sexta-feira, 4 de julho de 2025

Feliz 36 Anos

Um dia antes
A gente tenta
Não pensar
Que fará aniversário.
Procura imaginar
Que fez tudo perfeito,
Que não poderia
Ter feito melhor
Tudo que fez
Em cada ano que passou.
Vê a casa em ordem,
Os filhos bonitos
E bem cuidados,
Os negócios sendo organizado,
O marido a esperar
Um convite seu
Para um local qualquer,
Ou um desejo
De que você tenha vontade...
Bem,
São 36 anos.
Você já tem maturidade,
Já imagina que estar
Ao lado de quem você ama
É tudo de que precisa.
Você busca segurança,
Quer encontrar a família unida,
 É isto,
Dentro do seu peito
Você tem a certeza
De que possui tudo que deseja
Sempre que encontra seu esposo
A te esperar,
Os filhos limpos e amados,
A casa conforme você quer,
É isto!
36 anos
É esta completude
Que você encontra
No aconchego do lar,
No abraço que aquece a noite,
No cobertor sempre mais confortante.
Tenho tudo de que preciso,
Por me entregar
A um bom esposo,
Tenho muito mais que isso,
Confesso, dirigir o carro
Ir até uma loja,
Parar em frente a vitrine
E tentar buscar um algo
Que eu talvez desejasse,
Mas, percebo que tenho tudo.
Mais que desejei,
Tenho todos os mimos,
Tenho o orgulho
De ver os olhos dos filhos
Brilhar de satisfação
Em cada instante
Em que me veem,
Meu esposo sempre
Me buscando,
Onde quer que se encontre.
Se me esquivo,
Eles não se escondem,
Se tenho medo,
Eles enfrentam,
Se o dia tá ruim,
Eles melhoram tudo por mim,
Eu sou completa,
E uma pessoa completa
Tem tudo de que precisa,
Então, neste dia dos 36,
Escolho sair até o pomar
Que nos esforçamos
Para criar durante o ano,
E os próximos...
Colhemos frutas,
Retornamos para dentro de casa,
Eu escolho a receita,
Nós fazemos juntos
Nosso próprio bolo
E eu já não quero buscar lá fora,
Seja um bom café,
Um lindo bolo,
Ou qualquer presente,
Eu tenho tudo,
E olho para nossa família
E vemos que nós temos tudo,
Isto é a graça,
Isto é o encanto,
Lá fora nada me atrai
Mais que o que temos entre nós.
Feliz 36 anos
Sem medo de todos os receios
De que já ouvi falar.

quinta-feira, 3 de julho de 2025

Primeira Noite

Ninguém duvidaria
Que conhecer uma garota
Dentro de um casamento
É o maior erro da vida,
Exceto eu,
Que encontrei a madrinha
Em maus bocados.
Foi desta forma,
Eu me servi da décima taça
De champanhe,
Me cansei dos risos moderados,
Comentários sérios,
Peguei uma garrafa e saí.
-Adeus, Anderson.
Feliz casamento!
Gritei na saída,
A uma distância singela
Do noivo que sorriu
Um tanto ruborizado,
A festa pelo visto seguiria...
A caminho do meu carro,
Em meados da calçada
Do jardim,
Uma mão enluvada sai
De uma moita de flores
E pega em meu pé.
Eu teria caído,
Contudo, estava com
Uma garrafa em mãos,
Tropecei,
Olhei para o chão
E a vi.
- uau, garota.
Você bebeu um pouco?
Indaguei.
Ela levantou o rosto
Que babava de tão alcoolizado,
Avermelhado e desejoso.
- me ajuda.
Me perdi da festa.
Me respondeu.
Eu ri alto.
- se perdeu bem distante.
Informei me acocorando,
Coloquei a mão no seu rosto,
Ela tomou a garrafa
Assim que me olhou nos olhos,
Sorveu um gole intenso.
- estou com muita sede.
Me disse.
Parecia ser uma das madrinhas,
Estava deslumbrante
Em um vestido lilás de seda
Colado ao corpo cheio.
A ajudei a ficar sentada,
Olhei para trás,
Vi que nada tinha para fazer,
Me sentei ao seu lado,
Lhe tomei a garrafa,
Bebemos juntos
Recostados naquela flor.
Ao final da garrafa,
Transcorreu horas,
Veio o sereno da noite,
Um véu de nuvens sobre o céu
Estrelado
E enfim, Miríades sobre meu peito.
Nos abraçamos
Empolgados,
Embriagados
Totalmente distantes
De quem sabe o que faz.
Logo, ouvimos burburinhos,
Nos escondemos mais
Para o meio do jardim,
E fizemos amor em pleno gramado,
Nus próximos a todos
Os convidados,
Suficientemente escondidos.
Ela era a irmã da noiva,
Trazia com ela
O anel de noivado
Que foi removido
E trocado pelas alianças,
Dado a ideia engraçada,
Eu não resisti em pedir
Para ver.
Ao ver,
Me encantei mais
Com o olhar de Miríades,
O anel estava já em sua mão,
Merecia estar naqueles dedos,
Era incrivelmente perfeito.
-Miriades, casa-se comigo?
Sou Lucir.
Indaguei.
Ela sorriu,
Se encaixou em meu pescoço,
Eu coloquei o anel em seu dedo,
Foi tudo tão rápido,
Encantador.
Meu peito acelerou,
Eu percebi que a traria
Por toda a vida
Junto comigo
E que não havia nada
Mais que eu quisesse.
A abracei,
Segurei firme suas costas,
Beijei seu rosto,
Sua orelha.
Fizemos amor,
Outra vez,
Sem conter o desejo,
Sem conter os gemidos,
Lá no fim,
Com ela sobre meu corpo
Eu não resisti:
- vou gozar,
Gostaria que fosse
Dentro de você!
Ela baixou o rosto
Para meu peito,
Beijou-me até os lábios
Então disse : “sim”.
Sei lá,
Acho que estamos grávidos.
Ela agora dorme serena
Sobre meu peito,
Eu espero as estrelas,
E se não vierem não importa,
O que há de mais perfeito
Já houve:
O amor!
- “sim.
Eu te amo”.
Falei em seu ouvido.
Ela ressonava
Segura em meus braços,
Mexeu a cabeça
Em confirmação.

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Sim

Celio estava dirigindo
Compassivo o seu Vectra branco,
Escolheu aquele carro
Para levá-lo
Ao seu próprio casamento,
No instante em que pôs
Os olhos nele
Pareceu o mais apropriado,
Contudo, vendo seu reflexo
No espelho,
Vestido num terno branco
E sapatos na mesma cor,
Duvidou um pouco.
Todavia, feito o sol que descia
No horizonte,
Lucrécia lhe deu liberdade
Para escolher a própria roupa,
Ela preferiu a moda antiga
Casa qual escolhe sua roupa
E só permitido ver um ao outro
Vestidos nela
No próprio instante,
Caso contrário,
Dava azar.
Seria uma linda surpresa,
Ele pensou e sorriu feliz.
Neste instante,
Um carro escuro
Que seguia a sua frente,
Fez uma manobra arriscada
E o obrigou a frear com força
Sobre a pista.
Seu pneu estourou
E ele fixou-se em único
Pensamento
Ao ver o carro suspender,
Pender para o lado
E virar para cima
Rolando sobre a pista
Até cair no barranco.
Seu pensamento era Lucrécia,
Seu rosto lindo,
Seu sorriso
E seus olhos escuros
O esperando para seu beijo,
Vestida de branco
Ou talvez em outro tom
O esperando para o sonhado “sim”.
Dentro do carro capotado,
Com dois pneus virados
Para cima,
Os outros enterrados no solo
E seu corpo contraído
Sob a pressão do banco,
E do volante contra ele,
Ele lembrou de dizer em voz alta
“sim”.
Depois fechou os olhos
E desmaiou.
A dor foi intensa demais
Para que ele conseguisse suportar.
Ninguém o ajudou,
Passados algum tempo,
Ele acordou,
Abriu os olhos e sentiu
A nuvem de lágrimas
Descer sobre seu rosto.
Arfou de dor,
Tentou remover o cinto
De segurança
Que o mantinha preso
Contra o banco do carro.
Com esforço,
Conseguiu.
Saiu do carro.
Colocando uma mão
Na lateral da porta
E se puxando para fora.
Lembrou de pegar o celular
De sobre o painel do carro,
Ao conseguir sair,
Se puxou para fora,
Caiu sobre um gramado
E sujeira intensa.
Sua primeira reação
Foi ligar para a noiva.
A informou com voz
Murmuriosa e amedrontada
O que ocorreu no trajeto
Que o levava ao local
Do casamento.
Ela arfou de medo,
Dobrou o corpo até o chão,
Segurando o celular.
- sinto dor.
Preciso de você agora.
Ele disse.
- meu amor,
Jamais desistiria de você.
Eu o amo!
Respondeu Lucrécia.
- estou sujo.
Ele respondeu,
Com o rosto colado no chão,
Imaginando o estado
Em que estariam as suas roupas,
De sujeira e, talvez, sangue.
- me diga aonde você está.
Irei te buscar.
Ela gritou a chorar
Desesperada.
Célio passou a localização,
Através do aplicativo.
Depois se puxou para fora
Do carro totalmente.
Colocando-se em pé,
Viu o terno branco sujo,
Sua perna estava manca,
A barriga estava cortada
E sangrava.
Atordoado,
Ele soltou o peso do corpo
Para trás,
Se recostando no carro
Em prantos.
Olhou para a estrada geral
E não viu ninguém,
O homem que causou o acidente
Fugiu sem ajudar.
Não havia ninguém na estrada,
Estava tudo deserto.
Contudo, Lucrécia
Estava decidida de seu amor,
Buscou um helicóptero,
Carregou de rosas,
E foi ao encontro de Célio.
Ao avista-lo,
Saiu na porta,
De lá de cima
Gritou o quanto o amava,
Jogou flores sobre ele,
Jogou todas as que trouxe,
Pois de tão nervosa,
Pegou até mesmo o buquê
E despetalou.
Então, sobrou as hastes apenas.
Segura de si,
Jogou uma escada de corda
Para ele,
Ele subiu alguns degraus,
Depois fez sinal para seguir.
O helicóptero seguiu,
Célio continuou dolorido
No início da escada,
Lucrécia desceu até ele,
Ao encontrarem-se se beijaram
E se abraçaram forte,
Sem se soltar,
Até chegarem na praia
Onde se casariam.
Em pé na areia da praia,
Seguiram de mãos dadas
Até o altar,
Não se importaram com a roupa
Ou a ausência do buquê,
Chegaram e todos os convidados
Já haviam chegado,
Então, todos se levantaram
Para recebê-los,
Eles olharam um para o outro
E disseram “sim” juntos.
Haviam carreiras de cadeiras
Do lado direito
E do lado esquerdo,
Pessoas sentadas,
Logo, em frente
Estava o altar sobre o final da areia
Próximo ao mar,
A água chegava,
Tocava em seus pés
E retornava.
Lá estava o juiz
Com o documento que
Formalizava a união,
Os pais dos noivos
E os padrinhos em pé.
Todos ficaram assustados
Ao vê-los esbaforidos,
E Célio parecia sujo,
No entanto, ele disfarçou a dor,
E ninguém notou que ele
Estava com o terno sujo.
Tudo foi tão perfeito
No instante em que ambos
Se beijaram
Que nada pareceu
Estar discordando da cerimônia.

Alvo Localizado

Quem encontrar o Corsa
Rosa bordô no final
Do morro em que ele caiu,
Vendo o estado em que ficou,
Jamais imaginara o que houve.
O fato de ele,
Ter escolhido cair,
Exatamente,
Dentro daquele cemitério,
Diante das ruínas
Que causou auxilia
No finalismo da história,
“Ninguem saber a razão
De ele se encontrar
Onde se encontra.”
O rosto deformado
Do condutor
Nada acrescentará
Para que busquem a razão
Do que será considerado
Puro acidente.
O fato de ter cavado
A própria cova
Ao cair justamente
Dentro do cemitério
Destruindo jazidas, túmulos
E espalhado ossos
Para todo o lado,
Auxilia em muito
No rumor que irá circundar
O fim daquele condutor:
“desvairado, destruidor
De memórias familiares”.
Patrick, olhou da beira
Do asfalto,
Logo antes da vala
Cujo gramado foi arrancado
Quando o carro caiu,
Deixando um rastro
De terra e barro a mostra,
E bateu palmas.
No fim de onde sua vista
Conseguia perfeitamente ver
Estava o Corsa,
Mergulhado dentro de um túmulo.
Ele riu consigo mesmo,
Nunca foi tão perfeito.
Pegou no volante de sua moto,
Subiu nela,
Colocou o capacete
E saiu feroz,
Fazendo curvas sobre o asfalto,
Suado de geada do inverno,
Que ainda derretia.
Deu uma última olhada
Pelo retrovisor,
Não havia nada,
Testemunha nenhuma
Que retrataria o que houve.
Ele fez a curva
Que o desviava de poder ver
O local onde planejou tudo
E executou,
Uma última vista
Lhe permitiu ver
O morro de árvores e pedras
Onde se escondeu
Para esperar e encerrar este caso.
Logo as seis da manhã,
Chegou ao local escolhido
Para executar sua intenção:
A curva logo acima do cemitério
Da cidadezinha simples
Do Sul do Brasil.
Próximo ao final do asfalto,
Desceu da motocicleta,
Olhou para o ponto previsto,
Encontrando pedras para
Proteger seu corpo
E árvores para camufla-lo,
Subiu.
Segurou firme
No volante da moto,
E a empurrou usando
A força dos seus braços.
Chegado na metade do caminho,
Retirou um facão
De dentro de uma caixa preta,
Cortou alguns ramos,
A escorou numa árvore,
E pôs os ramos sobre ela.
Vendo-a totalmente escondida,
Retirou a caixa preta
Que estava amarrada nela,
Subiu mais para cima,
Encontrou a pedra,
O chão úmido de inverno,
As árvores postas
Conforme sempre foram,
Se ajoelhou no chão,
Retirou a arma de dentro da caixa,
E se colocou de bruços.
Ali a visão era perfeita
Para o asfalto,
Límpido e a derreter a geada,
Logo o Corsa bordô
Que desejava passaria
Calmamente por ela,
E Elton nunca estaria mais
Pronto que estava agora.
Arma em punho,
Olho no alvo,
Elton observava o tráfego,
O sol da manhã batia
Contra o para-brisa
Dando um instante de cegueira
Ao condutor do veículo,
Seria o instante mais preciso.
Elton beijou delicadamente
A coronha do rifle
Que segurava com as mãos firmes,
Sentiu o cheiro do metal
Subir de suas mãos até a narina,
Tão frios a congelar os dedos,
E o calor da coronha
Que o roçava a face,
Como se fosse uma carícia
De tão quente
E convidativa.
Há muitos anos
Que a arma foi escolhida
Como a melhor amiga,
Embora ele não falasse
Sobre o assunto,
Sabia que não a substituiria.
Silenciosa, precisa e finalista,
A tudo ela resolve,
“Da seu jeito”.
Companheira inseparável.
Sorrindo,
Mordendo a coronha
Do rifle,
Ele avistou Leocir
Iniciando a curva
Onde ele se encontrava,
Tão próximo
A poucos metros sobre o asfalto.
Ele desviou milímetros
O rifle para frente,
Afastando-o de sua boca,
Provando o gosto
Que o desfecho lhe provocava,
Sentimento de liberdade,
E finitude.
Então, pôs o dedo
Sobre o gatilho,
Puxou o gatilho com um click
E o soltou no mesmo instante:
“ tra”.
Fez a bala quando
Estourou o para-brisa de Leocir,
E encontrou seu crânio.
Sangue voou para o vidro,
Um leve espasmo
De dor e medo
Ganhou o rosto dele,
E retirou suas mãos
Do volante.
O carro desviou no mesmo
Instante de sua rota,
E alcançou o fim da rodovia,
Passou pelo gramado
Como se derrapasse,
Entrou para o relevo de terra
Que havia,
Correu um pouco mais
E alcançou o cemitério.
Derrubando casas de mortos,
Carregando consigo jazigos
E encontrando um para si próprio,
Onde afundou e ficou preso.
Com uma roda totalmente dentro,
E outras duas balançando
Ao vento,
Enquanto a quarta tocava
O chão e uma sepultura.
Ossos se espalharam
Por toda parte,
Elton sorriu,
Guardou o rifle na caixa preta,
Se levantou,
Limpou a roupa que usava,
Pegou a motocicleta
Logo a frente,
E pôs-se sobre o asfalto.
Não havia barulho
Exceto o do carro que
Mantinha os faróis acesos,
E despertava o alarme.
Não havia testemunha,
Apenas ele, a moto, o rifle
E Leocir dentro da cova.

sábado, 28 de junho de 2025

Obsessão Maldita

No dia 28 de junho
Do ano 2025,
Angélica passou de carro
Em frente a residência
De Miranda,
E gostou do lugar.
Sem pestanejar
Indagou o preço
Para ela.
- Não vendo senhora.
Eu gosto muito daqui.
Respondeu ela.
Angélica não gostou
Da resposta,
Ela era acostumada
A ter tudo que queria,
No mesmo instante.
Organizou um namorado
Para Miranda,
Um rapaz bonito
Conhecido de Angélica,
Organizou como se conheceriam,
E pediu a ele para entrar
Na casa de Miranda
E valorar os móveis,
Estado da residência,
E o terreno.
Queria tudo minucioso,
De preferência que
Lhe fosse encaminhado fotos.
Assim foi feito,
Fabiano gostou de Miranda,
Ele era solteiro,
Gostava de variar garotas,
Ela seria uma nova garota,
Porém, do bairro Veneza.
Entrando em sua casa,
Tirou as fotos,
Enviou para um grupo
De amigos,
Onde Angélica estava.
Logo, Angélica organizou
Um acidente contra Miranda,
Que passou a achar
O bairro perigoso.
Após isto,
Angélica deu a Fabiano
Um roupeiro feito por encomenda
Para a casa de Miranda,
Fabiano o fez,
Recebeu de Angélica
Uma gorjeta,
Recebeu de Miranda
Um presente de volta,
Em razão da felicidade desta
Em ganhar um presente
Tão prestativo e bonito.
Contudo, Angélica
Pagou a Fabiano
Desta vez,
Que botasse fogo
No roupeiro,
Enquanto Angélica dormia,
Depois saísse de lá,
Na calada da noite,
Com tudo pronto,
E Miranda para garantir
Afogada no travesseiro
Por ele.
O roupeiro era feito
De compensado,
Este material da o fogo
Se alastrar com facilidade,
E queima sem fazer fumaça
Como faria se fosse
Madeira comum,
Também não faz tanto calor,
Apresenta mais labaredas
Que sinais de existência comuns.
Só após ele queimar
É que a fumaça se instala,
Contudo, quem olha
Tem a impressão de ele
Estar inteiro,
No entanto, está queimado
Por completo
Sem apresentar nem ao
Menos sinais de carvão,
Passa a ideia de que fosse fogo falso.
Tudo foi feito,
O fogo foi iniciado
Não apresentou fumaça
Queimou feito palha seca,
Contudo, Miranda conseguiu
Acordar,
Com as labaredas
Queimando seu quarto
Cortinas, foro e cama.
Mesmo com todo o fogo
Ela conseguiu abrir
A janela e se atirar do quarto
Através dela,
Caiu na brita sobre o jardim,
Conseguiu se arrastar
E sair de lá.
Foi até o jornalismo local,
Contou sua situação
De ter tido toda a casa queimada,
E ganhou dos vizinhos
Móveis novos,
E tudo o mais que precisou
Para se recuperar,
No entanto,
Não entendeu quem era
Fabiano
E continuou ao seu lado.
De casa nova,
Foi pedida em noivado,
Desta vez,
Nesta noite
Junto das alianças
Ele trouxe maconha,
Puxou o cigarro,
Fumaram juntos,
Não tardou e colocou fogo
Nas cortinas,
No entanto, Miranda apagou.
E olhou para ele
Boquiaberta,
Ela conseguiu desconfiar dele,
Foi início para se defender
Do relacionamento abusivo,
Organizado por uma estranha
Interesseira e ambiciosa.
Contudo, comprando
Um fogão a lenha,
O fogão passou o calor
Para a cozinha que era de compensado,
Toda feita de maneira planejada
Para a casa.
Quando Miranda saiu
Do quarto,
Vendo o fogo se alastrar
Rapidamente,
Sem nada queimar
Achou que poderia
Passar pela cozinha
Para fugir de dentro de casa,
Com isto,
Ao chegar na cozinha
O cheiro que era muito intenso,
Mas não apresentava cor
Como apresentaria se fosse
Fumaça comum,
A afogou.
Sem poder respirar ela desmaiou,
Caiu em meio a cozinha,
Mole e com dificuldade
E o calor foi se intensificando,
O fogo cobriu o teto,
Alcançou todos os móveis,
Pois sua casa era rodeada
De móveis e bibelôs,
O teto derreteu sobre seu corpo,
Ela teria morrido.
Mas, Fabiano vindo vê-la
E trazendo pinhão
Para comer assado sobre a chapa,
Ao entrar na casa,
A viu caída no chão,
E se jogou para dentro
Daquele fogo,
Retirou o foro de PVC
Que queimava sobre ela,
Arrancou lascas de pele,
E cabelos nele.
Chorando, pegou ela nos braços
E a levou para fora,
Ao chegar no sereno
Da noite,
Caiu desmaiado
E sem forças
O cheiro do compensado
Queimando era muito forte,
Parecia obstruir sua respiração,
Rasgar ele por dentro.
Um caminhão dos bombeiros
Chegou,
Quebrou o portão
E retirou ambos de lá.
Depois apagaram o fogo.
Restou todo o quarto,
E sala chamuscados,
Praticamente tudo
Teve de ser trocado.
Fabiano e Miranda
Sofreram grandes queimaduras,
Foram obrigados
A usar faixas sobre o corpo
Com remédios,
Principalmente Miranda.
Era a segunda vez
Que ela chamuscava,
Contudo, está última
Quase foi definitiva.
Optou por não morar sozinha,
Pediu a ele para ficar com ela.
Ela sentada sobre o sofá,
Com ele ajoelhado
Em sua frente,
Com as duas mãos
Sobre a mão queimada dela.

sexta-feira, 27 de junho de 2025

Profissão Assassino

Irene seguia pela calçada,
Desviando das pessoas
Fazendo sua corrida matinal
Com uma garrafa de água
Em mãos.
Em certa altura,
Ela parou ver o sol nascer,
Ficou em pé,
Pondo um pé sobre um banco
De madeira e ferro
Localizado próximo a uma loja.
Um homem
Que estava abrindo o portão
De garagem que cobria
A entrada
Para deixar a parte de vidro
Exposta,
Vez que, dentro de poucas horas
Abriria a loja.
Olhou-a,
Da altura do chão,
Enquanto puxava o portão
Manteve o olhar.
Soltou o portão,
Abriu a loja,
Entrou e saiu pela porta.
Mantendo-a fechada.
Sua vitrine era perfeita,
Ele vendia artigos femininos.
Saindo de lá,
Ele encerrou por desviar
De um carro escuro
Parado em frente a loja,
Pegou um chapéu
De abas de cor roxa
E veio em sua direção.
Ele era um lindo homem,
Moreno, alto, cabelos compridos
Até a orelha, escuros,
Olhos vibrantes,
Porte atlético.
-Ola. Quer companhia
Para a corrida?
Indagou enquanto
Se aproximava dela
Vestindo o chapéu.
Com as duas mãos,
Uma em frente ao rosto,
Outra na nuca,
Depois soltou ambas
Ao lado do corpo.
- já cansei.
Estou descansando,
Na verdade.
Irene respondeu.
Delmo insistiu:
- vamos continuar,
Eu te acompanho.
Depois estendendo
A mão para ela,
Se apresentou:
- sou Delmo.
Ela sorriu com prazer.
- sou Irene.
Respondeu, aceitando
 Cumprimento.
Ambos iniciaram a corrida,
A passos lentos,
Deram uma volta
Em torno da quadra
E retornaram ao mesmo lugar.
- vamos até minha loja,
Logo irei abri-la.
Eu não atendi o pessoal,
Tenho funcionárias
Para isto,
Mas gosto de abri-la
Todos os dias.
Respondeu.
E apontou em direção
A loja.
- claro.
Será um encanto.
Respondeu.
E seguiu ele até a loja.
Ele a abriu,
Depois fechou por dentro,
E se direcionou
Para os fundos.
Lá serviu um café a ambos.
- eu fico bastante tempo
Aqui atrás,
As vezes, até durmo.
Disse pra ela,
Enquanto alcançava
A xícara de café.
Havia uma sala enorme
Contendo uma cama,
Sofá, televisão e depois
Um jardim lindo.
Ela aceitou o café,
Tomou.
Neste instante,
Delmo aproximou-se dela,
A envolvendo pela cintura,
Lhe prendendo contra
Seu corpo quente e suado.
- você mora aonde?
Ele indagou.
Ela rapidamente
Passou o endereço.
Ele sorriu.
Então a beijou sôfrega
E descontroladamente,
Beijos tão intensos
Que lhe tiravam o ar,
Apertou seus lábios tão fortes
Que a fizeram sangrar.
Com um rodear
De seu corpo,
Ele colocou a mão
No bolso dela
E encontrou a chave
De sua casa,
A retirou,
Jogou no chão.
Depois a apertou
Para si,
Como se quisesse
Quebrar sua coluna,
Então, levou as duas mãos
Sobre o pescoço dela
E apertou.
Ela gemeu de encontro
Aos lábios dele,
Não fez um único ruído
Audível que pudesse
Ser identificado
Como recusa.
Depois, fechou os olhos,
E selou sua boca.
Com rapidez severa
Delmo retirou as roupas
De Irene,
Deixando ela totalmente nua.
Neste instante,
As vendedoras da loja
Chegaram, abriram a porta,
Viram a chave de Delmo
Sobre o balcão,
Perceberam que ele
Se encontrava na loja,
E não importunaram
 Conforme eram suas ordens:
“nunca irem até lá atrás”.
Delmo aoroveitou
Do prazer que sentiu
Pelo corpo de Irene,
Satisfez sua atração
Até suar sobre ela,
Sentindo seu corpo mole,
Vibrar de um lado
Para o outro
Diante de suas investidas frenéticas
E violentas.
Depois ele a amarrou
Numa tábua,
Dobrando a tábua
Para trás,
Num movimento
De deixá-la totalmente livre
Para seu prazer.
Encerrado o ato,
Retirou o tapete do chão,
Abriu um alçapão,
E jogou Irene lá dentro,
Morta.
Jogou areia e cal sobre ela,
E fechou de volta,
Depois de vê-la sumir
No fundo daquele abismo.
Saciado,
Pegou as chaves dela,
As chaves do carro
E foi até sua casa,
Saqueando tudo que encontrou.
Juntou cada peça de roupa,
Cada pertence,
Levou tudo para casa
E etiquetou,
Sentindo o cheiro de cada peça,
Saboreando a delícia
De seu crime fresco.
Neste período de tempo,
Eram quatorze horas
Quando Irene acordou,
Sentindo dores intensas
Na coluna,
E na região do pescoço.
Não podia respirar,
Tateou em volta de si própria
E encontrou alguma coisa
Como se fosse algumas pessoas,
Tentou falar e não pôde.
A todo custo,
Levou a mão para o alto,
Encontrou liberdade
Para o braço,
E conseguiu sair dali
De dentro.
Empurrou o alçapão,
E ao encontrar a luz
Olhou onde estava
E viu cabelos de diversas
Cores próximo a ela,
Puxou para cima,
E notou que era uma pessoa,
Puxou o outro e também era.
Conteve o grito,
Por não ter recuperado
Totalmente o fôlego,
Se segurou na entrada
Do alçapão para sair
Para fora,
Viu braços atolados
Em cal e terra,
Parecia ser um espaço
Que iniciava ali
E seguia para a frente
Em direção ao jardim.
Ela sentou no chão
E lembrou de Delmo
Com dificuldade,
Seu beijo veio
Feito um reflexo em sua mente,
Seu corpo tremeu violento
De medo,
Notou, assim, que estava nua.
Percebeu que sua
Região íntima estava inchada,
Roxa e sangrava.
Ela sentia dores intensas,
Se levantou de lá,
Foi até o muro do jardim,
Pulou o muro com esforço,
E nua seguiu pela rua.
Isto chamou a atenção
De algumas pessoas,
Logo uma viatura
Estacionou atrás dela,
Deu voz de prisão,
E ela foi conduzida a delegacia
Para prestar explicação.
Emudecida,
Ela apenas olhava
O rosto do policial,
Tomava água
Que ele lhe deu,
E chorava.

A Invenção do Aceno Real

Na data em que
O sol era um tronco
De lenha,
Os três reis do ouro,
Do diamante e da pérola
Se reuniram fora
De seus castelos.
Sem ter o que fazer
Para entreter Bruce Wayne
E seus irmãos,
Eles acenaram na direção
Do horizonte,
Lá existiu o primeiro
Aceno do rei.
Após cansarem de fazer
Este gesto repetidas vezes,
Vez que Bruce Wayne,
Pitelmario e Brucano e Brucano,
E seus irmãos Mohameiro,
Efru e outros dançavam ao redor,
Batiam suas patinhas e asas
De felicidade,
Eles passaram a mexer
Suas mãos não de
Um lado para o outro
Conforme anteriormente.
Fizeram o gesto de frente
Para trás,
E a turma ficou ainda
Mais feliz.
Eram tempos de crise
Naquela data,
A chuva estava escassa,
Isso prejudicou o volume
De água na represa,
O que obrigou-os a economia,
E isto, causou-lhes medo.
A ausência de chuvas
Fez a areia ficar seca
E às tamareiras perderem
Suas flores antes ainda
De o fruto nascer,
Causou, também, o retardo
Do nascimento do cacho
De tâmaras
E por fim, a seca
E morte de muitas tamareiras.
Às tamareiras caíam
Aos seus redores
Ocasionando impacto
E medo neles.
Seus troncos
De tão secos
Ao encontrarem a areia
Se partiam
E se esbugalhavam.
As folhas das tamareiras,
Caíram e algumas
Pegavam fogo
Como se alguém tivesse
Jogado fagulhas sobre elas.
Ver o campo secar
E cair aos seus pés
Foi triste para todos
Os reis.
As crianças, desistiram
De brincar,
Contudo, a invenção do aceno
Foi uma ideia positiva
E eles, finalmente, sorriram.
Os acenos dos três reis
Foi tão intenso,
Que a força de suas mãos
Chegou ao sol,
Que queimava seu núcleo
Feito de um enorme tronco
Redondo de madeira
Sem parar.
A fumaça daquela queima
Sentiu a atração dos acenos reais,
Feito um vento
Eles ficaram a fumaça
E a atraíram para a terra,
Isto fez extensas nuvens,
Pesadas e escurecidas.
Ao seu aproximarem dos reis
Estás nuvens se dissiparam
Em chuvas leves e frias.
A chuva continua
Molhou a areia,
Fez florescer a tamareira,
E renascer tamareiras
A partir de suas sementes
Caídas sobre as areias.
Logo, uma flor
Em formato de copo de leite
Emergiu das profundezas
Feito uma vertente insaciável,
Ela era branca e suave,
Enorme e vibrante.
Apenas uma flor
Em meio as areias,
Sem folhas,
Só a haste gigante,
E a flor ainda maior.
As crianças e os reis,
Ficaram pequenos
Diante da imensidão,
Que fez sombra para
Muito além deles.
No entanto, ao chegarem
Próximo a ela,
Ela descia até seus pés,
Corajoso, Bruce Wayne
Subiu nela
E logo foi levado
Para cima,
E pôde descer escorregando
Por suas beiradas,
Até alcançar o chão.
Assim, fizeram todos
Os outros,
Até mesmo as três altezas reais,
Chovia na areia,
E todos brincavam
Na enorme flor.
Eles se abraçavam 
Uns aos outros,
Pegavam os mais pequenos 
No colo,
E escorregaram sem parar
Por longas horas,
E a chuva parecia lhes sorrir
Dos céus acinzentados.

Querida Mamãe

Amada mamãe, Te agradeço hoje, Pelos meus primeiros dias De vida, Aqueles em que eu era Tão pequena criança, E você me abr...