Tão encantador é o amor,
Que conquista os apaixonados,
Cobrindo com o véu da paixão seus olhos,
Guardando o sagrado de uma benção em seus lábios,
Silenciando seus ouvidos a convidados indesejados,
Que escondem suas intenções em uma fala macia,
Tentando camuflar-se por entre as sombras de sua alma,
Inventando sonhos sem intensão de realizar,
Com o egoísmo escondido em suas palavras,
Acreditam poder demonstrar uma realidade inventada,
Feito uma máscara que distorce a existência,
Uma fantasia em que alicerçam suas vidas,
Sentindo o coração e a alma tremer,
Ela recusou-se a esta realidade maquiada,
Mesmo com uma lágrima de dor percorrendo sua face,
Recusou-se ao falso por acreditar na vitória,
Com os punhos cerrados e os olhos castanhos cintilando,
Ela se afastou e cruzou os braços,
Em um gesto protetivo de quem acredita em algo maior,
Pois tendo Deus criado o amor e entregado aos seres
humanos,
Não seria ela que iria se afugentar de seu fulgor,
Pois apenas os condenados confiados ao desamor,
Entregam-se ao falso proveniente do inferno,
Acompanhado de urros por percorrerem pelo errôneo,
Então seguindo um soluço do tempo,
Que chorou a dor dos seus passos,
Seu coração pulsou acelerado,
Quando seus olhares se encontraram,
Como ironia do destino ele caminhava ao seu encontro,
Com olhos escuros, límpidos e iluminados como a luz da
lua,
Ele andava devagar e elegante,
Com um sorriso que trazia o brilho das estrelas para sua
face,
Com o cabelo curto acariciado pelo vento,
Ele estremecia, talvez por causa do frio,
Como se o amor percorresse por sua pele,
Ela lhe sorriu e abriu os braços,
Desabrochando para o que viesse com eles,
Sentiu como se fosse verdadeiro,
Pois seus corações batiam no mesmo compasso,
Sentiu-se incapacitada de se esconder,
Do amor que tanto sonhou viver,
E que agora se personificava a sua frente,
Abraçando-lhe com força, sentindo sua face,
Como se fossem duas metades que simplesmente se
completassem,
Entregou-se aquele sentimento até que em engano se
dissipasse,
Oportunizando-se, inevitavelmente, a sentir gemidos de
saudade,
Que feito uma névoa subiriam ao azul celeste,
Enevoando os sonhos dos apaixonados,
Que com beijos seriam renascidos,
Diante da intensidade de seu olhar,
Até onde ela chegou com sua imaginação,
Percebeu que o amor compensaria,
Então lhe entregou a chave de seu coração,
Naquele abraço caloroso,
Que os refugiava do frio do inverno.