Mil palavras de amor eram ditas no silencio do olhar,
De olhos escuros feito a noite, cuja pupila dilatada
Iluminava mais que o véu do luar,
Com um brilho estelar afiado e fatal,
Seus olhos misteriosos feito a sombra,
Eram um convite para a conquista,
Com um sorriso afastou-me da solidão,
Com um piscar de olhos conquistou meu coração,
Mais quente que sua língua,
Seu abraço desarmou minhas defesas
Um erro da minha paixão,
Me fez submisso a doce emoção,
Vindo a dar termo naquilo que a vida
Decidiu sobre nossas almas,
Não houve delito, mas recaiu condenação,
Com um doce beijo, me tornei alvo da sedução,
Um prisioneiro submisso as carícias de suas mãos,
Mesmo meu pulsar descontrolado conseguiu traduzir a
sensação,
De sentir cada linha de seu corpo,
Ao entregar meu amor derramado,
Assim, se me tornar seu servo for a punição,
Me nego ao direito de recorrer a condenação,
Sem lágrimas ou preces, simplesmente, percebi que lhe pertencia,
Sem súplicas ou porquês, unicamente, lhe desejo em minha
vida,
Pois a cada afago mais intenso,
Sinto nossos corpos arderem em fogo,
Mesmo que fosse por uma única vez,
Não resistiria a provar o gosto do para sempre,
Pois se o amor for louco, tanto melhor,
Me rendo ao seu mistério e aceito meu destino,
De servir ao amor feito um peregrino,
Destituído da roupagem dos segredos,
Me dispo do manto do inseguro,
Para me acobertar em seu estranho amor,
Que quanto mais se completa, mais se torna abusado,
Um amor com gosto de paraíso,
Em que vencedor e vencido,
Entregam-se ao jogo do desejo,
Com a única regra de apenas se sentirem saciados,
Quando sentirem o amor consumado,
Com ambos abraçados e satisfeitos,
A espera de recomeçar o beijo,
Pois feito argila senti meu corpo,
Ao mínimo toque de suas mãos,
Se moldar até em você se tornar completo,
Unidos, inclusive, no pulsar do coração.