Só era tímido quando beijava seus
lábios,
Quando fechava os olhos para
sentir o sabor,
Quanto sua boca estremecia sobre o
rosto,
A reconhecer cada detalhe cada
espaço,
Uma vez excitado, revelava-se
perfeito amante,
Aquela que não desse continuidade
Não iria reconhecer o que minutos
de beijos são capazes,
Uma espécie de amor acentuava cada
afago,
Se ele sabia o efeito que
tinha eu não duvido,
E ele ficava ao mesmo tempo
risonho e embevecido,
Sobre a mesa havia uma vela acesa
a queimar,
Algumas folhas de papel
envelhecido,
E canetas usadas que imaginavam-se
inúteis,
Em frente havia uma cadeira
empeirada,
Ela tocou as folhas e imaginou-as
de outra forma,
Escritas ou rasuradas, papel em
branco soa impreciso,
Misturava-se por entre os papeis o
gosto dos beijos,
Não iluminava seu sentimento sob a
luz da vela,
Não seria capaz, diz-se que o amor
precisa de ardente chama,
Aquela vela apenas desbotava e
chegava a empalidecer,
Acreditava que em toda a sua
existência não conhecia amor como este,
Não saberia guiar o suficiente de
que era preciso,
Nas mão em que sentiu cada carícia
dele,
Prometia a si mesma: nada de
decadência,
Apenas o compromisso de cuidar de
cada detalhe,
De fazer do seu amor algo mais
preciso e duradouro,
Nada de distribuir olhares
esquivos a outro alguém,
Nem ao menos imaginar-se, algum
dia, sem ele,
Em todos esses olhares houve um
alvo,
Agora que o encontrou não o
perderia por nenhum motivo,
Quando nossos sonhos pesam sobre
nós,
Não há porque não criar asas e busca-los,
Como o farei feliz aquele que me
aceitou e amou como sou!
Viverei dele e por ele darei o meu
melhor;
Assim, ele possa me responder como
meus lábios fazem justiça,
Possa me amar como o amo com toda
a alma,
Fizeste de mim firme como um monte
com sua força,
Pelo seu grande poder de atração e
carinhos,
Apenas com suas carícias fez de
mim a mais amada,
Te acalma o bramido coração que
está em chamas,
Se por ele clamas que possas, então,
busca-lo,
Treme cada ser que habita em mim,
Como tremes as coisas da terra
ante a tempestade,
Alma, coração, razão, paixão,
carinhos, sonhos e fantasias,
Alegram-se até mesmo terras
distantes diante de tanta maravilha,
Do nascente ao poente sentem minha
felicidade,
As vezes penso que o amor se
espalha tal como música,
Por onde me veem o reconhecem,
Acho que seu rosto se desenhou em
meu sorriso,
Ou esteja descrito em cada palavra
que falo ou calo,
A certeza que tenho é que sempre
está comigo,
Seus beijos amolecem meus medos,
Feito a chuva que faz brotar as
terras mais áridas,
Coroa cada parte minha com suas
carícias descontroladas,
Seus lábios doces emanam fartura,
Deles me sacio e busco sempre mais
a cada dia,
Minha alma despe-se para vestir
sua alegria,
Meu corpo se reveste de suas
marcas imperceptíveis,
É como se cada afago estivesse em
mim desenhados,
Seus carinhos são em mim o
alimento,
Até os montes mais distantes se
exultam e cantam minha alegria,
Busco-o em cada dia e em cada dia
o amo mais ainda.