quinta-feira, 21 de julho de 2022

Estrada

 


Era uma pessoa de intenções,

Sim, sobre ele? As melhores,

Não poupava sorrisos,

E nos olhos o brilho mais belo,


Meus Beijos?

Guardei-o, todos.

Desde quando?

Bem, não duvide,


Antes ainda de encontra-lo,

Diriam os testemunhos:

Não, como sabia que iria conhece-lo?

Me defenderia: Com base no que sinto,


Só isso?

Sim, me basta para amá-lo,

E ter certeza que um dia o encontraria,

Se fiz pouco por nós dois?


Admito: não muito;

Coloco aspas no não,

Mas, quando me indago sobre fazer mais,

Não... vejo que não.


Perdi meus sentidos aos quatro ventos,

Assim, como alguém que perde um lenço,

Da que fui antes dele?

Hoje não resiste nenhum vestígio,


O vi e me bastou aquele único olhar,

Depois disso, não tardei a encontra-lo,

Foste o lenço perder-se no obscuro,

Hoje se quisesse retornar ao que era, não poderia,


O amor verdadeiro é aquele: o único na vida,

Depois dele, talvez se ame de novo,

Mas, nunca: nunca da mesma forma;

Depois disso, abandonei tudo ao acaso,


Expressão dele; Fala minha.

Quem era o homem que amei?

De todos o melhor, não haveria outro,

Se escolhi ou fui escolhida?


Ora, o destino trabalha para os que sentem,

Sobre o tal lenço?

Que o céu manche-se em negro,

E nele nem a lua ou estrela surjam,


Se nele me baseei para encontra-lo,

(aquele que tanto amo),

Que este lenço nunca chegue a outros olhos,

Que surja um buraco e o leve,


Que se enterre ou outra coisa,

Mas, que nunca ressurja,

Não quero ser aquela que andava sozinha,

A de antes do primeiro olhar,


Que nunca volte ou tente esquecer,

Em que se baseava o vento que levou o lenço?

Ninguém sabe;

Detalhes do destino as vezes caem em desimportância,


No meio do caminho,

Tinha o homem que amei e amo,

Cúmplices de um lenço perdido ao vento,

O nome deste homem?


Não, me perdoem mas não direi,

Olá, me chamo... disse ele,

Não ouvi, apenas o amei.


quarta-feira, 20 de julho de 2022

Apaixonada!

 


Moldado num tipo escultural,

Eu disse a ele:

Cara, estou na espécie atração fatal!

Sim, não duvide ou se afronte,


O amo com o que há de melhor,

Apaixonada, encantada, estarrecida,

O amo com toda a força que sinto na vida,

Se um coração solitário cria monstros,


Um que se apaixona fica bobo,

Acho mais simples ser a tola da história,

E você, o que me diz de eu estar apaixonada?

Fronte baixa, têmporas quentes,


Seu cabelo escuro pedia por meus toques,

Ele não era o tipo do homem que se vê

Por aí a esmo,

Com quem se esbarra sem perceber,


E o pior: ele tinha consciência disso;

Seus músculos requeriam carinhos,

Sua pele emergia ao longe,

Parecia me chamar como algo profano,


Uma frase berrou em meus lábios,

A todo custo me contive,

Nunca quis falar tanto,

E nunca precisei me calar mais que agora,


Pensamentos que nunca imaginei vinham,

Sonhos não passavam pela cabeça,

Se desenhavam em seu rosto bonito,

Não senti medo de ser rejeitada,


De repente encontrei alguém que valia,

Me joguei no sentimento e não quis mais nada,

Daria a minha vida por sua boca,

Não me importei em disfarçar,


Fosse amor o que ele sentisse eu descobriria,

Não o sendo eu aproveitaria cada hora,

Faria de cada segundo uma nova história,

Até que enfim, pudéssemos no intercruzar,


E quem sabe,

Ele não desejasse ser de outra,

A solidão se faz preguiçosa

Quando se conhece uma nova pessoa,


A minha sempre esteve ao meu lado,

Mas, agora havia fugido feito fantasma,

Finalmente havia algo mais intenso,

A verdade esta aflorando: eu amava!


E o amor feria e com toda a fúria,

Não tinha como reagir em contrapartida,

Que este amor seja mais intenso ainda,

A cada passo que encurtava a distância,


Havia força e carinho em tudo de mim,

Mas, estavam cegas as minhas pupilas,

De onde eu estava até ele: não havia mais nada!


terça-feira, 19 de julho de 2022

Erro Perfeito



Instante em que o erro é venerável,

O momento em que posiciona-se,

Porta aberta, chaves em mãos,

Mas, algo impede de sair para fora,

Leva-se um dedo aos lábios e sente a pulsação,


Diz-se, não, fecha-se a porta e fica onde está,

O tal beijo apaixonado implica algo a mais,

Uma carta apaixonada, um poema qualquer,

Mas, a frieza com que a contemplou,

Está sim é que não merecia ser esquecida,


É certo que esquecera o dia,

O tal dia em que haveria o segundo encontro,

Ao terceiro chega atrasada,

Mas em que importa?

O conjunto de amar uma pessoa


É mais que datas marcadas no calendário,

Com aquele velho canetão da escola,

O qual se comprara em hora de desatento,

E guarda-se, sem saber por quê...

Destrua-se no coração cada lembrança,


E destrói-se com isso a ignorância,

De amar alguém mais que este mereça,

O maior perigo em tudo isso,

É o triste coração destroçado,

Condensa-se em poucas palavras o amor,


Em versos simples como eu te amo,

Então, por que poupar esforços?

Porquê não sente nada, é isso!

Amar é identidade – identificar-se,

Com algo ou alguém a ponto de definir: importante;


Homens são no geral iguais,

Mas, para os que sonham: há de ter alguém,

Não é possível acreditar-se num para sempre,

Se este não vier... não é possível;

Quanto ao que chamam destino?


Bem, cada qual é capaz de fazê-lo por si mesmo,

Mas, um pouco de esforço,

Um barulho em frente a sua casa a desperta,

Uma buzina é tocada de forma insistente,

Ela desse ao chão e mantêm-se,


Não há diferença para quem está aqui em baixo,

Mesmo frente a barulheira toda: não atende!

Mesmas lágrimas de antes,

No sofrer não há tanta diferença,

Um soluço, um sufoco e uma noite bem dormida,


Esgota-se e dorme, apenas isso;

O erro de ter faltado agora era incurável,

Podia alimentá-lo, com uma ligação inexistente,

Um esquecimento premeditado,

E semanas após isso,


O procura com a desatenção na face,

A alma que se consome em tristeza,

É a mesma que busca forças nas promessas,

Se não houve uma em que se basearia?

Nela mesma? No que sentiu ou pensou existir,


Que o amor chegue de alguma forma,

Que bata a porta ou de alguma forma me alcance,

Que seja tão lindo quanto uma promessa,

Pois, confiar no que dizem as palavras

Também faz bem, por que não faria?


Que o beijo que repousaste em minha boca,

Não fizesse esforço algum para sair, por que faria?

O que vem para acrescentar não precisa ser jogado fora,

O que houve, aconteceu, não há porque mudar;

Coloco neste beijo uma última esperança,


Não na pessoa, no beijo que aqui repousa,

Que este beijo numa promessa dê-me vida!

Não preciso de tanta paixão para buscar nele a graça,

Que seja da forma como está,

Conforme for de sua promessa!

sexta-feira, 15 de julho de 2022

Te Amo, Minha Vida

 


Há um ponto em que o beijo,

É eterno,

Lá a luz se apaga,

E a lua deixa de fazer diferença,


Tem duas vertentes,

A alma e o coração palpitante,

Tem um guia,

A urgência de pertencer,


Deixa-se o eu num outro lugar,

Entrega-se profundamente,

Como se nada mais tivesse importância,

E em cada uma dessas coisas,


Há a urgência;

Ama-se pela beleza do amar,

E por não querer algo diferente,

Entrega-se pelo apetite da hora,


A cada distanciar do abraço,

Sente-se ferida brutal na alma,

Recusa-se o virar do rosto,

Quer-se o beijo apenas,


Feito o amor leal que se eleva,

Ela busca-o e não se importa em demonstrar,

Sente-se muito acima dos céus,

Apenas por estar acolhida em seus braços,


Mais belo que a fidelidade que alcança as nuvens,

Estar amando sem buscar nada em troca,

É ver o amor estender sua glória sobre a terra,

E ter ela para principal alvo,


Abriga pela cintura por sua mão direita,

Puxada pelo pescoço com mão esquerda,

Sente-o e o busca,

Vê cada parte dele responder as carícias,


O amor liberta aquele que ama,

Ela sentiu isso, assim que pairou o olhar,

No exato instante em que o viu,

Mas muito mais ao abraça-lo,


O amor é algo que no passar do tempo se reforça,

Quem precisará de cidade fortificada?

A força está no abrigo que a mantém,

No olhar que busca por sua boca,


No ardor que percorre a pele;

Que sejam quem for contra

Acusado de desonra,

Que aquele que não ama


Veja-se queimar em agonia,

E que apenas a vergonha venha

A cobri-los com seu manto inseguro

E molhado por suas lágrimas solitárias,


Porque, quando se ama:

Desde o romper da alvorada,

Antes ainda da aurora,

O orvalho chega para molhar o rosto,


Mas não fere e sua frieza não machuca,

Apenas faz ver melhor,

E com isso, tem-se o de mais importante,

O amor,


Então, nele se abriga e despe-se...

Ao amor que dura para sempre!

quinta-feira, 14 de julho de 2022

Com o Tempo

 


Com o tempo,

Toda a dor se torna aguda,

Todo o sorriso tende a se apagar,

E o beijo teima por ser esquecido,


Com o tempo,

Até mesmo o abraço passa,

A sensação de sentir-se bem é trocada,

E um vazio faz morada,


Com o tempo,

O amor cede espaço a cólera,

Dá-se chutes ao vento,

Uivos em noite escura,


Com o tempo,

Quebra-se o perfume preferido,

Apaga-se um pouco do que houve,

Mas o sentimento teima em não ser esquecido,


Com o tempo,

Por mais bom que tenha sido,

Mesmo que uma lágrima teime,

Vê-se o voltar atrás mais distante,


Com o tempo,

O amor como acreditou que seria

Foi embora e ficou lá atrás,

Como uma espécie de brisa fria,


Com o tempo,

O orvalho que era suave sobre a face,

Teima em molhar e fazer mal,

Já não vale a pena madrugar acordada,


Com o tempo,

Se pensa em perdoar,

Aquele que jamais seria esquecido,

Dá-se o tom da dúvida a cada palavra,


Com o tempo,

O certo ganha outra estrada,

Mas, esta estrada está apagando-se na poeira,

Torna-se mais difícil ver como antes se via,


Com o tempo,

Estar onde se está é mais forçoso,

Pensa-se até mesmo em outros lábios,

Vira o rosto para o lado,


Com o tempo,

O pensamento torna-se um sufoco,

Lábios trêmulos já não se buscam,

Palavras pensam antes de serem ditas,


Com o tempo,

Vê-se na história o temor,

O que foi bom pode ganhar outro gosto,

Já não se pensa tanto em sonhos,


Com o tempo,

Dá-se a ele mais alguns dias,

Agora vê-se uma forma de saída,

Não ligar deixa de ser opção,


Com o tempo,

No entanto em meio a tudo isso,

E por causa do fator tempo,

A paixão aumenta e torna-se louca,


Com o tempo,

Não se tem medo de esquecer,

Ganha-se mais certeza quanto ao que sente,

Vê-se o amor com mais maturidade.

terça-feira, 12 de julho de 2022

Contemplação


Abriu os olhos para o infinito,

Encarava o azul anil,

Com um único sentimento:

Existiria amor se desse um passo adiante?


Uma rajada de vento soprou seus cabelos,

Mechas tocaram seus lábios outras os olhos,

Não defendeu-se,

Sentia prazer pelo gesto,


Efeito afago e descompromisso,

Um sorriso mais alegre que antes

Curvou seus lábios,

Mãos delicadas removeram os cabelos,


As suas próprias,

Encarregadas de manter tudo às ordens,

Como se estivessem comungadas à natureza,

Concordantes com a primavera


Que agora, sorria para o sol e abria as flores,

Coloria todo o lugar de única vez,

Havia um acordo em algum lugar...

Um admirável suspiro saiu do seu peito,


Junto com um sentimento de contento,

De um jeito que não saberia expressar,

Todo o universo conspirava,

E tudo se encaminhava para um lugar:


A felicidade, o bem-estar, a completude,

Estremecimento digno de um caule,

Tomava toda a sua pele,

Um arrepio percorria por dentro,


Uma flor voa e toca o chão próximo,

Mais sagrado que os sonhos,

É o momento do presente,

Nele se colhe de tudo um pouco,


E se absorve mais o que sente,

A um metro a sua frente,

A flor repousa desassossegada,

Parece não entender que morre,


Talvez, esteja apenas a germinar a terra,

Forma graciosa vê-la ali tão terna,

A moça a vê, sem comoção,

Continua atenta ao todo que faz comoção,


Um movimento e está ao seu lado,

Mas, não tenta busca-la,

E nem por isso menos absorvida do redor,

Ela estava sozinha ali, é verdade,


Não poderia haver outro alguém,

Quem amava estava um pouco adiante,

Ainda preso no universo do vai-e-vem,

E se não estivesse?


Sentia como se a abraçasse;

Da para entender um amor assim?

Ama-o e o entende mas não o busca,

Para ela basta o amar: o sentir!


E de tudo isso quem poderia definir o culpado?

A flor fresca ao chão e agora sedenta,

Ou o vento que a tudo toca e conforta!

Talvez, este seja algum efeito tardio,


Feito o ciúme que tira o sono

Por nunca conseguir negar o olhar,

Vê-se à primeira vista e apaixona-se,

Mas, esquece de desviar na vez seguida,


Após a distância mantém-se, ainda.

De resto, a parte esse não fechar os olhos,

Esquecer o que significa madrugada,

Ou o tarde demais para qualquer coisa,


Suas pernas não produzem visão agradável,

Com um levantar de pé,

Pisa sobre a flor e a despedaça,

Não sabe dizer se importa-se,


Mas o faz!

A rosa aberta sobre a terra traz novo sentimento,

O sol abre-se parece que gosta:

Contempla, a distância.


 

segunda-feira, 11 de julho de 2022

Levo você, comigo!


Apaixonada, lançava a Henry todos os seus olhares,

Desde os mais singelos aos mais dedicados,

Não haveriam quem duvidasse,

Nestes olhares cabiam seus sonhos,


Os que tinha antes,

Mais os de agora, ao vê-lo,

Antigo coração o que se apaixona,

Volta atrás e busca as melhores coisas,


Faz tudo que pode por quem ama,

Assim, ela foi e nunca se arrependeu,

De artifício ardil usou um poema,

Antigo e pouco conhecido,


Mas que guardava para um dia especial,

No recôndito escondido de sua alma,

Jamais o entregaria a outra pessoa,

Apenas aos seus filhos: um dia,


Qualquer pessoa que as visse agora,

Jamais esqueceria,

Seus olhos escreviam paixão e a alma pronunciava,

Apoderou-se dele tamanha emoção,


O lenço que tinha no bolso ele removeu,

E amarou no pulso dela,

Definiu-a minha com tamanha emoção,

Para isto, precisou alguns passos,


Um segurar através do seu braço,

E um puxar para outro cômodo,

Não houve nem beijo ou abraço,

Apenas uma promessa de olhares,


Também, não houve promessas,

Disso, se encurtaram as juras,

Tamanha a graciosidade do gesto,

Todos viram e não duvidaram,


Alguns pedem grandes declarações de amor,

Para outros, gestos simples bastam,

No lenço não havia um nome,

Mas havia uma morada,


A de uma promessa que ela manteria,

A primeira coisa que ele punha as mãos,

O braço dela,

Depois pegou uma taça,


E sorveu de modo atento e distante,

Adorável lenço,

De onde extraiu todas as suas fantasias,

A noite foi de sonhar e risos bobos,


Absorta no gesto encantador,

Pronunciava o nome dele,

Em sua mente,

Os sonhos que tinha guardava com ela,


Repetia o nome e sonhava com ele,

Beijou o pulso sobre o lenço,

Sorveu o perfume com efeito de álcool,

Sentia todo o corpo entorpecido,


Então, amar era tudo isso,

Ver e querer tanto!

Tanto quanto as palavras iam,

Do caminho das frases, fariam uma curva adiante,


Até onde palavras não se cruzam,

E frases não são capazes,

Um pouco disso tudo, adiante,

Agora, quando dormisse, a noite,


Teria com quem sonhar,

Teria algo em que se prender,

Sentia neste gesto toda a sua alma!

De repente, outro olhar,


Um coração estremece e uma boca sorri,

A outra disfarça,

Ele ainda está ali e a contempla.


Cobrança de Aluguel

Quinze dias na casa nova. Cidade nova. Saudades do pai. Não haveriam novas notícias. Ele estava distante, Estava onde não h...