma cópia,

Nisso, vi tudo que gostava nele,

Refleti que não era tanto mais do que eu tinha,


Passei a gostar de mim e do que sou,

Esta luta de gostar-me não parece ser apenas minha,

Eu, hoje, queria apenas saber o que vale a pena,

Debaixo dos céus,


Parece tão pequeno os detalhes da vida humana,

Não neguei-me a nada do que os olhos desejaram,

Apenas guardei para o coração o que era de mais sagrado,

Com isso, ele soube escolher o sagrado do profano,


Me indago o que é profano,

Quando, aqui sozinha, ainda não estou com quem amo,

Talvez, eu possa ter feito tudo errado,

A espera se apresenta como algo de resultado inesperado,


Mas, mesmo agora não me recuso a dar prazer ao coração,

Fecho meus olhos espero seu beijo,

E passam-se as horas e o tempo e não á com menos paixão,

Na verdade, me alegro por tê-lo tido,


Me sinto feliz por cada um dos nossos segundos,

Esta foi toda a recompensa pelo meu esforço,

Muitas foram as que quiseram estar em meu lugar,

Poucas foram dignas de mais que eu,


Ser sua e estar com você por onde quer que vá,

Mas, veja, acho que ainda te amei mais que todas,

Contudo, quando avalio minhas mãos,

E vejo no calejar macio delas todos os meus esforços,


Enxergo o quanto de trabalho me desconfortou,

Mas, o tanto que isso em honra te recompensou,

Percebo que não foi tudo inútil,

Que nunca lutei contra o vento,


Nem corri atrás dele em busca do perdido,

Há proveitos em cada coisa que se faz,

E há você,

Aquele que é digno de toda a nota,


Aquele por quem respeito,

A quem amei e amo,

Não estou ao seu lado,

Mas em tudo que fiz coloquei muito esforço,


Quase ouço o tilintar de chaves à porta,

Vejo que se abre e não parece ser a mesmo,

Já não levo nenhum susto,

Eu, hoje, sei o quanto a deixei – esqueci – aberta.


domingo, 29 de janeiro de 2023

Não Disse que Te Amo!


Que grande inutilidade,

Guardei o batom com o qual o beijei,

Não o vi nem toquei sua face,

Porém, o batom guardei!


As palavras da jura de amor

Diziam: te verei, não te esquecerei.

Hoje abro e fecho o batom,

Levo-o a boca e sinto seu cheiro,


Queria mesmo sentir seu gosto,

Contudo, a coragem me foge aos olhos,

Queria vê-lo,

Nada mais que isso,


Se pensamentos tivessem poderes,

Se ele pudesse se voltar

E querer me ver apenas uma outra vez,

O que eu ganho com tantas lembranças,


De quê me adianta guardar tudo com carinho?

Vejo o papel do doce guardado,

Até a estrela que vi naquela noite

Ainda parece brilhar da mesma forma,


Todavia, se encontra mais perto agora,

Não foi aqui que o beijei,

Mas ela está tão próxima,

Parece ter se movido,


Mas, não duvidaria que,

Se eu estivesse em mesma hora e lugar,

Eu a veria, como se nunca tivesse saído,

Que há com ela?


Será que me busca por sentir sua falta?

Horas vem e horas se vão,

Mas seu beijo permanece para sempre,

Mesmo reflexo é tão cheio de emoção,


Até o espelho o nota em minha pele,

É como se seu calor ainda estivesse aqui,

O sol se levanta e o sol se põe,

Depressa retorna para onde iniciou,


Não torno a fazer o caminho que fazia antes,

Sinto medo de descobrir que você mudou o trajeto,

Bem, é sabido que conversas andam,

Você sabe, notícias sempre chegam,


Não significa que você seja a primeira conversa

Nem ao menos que é a última,

Mas, você atendeu o telefone uma vez,

Bem, você errou a colocação da frase,


Acho que a resposta dela ao telefone foi não...

Me perdoa, mas chorei, senti dor,

Como pode não reconhecer seu valor?

Seu adeus que não foi falado não me foi ouvido,


Embora, eu não o busque, eu te guardo,

Espero que não se importe com isso,

Nada faz sentido!

O que um coração ganha com tanto trabalho,


Será que eu ganharia mais se o esquecesse

E apenas perambulasse como anda o sol?

O vento que vem do sul hoje está para o norte,

Me desculpa se estou com a janela aberta,


Você fala num tom alto o bastante,

Daqui eu posso ouvir cada palavra sua,

Me perdoa se descordo com cada resposta evasiva que você ganha?

Me desculpa, se acho errado que você não seja entendido,


Entenda, o que não dói em você me sangra,

Bem, já estou com dor no ouvido...

-Ela, se recusou a vê-lo, como pôde?

Por Deus, eu nunca teria forças o bastante!


Por favor, não queria me procurar agora,

-Eu não disse que te Amo!

Desculpa se aquela hora bati a porta,

Me perdoa se você olhou para fora sem vazão,


Eu não tenho única desculpa para dar até agora,

Mas não, meu bem, eu não entendo porque aquela disse não...

“Era desespero aquilo que vi naquela hora?”

Foi desespero o que enxerguei no seu olhar,


Por favor, não queira me ver agora,

Me perdoa, se absorvi todo o seu cheiro como se fosse morrer naquela hora?

Me desculpa, se ainda o guardo comigo,

Se até então não absorvi outro ar?


Você não sabia o que fazer na frente das pessoas,

Parecia que estava todo mundo olhando?

E então, meu amor, como você está agora,

Da que eu era eu não mudei muito,


Não pense que estou triste se você vive dos meus sonhos,

Mas, deste não que você recebeu eu não entendi o após.


 

sábado, 28 de janeiro de 2023

Mas, Mulheres choram

 


O jeito tranquilo e a expressão serena

Revelavam o quanto estava feliz,

Como sentia-se satisfeito com a carícia,

Completo por estar ali,

O sorriso satisfeito no lado dos lábios dela,


Denunciava o quanto o havia cuidado,

Afinal, sabia por sua expressão suas ideias,

Chegava a adivinhar seus gestos precisos,

Isso a deixava com pensamentos vagos,

Queria-o, e não poria isso em questão,


Porém, já os imaginava com filhos,

E isso era dar vazão,

No entanto, uma vazão segura e distante,

Até mesmo a dois amantes ardentes,

Seria melhor, talvez, por um teor de mistério,


Tingir um ar de indecisão no que aconteceria,

Precisar gestos e resultados,

É interessante quando se trata de adolescentes,

Mas, agora referia-se a um casal de adultos,

E ela era adulta, sentia-se assim aos vintes anos,


Ele com um pouco mais que isso era maduro,

Queria conhece-lo melhor,

Precisava disso,

Antes de vislumbrar todo um futuro,

E por calçada em terra íngreme e arredia,


Sabe-se que homens magoam e mulheres choram,

A dor que fere faz chorar,

E indiferente a toda esta história,

Terras deslizam e podem não parar,

Podem não encontrar abrigo para ficar,


A calçada iria com ela,

Para tão longe onde não se pudesse alcançar,

E sabe-se, mulheres choram,

Tudo agora ressoava a um romance fugaz,

Um sonho bobo de quem tem visão lá no alto,


Estrelas brilham e se apagam,

Com a mesma precisão de detalhes e certezas,

Mesmo a lua as vezes se distancia,

Poderia-se apostar que brilha mais a certas horas,

Ninguém iria duvidar que chega a apagar-se,


E houve um dia em que se apostou

Que não existiria a vida sem a lua,

Como se houvesse algo de dependência,

A terra é alheia a essas coisas de romances,

Um sorriso difícil e solitário lhe tomou os lábios,


Foi com tristeza que afastou-se um pouco,

Com mais ainda segurou seu rosto

E olhou firme em seus olhos,

Cortou o beijo que não queria dar fim,

Pensou no quarto que ficou por organizar,


Pensou nas revistas jogadas pelo chão de giz,

No quarto torto na parede branca,

Pensou nele e o quis,

Bem, queria-a, sim, queria-o...

Mas, mulheres choram...


Em noites solitárias e sonolentas,

Ela chorava: e ele?

Saberia, mesmo se não contasse?

Quando os lábios omitem o que denuncia?

Gostava da sua presença por perto,


Isso a deixava segura de si mesma,

Orgulhosa por conseguir sua atenção,

Cuidando dela,

Neste momento ele interrompe seus pensamentos,

Passa um braço por seus ombros e a puxa,


Próximo, bem próximo,

Segura o contato mas não a toma,

Apenas a pede para ficar,

Assim, sem dizer nada,

Gestos falam é certo que falam,


Mas, bem, mulheres choram,

Tentou garantir que ele ficasse bem,

Queria essa garantia por parte dele,

Apenas esta,


E isto não era pedir mais dele do que poderia dar,

Não, não era,

Se gestos falam o que a boca nega,

Então, puxou-o para próximo,


Mais próximo ainda,

Através de seus ombros largos,

Gostou do cheiro que sentia,

Ficou ali por minutos,


A decisão de se retirar não foi fácil,

Mas, tremula se afastou...

Não pensava agora que para trás deixava

Aquele que um dia amou,


No exato instante atrás,

Amou, mas mulheres,

Você sabe,

As mulheres choram.


sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Cada letra do seu nome

 


No caderno,

Ela rabiscou o nome dele mil vezes,

Apagou uma, duas, depois três,

Riscou sobre ele,


Mas, depois de escrito não se apaga,

Não o que se refere a sentimentos,

Soletrava-o em mente,

Inventava palavra com cada letra,


Não sabia se queria decorar,

Porém, não pensava em esquecer,

Fez de suas letras o início de cada frase sua,

No fim gostou do que fazia,


Virou costume,

Nem precisava refletir e ele vinha,

Seu nome soletrado em cada frase do dia,

E ao final o pôr do sol para melancolia,


Uma nuvem que fugia,

Uma estrela que se abria,

E lá tarde, muito tarde a lua,

Na noite o silêncio,


Nesta hora não haviam frases,

Nem mesmo letras de seu nome pronunciadas,

Mas, haviam ainda as lembranças,

Cada letra era ensaiada no caderno,


Escrita da forma mais bonita,

Até que suas amigas lhe atentavam,

-Uau, aí um nome se fez,

Está apaixonada e prefere manter segredo.


Ela sabia, entretanto, que não era segredável,

Tratava-se de um amor que não deu certo,

Algo que chegou de súbito,

E fugiu do mesmo modo,


Contudo, ela avaliou o homem

Pensando se contava tudo sobre ele,

Sabia seu nome até o final,

E o modo como beijava, sabia muito bem,


Isto é o bastante,

Olhou-a no fundo de seus olhos,

Quis saber se ela poderia descobrir se a amava,

Se há uma forma de retirar da língua de um cara


Se ele ama uma mulher ou finge,

Ou pior, se não sente nada,

Gaguejou, limpou a garganta,

Quis cuspir cada palavra,


Ali no início, e agora no fim de cada frase,

Uma palavra e outra se formava,

Bem, ao final da conversa a pergunta era feita,

E a vivencia era relatada,


A moça chora e limpa o rosto,

-Bem, entendo que não!

Só isso, apenas isso diz ela,

Uma frase apenas com um início e um fim,


Duas letras que juntas nada dizem ou diz?

-Bo?

O que faço com esta sílaba?

B.O,


-Ta certo, creio que ele trabalha com isso!

Respondi,

As vezes, quando se conhece alguém,

Não precisa se dizer muito.


Reli todo o meu caderno escrito até aquela data,

Havia tanta coisa e ao final nada!


A Cobra Rosa

Houve invasão na chácara, De repente, Todos os bichinhos Correram assustados. Masharey subiu na pedra Mais alta, Que há a...