Irene seguia pela calçada,
Desviando das pessoas
Fazendo sua corrida matinal
Com uma garrafa de água
Em mãos.
Em certa altura,
Ela parou ver o sol nascer,
Ficou em pé,
Pondo um pé sobre um banco
De madeira e ferro
Localizado próximo a uma loja.
Um homem
Que estava abrindo o portão
De garagem que cobria
A entrada
Para deixar a parte de vidro
Exposta,
Vez que, dentro de poucas horas
Abriria a loja.
Olhou-a,
Da altura do chão,
Enquanto puxava o portão
Manteve o olhar.
Soltou o portão,
Abriu a loja,
Entrou e saiu pela porta.
Mantendo-a fechada.
Sua vitrine era perfeita,
Ele vendia artigos femininos.
Saindo de lá,
Ele encerrou por desviar
De um carro escuro
Parado em frente a loja,
Pegou um chapéu
De abas de cor roxa
E veio em sua direção.
Ele era um lindo homem,
Moreno, alto, cabelos compridos
Até a orelha, escuros,
Olhos vibrantes,
Porte atlético.
-Ola. Quer companhia
Para a corrida?
Indagou enquanto
Se aproximava dela
Vestindo o chapéu.
Com as duas mãos,
Uma em frente ao rosto,
Outra na nuca,
Depois soltou ambas
Ao lado do corpo.
- já cansei.
Estou descansando,
Na verdade.
Irene respondeu.
Delmo insistiu:
- vamos continuar,
Eu te acompanho.
Depois estendendo
A mão para ela,
Se apresentou:
- sou Delmo.
Ela sorriu com prazer.
- sou Irene.
Respondeu, aceitando
Cumprimento.
Ambos iniciaram a corrida,
A passos lentos,
Deram uma volta
Em torno da quadra
E retornaram ao mesmo lugar.
- vamos até minha loja,
Logo irei abri-la.
Eu não atendi o pessoal,
Tenho funcionárias
Para isto,
Mas gosto de abri-la
Todos os dias.
Respondeu.
E apontou em direção
A loja.
- claro.
Será um encanto.
Respondeu.
E seguiu ele até a loja.
Ele a abriu,
Depois fechou por dentro,
E se direcionou
Para os fundos.
Lá serviu um café a ambos.
- eu fico bastante tempo
Aqui atrás,
As vezes, até durmo.
Disse pra ela,
Enquanto alcançava
A xícara de café.
Havia uma sala enorme
Contendo uma cama,
Sofá, televisão e depois
Um jardim lindo.
Ela aceitou o café,
Tomou.
Neste instante,
Delmo aproximou-se dela,
A envolvendo pela cintura,
Lhe prendendo contra
Seu corpo quente e suado.
- você mora aonde?
Ele indagou.
Ela rapidamente
Passou o endereço.
Ele sorriu.
Então a beijou sôfrega
E descontroladamente,
Beijos tão intensos
Que lhe tiravam o ar,
Apertou seus lábios tão fortes
Que a fizeram sangrar.
Com um rodear
De seu corpo,
Ele colocou a mão
No bolso dela
E encontrou a chave
De sua casa,
A retirou,
Jogou no chão.
Depois a apertou
Para si,
Como se quisesse
Quebrar sua coluna,
Então, levou as duas mãos
Sobre o pescoço dela
E apertou.
Ela gemeu de encontro
Aos lábios dele,
Não fez um único ruído
Audível que pudesse
Ser identificado
Como recusa.
Depois, fechou os olhos,
E selou sua boca.
Com rapidez severa
Delmo retirou as roupas
De Irene,
Deixando ela totalmente nua.
Neste instante,
As vendedoras da loja
Chegaram, abriram a porta,
Viram a chave de Delmo
Sobre o balcão,
Perceberam que ele
Se encontrava na loja,
E não importunaram
Conforme eram suas ordens:
“nunca irem até lá atrás”.
Delmo aoroveitou
Do prazer que sentiu
Pelo corpo de Irene,
Satisfez sua atração
Até suar sobre ela,
Sentindo seu corpo mole,
Vibrar de um lado
Para o outro
Diante de suas investidas frenéticas
E violentas.
Depois ele a amarrou
Numa tábua,
Dobrando a tábua
Para trás,
Num movimento
De deixá-la totalmente livre
Para seu prazer.
Encerrado o ato,
Retirou o tapete do chão,
Abriu um alçapão,
E jogou Irene lá dentro,
Morta.
Jogou areia e cal sobre ela,
E fechou de volta,
Depois de vê-la sumir
No fundo daquele abismo.
Saciado,
Pegou as chaves dela,
As chaves do carro
E foi até sua casa,
Saqueando tudo que encontrou.
Juntou cada peça de roupa,
Cada pertence,
Levou tudo para casa
E etiquetou,
Sentindo o cheiro de cada peça,
Saboreando a delícia
De seu crime fresco.
Neste período de tempo,
Eram quatorze horas
Quando Irene acordou,
Sentindo dores intensas
Na coluna,
E na região do pescoço.
Não podia respirar,
Tateou em volta de si própria
E encontrou alguma coisa
Como se fosse algumas pessoas,
Tentou falar e não pôde.
A todo custo,
Levou a mão para o alto,
Encontrou liberdade
Para o braço,
E conseguiu sair dali
De dentro.
Empurrou o alçapão,
E ao encontrar a luz
Olhou onde estava
E viu cabelos de diversas
Cores próximo a ela,
Puxou para cima,
E notou que era uma pessoa,
Puxou o outro e também era.
Conteve o grito,
Por não ter recuperado
Totalmente o fôlego,
Se segurou na entrada
Do alçapão para sair
Para fora,
Viu braços atolados
Em cal e terra,
Parecia ser um espaço
Que iniciava ali
E seguia para a frente
Em direção ao jardim.
Ela sentou no chão
E lembrou de Delmo
Com dificuldade,
Seu beijo veio
Feito um reflexo em sua mente,
Seu corpo tremeu violento
De medo,
Notou, assim, que estava nua.
Percebeu que sua
Região íntima estava inchada,
Roxa e sangrava.
Ela sentia dores intensas,
Se levantou de lá,
Foi até o muro do jardim,
Pulou o muro com esforço,
E nua seguiu pela rua.
Isto chamou a atenção
De algumas pessoas,
Logo uma viatura
Estacionou atrás dela,
Deu voz de prisão,
E ela foi conduzida a delegacia
Para prestar explicação.
Emudecida,
Ela apenas olhava
O rosto do policial,
Tomava água
Que ele lhe deu,
E chorava.
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