Duas horas da madrugada,
Ela levantou os olhos da leitura,
Sentia sono, por isso se dirigiu ao quarto,
Com um sorriso carinhoso,
Imaginou que seu marido
Já deveria estar dormindo,
Ao passar pelo corredor,
Levou uma mão ao rosto para secar uma lágrima de dor,
Ao avistar suas fotos de casal que decoravam a parede,
Pode sentir a infelicidade palpável em cada uma das
imagens,
Em uma delas seus olhos estavam fechados,
E o semblante pálido e ausente,
Seu esposo jogava o braço sobre seu ombro,
Ambos nem ao menos sorriam para fazer pose,
Feito estranhos um para o outro,
Unidos pelo anel de ouro que pesava no dedo,
Marcando feito algema,
Aprisionados em si mesmos,
Como se estivessem em uma cela,
Em outra ela estava sozinha a luz do luar,
Segurava uma flor lhe acariciando o rosto,
E lágrimas lhe feriram a garganta,
Ao contemplar aquela menina de olhar assustado,
Suspirou, sentindo-se oprimida,
Aturdida diante de suas vidas,
Ao chegar ao quarto,
Se permitiu chorar abraçada ao travesseiro,
E quando o sono a tocou,
A levou para um pesadelo,
E um grito de pânico ecoou pelo cômodo,
- Amor por favor, eu estava dormindo. –
- Desculpa, tive um pesadelo. –
Ao lhe responder, ela virou para o lado,
E esperou a noite acabar,
Logo depois que ele saiu para o trabalho,
Decidiu dar uma oportunidade a felicidade de ambos,
Então levantou e arrumou as malas,
Na saída usou um batom vermelho para deixar um recado,
Escrevendo cada palavra em fotos variadas,
- Foi um erro, agora está resolvido!