Com a simplicidade de uma carta,
Mil vezes amassada,
Outras milhares de vezes relida,
Decidiu encerrar o namoro,
Sem nem ao menos enfrentar meu choro,
Usou de uma caligrafia linda,
Como se fosse ensaiada,
Para esconder por trás da letra aveludada,
O veneno de uma espécie de espada,
Que em pequenas doses,
Camufladas em cada palavra,
Me feria com tal intensidade,
Que cortava do peito a alma,
Não aceitei o triste fim,
E decidi lutar por algo que tinha tanto valor para mim,
Vesti meu melhor vestido,
E como adorno: o colar de pérolas que havia me
presenteado,
E parti ao seu encontro,
Tão logo o avistei, lhe pedi explicação,
Mas em seus olhos encontrei, um frio que partia o
coração,
Em prantos, apenas indaguei o motivo de me ferir tanto,
Pois nos passos que dei ao construir meu caminho,
Nunca escolhi ferir como preço do meu êxito,
Com ódio nos olhos e jeito de quem era superior,
Se aproximou com feitio ameaçador,
E com os dedos arrancou o meu colar,
Fazendo as pérolas caírem ao solo,
Como as lágrimas que rolavam dos meus olhos,
E com um passo para trás,
Escolhi partir para nunca mais voltar.