quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Cai a Tarde, Parte a Saudade

 

Não se trata mais de território sagrado,

Mas de paixão desmedida,

A saudade lamenta, o olhar chama,

É algo de querer sempre estar perto,


Bem, sabe-se que o corpo se acalma,

E a alma? Apenas aplaude,

Ela quer estar perto porque ama,

Ele vem porque o quer...


Será mesmo que a saudade lamenta?

As vezes penso que ela gosta,

Gosta do gosto que fica na boca,

E se diverte das mil vezes em que saio a janela,


Olho para fora a espera e a procurar...

O abraço sangra e os lábios doem,

Desejo tê-lo perto não tenho como fingir,

Alguns homens talvez não entendem,


Mas eu sinto que ele sim;

O coração apenas pulsa e sorri,

Não importa a distância,

Ele tem certeza do que sente,


A espera, então, torna-se sedenta,

Implora pela volta e trabalha o anoitecer,

Oh, doce cair da noite,

Que o traz para meus braços,


O que dizer do quanto conto os segundos?

Diante do sorriso que guardo na face,

Creio que me entenda e com isso,

Guardo as palavras,


Prefiro poupá-las para aquele que amo,

As vezes, chego a pensar que a tarde

Cai distante e sente-se ferida,

Ela sabe o quanto temos afinidade,


E por isso sente pela distância entre eu e ele,

Coisa estranha,

Para ela estar comigo,

Ele precisa estar distante?


Parece que os céus discordam comigo,

Eu também o queria mais presente...

Além do mais, olhando do ponto de vista do alto,

Fica mais fácil acompanhar cada um de seus passos,


Até mesmo o momento em que derruba a carteira,

Ela cai sobre a calçada e abre-se,

De lá cai diversas coisas,

Entre ela minha foto,


Ele atenta-se e a ajunta...

Segura um instante sob seus olhos,

Parece suspirar,

Sinto que a traz para perto do seu peito,


Mas não encosta,

Lábios tremulam e parece sentir minha falta,

Ele não a beija, apenas a guarda,

Então, junta as outras coisas,


Desatento para todo o resto,

Sou importante: me sinto bem!

As nuvens abrem-se e parecem sorrir,

Lá do alto a tarde nada diz,


Apenas cai inerte e a refletir,

Se pudesse me contar algo como ela falaria?

Talvez, ela tivesse tanto a me dizer!

Quem confia no amor é um insensato,


O quero perto, mais que isso: preciso!

Mas quem anda seguro de quem ama

Não teme o escuro e ainda o espera.

No coração de quem ama o amor não corre perigo...


Quem entrega-se não passa necessidade,

Triste daquele que fecha os olhos para não ver,

A solidão é a pior das maldições,

Coitado deste que muito há de sofrer...


Quando outros sentimentos sobem ao poder,

O amor que é flexível cede passagem,

Triste é o coração onde eles se apossam,

O amor se esconde,


O sorriso entristece a face,

Lá fora até parece que nem as flores florescem.


segunda-feira, 19 de setembro de 2022

É Amor

Pensou que era preferível a espada,

Ao invés de tocar a sua mão,

Ao menos a espada saberia como usar,

Mas, a cada toque acelerava a paixão,


O que fazer em seguida?

Confessar o amor que já sabia que sentia!

Neste instante ele baixaria a espada,

E a repousaria com a ponta no solo,


Manteria ainda ao seu poder,

Queria neste momento,

Poder apenas rasgar seus próprios lábios,

E deles extrair as palavras exatas,


Riscou o chão com ela,

Um corte pequeno, vago e fundo,

Não quis por um segundo sequer

Se afundar dentro dele,


Embora o ambiente pudesse ser outro,

Estremeceu e desejou que o fosse,

Quis fechar os olhos e piscar,

Sentiu medo de que ela desaparecesse


E que perdesse de vez o que diria,

Então, sentia a própria boca tremular,

Segurou fundo a espada ao final do risco,

Apertou suave o bastante,


Mas parecia nunca ser o suave da moça,

A mão calejada pelo heroico modo de ser,

Insegura por ter a sua frente seu alvo,

Era mais que o vigor e sentimentalismo de uma batalha,


Havia algo mais importante que o vencer,

Era ter ela ao seu lado,

Saber como tocá-la... o que dizer;

Olhou-a nos olhos,


Quisera apregoar o medo a leilão,

E lá por cada palavra que diria,

Talvez ela fosse em busca da agitação,

E lá escolheria qual palavra seria exata,


Ele nem a permitiria pagar,

Bastava o arremate,

Vendidas a moça mais importante de sua vida,

Entregues as mãos que tanto queria,


Repousadas aos ouvidos como o beijo que guardava,

Suaves a convencê-la como sempre quis,

Trouxe a espada para a perna esquerda- pendida.

Deixou-a ali por um instante,


Depois a recolocou no lugar de antes,

E remexeu-a para frente e para trás,

Seria que havia alguém cuidando eles?

Será que sabiam o que acontecia?


Odiava ser objeto de falatórios,

E ela nunca mereceria tal desfecho,

Sentia suas veias sangrar,

Pela primeira vez sentiu o sangue correr nas veias,


A cada batida do pulsar dela,

Ele parecia contar quantos segundos de vida

Ela havia vivido,

E participar deles como se sempre estivesse lá,


Tivesse sido ferido,

Não prestaria mais atenção nisso,

Mas era diferente, sentia-se curado.

Hoje, o sol daquele dia brilha lá fora,


Faz 15 anos,

E em todos estes ele nunca fez a pergunta:

- Droga, o que eu fiz da minha vida?


 

domingo, 18 de setembro de 2022

...Lembranças

 


Pensou no sabor daquele beijo

E aquele heroico modo em que o conquistou,

No tempo em que levou para consumi-lo,

Saborear cada gesto e gosto seu,


No tempo em que estava sozinho

Não parecia que as coisas se desenrolassem assim,

Não. Não teria como estar apaixonado,

Mas, preferiria, agora, estar em Berlim.


O ar, de apenas 100 metros de distância

Ali, dentro daquelas grossas paredes de gesso,

Imploravam para estar noutro lugar,

Mas, ele não faria o esforço,


Ergueu o copo, sorveu o líquido,

Esticara-se mais na poltrona – imóvel.

Explodira uma guerra na praça de São Pedro,

Mas, dentro dele aquilo tudo não fazia diferença,


Uma cálida expectativa, porém, descria,

E assim percorria por seu corpo,

Poderia jurar que implorava pelo beijo dela,

Embora, talvez, guarde a expectativa apenas para lembrança,


O mundo lá fora não estava nada sereno,

Mas, ali dentro fazia apenas o frio;

Era a tradição ligar mais tarde,

Porém, ele não fazia parte disso,


Não queria que a boa percepção se apagasse,

Que a imagem criada na primeira vez se dissolvesse,

Feito lamparinas cheias de óleo,

Daquelas que prometem queimar para sempre,


O beijo que houve entre eles, não seria apagado,

Ao menos não até a meia-noite,

Porém, depois que fechasse os olhos,

Bem, neste instante, não haveriam garantias.


Sorvia o líquido como se a entornar beijos,

Como se tivesse provado a boca dela mais de uma vez,

Como se a tivesse tocado por uma vida,

Um beijo bem dado é o bastante!


A mistura entre bebida e lembranças

Produz um gosto de, gostaria de vê-la...

Velas, lamparinas e beijos,

A sensação da bebida na boca era boa,


Gotas de sonhos o invadiam através do líquido,

Pensar nela ajudava, mas apenas um pouco,

Trazia-a em suas veias,

O beijo, embora único, foi mais que isso.


Que havia encarnecido antes do tempo

Por meio do tempo e de, um pouco de descrença,

Poderia admitir agora,

Que vivera nela de modo afivelado,


Sim, fez tudo que pode para mantê-la,

Seus cabelos caíam sobre o peito dele,

Deixaram ali um cheiro que não seria esquecido,

Podia ainda cheirar sua pele,


E nela estava um pouco dela...

O perfume assombreado pelos dias,

Parecia querer penetrar mais fundo,

Quem sabe, desejasse fazer morada,


Montar barraca, definir um campo,

Tomar partido de uma parte sua;

Após os vinte anos beijos não são como antes,

Ao menos pelo que pudesse recordar,


Após lábios deixarem sua face roseada,

Tudo muda de perspectiva.

Um rosto sorridente e simples,

Tão singelo que não se esquece facilmente,


Puro e com ar de criança,

Porém, com a atitude e simpatia únicas,

Admirável feito o ar que agora vem da França...


sábado, 17 de setembro de 2022

Amor em Submissão

Os amores nascem,

Não de um acidente,

De uma necessidade,

Um amor é um retorno,


Provêm de um ato seu,

Feito algo de merecimento,

Sim, ele não vêm do acaso.

Ele existe porque é preciso,


Mas não fica apenas por isso,

Esses que amam-se,

Terminam por se adorar,

A questão do amor se ocupa de liberdade,


As vezes, detesta ficar;

O bem-estar de quem se ama,

É preciso retirar de algo intenso e forte,

Que faça tudo valer a pena,


A discordância negada por palavras,

Mas que está presente na face,

Questões de estilo materiais,

Que fogem do fictício para a superfície,


Questão de cuidar como se fala,

Selecionar os pensamentos em que acredita,

Quase à dignidade de uma religião,

Um ato atento ao que sente a paixão,


No coração, tal como se forma,

Ele insiste mas não vive disso,

Um pouco de Deus,

Muito de si mesmo,


Os sentimentos e interesses se combinam,

Corações se alegram e se agregam,

O abraço do amor verdadeiro é rocha dura,

Creio que não aja força mais intensa,


Porém, nem sentimento pior que forçá-lo,

Abraço que é abraço vem de dentro,

Segundo a dinâmica que se estuda para ficar junto,

Esses aspectos são importantes para a manutenção,


E a constância da convivência dos anos,

Os amores desgovernados são opressores,

Corações assassinos não veem outros,

Faz do amor algo fugitivo,


Ele corre e se esconde,

E assim permanece até a morte.

Que ninguém o proteja!

Este que não sabe amar e permanece,


Se a ignorância o cega,

É apenas por não querer ver,

Quem procede com integridade fica seguro,

Este sente e é retribuído,


Mas o amor perverso este cairá,

Agir com falsidade não é bom,

Pois até no beijo injeta-se veneno,

As palavras que saem da boca mantém-se,


Resta a coragem de provar o gosto dos lábios que falam,

Não é a todos que é dada a opção do risco,

Nem são todos capazes de suportar,

Das palavras os atos,


Na boca o gosto – remédio sem antídoto,

Do risco ao consumado – nada pérfido!

O injusto é consumido pela ganância,

Sempre quer mais de tudo que prova,


Nisto não percebe a solidão que o aguarda,

Do repreender ao ato de bajular,

Sempre há uma cobrança...

Onde há submissão,

Há sempre um algo abaixo da missão...


Encosto a caneta no caderno,

A deixo em pé – recostada e desatenta-,

Confesso que penso no seu rosto,

Mordo o lábio como se sentisse neles mais que minha boca.

 

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Alicerce da Saudade

 

Muitos corações partidos recordam a graça,

De acompanhar aquele por quem

Se é apaixonada,

Decorar cada passo,


Cada olhar que se dá,

Roçar a mão sem querer,

Buscar o encontro porque se gosta,

Como as revoluções, por vezes,


Geram revolta,

Amar é um ponto sem meios de apagar,

Existe o direito de revolta sobre ele,

Mas, não paira o direito de esquecer,


É para sempre aquele que busca o bem-querer,

Sincero é o olhar do que entende,

Errado.

Pois a revolta não pertence ao povo,


Pertence ao rei,

E no amor a voz de comando pertence ao coração,

Ali não importa outra coisa senão a paixão,

A razão decai para outro momento,


O de escolher sempre pelo reencontro,

Toda revolução é tida por normal,

Até mesmo o vendaval que mexe por dentro,

Que testa as colunas erguidas numa vida,


Reforça pontos fortes e derruba os fracos,

Apenas por buscar o melhor por quem se ama,

Contém, ela em (sim), legitimidade,

Legítimo é o amor que oficializa,


Fala porque gosta,

Conta porque lembra,

Se alegra porque o vive!

Contudo, fatos revolucionários por vezes desonram,


Confesso não ter me sentido bem

Naquele instante em que você perdeu o caderno

E eu desviei por não saber como juntá-lo,

Mesmo tendo ficado com o cheiro do seu perfume,


Tendo buscado tocá-lo através do pé,

Recordo bem ter marcado seu calçado,

Isso foi quase sem querer,

Logo após perdi meus livros,


Não restou alternativa senão me agachar,

Você não pensou duas vezes para me ajudar,

Com isso, perdeu uma folha sua,

Ela era importante e eu, também,


Mais tarde recuperei me custou um tapa,

Você já não estava ao meu lado,

Porque eu corri na sua frente,

Mas, recordei antes de lembrar cada olhar,


Decorar bem certo a sua face,

Com a folha em mãos esperei ao pé da calçada,

O rapaz que me bateu percebeu,

De um salto encontrou-me,


Extraiu das minhas mãos e a amassou,

Dela nada ou pouco restou,

Palavras não são como atos,

Ela apagam-se e com ela seu conteúdo,


Fiquei triste e estarrecida,

Me escondi atrás do alicerce entre a sala e a calçada,

Assim que você pôs o primeiro pé na escada,

Eu fiquei ao seu alcance,


Não resisti e me joguei de encontro ao seu rosto,

Toquei-o com o final dos meus lábios,

Quase um beijo meu,

Quase um sorriso seu,


Você tocou o alicerce e alcançou meu corpo,

Roçou com os dedos a minha blusa

Logo na altura do final da coluna,

Seria estranho mas recebi uma espécie de ajuda,


Talvez, pois ali ficou a marca dos seus dedos,

Amarrotada a camisa,

E dor pelos dedos que me empurraram ao seu encontro,

Quase um beijo,

Quase um sorriso,


- Te devolvi, falei;

Sorri com lágrimas no olhar,

-É ele, você disse;

Com o olhar molhado por algo,


É, me vi dizer:

- Hoje, a lembrar eu diria que foi outra pessoa,

Mas é ele sim, e permanece até hoje,

E você: é ainda aquela?

Recordo que você disse: era.


Fora a aparência e sem comparações,

Vocês dois juntos, mas não eram parecidos...

Lembro de ter pensado alto comigo,

Porém, mesmo hoje sobre isso,


Ainda não tenho o que dizer,

Mas, o cheiro, que estranho...

O perfume me refiro... entende?

Não digo que foi ciúmes,


Mas, estivesse ao meu alcance,

Jamais a teria permitido a aproximação,

O cheiro, a roupa, o físico do porte

Nem o raspão agora pareceu ao acaso.


Hoje convivo com a saudade,

Me recosto à parede,

Suspiro ante a lembrança:

É, ela existe porque é preciso que exista.


Sussurro alto para mim mesma,

Logo após, abaixo a cabeça;

-Sozinha e você?

Uma voz que não está parece que responde...

quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Para Recomeço de Assunto


Bem, para retornar ao caso,

É preciso dizer que falar sobre isso,

Ajuda a doer,

E não sei se produz outro efeito,


Mas acredito no que digo:

Talvez, ao final faça a diferença.

Se estou descrente?

Em quê, em nós ou no que houve?


Devemos desviar um pouco,

Veja a névoa como esta bela,

No entanto, é vaga e imprecisa,

Poderia se igualar a poeira,


Mas não, embora ofusca,

Da mesma forma,

Contudo é molhada e serena...

Sim, entendo bem o que pensa,


Porém, não quero que o diga,

Sinto sua voz tangível e palpável até mesmo,

Ambas, sobre a névoa e a poeira,

Ambas reais...


Nós, não, creio que nunca fomos,

Não o sinto comigo,

E da mesma forma não o quero.

Acredito que esta névoa torne palpável o que falo,


Veja os contornos que desenha na poeira,

Daqui onde estou quase adivinho...

Vincula-se a ambas da prática a lógica,

Não há nisso maravilha ou surpresa:


O óbvio!

Logo mais adiante,

Ali poderia estar nós dois...

Mas, nada justifica.


Por si só, em visão noturna,

Não passaria de um envelope vazio,

Cada passo até alcançar-nos,

Não há aqui um conteúdo fixo,


A forma do que estaria escrito,

Dependeria do conteúdo,

Você acha que vivemos o bastante?

Que a separação por si mesma se justifica?


Ora, falemos disso com consciência,

O eu te amo que me disseste no começo,

Não o faça de início ou final da palavra,

O sentimento levado em boa-fé,


O que teria de apresentar para ambos?

O meu espanto dependeria de cada palavra...

Sim, analiso de uma a uma,

Não o perdoaria agora mais que antes,


Nisso, em quê eu estaria errada?

Um choque de palavras juntas

Se nivelam a poeira sem névoa,

Não pode ser imputada ao passado,


O que vivemos já está definido.

O rio defende a água,

A brisa defende o ar,

A poeira para se juntar defende os dois juntos,


Você nos prefere em separados?

Sua palavra, neste instante se apresenta absoluta!

O que é dor pode mudar a postura,

Tudo depende de interpretar;


Em todo caso há de censurar as mágoas,

Um de nós dois se engana.

A névoa e a poeira nem sempre se encontram,

Há neste ato ao menos duas junções,


O indivisível, aonde fica?

No quesito fala você é salteador,

Imputemos, para tanto, somente sua dificuldade,

De ouvir, falar, se atentar,


Colisão de desígnios temerosa,

Há uma tempestade e se aproxima,

Há nela irresponsabilidade,

Tudo se mescla, eu me distraio.


terça-feira, 13 de setembro de 2022

Também, Não Importa

Antônio Carlos, como todos os amores antigos,

Que já não importam tanto,

Saíram de cena a algum tempo,

E hoje é posto a julgamento,


Se haverá condena? Não tanto.

Ora, dizemos que foi bom o bastante,

Mas que não merece ser lembrado,

Ele passou daquela etapa de chamado pelo nome,


Apenas fala-se e pensa um pouco,

O que digo sobre ele,

Não pode de jeito algum ser imputado a outro,

A quantidade de saudade depende


De como as lágrimas correm pelo rosto,

E a forma como os lábios tremem,

Assim como o pássaro defende os céus

Da mesma forma que buscam o peixe na água,


Eu também o defendo,

As vezes, não o bastante nem tampouco...

Um choque de princípios efeito “cale a boca”

O relativo ressoa como a brisa sobre a água,


Não atrapalha nem ajuda o peixe que busca,

O vendaval se junta ao ar,

Nem aí as coisas se confundem,

O querer fala mais alto,


O cheiro invade as narinas e toma a boca,

O ato final está-se por pronto.

Resiste o absoluto.

Bem restou as chaves que escolhemos juntos,


A cor das persianas,

E algumas das poltronas...

No mais, tudo foi para fora,

De uma forma ou outra.


O coração sangra este conflito...

Eu apenas escondo os soluços,

É como se dissesse sofra mas em tom baixo,

O que é sofrimento hoje mais tarde é um beijo,


A salvação dos aflitos,

O sonho dos justos,

Não há o que censurar os que partem, foram-se.

Com certeza um coração partido se engana,


Enquanto dois não mentem,

O direito não está entre nós,

Como o colosso de Rodes,

Ele escolhe um ou outro...


Mas, há quem engane-se e este

Engana-se plenamente...

Um cego é tão culpado quanto o que foge,

Imputo, portanto, a saudade que fere,


A colisão da porta quando houve a saída,

Defino-a temerosa.

Qualquer que seja a tempestade prevista,

Aquele pássaro há de, antes,


Juntar o outro que debate-se...

Ali sobre estas águas calmas,

Sinto medo que afogue-se.

A irresponsabilidade me impede,


Fico onde estou e o deixo...

Da mesma forma que o outro fez,

Ajo do mesmo modo.

Os olhos de quem zomba do amor fere,


Zomba e nega obediência ao que sente,

Seu efeito devastador e apaixonante,

É tenazmente arrancado pelos pássaros do vale.

Comida do Leito do Rio

E, Houve fome no rio, Os peixes Que nasceram aos montes, Sentiam fome. Masharey o galo Sofria em ver os peixes sofrerem, ...