Passava da madrugada,
Renata decidiu ir até a cozinha
Para tomar uma xícara
De leite quente,
Perdeu o sono,
E não queria
Passar outra noite em claro.
A amiga Sandra
Estava no quarto ao lado,
Dormindo com o namorado,
Isto geralmente deixava Renata
Insegura,
Cada novo namorado
Era algo incomodativo
Para ela,
Pois nunca sabia
Quem era,
Como realmente era,
E o mundo é imenso demais
Para acreditar-se na honestidade
De todo estranho que surge.
No entanto,
Sandra jurava amor
A todo que surgia,
Afirmava reconhecer
Um bom sujeito a distância,
E que o novo rapaz
Era sempre um conhecido
De longa data.
Mas, a amizade entre Sandra
E Renata já ultrapassava
Uma década,
Há cinco anos dividiam
Um apartamento no centro
Da cidade,
Isto era tempo o suficiente
Para saber
Que a amiga
Costumava encontrar um sujeito
Na balada,
Beija-lo sem saber quem é,
E na mesma noite
Levá-lo para dormir com ela.
Tomou, então, cuidado
Para calçar suas pantufas
E não fazer barulho
Ao passar por lá,
Era mais um “novo garoto”
Da amiga,
E as promessas de amor
Eterno já não a convenciam.
Colocou o roupão de banho,
Pegou o leite na geladeira,
Serviu um pouco na leiteira,
E a pôs para aquecer.
Neste instante,
Rogerson se aproximou
Sorrateiro por trás de Renata,
A envolveu com um abraço
E no mesmo instante
Removeu o roupão
A deixando nua.
Enquanto a roupa
Descia para o soalho
Permitindo a visão de seu corpo,
A amiga entrou na cozinha,
E assistiu a cena,
Boquiaberta e irritadiça.
Renata não teve tempo
De ver quem tomava
A atitude tão íntima de lhe despir,
Pois Sandra pegou uma cadeira
Do chão,
Que estava ao lado
Da geladeira
E jogou contra Rogerson,
Aceitando-a de raspão.
Renata deu um salto,
Desligou o fogo
E virou-se para ver
O que havia:
- Sandra?
Disse amedrontada.
- sua diaba.
Respondeu Sandra
Aos gritos.
-eu não pedi para ele
Me tocar,
Eu nem imaginei que ele
Faria isso, eu juro.
Respondeu rápida.
-mentira, você está aí
Nua na frente dele,
Atrevida, jamais poderei
Ter um homem para mim.
Gritou Sandra em retorno.
Ao mesmo tempo
Ela pegou Rogerson
Pelo braço e o conduziu
Para o quarto,
Da cozinha, Renata,
Ouviu sons de tapas
Provenientes do quarto,
Gritos ininteligíveis
E chorou convulsivo.
Renata encheu uma xícara
Com o leite já quente,
Sorveu um longo gole,
Depois disso,
Juntou o roupão de banho
Do chão e se vestiu.
Na metade da xícara
De leite quente,
Ela ouviu os reconhecidos
Sons da amiga fazendo sexo,
Sorriu aliviada,
Já estava tudo certo
Entre eles,
O estranho havia sido perdoado,
Ela, porém, ficou desgostosa
Com o que ele fez,
Mas preferiu ficar calada.
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