sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Garota da Mente Fraca

As vezes,
Me chamam de despreparada,
Inocente para as coisas,
Porém, eu não tenho mente
De maldade,
Não deturpo
Tudo que vejo,
Não olho as coisas
Com maldade.
Desculpa, se não vi
Todas as vezes
Que você tentou
Me ferir,
Eu estava ocupada
Demais vivendo,
Imaginando um sonho,
Tentando.
Não tenho culpa
Se quando sonhei
Você estava lá
Para estragar tudo,
Como ele não te influenciava,
Nada tinha a ver
Com sua vida,
Não imaginei que virei
Sua inimiga de carteirinha,
Porquê, querida,
Você nunca me disse nada,
E convenhamos
Eu não tenho mente fraca,
Você pensa que eu saio
Cuidando todos
Que andam na rua,
Cismo com todo rosto estranho
E o imagino me fazendo mal,
Sabendo que nada fiz
Para merecer isso,
Negativo, querida,
Você está totalmente
Por fora
De como vivo
E de como você agia.
Você me fez mal, sim.
Ok. Está certo,
Porém, nunca esteve
Tão perto,
E fez tudo que pôde
Para não me dar chances
De defesa,
Porquê, querida,
Você realmente nunca desejou
Que eu me defendesse,
Ok.
Você foi falsa,
Uma medíocre traiçoeira,
Mas, veja,
Eu nunca fui como você é,
Tanto que nas suas baladinhas,
E círculos que você frequenta,
Querida,
Eu nunca estive lá,
Nossa mente
É diferente
Não tente fugir disso,
Sua mente é fraca,
Me escolheu para inimiga,
Nem me deu escolhas,
Cai fora e amadurece
Garota mal amada.

Sozinhos Nunca

Rememoro o passado,
Vejo mais erros
Que acertos
Entre nós,
Mas, isto nos manteve juntos,
Você optou por ficar,
Eu escolhi te amar,
Agora o rumo é esquecer
O que houve,
Buscar ficar juntos,
Fortalecer o que há.
Antes haviam tantos planos,
Agora, em questão de horas
Nós colocamos tudo
Em prática,
Isso se deve
Por estarmos juntos,
Quando foi cada um por si,
Nada saiu do papel,
Nenhum sonho foi real,
Nem ao menos quisemos
Ir tão longe.
Estamos juntos
E mais fortes,
Eu vejo em seus olhos
Nosso futuro mais perfeito,
Eu vejo em nós
O que há de mais perfeito,
Eu o amo,
Eu adoro o seu jeito.
Eu errei,
Isto se deveu a tudo
Que passei
Sem ter você ao meu lado,
Foi difícil,
Foi horrível,
Prefiro não falar sobre isso,
Gosto mais de pegar
Sua mão,
Sentir a segurança
De nós dois,
A confiança
Que há em nós,
E saber que jamais
Se repetirão os erros,
Nem estaremos sozinhos,
Nunca.
Nunca estaremos sozinhos.

quinta-feira, 31 de julho de 2025

Marcia: A de Palavras Cruéis

Eu estava disposto
A perdoar o que primos fazem,
As crueldades
Que são capazes de causar,
Em garotas tão lindas e frágeis.
Contudo, conhecer Márcia
Me prestou grande auxílio
No que se refere a este aspecto:
No que pessoas normais
Tem de atrativas,
Ela possuía pingos de tudo
Em excesso.
Aliás, estes pingos de excesso
Em beleza, carisma e educação,
Ela, ao ver, os malditos primos
E recordar tudo que passou
Os transformava em chuvas
De lágrimas,
E não foi pouco
Que sua dor me compadeceu.
Porém, ela se colocava
As evasivas,
Se distanciava de todo homem,
Acreditava em bons valores,
E preferia conversar
Ao invés de entregar seus beijos
E ceder as paixões,
Daria para se dizer
Que os malditos primos
Fizeram um bom trabalho
Em seus desvalores.
Soube e não foi por acaso,
Que Márcia tem um excelente
Gancho de direita cruel,
E um dom para chutar os pontos
Mais sensíveis de um homem,
Tudo isto,
Envolto naquele rosto perfeito,
Corado pelo ódio,
E punhos fechados para o amor,
E lábios embebidos
Pela maldade incrustada
No olhar inocente.
Enquanto mulheres normais
Diluem suas palavras
No néctar do mel,
Márcia parece preferir
Adoração a maldade,
Não poupa xingamentos,
Ou cobranças pelo que chama
De caráter,
Odeia promessas,
E omite toda jura de eu te amo,
Não se convence por elogios,
E não polpa socos.

Em Fuga

Mentiroso, trapaceiro e covarde,
Eu jamais abandonaria
Um parceiro de arruaça,
Bem, nem me espinho a ruas,
Então, campeão no que digo,
Melhor no que faço,
Eu luto sozinho,
Mas, para os outros: acompanhado.
Se a questão for sinceridade,
Ou jogar limpo,
Ou mesmo coragem,
Já sabe:
Não condiz comigo.
Sempre achei que a questão
Maior é a vitória,
Daí proveio meu lema:
Bater pelas costas
E me aproveitar do que puder.
Neste intuito me vem
Em mente uma artimanha simples:
Chego por trás,
Aponto o dedo para a frente
E indago:
“O que é aquilo?”
Enquanto ele se distrai
Eu ataco,
Com único golpe
O jogo ao chão.
Com a experiência dos dias,
Abandonei o gesto,
Após isto,
Encontrei idiotas para fazer a voz,
Agora só ataco
E me satisfaço.
Quanto menos souberem
De você, melhor.
Contudo, outro dia, errei:
“Aí, Jesus! Que dor é esta?”
Indagou ele,
Logo após meu golpe
Sobre sua cabeça,
Mesmo com o sangue
A escorrer por sua face,
E pescoço.
Quando a pessoa
Em que você desfere seu golpe,
Esquece a elegância do cair,
Você engole o ódio que sente
Por ele e usa seu plano alternativo:
Corre antes de ser visto,
A questão maior agora
É não ser descoberto
Para tentar depois,
E tirar o máximo de proveito.
Larguei o que restou do vaso
Contra ele de volta,
Ante a sua resistência
Eu corri,
Ele se curvou com um simples
“uff”, isto me permitiu fugir
Antes de ser descoberto.
Caso estivesse desmaiado,
Meu caminho estava aberto,
Sabido que meu lema
É não deixar provas,
Então, analiso a existência
De vestígios e os elimino,
Este por incumbência:
Eu o queria morto,
Ao invés disso,
Estou a correr dele
Dentro desta casa
Feito um louco
Por entre os cômodos.
Este corpo ensanguentado,
Com certeza em instantes
Se recuperação bastante
Para correr atrás de mim
Em busca de vingança
E sangue,
Porquê não há como evita-lo,
Não nestas circunstâncias.
Eu atravessei a porta
De sua própria casa,
E a bati com força
Contra o próprio nariz dele,
Eu estava, realmente, preparado,
O deixei tonto,
E incapacitado de completo
Raciocínio.
Alam se chocou contra a porta,
Perdendo o ar de seus pulmões,
Eu o imaginei caído,
Enquanto prendia o trinco,
Eu o quis detido no chão,
Porém, não me voltei,
Precisava, agora, escapar,
Houve um erro
E isto desacelerava o plano.
Dali do jardim,
Eu pude ver Elisa na janela,
Ela vestia apenas as sombras
Da penumbra de seu quarto
Meio iluminado,
Através do reflexo do vidro
Eu podia ver seus contornos
E me imaginar bem próximo.
Mesmo naquele momento
Eu a desejei,
Mesmo com ela contando
Com todas aquelas paredes
Para me deter,
Algumas portas
E nenhuma peça de roupa.
Por causa de uma pilha
De tijolos erguidos
Nesta parede verde,
Eu estava impedido,
Por ora, de tê-la.
A porta começou a estremecer
Enquanto Alam batia atrás dela,
Eu me detive,
Não é como você começa
Que importa,
Mas, como você termina.
O importante não é ser rápido,
Mas, ganhar do outro,
Soltei o trinco depois de algumas batidas,
E eu tê-lo quebrado,
Dificultei o máximo que pude
A saída de Alam,
Eu nunca quis ser pego,
Menos ainda iria querer
A partir deste instante
Em que pude ver Elisa,
Nua em seus contornos,
A mercê da proteção
De dois centímetros de vidro obscuro.
Eu a desejei como nunca,
Mesmo com os gritos estridentes
E desesperados de um irmão
Encarcerado e ensanguentado
Dentro de sua própria casa
Em razão do meu golpe
Mal sucedido,
Dois centímetros de carvalho
O impediam de voar
Em meu pescoço,
Minhas chances de fuga
Se evaporavam enquanto
Ela acariciava suas curvas
Com aquele hidratante idiota,
Engoli meu desejo
E me joguei por sobre
Aquele jardim no quintal,
Eu precisava me pôr a salvo,
Depois, recusaria o plano.

quarta-feira, 30 de julho de 2025

Na Chácara Ahmed

No amanhecer da chácara Ahmed,
O sol tardou
Pois fazia frio.
A mamãe de Pitelmario
Acendia o fogo no fogão
A lenha para fazer calor,
Mas Pitel não sentia frio,
Ainda cedo
Foi tomar banho no rio.
Pescou dois peixes
No fundo da água
E voltou para casa,
Chegou até a janela,
E preferiu voar para ali mesmo.
Voou até a pia,
E ficou sentado na beira
Da janela.
Chegando ali
Com suas penas molhadas,
E o rosto vermelho
De passar frio
Ela indagou:
- como você está Senhor Pitel?
Ele ergueu o bico
Para o alto,
Abriu e fechou duas
E depois três vezes,
Piscou os olhos
Algumas vezes
Fazendo um olhar entendedor
Do que dizia:
- estou bem, mamãe.
E sentindo o calor
Do fogão acolher seu corpo,
Ele se agachou bem
Como se estivesse
Em um ninho,
Então, emendou:
- senti saudades de você,
Como senti falta deste
E mais este.
Falou apontando
Do jaro de leite
Até o pão sobre a pia.
A mamãe de Pitel sorriu feliz,
Se jogou para cima
Do patinho
O abraçando com todo o amor.
- também te amo Pitel.
Ela falou beijando-o
No lado do seu biquinho.
- também te amo, mamãe.
Ele respondeu.
Então, a mamãe dele,
Pegou o leite
E pôs na leiteira,
E a levou sobre o fogo
Para ferver,
Depois pegou o pão
E cortou em fatias.
Após isto,
Pegou Pitel no colo,
E o levou até o peito,
Abraçando ele
Com força.
Pitel bateu diversas vezes
O seu biquinho,
Feliz aconchegado
No pescoço da mamãe.
Abraçando a mamãe dele
Bem apertado,
No final do abraço,
Ele foi solto sobre o beiral
Da janela,
E o leite fervido foi colocado
Dentro de um prato,
Onde foi picoteado o pão
E solto junto.
Após isto, Pitel chegou perto
E comeu cada pedacinho
De pouco a pouco
Enchendo o bico
E engolindo com um sorriso.
O fogo do fogão a lenha
Fez bem a Pitel,
O pão com leite
Encheu sua barriguinha,
E o nado da manhã
Deixou suas penas branquinhas,
Com traços de terra
Devido a ele ter voltado
Caminhando do rio.

segunda-feira, 28 de julho de 2025

Na Madrugada

Passava da madrugada,
Renata decidiu ir até a cozinha
Para tomar uma xícara
De leite quente,
Perdeu o sono,
E não queria
Passar outra noite em claro.
A amiga Sandra
Estava no quarto ao lado,
Dormindo com o namorado,
Isto geralmente deixava Renata
Insegura,
Cada novo namorado
Era algo incomodativo
Para ela,
Pois nunca sabia
Quem era,
Como realmente era,
E o mundo é imenso demais
Para acreditar-se na honestidade
De todo estranho que surge.
No entanto,
Sandra jurava amor
A todo que surgia,
Afirmava reconhecer
Um bom sujeito a distância,
E que o novo rapaz
Era sempre um conhecido
De longa data.
Mas, a amizade entre Sandra
E Renata já ultrapassava
Uma década,
Há cinco anos dividiam
Um apartamento no centro
Da cidade,
Isto era tempo o suficiente
Para saber
Que a amiga
Costumava encontrar um sujeito
Na balada,
Beija-lo sem saber quem é,
E na mesma noite
Levá-lo para dormir com ela.
Tomou, então, cuidado
Para calçar suas pantufas
E não fazer barulho
Ao passar por lá,
Era mais um “novo garoto”
Da amiga,
E as promessas de amor
Eterno já não a convenciam.
Colocou o roupão de banho,
Pegou o leite na geladeira,
Serviu um pouco na leiteira,
E a pôs para aquecer.
Neste instante,
Rogerson se aproximou
Sorrateiro por trás de Renata,
A envolveu com um abraço
E no mesmo instante
Removeu o roupão
A deixando nua.
Enquanto a roupa
Descia para o soalho
Permitindo a visão de seu corpo,
A amiga entrou na cozinha,
E assistiu a cena,
Boquiaberta e irritadiça.
Renata não teve tempo
De ver quem tomava
A atitude tão íntima de lhe despir,
Pois Sandra pegou uma cadeira
Do chão,
Que estava ao lado
Da geladeira
E jogou contra Rogerson,
Aceitando-a de raspão.
Renata deu um salto,
Desligou o fogo
E virou-se para ver
O que havia:
- Sandra?
Disse amedrontada.
- sua diaba.
Respondeu Sandra
Aos gritos.
-eu não pedi para ele
Me tocar,
Eu nem imaginei que ele
Faria isso, eu juro.
Respondeu rápida.
-mentira, você está aí
Nua na frente dele,
Atrevida, jamais poderei
Ter um homem para mim.
Gritou Sandra em retorno.
Ao mesmo tempo
Ela pegou Rogerson
Pelo braço e o conduziu
Para o quarto,
Da cozinha, Renata,
Ouviu sons de tapas
Provenientes do quarto,
Gritos ininteligíveis
E chorou convulsivo.
Renata encheu uma xícara
Com o leite já quente,
Sorveu um longo gole,
Depois disso,
Juntou o roupão de banho
Do chão e se vestiu.
Na metade da xícara
De leite quente,
Ela ouviu os reconhecidos
Sons da amiga fazendo sexo,
Sorriu aliviada,
Já estava tudo certo
Entre eles,
O estranho havia sido perdoado,
Ela, porém, ficou desgostosa
Com o que ele fez,
Mas preferiu ficar calada.

Namorados de Mamãe

“mora comigo, filha”.
Pediu a avó,
Impaciente e carinhosa,
Enquanto abaixava-se
Para dar um abraço
De despedida na neta.
Karla chorou,
Abraçada no pescoço da avó,
Levou o braço até os olhos
E limpou o choro,
Embora amasse a avó,
Não desejava deixar a mãe sozinha,
Ela era apreensiva,
A amava muito,
E nos primeiros dias
Depois dos finais de semana
Costumava esquecer
De fazer o almoço,
Até mesmo de alimentar-se
Por completo.
Aos oito anos
Karla já entendia
Que a mãe precisava dela,
E que ela amparava
A própria mãe.
Nunca conheceu seu pai,
Ou soube quem era,
Se tratava de algum estranho
Do passado da mãe,
Que a fez em certa vez
E nunca quis saber notícias suas.
Mas a mãe a desejou,
Intensa e radiante,
Levou adiante a gravidez,
E nunca arrependeu-se.
Todavia, era difícil
Para Karla encarar
Os dias que passava sozinha
Trancada em casa
Porquê a mãe conheceu
Alguém e decidiu
Passar alguns dias com ele.
Quando a avó ligava,
Ela não confidenciava
Que estava sozinha
Em conformidade
Com as ordens da própria mãe.
Nestes dias,
Passava restrição alimentar,
Ficava o dia todo
Em frente a televisão,
Não frequentava a escola,
E toda a casa costumava
Sujar muito.
Logo a mãe retornava,
O romance acabou,
A casa demorava horas
Para ser toda limpa
E Karla, finalmente,
Podia escolher as roupas
Que mais gostava
Pois estavam limpas.
Tanto mais difícil
Era receber os namorados
De sua mãe em casa,
Eles costumavam deitar-se
Sobre o sofá
E não fazer mais nada
Além de beber
E buscar diversão.
Ainda assim,
Karla soltou o pescoço
Da avó,
Beijou seu rosto e disse:
- vou com a mamãe, vovó.
E saiu.
Correndo em direção
A moto da mãe,
Que a esperava
Com seu pequeno
Capacete rosa em mãos.
A viagem era longa,
Mas, ela abraçava
A cintura da mãe
E confiava nela,
Feliz e segura.

Na limpeza do pátio externo

Quando se tem um sonho A gente o busca, Suporta os obstáculos E persiste até alcançar. Foi assim com nós, Adquirimos nossa...