terça-feira, 6 de abril de 2021

Amor Só É Amor Quando Fica



Muitas pessoas que amam, reclamam com razão,

Sobre as angústias que assombram o coração,

Ante a falta que este amor faz sempre que vai embora,

Teimo em acreditar que amor é aquele que fica,

Todavia, nunca encontrei este tal amor verdadeiro,

Este pelo qual vale a pena ser prisioneira das consequências,

 

Olhei em volta depressa, com medo do destino,

Procurando aquele tal amor que a vida insinuava,

Aquele pelo qual vale a pena morrer, viver e outras coisas,

Boa parte da minha visão estava obscurecida por experiências,

Mesmo que demorasse a admitir, havia conhecido alguns fracassos,

No pouco tempo em que senti, chorei e não fora pouco,

 

Perto, não avistava coisa alguma, longe a vista não alcançava,

Que defesas eu havia erguido ao meu redor para me apegar,

Nem mesmo eu saberia definir, mas não conseguia amar,

Meu jeito estava implícito em meu afastar da concorrência,

Na verdade, continuo da mesma forma que outrora,

Distraindo as lembranças, fugindo da fumaça do amar,

 

Aquela que finge ser carícia só para no virar das costas, machucar,

Se o amor é caro demais para ser entregue para quê promessas?

Não entendo o uso de falácias só para provar um beijo e depois apagar,

Remover o gosto dos lábios, imaginando retirá-lo da alma,

Aquele sorriso doentio sempre a mostra, ele sorria para enganar,

Ele me olhava convicto, eu ficava de soslaio, dizia-lhe: quase,

 

Ele empenhava esforços para burlar minha resistência,

É provável que ao final, tenha êxito, depois ele segue seu caminho,

Eu permaneço, com lembranças, algum gosto, uma jura,

Insuficiente para manter o suficiente do recordar por um tempo,

Fenômeno muito real neste mundo dos que amam por uma vida,

Não como se fosse haver um novo reencontro, um novo beijo,

 

Mas como se valesse a pena mesmo que o tempo tenha sido pouco,

A contraposição a estas influências é vagar pelas ruas sozinha,

Mas, talvez, desmascará-los valha o teor do sofrimento nos lábios,

Ou acredito nisso, ou me faço de vítima apenas para sentir sua boca,

Guardo o dedo acusador para mim, poderia apontar o do meio,

Não consigo imaginar o que seria capaz de coibir aquele rapaz,

 

Em diversos aspectos, até mesmo naqueles que me recuso,

Os olhos dele ao me avistar guardavam algo, acho que reconhecia,

Seria sentimento o que eu me recusei a acreditar ter avistado?

Toda desculpa da saudade deve ser identificada e ouvida com cautela,

Quando a lembrança nos toca é difícil permanecer intacta,

Jamais se deve adorá-la acreditando ter sido como um sonho,

 

Ante ao gosto bom nos lábios, costuma-se esquecer os erros,

Toda vez que me despi da desconfiança, me vi nua da própria alma,

Por um instante, quis acreditar que haveria um final feliz,

Terminei aos prantos, trancada em meu quarto desejando nunca sair,

Por mais que a visão de senti-lo em meus braços tenha sido prazerosa,

Recordo que na sequência, ele soube como me fazer ignorá-lo,

 

Até mesmo, desejar nunca tê-lo conhecido, sem palavra alguma,

Apenas destrancara a porta do carro e olhou-me com um saia,

Sem tempo, sem espaço, não fora a primeira vez, seria a última,

Por mais que eu acredite que me apeguei ao sofrimento de ser sua,

Não creio que tenha merecido a forma dele reagir comigo,

Desculpas não faltam para apoia-lo, contando ou não com apoio: o rejeito,

 

Ele aceitou o riso de deboche de sua mãe com relação a mim,

Aceitou suas opiniões, deu atenção as suas provocações,

Tive a impressão de que tudo o mais tinha maior valor que eu,

A impressão se confirmou em pouco tempo, achara que me compraria,

A minha honra que jogou na rua ouvindo a voz dela,

Só porque ela era inferior a mim, muito bem, é assim que penso e daí?

 

A comprara com dinheiro, achara que desta forma me ganharia,

Bem, quanto ao andar na rua e procurar por um olhar,

Eu continuo o meu caminho, não acredito que voltarei a acreditar,

Sabe o tipo de pessoa que não conhece o seu lugar?

Pois bem, eu conheço o meu, distante demais para ser encontrada,

A intocável, aquela que não seria conquistada, a distanciada,

 

Chamem como quiser chamar, eu fui ferida, não aprendi a esquecer,

Ele teve sua chance, não poderá negar o fato, me magoara com ela,

Usara as suas artimanhas para me afastar, então, a conhecia desde antes?

Não sabia quem era a sua mãe ao confrontar nós duas?

Teve a necessidade de medir forças para ver que era a melhor,

Como iniciei, eu não gosto de concorrências, fui ofendida não esqueceria,

 

Restrições podiam ter sido especificadas com sensatez,

Neste instante, há um corpo estendido no chão frio da minha casa,

Embora, ele se apegara a esta palavra, e eu também,

Eu pouco ou nada posso ver dele, apenas sentir a visão se embaçar,

Nada tinha a ver com isso, alguém iria se convencer,

Quando tomasse conhecimento de que meus comprimidos sumiram.

 

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