domingo, 14 de fevereiro de 2021

Direções Opostas

 


Eu desviei o olhar sem nenhuma pressa,

Embora tivesse medo de admitir o que sentia,

Era algo mais forte que eu, não pude evitar,

Contudo, desviei o rosto para a direita,

Poderia definir-me um tanto cabisbaixa,

Quando o amor chega de repente, as vezes assusta,

 

Não por ingenuidade, mas por não saber o que fazer,

Amar embora pareça tão simples não acontece sempre,

Sorte de quem encontra o amor pelo caminho,

Mais sorte tem quem o consegue manter ao lado,

Quando tentei falar algo que pudesse contata-lo,

Minha voz soou grave, havia masculinidade em meu tom,

 

Mesmo nunca tendo sido a pessoa mais feminina,

Naquela hora isso não me trouxe positividade alguma,

Eu nunca ouvira falar que o amor mexe com o interior

De forma tão intima a ponto de nos fazer juízo de tudo,

Do que fui, sou ou serei, mas não me permiti abater por isso,

Essa era uma opinião minha, talvez ele viesse a discordar disso,

 

Se ele me amasse realmente o que importaria os meus defeitos?

Quando o avistei na minha frente nada me pareceu tão imperioso

A ponto de me fazer buscar desviar o caminho ou mesmo evita-lo,

Muito provavelmente, ele seria diferente de todos os outros,

Aqueles que sempre visavam uma imagem perfeita ao invés

De uma mulher simples, queriam um retrato não um ser humano,

 

Minhas mãos tinham calos de jardinagem, eu gostava de flores,

Talvez ficassem arredias a maciez que percebia em sua pele,

Naquele instante minha timidez colocou todos os empecilhos possíveis,

Até considerei minhas roupas surradas um tanto desajeitadas,

Mesmo elas tendo um caimento tão bom em minhas formas,

Olhei para as minhas unhas roídas e o vermelho que saia na ponta,

 

Não resisti levei-as a boca, por que não havia tirado a cutícula?

Havia gosto de terra em meio as minhas mãos suadas e tremulas,

Tropecei em meio a calçada, meu pé suado resvalava no calçado,

Um tremor estranho percorreu meu corpo de forma inusitada,

Parecia que conforme ele andava ao meu encontro,

Todo o restante do mundo caminhava para outro endereço,

 

Eu desejei do fundo do coração que este não fosse um sinal do destino,

Será que a falácia sobre o amor não passava disso?

Palavras jogadas ao vento com a intenção de atingir algum desprevenido?

Naquele momento, ninguém estava mais desatenta que meu afeto,

Me acertou em cheio, alvo ensaiado, tiro certeiro no peito,

Todos que me olhassem poderiam vê-lo refletido em meus olhos,

 

Eu não conseguia olhar para nenhum outro lugar, só via ele na minha frente,

Reduzi meus passos, poderia ter parado, mas o desejo de continuar foi mais forte,

Olhei-o frente a frente, embora a calçada fosse íngreme,

E eu mais baixa em estatura, dentro dos meus 1,60 de altura,

Podia enxergar no fundo da sua alma, era como se eu pudesse vê-lo intimamente,

E o que vi lá dentro me chamou a atenção, me fez desejar me aproximar,

 

Havia algo guardado dentro dele que eu desejei despertar,

Sempre caminhei segura em meus passos, apenas desejava paz e sossego,

Mas ao vê-lo seguindo firme para o meu caminho, quis mais que isso,

Quis arriscar tudo, me sentia viva por amar dessa forma,

Muito provavelmente, ele fosse passar por mim sem nem ao menos parar,

Talvez ele desejasse algo mais singelo e ao alcance de suas mãos,

 

Embora eu me sentisse apaixonada, não desejava ceder tão facilmente,

Haviam tantas opções mais fáceis, mais tendenciosas ao seu alcance,

Eu gostava de passear durante o dia e reconhecer ambientes,

Mas, feito a lua, eu preferia o aconchego da minha casa durante a noite,

Me considerava como alguém cheia de manias e independente,

Não seria o tipo de pessoa seduzível e disposta a depender de alguém,

 

Nunca fiz o tipo de mulher que cede aos desejos para agradar,

Sempre procurei controlar meus impulsos para ver o resultado,

Mas tudo indicava que neste dia minhas ideias seriam postas a prova,

Eu podia ouvir sua respiração era como se ele estivesse falando comigo,

Olhei-o com mais atenção e tudo parecia rodar na minha cabeça,

Havia a possibilidade de um olhar falar tão alto a ponto de eu senti-lo?

 

Foi então que me atentei para o seu rosto, uma linha de expressão

Moldou sua face perfeita, respondi com um sobressalto no coração,

Estávamos de frente um para outro, em direções opostas,

Poderíamos cruzar nossos destinos sem nem ao menos nos falar,

E isso nunca se tornaria uma história contada para outras pessoas,

Talvez ficasse guardada em nossas memórias e com o tempo se apagaria,

 

Quando o amor parte ao nosso encontro nos coloca em uma encruzilhada,

Em que as possibilidades são inúmeras, e isso me deixava insegura,

Seu porte físico foi o que menos captou meu olhar,

Eu nunca havia notado isso, mas há instantes em que outras coisas

São tidas como mais importantes que a beleza das nossas formas,

Apesar de sempre preferir trafegar no caminho das sombras,

 

Naquele dia eu desejei me arriscar a luz do seu olhar,

Mesmo sem ter ideia do que fazia, desejei mergulhar em sua alma,

Eu não brinco quando falo sobre o quanto ele foi especial,

Meu tom pode possuir uma pontada dolorosa, mas, nenhuma repulsa,

Será que ele possuía ideia sobre o quanto seu ar era jovial?

Aquela espécie que faz você se sentir uma menina indefesa...

Ele parecia conseguir dominar meio mundo em um segundo,

Será que faria isso comigo quando eu estivesse em seus braços?

sábado, 13 de fevereiro de 2021

Aonde Você Não Possa Alcançar


 

Me desculpo, mas não entendo este seu riso,

Embora seja bonito e me faça sentir melhor,

Ele parece fora de hora, deixa um tanto tensa,

As atitudes veem e vão mas fica a repulsa,

Me recuso a entrar nesse ambiente escuro,

Em que você joga e não há nenhum ganhador,

 

Eu tento entender ou disfarçar o que sinto,

Me esforço para fazer com que se sinta melhor,

Mas me vejo cair em meio ao nada, me sinto falha,

Sabe aquela hora em que nada mais te faz companhia?

Eu passei desta hora, e a solidão me pegou desprevenida,

Sem que eu pudesse contê-la, veio e fez em mim sua morada,

 

Embora soe estranho, considere que nesse meio tempo você não estava,

Engulo em seco a onda de sentimentalismo bobo,

E apenas desejo ir embora para algum outro lugar,

Onde nada além da solidão consiga ficar ao meu lado,

Estou cansada de tudo, me perdoe por desabafar tão sôfrega,

Eu poderia molhar os lábios, embeber as palavras em algo bonito,

 

Mas não sou dada a disfarçar sentimentos, poetizar a vida,

Me encolhi no lugar de costume, lá onde você não sabe onde fica,

Quem sabe aqui eu possa me sentir bem, um pouco menos fraca,

Me acostumei com sua ausência como farei com sua presença?

Sinto um alívio a cada vez em que você confunde meu nome,

Mas isso não diminui o horror de quanto você se impõe,

 

Embora eu não possa ver seu rosto, eu sei que tem me evitado,

Com aquele seu famoso dar de ombros, um tanto vago,

Se gosta tanto de se afastar de nós dois, por que me provoca?

Se foge de nós dois feito um louco então por que se aproxima?

Eis o grande apaixonado do momento, somente naquela hora,

Me perdoe o tom sarcástico, mas não consigo evitar o escarnio,

 

Às vezes, sinto que posso ouvir seus passos se movendo,

A forma como você se coloca em meu caminho,

Alguns provavelmente dão apoio a este tipo de sentimento,

Mas eu simplesmente rezo para que erre dos meus passos,

Se coloque em uma distância razoável do meu destino,

Bem, não fique triste, agora hesito em meu esconderijo,

 

Você sabe como eu reajo a esta questão de sentimentos,

Nunca seria capaz de deixar você vagar por aí sozinho,

Mas então, por que você não escuta o que eu te falo?

Por que fecha os ouvidos para tudo o que eu te digo?

Não bastou meu amor digno e fiel para contigo?

Posso estar me colocando, agora, contra todos,

 

Não quero pôr em risco o meu disfarce, me deixe aqui sozinha,

Embora a solidão não seja a melhor companhia,

Quero a todo custo evitar um confronto desnecessário,

Em que tudo seja jogado na cara e usado em desfavor,

Poderia ficar por horas aqui escrevendo, como estou agora,

Eu gosto de expressar o que sinto, de como as palavras ficam boas,

 

Conforme rascunho as palavras posso ouvir suas respostas,

Me faz bem, ressoar o som da sua voz aos meus ouvidos,

Embora, seu semblante me deixe gelada, paralisada,

Você encaixa bem as frases, mas esquece de atuar nos atos,

Não que isso fizesse muita diferença entre nós agora,

Aqui, onde estou, você não poderia me encontrar, eu acho,

 

Eu sinto algo além de nós, algo inesperado que me espanta,

É como se não fossemos feitos um para o outro,

Da forma como, de fato nunca imaginamos, mas não nos foi negada,

Fico aqui no chão imóvel, tentando conter a dor,

Embora me esforce não gosto mais de permanecer escondida,

 

Eu não sou a única a reagir de forma negativa ao amor,

Sinto uma rejeição que vem de todos os cantos, não há como negar,

A cada gesto negativo seu, me sinto escapar pelos lados,

Já estou tão distante, não pode me ver ou me tocar agora,

Então, por que me sinto assim tão mal, parece que ajo errado,

Consigo perceber que você não se encaixa em minha vida,

 

Então por que este medo de partir para um outro amor?

Por que me sinto presa a nós dois como se estivesse algemada?

Você não sente que estou em frangalhos diante dos seus olhos?

A sensação de amor vai desaparecendo devagar,

A cada vez que me vê sofrer e não faz nada, fica calado,

Espio do meu esconderijo, com um virar de cabeça,

 

Apesar de não conseguir ver nada, o sinto perto,

Desvio o olhar com pressa e uma certa náusea,

Permaneço abaixada, não quero proximidade nesse momento,

Sua voz grave parece falar alto demais para eu rejeitá-la,

Eu não quero ouvi-lo, só quero um pouco de paz e sossego,

Por mim tudo bem, fico aqui até que vá embora,

 

Não tardará a acontecer isso, ele se dará por vencido dentro de minutos,

Mesmo sendo a única com capacidade para entender sua fala,

Não sou tola o bastante para acatar sem refletir sobre o assunto,

Ouço-o com atenção redobrada, mas não sinto nada,

O que ele está fazendo comigo, o que deseja obter de nós?

Eu nunca havia notado isso, mas não consigo o amar como noutrora,

Embora não possa ver seu rosto, o sinto como um assombro.


Sozinha, Agora.


 

Não houve decisão sobre escolher a separação,

Foi algo que veio com o tempo através do coração,

Com atitudes que geravam repulsa ao invés de amor,

A verdade é que tudo havia acabado, quando percebemos

Não havia nada mais a manter-nos um com o outro,

Uma companhia agradável não deixava de ser convidativo,

 

Mas para perdurar no tempo, seria necessário mais que isso,

Não me canso de lembrar dos seus olhares alheios,

Sua mania de estar distante mesmo quando perto,

É certo que você poderia ter ido para qualquer lugar,

Recordo que suas opções foram as mais variadas,

Mas você escolheu estar comigo, isso eu admiro,

Mas foi insuficiente para segurar nós dois juntos,

 

Sabe aquela tarde em que o sol se pôs e você estava longe?

Pois bem, eu senti muito medo naquele instante,

Será que você estaria procurando por nós?

Recordando o quanto eram bons nossos momentos?

Perdoe por ter adotado este meu tom mais sério,

Eu sei que não é a forma como nos referimos um ao outro,

 

Eu estou magoada, me permita ficar quieta aqui no meu canto,

Eu digo isso em tom baixo, quase inseguro, apenas com um mover de lábios,

É que me cansei de discussões vazias, de ser sempre deixada de lado,

Parece que ao nosso redor tudo é prioridade, menos nós dois,

Enquanto falo, ao menos agora, não quero suas mãos entre as minhas,

Me permita ficar só, me sinto morta por dentro, fria feito pedra,

 

Posso estar errada, mas prefiro agir dessa forma,

Sei que poderia não estar te pedindo isso,

Mas lhe rogo que por favor meu ouça, ao menos por cautela,

Minha alma grita até emudecer, me permita ficar caída aqui no piso,

Hesito por um instante pequeno, mas preciso acrescentar,

Estou magoada e você não está me dando o espaço necessário,

 

Hoje são meus próprios dedos quem estão a afagarem-se,

Não são mais os seus, você se pôs tão distante, não percebe?

O meu afago eu mesma faço, então para quê ficarmos próximos?

Só lhe peço um único desejo, em nome de tudo que vivemos,

Não se coloque entre as minhas decisões como se fossem erradas,

Não se envolva em minha vida se não for para acrescentar nada,

 

Você se impõe e foge, está difícil enfrentar esta noite escura,

Eu falei sobre isso com você, você não tomou nenhuma atitude,

Embora seja difícil esperar o amanhecer, ele chegará,

Então, junto com ele você deseja estar de volta? Para quê?

Se entre os vãos que nos perdemos nunca lhe fiz falta?

Agora gruda em mim, me exige coisas as quais não posso aceitar,

 

Bem, agora já está tarde, por favor não se preocupe,

O sol já está voltando de onde quer que estivesse,

A noite fria passou e tudo de que eu precisava ficou,

Uma lágrima molha minha fala ao notar que agora uso o eu ao invés de nós,

Mas isso não me incomoda mais que antes,

Se um dia andei sozinha por que dependeria de você hoje?

 

Bom, recordo que outrora tive muita fé em nós dois,

Mas tudo passou, como chegou, partiu e acabou,

Não foi assim que você escolheu? Então não há reclames,

Estou cansada de suas chegadas evasivas ao amanhecer,

Sempre as escapadas como se já não estivéssemos mais juntos,

Estou tentando fazer como me entenda, me diga: funcionou?

 

Não posso usar o te odeio, mas não o amo como outrora,

Me fere a alma esta distância em que você nos coloca,

É certo que eu posso perceber suas atitudes defensivas,

Mas por que preciso aceitar se nelas estou em patamar de vítima?

Entende este meu murmúrio rouco, nota a tensão em minha fala?

Estou a chorar agora, você não se sente incomodado com o fato?

 

Aperto minha mão um pouco mais, a afago, não resisto,

A solidão nos faz tomar atitudes que deveriam ser restritas,

Abraçar a si própria, por sentir-se ausente de carinhos?

Em mim transborda sentimento mas não me vejo retribuída,

Gostaria de tecer-lhe uma pergunta: estou sendo egoísta?

Este seu silêncio, perdoe-me, mas começa a me incomodar,

 

É estranho, parece que este seu amor é cego e aterrador,

Nele me vejo envolta e embora não deseje me soltar,

O rejeito, não me sinto amada o tanto quanto necessito,

Há algo ao nosso redor que embora me esforce não consigo enxergar,

Algo que te parece tão óbvio, mas que está nos afastando,

Solto minha própria mão, ela fica estagnada sem dizer nada,

 

Como poderia se não passa de uma pequena mão vazia?

Ela se esforça e me toca, dispersa em mais um carinho,

Mesmo que toque meus lábios não sinto mais que outrora,

Mesmo que tente reavivar as memórias não sinto o contato,

Não há nada que traga você de volta, que te faça lembrar?

Me desculpe pelas frases mal colocadas, estou a distância de metros,

 

Mas me sinto em outro lugar, peço, por favor, me deixe sozinha agora,

Antes quando desejei sua proximidade você se ausentou,

Não consigo entender sua necessidade por me sufocar com sua presença,

Não é questão de comportamento certo ou errado,

Você se afastou primeiro eu o segui me colocando um pouco atrás,

Não há erros quando o sentimento precisa refletir por um tempo,

Eu encontrei o meio, então, me permita ficar sozinha agora.


Venha... Enquanto Ainda Tens Meu Endereço



Sabe quando os seus sentimentos se voltam?

Quando todo o amor que você entregou retorna?

Pois bem, nem sempre o que se recebe é o que você espera

Por mais esforço que você coloque, as expectativas falham,

E você se vê cair em um vazio sem volta, solitária,

Sendo tragada para dentro do amor que você entregou outrora,

 

Olha ao seu redor e não há nada, nada em que se agarrar,

Tristes dias em que todos os que te amam te abandonam,

Mesmo a pessoa por quem você daria a vida te olha com ira,

Reage abrupta, faz uso da agressividade contra você,

Nunca queira ver a raiva no olhar de quem você amou um dia,

É um sentimento vazio do qual você nunca se irá esquecer,

 

Ver quem ama usar a força como se desejasse te esmagar,

Sabendo o quanto você é mais fraca e ainda assim investe,

Músculos que deveriam te proteger se erguem contra,

Olhos vazios e profundos desejando te tragar para o submundo,

Com um sorriso escondido nos lábios, uma resposta para dar,

Por Deus, que querer a morte é pouco para esse momento,

 

Desejar partir para longe onde nunca mais irá vê-lo,

O próprio pai, achando que pode te controlar com base no chicote,

Estaria eu em sangria se não o tivesse enfrentado,

Ousa levantar a voz contra mim? Grito mais alto,

Ousa vir ao meu encontro? Pois que venha, não fujo,

Raiva, ódio é que o sinto me tragar para dentro de mim mesma,

 

Repulsa por todo o amor que te jurei um dia,

Um morto para os meus sentimentos,

Uma pessoa da qual nunca sentiria falta,

Cego para o retorno dos seus atos em minha alma,

Odioso, ousa impor sua presença em minha casa,

Por acaso acha que aos meus 31 anos ainda é dono da minha vida?

 

Que suas atitudes contra mim nunca iriam gerar nada?

Sinto repulsa, nojo dessa sua cara arrebentada e feia,

De toda admiração que tive por ti, não sobrou nada,

A idade chegou e sua máscara caiu com seus músculos,

Você está caindo indo para muito longe, de onde não irei tirar,

Se apegue aos seus músculos, o que restara daqui a pouco?

 

Quando seus braços caírem e você não puder levantar?

Quando suas pernas não te moverem para me impor sua presença?

Espero que tenha alguém em quem se agarrar,

Pois de mim, você tirou tudo... sinto nojo, você me traz repulsa,

Ame seus pais como a ti mesmo, se você não for amada em troca

Não tem problema, ninguém disse que o amor precisa ser retribuído,

 

Mas a idade chega e os lares de idosos estão sobrecarregados,

Por quê, de certo foi por todo o amor que você soube dar,

Seu sorriso me enoja, você veio em minha casa me machucar?

Você me força de todas as formas, você está cego para isso?

Quer decidir minha roupa, aonde saio para onde vou,

Quem você acha que é? Meu dono? Sinto muito,

 

Mas por você só restou ódio, o amor que sinto em um dia

Sem esforço algum é destruído no outro,

Acha pouco sua filha preferir a distância do que estar perto?

Se acha o machão só por que tem um pênis ereto?

Perdoe-me o palavreado que nunca foi me permitido usar,

Você não é nada além de músculos,

 

Bom, é certo que tenha seus preferidos,

Há sempre quem te defenda, destes me distancio,

Não faço jogo sujo, não escondo meu lado,

Nunca esqueço quem ousa levantar a voz ou me destruir com atos,

Cada tapa na cara que você me deu,

Cada machucado que me fez ainda tenho a ferida,

 

A qual você nunca permite cicatrizar,

Está sempre a fincar uma faca me fazendo sangrar,

Machista escroto, que acha que é com este seu pênis ereto?

Com essa sua muralha de músculos que você colocou contra mim,

Nunca esquecerei de você vir me provocar em minha própria casa,

Me fazer me alterar, desejar te expulsar, machuca-lo,

 

E ainda você corre, nem homem é para me enfrentar,

Me diga: teve medo que eu te machucasse?

Já pensou se eu devolvesse tudo o que você me feriu?

Você acredita mesmo que eu teria coragem?

Pois é você teve, como você se sente? Macho prepotente,

Levante seus músculos, se coloque ereto enquanto consegue.


 

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Sem Distância A Separar-nos

 


Confesso que sempre acreditei que a luz do sol queimava,

Até o dia em que fui tocada pela fagulha da luz do seu olhar,

De lá onde eu estava isso foi suficiente para me despertar,

Sentada sob a sombra, cabeça baixa, logo o senti se aproximar,

Engoli as lágrimas, senti-as emudecidas feito um nó na garganta,

Outrora perdida a vagar por entre as calçadas escorregadias,

 

Senti o nó se desamarrar como se fosse um laço de fita de seda,

Não precisei mais do que o seu olhar para afrouxar as amarras,

Embora parecesse arriscado era o suficiente para aquela hora,

Entregar minha alma e sonhos servidos em uma bandeja bastaria,

É certo que nunca fui dada a segredos, mas pela primeira vez,

Parecia que algo havia valido a pena, todo os sonhos entregues,

 

Tudo em que havia acreditado até então parecia ter encontrado razão,

Algo forte tomava minha emoção com uma força que ganhava o coração,

Acho que fagulha seria uma palavra amena para tudo que via em seu olhar,

Acreditei nisso assim que o vi se aproximar com seu porte másculo e sóbrio,

Sabe aquele tipo de homem autocrata que parece ter domínio sobre o que faz?

Bem diferente do tipo manipulador que te deixa vulnerável para se sobrepor,

 

Ele era mais daqueles que marcham ao seu encontro, de olhos abertos,

Diferente daqueles que usam os seus segredos para artimanhas de conquistas,

Era mais para o tipo de homem que você deseja integrar ao seu mundo,

Que você deseja dividir muito mais que uma noite, mas uma vida inteira,

Quando meu olhar encontrou o dele o brilho em seus olhos embora intenso,

Não fazia jus para todo o encanto que ele possuía, entre sua nobreza e beleza,

 

O sorriso que invadia a sua boca poderia ser definido como tentador,

Comparada a doçura da sua alma que refletia em seu semblante convidativo,

Altivo, inteligente, tão transparente que a ausência de cabelos não era notada,

Fazia parte do seu charme dava um toque sutil as suas formas fartas,

Naquela hora me senti demasiada humana, lábios trêmulos e inseguros,

Ele havia me percebido por entre tantas pessoas e vinha para o meu lado,

 

Seus braços fortes jogados ao lado do corpo de forma enfática,

Cada gesto seu parecia calculado, a cena transcorria tão perfeita,

Que só faltava ele ter consigo uma jaqueta para me alcançar,

Uma onda de calor se aproximava conforme ele vinha, eu sorria,

Tudo ao redor parecia tão brilhante que o mais parecia se apagar,

Eu sentia que mesmo a dor mais sombria não resistiria ao seu olhar,

 

Sabe aquele rapaz que transforma o seu redor, com batidas frenéticas,

Como se ele houvesse ensaiado cada pulsar do meu peito apaixonado,

Encolhi os ombros, ele sorriu em resposta parecia conhecer minha pergunta,

Aquela que por impulso eu senti brilhar feito um relâmpago entre nós,

Percebi que aquela coisa de para sempre sozinha seria mandada embora,

Mesmo antes de sua mão se estender para mim em cumprimento,

 

Mão suada e convidativa, grande e suave, eu parecia conhece-la,

Minha mão tremula ficou pequena e frágil parecia gostar disso,

Eu já não seria mais aquela garota independente que vagava sozinha,

Meu mundo de aparências havia se dissipado diante dos meus olhos,

E ele parecia o homem ideal para eu ter para sempre em minha vida,

O amor chegou naquele primeiro instante, para mim, pelo menos,

 

O sorriso dele contornava seus traços fortes de forma suave,

Meu coração pulsava em alerta, aquela mão estendida me arrepiava a pele,

Ele falou e sua voz era rouca e macia, soava em mim com efeito de carícia,

Eu toquei sua mão da mesma forma que ele havia tocado em meu coração,

Segura, profunda e convidativa, olhei para o fundo do seu olhar, tremula,

Desejei que ele interpretasse o que eu sentia e que sentisse a sofreguidão

 

Pulsante em cada parte minha, - tão lindo - , pensei comigo indistinta,

Tive certeza que meu semblante denunciava minha emoção irrefreada,

Tentei não me incomodar com o fato, quando a emoção é tamanha

Não há mesmo nenhuma forma de escondê-la, mordisquei minha boca,

Sentindo sua mão apertar a minha, desejei um instante do seu abraço,

Ao me colocar em pé, me esforcei para uma tentativa inusitada,

 

Puxei sua mão, mas ele parecia estar preparado para o ato arriscado,

Continuou imóvel e ereto, apenas um sorriso brilhou em seus lábios,

Trouxe sua mão para junto do meu peito, o que eu sentia não era segredo,

Ele pareceu assustado com o movimento, mas não repeliu a atitude,

Ao contrário, vi seu semblante se suavizar e irradiar algo diferente,

Me aproximei com o coração aos saltos, eu tinha certeza que ele o ouvia,

 

Mais que isso, poderia vê-lo pulsar sobre minha blusa vermelha,

Com um passo em sua direção encurtei a distância entre nós,

Até não restar nada que impedisse o beijo sedento que eu desejava,

Podia sentir o cheiro do seu hálito, o calor que percorria seu corpo,

Me recostei até senti-lo por inteiro percorrendo minha pele fria,

Ansiei pelo seu toque, agora não havia outra distância entre nós,

 

Nada que impedisse nossas bocas de encontrarem-se uma na outra.

Ferida Aberta


Eu o amei com toda a minha alma,

No entanto, não precisei mais de um segundo

Para esquecer cada carícia provada,

Um segundo a vagar por seus sentimentos

E percebi o quanto era vazio tudo em que acreditava,

Assim que me vi presa em seu abraço apertado,

 

Desejei esvair-me até fugir na escuridão lá embaixo,

A escuridão onde outrora eu acreditei haver amor,

Tentei procurar em seu olhar algo em que pudesse acreditar,

Mas não havia nada, nem uma das promessas em que me apegar,

A cada beijo em que ele sugava minha boca com ferocidade,

Sentia esvair o ar que havia em mim e voltar-se contra a minha face,

 

Nele não havia coração algum apenas um vazio profundo,

Que parecia me tragar para aquele espaço sombrio e gélido,

Me fazendo vagar de olhos fechados, entende meu pânico?

Agarrei-me ao que restava de sentimento em minha alma,

Desejei salva-lo daquele egoísmo no qual tragava a todos,

Até que em um pequeno deslize seu, eu pudesse me soltar,

E fugir para algum lugar em que pudesse me livrar dos seus olhos,

 

Naquele instante em que me agarrou com toda a sua força,

Não foi ele quem chorou ou gritou, ao contrário disso,

Ainda posso ouvir seu riso a ecoar entre minhas lembranças,

Nada além de uma sensação de prepotência tomou seu rosto,

Orgulho restabelecido, enquanto eu ficava imóvel naquela cama,

Mesmo a minha fala, pranto ou gestos nada parecia afetá-lo,

 

Ele estava distante abrigado em uma confiança que eu não entendia,

Poderia definir como força bruta, afinal eu não passava de sua presa,

Tive a impressão de que o mundo me via sofrer e fechava as vistas,

Parecia que me faltariam lágrimas para expressar dor tão profunda,

Me vi sangrar em um submundo em que nunca pensei ser ferida,

A sujeira de uma vida esvaiu e vinha embebida em sangue no olhar,

 

Fechei meus olhos queria sumir daquele lugar, mas estava exposta,

Presa indefesa, ferida e afugentada nem minhas lágrimas bastariam,

Contive-as a todo custo, não queria demonstrar tudo que havia acontecido,

Mas meu coração gritava alto demais para ser contido,

Um cheiro diferente exalava em minha pele, eu não era mais a mesma,

Talvez algum dia parasse de doer, mas quando pareceu parar de sangrar,

 

Assim que eu estendi minha mão para afagar seu rosto pétreo,

Buscando me aproximar, qualquer coisa que me livrasse daquilo,

Ele me inundou com sua esperança submersa,

E eu que estava absorta cheia de tudo aquilo que me afogava,

Me vi em chaga aberta, me senti afastar de mim mesma,

Senti que algo escorria me deixando de pernas bambas,

 

Trôpega até aquela hora, vazia a partir de agora,

Tentava conter a vergonha, os sonhos que escorriam na cara,

Jogados contra mim de uma forma que eu não esqueceria,

Tomados em doses comprimidas em promessas vazias,

Tudo isso em menos de um segundo,

Nesse meio tempo eu tentava ignorar a dor,

 

O desejo de um corpo sem alma agora virava remédio,

Não importava o que eu sentia ou pensava sobre aquilo,

Para as promessas de quem procurava o amor,

Pequenas doses de culpa engolidas até o fundo da garganta,

De forma que se espalhassem por todo o corpo,

Até tocar o coração e escorrer por meio das minhas veias,

 

Deus quisesse que evitassem minha alma, eu quis acreditar,

Ingenuidade minha, ela havia sido a primeira a cair na armadilha,

Eu não me pertencia mais, não passava de marionete em suas ideias,

Senti que a fagulha do amor se partia mais depressa que imaginei algum dia,

As nuvens tomavam a lua, escondiam meus sonhos, agora tudo era noite escura,

Minhas palavras não tinham mais valia, parecia não restar nada mais em que acreditar,

 

Um sinal de alarme ressoava em todo o meu redor, eu estava exposta,

Vítima de tudo que acreditava e pelo qual havia querido lutar,

Eu desejei levantar o rosto e ver meu reflexo no espelho retrovisor do carro,

Esperei um pouco, tive medo do que poderia encontrar refletido,

No banco do carona, não passava de uma passageira em minha própria vida,

Não me habilitei a dirigir, já não acreditava mais em mim mesma,

 

Desejei que o sol se escondesse depressa, preferi a noite escura,

Lá eu poderia evitar me olhar, evitar ver no que havia me transformado,

Em um segundo de descuido e eu poderia querer visitar minha alma,

Escondida em algum vazio do meu olhar, temia avistar meu espírito,

Sabe aquele instante em que você rejeita a si própria?

Quando até mesmo o seu semblante foge para outro destino?

 

Embora não sangrasse feito uma ferida, eu sentia doer na alma,

Algo escorria de dentro para fora, mas eu não tinha nada para falar,

Aguentava calada, não sentia dor alguma - repetia para mim mesma - ,

Mesmo vendo minha dor sangrar feito ferida aberta, esvaída das juras,

O que outrora era natural agora eu mesma repelia, rejeitava a rejeitada,

Desta vez, não haveria remédio que trouxesse cura para a minha alma,

Evitava a todo custo olhar para cima, tinha medo do que poderia encontrar,

E se alguém me visse sangrar? Rejeitei a ideia - Não sinto dor alguma.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Olhos Altivos, Sinceros, Atentos... e Opostos


Ela passou ambas as mãos por entre os cabelos em atitude dramática,

Olhos encharcados de lágrimas, coração cambaleante,

Pernas bambas, sôfrega, ela sofria e não sabia mais disfarçar,

Tentava de todas as formas se esquivar, seguir adiante,

Mas era como se sempre algo se colocasse em seu caminho,

Um sujeito que se definia homem, ele tinha um nome,

Mas ela preferia defini-lo por um número, seria o último...

 

Sabe aquele soldado que marcha na contramão dos seus sentimentos,

Aquele que acha que pode ferir com uma mão e acariciar com a outra?

Pois bem, ela havia cansado desse sentimento falso,

Agora havia baixado a guarda e empunhado uma espada,

Suas mãos cansadas pelo trabalho árduo,

Agora haviam tirado as luvas, o tocaria no rosto com suas mãos nuas,

Porém, ele nunca mais voltaria a ser o mesmo,

 

Se ele feria usando a força ela o feriria da mesma forma, porém com carícias,

Quem foi que disse que uma mulher precisa se despir da feminilidade

Para alcançar os fins que deseja para si mesma?

Principalmente quando este fim imediato é a sua própria segurança?

Quem foi que disse que sua voz precisa ecoar em espaços vazios

Entre prantos e angústia para que ela finalmente seja ouvida?

Usaria o cérebro, calçaria um salto alto, seguiria ereta por seu caminho,

 

Se entre os vãos do destino fosse necessário descalçar o salto,

Que não fosse por muito tempo, apenas pelo suficiente

Para furar o pneu do carro dele, quebrar o espelho em que via-se refletido,

Aquela imagem que ele criou e que só existia para si mesmo,

Perfurar o vidro do carro para com um sopro fazê-lo em estilhaços,

Mas um pouco antes disso, ou no espaço por entre esses atos,

Crava-lo em meio a sua testa, abandonando-o naquele banco: ferido,

 

Talvez, fugisse de lá descalça, acreditaria que ao final de tudo isso,

Já teria ocupado os dois saltos e talvez os teria estragado,

Um ficaria cravado nele, um pouco acima de onde a feria,

O outro, entre as quebraduras do carro, em meio aos estilhaços,

Quando tudo estoura dentro de um ser humano,

A gente se sente bem pondo o sentimento para fora,

Ela sentia-se ferida, de alma nua havia se entregado,

Mesmo assim, ousou machuca-la, abusar do que sentia,

 

Ela que procurava manter-se o melhor que podia,

Agora via-se diminuída e insegura,

De olhos baixos buscando conter as lágrimas,

Dor a qual ele não sentia, muito menos entenderia,

Apegava-se a desculpas vazias para esvazia-la de si mesma,

Sua dor parecia preencher seu ego machista,

Ela exasperava a voz, aos prantos: não era ouvida,

 

Na frente dela ele fingia assentir com a cabeça,

Apenas em gestos para que não houvessem testemunhas,

Como se temesse ser ouvido e com isso estar comprometido,

Mas seus olhos, sempre estava muito distantes dela,

Em algum lugar muito alto onde nunca poderia alcançar,

Como se acreditasse ser dono do destino dela, o forjando,

Ele fingia uma seriedade sobre os assuntos que ela falava,

Porém, não reagia em acordo ao que ela dizia e sentia,

 

A aproximava de uma forma, a rejeitava de outras,

Como se ela não tivesse vida, fosse uma boneca de pano,

A qual se cansa de decorar a casa e passa a secar o suor do rosto,

Jogada na lama, diminuída até sentir-se um nada,

Sem direito a contar com um nome ou uma boa honra,

Não passava de: a usada da forma que lhe convinha,

Ela suspirava, sem saber como reagir a tudo que via,

Erguia a cabeça e o encarava, procurava-o no fundo da alma,

 

Que diferença faria isso agora? Agora que ela havia perdido as respostas,

Agora que se sentia feito a cachorrinha que a dondoca se cansou

E jogou para fora, exposta a tudo que viesse contra ela,

Sozinha, sem direito a uma fala que fosse ouvida,

Chorosa, por entre os cantos das sobras em que foi colocada,

Testa franzida pelo tempo que passou tão depressa,

Ou pela ausência do sorriso tão encantador de outrora?

 

Tentava se apegar a algo, precisava raciocinar, manter as ideias no lugar,

Talvez precisasse pedir ajuda, mas quem poderia abriga-la, justo agora?

Ele descontava nela as ausências de si mesmo,

Era vazio, mas apenas por isso precisava esvazia-la?

Ela não entendia muito sobre muita coisa,

Mas acreditava que merecia mais que isso,

Promessas em falso não sustentam corações apaixonados,

 

Ele ofereceu amizade, ela precisava disso, então aceitou,

Mas em nenhum instante no caminho ele deixou de olhar para o lado,

Mesmo junto a ela, o seu redor sempre pareceu mais importante,

Principalmente no que tange as moças que passavam na calçada,

Se ela era melhor que as outras, isso ele nunca soube demonstrar,

Ao contrário, sempre a fez acreditar que ela era pequena demais,

No entanto, ela forjou um sorriso largo e estendeu a mão,

Se ele desejava sua amizade, ela aceitaria, por que não?

 

Não sabia ela, em que enrascada estava se colocando,

Mas talvez, sabendo, não tivesse escolha, a intenção dele era outra,

Sempre foi, diminuí-la com atitudes infundadas, até não restar nada dela,

Ela tentou se esquivar, se colocar de lado, com um sorriso torto,

Ele fingiu não a entender, recusou-se a cuidar dela, a protege-la,

Mas nunca se cansou de feri-la de todas as formas que encontrou no caminho,

Não tivesse a força de uma pedra nos punhos a apedrejaria,

 

Mas, como de fato o tinha, não levou mais que uma mão aberta em sua cara,

E com a ajuda de alguns vizinhos, ele fingiu não poder evitar o resto,

Ele podia ter todas as intenções com relação a ela, mas nenhuma era amar,

Os dedos que se prendiam entre os dela, agora estavam estampados em seu rosto,

A força que a fez aceitar sua aproximação jurando proteção,

Agora feriam-na, rasgavam sua emoção até afugentá-la do próprio coração,

Havia um código secreto vagando pelos cantos daquela cidade,

Feri-la até que ele viesse em seu cavalo branco resplandecente,

 

Ela deveria espera-lo? Em uma tentativa inútil de indagação,

Ele recusou ajuda, dizendo-lhe expressamente que não,

“Você pode cuidar disso sozinha mocinha, você é esperta,

Eu tenho outras ideias, em nenhuma você se encaixa”,

Então, havia alguma ideia pairando naquela cabeça vazia?

Os olhos dela se colocaram fixos na direção do destino,

Olhos altivos, sinceros e atentos... e opostos.

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Houve invasão na chácara, De repente, Todos os bichinhos Correram assustados. Masharey subiu na pedra Mais alta, Que há a...